AS VOGAIS MÉDIAS PRETÔNICAS NAS CAPITAIS DA REGIÃO NORTE DO BRASIL: UM ESTUDO A PARTIR DOS DADOS DO ALiB INTRODUÇÃO O presente.

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Distribuição das vogais médias nas capitais da região Norte
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Transcrição da apresentação:

AS VOGAIS MÉDIAS PRETÔNICAS NAS CAPITAIS DA REGIÃO NORTE DO BRASIL: UM ESTUDO A PARTIR DOS DADOS DO ALiB INTRODUÇÃO O presente pôster trata da descrição das vogais médias pretônicas nas capitais da região Norte do Brasil, a partir de dados dos questionários do Atlas Linguístico do Brasil (ALiB) sob a ótica da sociolinguística variacionista. A pesquisa teve como objetivo verificar quais grupos de fatores atuam no favorecimento do alteamento, manutenção e abaixamento de e, assim como definir a distribuição das variantes nas capitais da região Norte do Brasil. Levamos em consideração respostas dos itens lexicais do Questionário Fonético-Fonológico (QFF) e do Questionário Semântico-Lexical realizadas por 48 informantes estratificados socialmente de seis capitais da região Norte, a saber: Belém/PA; Manaus; Macapá/AP; Rio Branco/AC; Boa Vista/RR; e Porto Velho/RO. MARCELO PIRES DIAS (UFPA/CAPES) ORIENTADORA: PROFA. DRA MARILÚCIA BARROS DE OLIVEIRA (UFPA) METODOLOGIA A pesquisa tomou como base os pressupostos teóricos da sociolinguística variacionista quantitativa(cf. Labov, 1970), de modo que os dados foram processados a partir do uso do pacote de programas Varbrul. Foram controlados os seguintes grupos de fatores: a) natureza da vogal (pretônica) alvo: anterior ou posterior; b) fonema vocálico da tônica quando a pretônica é oral; c) fonema vocálico da sílaba tônica quando a pretônica é nasal ou nasalizada; d) vogal contígua à sílaba pretônica; e) distância da vogal pretônica para a sílaba tônica; f) atonicidade; g) sufixo (com vogal alta; sem vogal alta; sem sufixo); h) consoante do onset; i) consoante do onset da seilaba seguinte; e j) peso sílabico. Após a codificação, os dados foram submetidos ao pacote de programas Varbrul que gerou frequências e pesos relativos úteis para a descrição linguística. RESULTADOS OBTIDOS CONSIDERAÇÕES FINAIS Podemos concluir com base nos resultados, que as vogais altas aumentam a probabilidade de ocorrência do alteamento, tanto de quanto de e a vogal baixa eleva a probabilidade de ocorrer o abaixamento, excetuando os contextos de palavras específicos. É possível afirmar também que a distância entre vogal tônica e pretônica atua na realização das variantes, de modo que a maior distância favorece [o] e a menor distância favorece [i]. Para a vogal pretônica, a atuação desse grupo tem menor impacto em virtude da prevalência da manutenção, que atingiu nível próximo ao categórico (.800). Os fatores favorecedores do grupo segmento do onset mostraram que apenas segmentos labiais atuam para o favorecimento de [i] e de [u] e para as demais variantes temos diversos segmentos favorecedores distintos. As variantes [ɛ] e [  ] também apresentaram segmentos favorecedores distintos e vogal tônica baixa é a desencadeadora das duas variantes, principalmente em verbos da 1ª conjugação. O segmento do onset da sílaba seguinte apresentou apenas os segmentos [l] e [t d] comuns para as variantes [ɛ] e [  ], portanto não é possível afirmar que a natureza do onset da sílaba seguinte tenha influência na realização das variantes. Com base nos resultados podemos afirmar que os fatores sociais têm papel determinante para atuação das variantes de e de, principalmente informantes do sexo feminino que realizaram mais a manutenção; e informantes mais velhos e menos escolarizados que realizaram mais o alteamento. Os resultados mostraram que a distribuição das variantes nas capitais da região Norte segue os seguintes moldes: as variantes [i] e [u] prevalecem nas capitais Belém e Macapá, ou seja, na parte setentrional da região Norte. As variantes [ɛ] e [  ] ocorrem com maior probabilidade em Rio Branco, Porto Velho e Manaus, ou seja, na parte meridional da região Norte. Nas capitais situadas na parte meridional do mapa e que historicamente sofreram ocupação territorial entre a segunda metade do século XIX e o início do século XX, principalmente por migrantes do Nordeste, prevalecem as variantes [ɛ] e [  ], características do falar nordestino. 1. Resultados da variável dependente em pesos relativos. 2. Resultados do grupo fonema vocálico da tônica 3. Resultados do grupo Segmento do Onset da sílaba da vogal pretônica 4. Resultados do grupo Segmento do Onset da sílaba seguinte 5. Resultados do grupo distância entre a vogal da sílaba tônica e pretônica Baixe um leitor de QR Code no seu smartphone ou tablet, fotografe o código abaixo e baixe a versão completa deste trabalho. 6. Resultados do grupo Sexo do Informante em pesos relativos 7. Resultados do grupo Escolaridade do Informante Distribuição das vogais médias nas capitais da região Norte 8. Resultados do grupo Sexo do Informante REFERÊNCIAS ARAÚJO, Aluiza A. As vogais médias pretônicas no falar popular de Fortaleza (CE): uma abordagem variacionista, BISOL, Leda. Harmonização Vocálica: uma regra variável. Tese de Doutorado em Linguística e Filologia. Rio de Janeiro: UFRJ, CAMARA JR, Joaquim Mattoso. Estrutura da Língua Portuguesa. 24 ed. Petrópolis: Vozes, CELIA, Gianni Fontis. As vogais médias pretônicas na fala culta de Nova Venécia (ES). Campinas: Unicamp/IEL, (Dissertação de Mestrado). FREITAS, Simone Negrão de. As vogais Médias Pretônicas no Falar da Cidade de Bragança. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Pará, Belém, GUY, Gregory R; ZILLES, Ana. Sociolinguística quantitativa: instrumental de análise. São Paulo: Parábola Editorial, LABOV, Willian. Padrões Sociolinguísticos. Trad.: BAGNO, Marcos. São Paulo: Parábola, [1972]. NINA, Terezinha. Aspectos da variação fonético-fonológica na fala de Belém. Tese de doutorado. Rio de Janeiro: Faculdade de letras/UFRJ, SILVEIRA, Ana Amélia Menegasso da. As vogais pretônicas na fala culta do noroeste paulista. São José do Rio Preto: [s.n], YACOVENKO, Lílian C. As vogais médias pretônicas no falar culto carioca. Rio de Janeiro: Departamento de Letras Vernáculas/UFRJ, 1993.