Com o Domingo de Ramos começamos a Semana Santa. Somos convidados a contemplar o grande amor de Deus, que desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-se homem, deixou-se matar pela nossa salvação. Vamos reviver os mistérios centrais da Redenção.

- A Entrada Triunfal de Jesus em Jerusalém. O povo reconhece-O como Salvador e aclama-O alegre... - O Começo da Semana Santa, com a leitura da Paixão de Jesus Cristo, segundo Marcos... * Dois momentos da vida de Cristo: O Triunfo e a Humilhação. Ao longo desta Semana Santa, teremos a oportunidade de ler as 4 narrativas da Paixão de Jesus Cristo. Vejamos aspectos específicos da narrativa de São Marcos. A Liturgia lembra DOIS FACTOS:

É a primeira, a mais antiga, a mais breve e dramática. É a que mantém uma ordem cronológica mais exacta. Marcos introduz com duas referências à CEIA: - A Ceia de Betânia, na casa de Simão, na qual Jesus é ungido por uma mulher. O gesto da Mulher contrasta com o de Judas. - A Ceia Pascal com os discípulos.

1. Jesus mantém um SILÊNCIO solene e digno. Não reage no beijo de Judas e no gesto violento de Pedro. - No tribunal, quando acusado, Jesus manteve silêncio. Quando perguntado se era o Messias, responde prontamente: "Sim, eu sou", e só. Durante o processo: nenhuma palavra.

2. Jesus é o FILHO DE DEUS, que veio ao encontro dos homens para lhes apresentar uma proposta de Salvação. É o que Jesus responde ao Sumo Sacerdote: "Eu sou" e o que o Centurião afirma aos pés da cruz: "Verdadeiramente este homem era Filho de Deus". É o ponto culminante no Evangelho de Marcos, que procura responder: "Quem é Jesus?" A resposta não foi dada por um apóstolo, nem por um discípulo, mas por um pagão.

3. Jesus é também HOMEM e partilha da fragilidade e debilidade da natureza humana: No Jardim, antes de ser preso, "Sente grande pavor e angústia". Mostra-nos um Jesus muito humano, muito próximo das nossas fraquezas. 4. Sublinha a Solidão: Abandonado pelos discípulos, escarnecido pela multidão, condenado pelos líderes, torturado pelos soldados, Jesus percorre na solidão, no abandono, na indiferença o seu caminho de morte.

Só Marcos sublinha que Jesus se sentiu completamente só, abandonado por todos, até pelo Pai: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" 5. Um Facto: Um jovem seguia-O, coberto somente com um lençol. Ao tentarem agarrá-lo, livrou-se da roupa e fugiu despido. É possível que este jovem fosse o próprio Marcos. Foi a atitude dos discípulos que, desiludidos e amedrontados, largaram tudo, ao verem Jesus preso, e fugiram sem olhar para trás.

6. Atitude "corajosa" de José de Arimateia em pedir à autoridade, que o condenou, a autorização para sepultar Jesus. 7. "ABBA": Pai: Esta palavra só Marcos a coloca nos lábios de Jesus, exactamente na hora mais dramática da sua vida, quando, depois de ter pedido ao Pai para poupá-lo de uma prova tão difícil, se abandona, confiante, nas suas mãos.

Os RAMOS são o sinal de um povo, que aclama o seu Rei e o reconhece como Senhor que salva e liberta. Devem ser o Sinal do compromisso de quem deseja viver intensamente esta Semana Santa. - Não basta apenas aclamar Cristo em momentos de entusiasmo e depois crucificá-lo na rotina de todos os dias. - Que o Lava-pés nos motive a limparmos o coração com a água purificadora da Penitência e a pormo-nos ao serviço dos irmãos.

- Que a Ceia do Senhor nos faça valorizar a presença permanente de Cristo no nosso meio na Eucaristia e seja o alimento constante na nossa caminhada. - Que o Getsémani nos anime a fazer a vontade do Pai, mesmo pelos caminhos do sofrimento e da cruz. - Que o Túmulo silencioso seja o nosso "deserto" para escutar mais forte a voz de Deus e um estímulo para remover todas as pedras que ainda mantêm trancado Cristo dentro do túmulo do nosso coração.

- Que a Vigília Pascal reanime a nossa Esperança nas promessas do Senhor, enquanto aguardamos a sua vinda. - Assim esta Semana será realmente santa e a PÁSCOA acontecerá em nós. Original: Pe. Antônio G. Dalla Costa CS Adaptação: Pe. Manuel José Torres Lima Cristo realmente venceu as trevas do pecado e da morte. Aleluia!