A GUERRA FRIA PARTE II Natania A Silva Nogueira

A Corrida Espacial Durante a Guerra Fria a corrida espacial esteve relacionada com a corrida armamentista. No final da década de 1950, os EUA e a URSS começaram a financiar a produção de tecnologia para grandes projetos espaciais. Surgiram então, a NASA (EUA-1958) e Lunik (soviético). Os pioneiros na corrida espacial foram os soviéticos, quando em 1957, colocaram em órbita o primeiro satélite artificial, o Sputnik I. O Sputnik II, levou ao espaço, o primeiro ser vivo, a cadela Laika. O soviético Yuri Gagárin, foi o primeiro homem a viajar ao espaço, em 12 de abril de 1961.

A cadela Laika morreu entre cinco a sete horas depois do lançamento, de calor e pânico. Imagem da Cadela Laika. Imagem disponível em: Yuri Gagarin, primeiro homem a ir para o espaço. Imagem disponível em:

Em 1962, os EUA colocaram em órbita o astronauta John Glenn. Os soviéticos tenham sido os primeiros a pousar naves-robô na Lua, na década de Os EUA finalmente ultrapassaram a URSS na corrida espacial, quando em 20 de julho de 1969, Neil Armstrong, comandando a Apollo 11, tornou-se o primeiro homem a pisar na Lua. A China foi o terceiro país a colocar um astronauta em órbita. Em outubro de 2003, o astronauta Yang Liwei, viajou ao espaço a bordo da nave Shenzhou-5.

Neil Armstrong, primeiro homem a pisar na Lua. Imagem disponível em:

A Paz Armada A Paz Armada A corrida armamentista foi uma das bases da guerra fria. Quando em 1945 os EUA lançaram duas bombas nucleares no Japão estavam fazendo uma demonstração de força militar para o bloco socialista. Em 1949, a União Soviética realizou com sucesso seus testes com armas nucleares. A partir daí, os dois países investiam cada vez mais em armas, utilizando uma grande parcela do PIB em armamento, que muitas vezes foi utilizado para abastecer guerrilheiros e grupos paramilitares no mundo inteiro. A expressão Paz Armada surgiu da ideia de que enquanto houvesse um equilíbrio bélico entre as duas potências, a paz estaria garantida, pois haveria o medo do ataque inimigo.

Nesta época, formaram-se dois blocos militares, cujo objetivo era defender os interesses militares dos países membros. A OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte (surgiu em abril de 1949) era liderada pelos Estados Unidos e tinha suas bases nos países membros, principalmente na Europa Ocidental. O Pacto de Varsóvia era comandado pela União Soviética e defendia militarmente os países socialistas. Não podendo concorrer com o poder econômico dos Estados Unidos, a URSS investiu em propaganda ideológica a fim de reforçar alianças com países socialistas e influenciar a formação de governos alinhados com os ideias da URSS. Foram constantes as crises de desabastecimento.

A União Soviética O sistema soviético baseava-se: 1.No partido único, o Partido Comunista da União Soviética (PCUS), cujo dirigente máximo era o secretário geral; 2.No Estado como instituição que representa o povo em uma sociedade sem classes sociais; 3.Na economia estatal, planificada (controle do Estado sobre todas as atividades econômicas). Era coletivizada, dirigida por planos quinquenais, priorizando a indústria de base; 4.Os combinats, áreas que agrupavam em uma mesma região econômica e administrativa diversas unidades industriais interligadas com atividades complementares. Nelas instalavam- se fazendas coletivas kolkhozes (cooperativas agrícolas) e sovkoves (fazendas coletivas). Estas fazendas coletivas abrigavam 60% da população da URSS.

Selo postal mostra colheita de milho em fazenda coletiva na Rússia (URSS). Imagem disponível em:

A planificação da economia e os planos quinquenais não tiveram o efeito desejado. Trabalhadores nas fábricas tinha jornadas exaustivas de até 12 horas sem o resultado esperado. Como se priorizou a indústria de base, havia forte carência de bens de consumo essenciais que não eram produzidos em quantidade suficiente. As fazendas coletivas também não funcionavam, tendo provocado a desorganização do setor agrícola.

