Matrizes para forjamento  As matrizes para forjamento estão sujeitas a grandes solicitações mecânicas, podendo chegar a tensões da ordem de 200 Kgf/mm.

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Matrizes para forjamento
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Matrizes para forjamento  As matrizes para forjamento estão sujeitas a grandes solicitações mecânicas, podendo chegar a tensões da ordem de 200 Kgf/mm 2 bem como a solicitações térmicas, uma vez que o material forjado se encontra a temperaturas apreciáveis  Devido a essas solicitações, as matrizes devem ser construídas de materiais que apresentem as seguintes características:  alta dureza;  elevada tenacidade;  resistência à fadiga;  alto limite de escoamento;  alta resistência mecânica a quente;  tolerância contra oscilações térmicas.

Materiais para Matrizes  Forjamento a frio:  Para forjamento a frio são considerados os chamados aços “indeformáveis”, que são materiais, que apresentam pouca ou nenhuma alteração de forma e/ou dimensão durante o tratamento térmico.  Nas classificações AISI e SAE tais aços são designados pelas letras: “O” - quando de baixa liga e temperáveis em óleo; “D” - quando de alta liga e temperáveis em óleo ou ar

Materiais para Matrizes APLICA Ç ÃOAÇOAÇOCOMPOSI Ç ÃO Matrizes para conforma ç ão a frio para pequenas s é ries VND ( Villares)  AISI O1 C=0,95% Mn=1,25% Cr=0,50% W=0,50% V=0,12% Matrizes de forjamento para martelo de queda com gravuras rasas VETD (Villares)  AISI W2 C=1,00% V=0,25% Matrizes para grandes s é ries VC130 (Villares)  AISI D3 C=2,0% Cr=11,5% V= 0,2%

Materiais para Matrizes F orjamento a quente: Esses aços são designados pela AISI e SAE com as letras H e dividem-se em quatro grupos: ao Cr-Mo - tipos H11, H12, H13 e H15 ao Cr-W - tipos H14 e H16 ao W - tipos H20, H21, H22, H24 e H26 ao Mo - tipos H41, H42 e H 43

Materiais para Matrizes APLICA Ç ÃOAÇOAÇOCOMPOSI Ç ÃO Matrizes para forjamento em prensa de grande s é rie de pe ç as de a ç o que requerem altas taxas de deforma ç ão e elevado tempo de contato pe ç a/matriz VPCW (Villares)  AISI H12 C=0,35% Si=1,0% Cr=5,0% Mo=1,5% W=1,35% V=0,25% Matrizes para forjamento, em prensa de ligas de cobre, ligas de alum í nio e de magn é sio VPC (Villares)  AISI H11 C=0,38% Si=1,0% Cr=5,0% Mo= 1,35% V= 0,4%

Materiais para matrizes O tratamento térmico para matrizes deve ser especificado com base nas solicitações mecânicas. Como valores orientativos temos que:  para forjamento a frio, durezas da ordem de 50 a 65 HRC  para forjamento a quente, durezas da ordem de 30 a 45 HRC

Projeto preliminar de uma matriz para forjamento 1.Escolha da linha de aparte; 2.Desenho da peça para forjamento; 3.Cálculo da contração; 4.Obtenção das dimensões da rebarba; 5.Escolha do bloco; 6.Obtenção da matéria prima necessária; 7.Estimativa da carga de forjamento

Projeto preliminar de uma matriz para forjamento 1. Escolha da linha de aparte  Para seleção da linha de aparte alguns critérios podem ser utilizados:  a linha de aparte deve estar posicionada de tal maneira que permita a fácil saída da peça de qualquer uma das duas metades da matriz;  preferencialmente a linha de aparte deve ser plana;  para peças simétricas a linha de aparte deve dividir a peça em duas partes iguais; Errado

Projeto preliminar de uma matriz para forjamento  em peças que serão usinadas posteriormente deve-se localizar a linha de aparte de modo que não dificulte a posterior fixação da peça na máquina  idealmente a linha de aparte deve se localizar em um ponto que deve ser o último a ser preenchido ;

Projeto preliminar de uma matriz para forjamento 2. Desenho da peça para forjamento  Definida a linha de aparte já é possível saber a posição da peça na matriz de forjamento.  Assim sendo, partindo-se do desenho da peça usinada deve-se incorporar algumas alterações para que seja possível o seu forjamento.  Estas alterações são: previsão de sobremetal para usinagem; previsão de ângulos de saída para as superfícies que forem paralela a direção de forjamento; previsão de raios de concordância para os cantos; Definir as tolerâncias dimensionais do forjado de acordo com a Norma NBR 8999

Projeto preliminar de uma matriz para forjamento

3. Cálculo de contração  Em peças forjadas a quente é necessário levar em conta a contração que irá ocorrer quando do seu resfriamento. Desta forma a cavidade na matriz será construída ligeiramente maior que as dimensões da peça a ser forjada.  Para se obter as dimensões na cavidade multiplica-se as dimensões correspondentes da peça pelo fator de contração, cujo valor é dado por: FC = 1+  t x  onde : FC = fator de contração  t = temperatura do forjado - temperatura da matriz [  C]  = coeficiente de dilatação linear

Projeto preliminar de uma matriz para forjamento Como valores práticos pode-se adotar: MATERIAL FATOR DE CONTRA Ç ÃO AÇOAÇO 1.01 BRONZE1.008 LATÃO1.009 COBRE1.009 LIGAS LEVES1.009 Tabela - Valores de contração para algumas ligas

Como já foi dito a rebarba é responsável pela elevação da carga de forjamento, de forma a aumentar a pressão sobre o material no final da operação, garantindo assim o completo preenchimento de todos os detalhes da matriz. Desta forma o cálculo exato da rebarba deveria ser feito levando em consideração este fato e portanto, deveria calcular o valor da pressão necessária e por conseguinte a as dimensões da rebarba que possibilitasse atingir esta pressão. 4. Dimensões da rebarba Projeto preliminar de uma matriz para forjamento

Peso doForjamento a frioForjamento a quente forjado [Kg]e [mm]L [mm]e [mm]L [mm] at é 0,5 1,6203 0,6 a 2,51,6263 2,6 a 4,52,5324 4,6 a 7,03,5355 7,1 a 12,04, ,1 a 285, ,1 a 46,06, ,1 a 90, C= 2 x e W = 8 x e Dimensões de rebarba

As dimensões do bloco devem ser calculadas em função dos esforços a que a matriz estará sujeita, mas como uma primeira aproximação utilizam-se como valores mínimos os constantes na tabela k. Os valores constantes da coluna 2 são para espessura mínima de parede em matrizes com apenas uma impressão No caso de matrizes com mais de uma impressão a espessura mínima de parede é dada pela coluna 3 e o valor de “h” deve ser o menor, dentre as impressões Para altura mínima do bloco, a coluna 4 apresenta valores e neste caso se o bloco possuir múltiplas impressões deve ser utilizado o “h” da maior impressão. 5. Escolha das dimensões do bloco Projeto preliminar de uma matriz para forjamento

Para obtenção da matéria prima inicialmente calculamos o peso do forjado como se segue: PF = PLF + POX +PR onde: PF = Peso bruto do forjado [Kg] PLF = Peso da peça forjada [Kg] POX = Peso do óxido que se forma durante o aquecimento no forjamento a quente e que para o aço pode ser estimado como sendo; 6 % do PLF se o PLF < 4,6 Kg 5 % do PLF se o 4,7Kg < PLF < 11,5 Kg 4 % do PLF se o PLF > 11,5 Kg PR = Peso da rebarba 6. Cálculo do blank Projeto preliminar de uma matriz para forjamento

 Obtido o peso do forjado passamos a procurar a matéria prima em dimensões comerciais que melhor se adapte as condições de forjamento, tendo o cuidado de garantir que o comprimento do material jamais seja maior que 3 vezes a menor dimensão da base, isto para evitar a flambagem, quando da aplicação da carga de forjamento.  Em função da matéria prima escolhida, analisa-se a possibilidade de colocação do material na cavidade inferior da matriz. Se a colocação é possível e o material tem estabilidade suficiente para resistir os esforços de forjamento, a escolha esta terminada, caso contrário, por tentativas tenta-se encontrar um formato comercial que seja adequado as condições,  Se não for possível encontrar uma solução com as dimensões comerciais, isto implica que será necessário forjamentos intermediários de tal forma que seja possível colocar a matéria prima com estabilidade dentro das matrizes. Projeto preliminar de uma matriz para forjamento 6. Cálculo do blank – recomendações

Projeto preliminar de uma matriz para forjamento  O cálculo exato da força necessária para deformação no forjamento é extremamente difícil, pois alem da complexidade própria da deformação plástica já discutida, existe ainda o problema dos atritos da peça com a matriz, os problemas de resfriamento da peça em contato com a matriz etc....  Em função disto realizasse uma simplificação até certo ponto grosseira que permite a estimativa da ordem de grandeza das forças envolvidas. Para forjamento em prensa: onde : f = força de forjamento em ton S p = Área projetada do forjado + rebarba na linha de aparte [mm 2 ] k = coeficiente de complexidade do forjado  = tensão média de escoamento do material na temperatura de forjamento [ton/mm 2 ] ( valor obtido em ensaios ou tabelas) 7. Estimativa da força de forjamento

MODO DE DEFORMA Ç ÃO K Compressão de um cilindro entre duas placas planas1,2 - 2,5 Forjamento de pe ç as simples sem a forma ç ão de rebarba 3- 5 Forjamento de pe ç as simples com a forma ç ão de rebarba 5-8 Forjamento de pe ç as complexas com a forma ç ão de rebarba 8-12 Valores de "k” para cálculo da força em forjamento com prensa 7. Estimativa da força de forjamento Projeto preliminar de uma matriz para forjamento

Para forjamento em martelo: onde: f = força do martelo em [Kgf] S = Seção do forjado na linha de aparte (sem a rebarba) [mm 2 ] OBS: o valor de 8 [Kgf/mm 2 ] deve ser usado para matrizes que possuem seções esboçadoras, já o valor de 18 [Kgf/mm 2 ] deve ser usado para matrizes que possuem uma única impressão.

Força no forjamento livre DT= P.dh - Trabalho elementar R = P/A – Resistencia a deformação Vc ~ cte na deformação onde: P = Força de forjamento em Kgf V = Volume do corpo em mm3 R = Resistência real à deformação em Kgf/mm2 h0 = Altura inicial do corpo em mm h1 = Altura final do corpo em mm  h = h0 - h1

CAE (Elementos finitos) no forjamento