Fábrica soviética. Imagem disponível em:

A crise de Berlim de 1948 A Crise de Berlim ou Bloqueio de Berlim, ocorreu entre os dias 25 de junho do ano de 1948 e 11 de maio do ano de A União Soviética interrompeu o acesso ferroviário e rodoviário à cidade de Berlim Ocidental, localizada na Alemanha Oriental. Reagindo ao isolamento da parte ocidental da cidade de Berlim, os EUA criaram uma ponte aérea para abastecê-la. Stalin reconheceu a derrota de seus planos e encerrou o bloqueio à meia noite do dia 12 de maio do ano de Pouco tempo depois, as zonas estadounidense, francesa e britânica se unificaram, dando origem a República Federativa da Alemanha ou Alemanha Ocidental, com capital em Bonn. A crise teve como consequências: 1.A criação de dois Estados alemães. 2.Resultou no compromisso dos Estados Unidos manter atividades na Europa por tempo indeterminado.

Aviões estadunidenses responsáveis pelo abastecimento de Berlim Ocidental Imagem disponível em:

O Muro de Berlim Entre 1945 e 1961, milhões de pessoas deixaram seus países, no leste europeus, para trabalhar na Alemanha Ocidental. Diante disso o governo soviético decidiu fechar as fronteiras entre as duas Alemanhas, a Zonengrenze. A restrição ao trânsito com Berlim Ocidental levou a uma grande manifestação na Berlim Oriental, em Duramente reprimida, a revolta piorou ainda mais a situação e levou à construção do Muro de Berlim, cujas primeiras cercas de arame foram erguidas em agosto de Somente em 1989 o muro foi derrubado, simbolizando o final da Guerra Fria.

Lutando a guerra dos outros A possibilidade de uma III Guerra Nuclear que devastasse o planeta entre as duas superpotências fez com que elas evitassem o confronto direto. Mas isso não impediu que interferissem em outros conflitos, buscando minar o poder do adversário. Foram guerras “indiretas” travadas pelos EUA e a URSS:

Mulher refugiada e filho, durante a Guerra da Coreia Fonte:

Guerra da Coréia ( ): Participação direta dos EUA que enviaram ao país milhares de soldados. Por outro lado, a URSS participou apoiando (com armas e munições) os comunistas. O conflito resultou na divisão do país em Coréia do Norte (comunista) e Coréia do Sul (capitalista). Guerra do Vietnã ( ): Os EUA envolveram-se em uma guerra civil entre comunistas e capitalistas. Em 1975, derrotados, os EUA se retiraram da guerra. O Vietnã, com apoio bélico e financeiro da URSS tornou- se comunista. Guerra do Afeganistão ( ): Participação direta da URSS que apoiava a revolução comunista no país. Por outro lado, os EUA apoiaram os capitalistas (financeira e belicamente). Em 1989, os soviéticos se retiraram da região, mas os prejuízos para o país foram enormes, politicamente e economicamente.

Passeata contra a Guerra do Vietnã – 1969 Fonte:

A Revolução Cubana e a crise dos mísseis Desde sua independência, Cuba estava submetida à interferência dos EUA. Em 1901, a Ementa Platt, anexada à Constituição Cubana, permitia aos EUA intervir diretamente naquele país. Na década de 1950, a situação social e econômica do país foi agravada com a instalação do regime golpista imposto pelo general Fulgêncio Batista (1901 – 1973). Em meio a esse contexto eclode um movimento armado de oposição ao regime liderado por Ernesto Che Guevara, Fidel Castro e Camilo Cienfuegos. O movimento derruba a ditadura de Fulgêncio. Em janeiro de 1959, Fidel Castro foi aclamado como primeiro- ministro de Cuba e adotou medidas que contrariavam os interesses norte-americanos.

Fidel Castro e Che Guevara. Imagem disponível em:

A princípio, o novo governo não pretendia se posicionar com relação à disputa entre EUA e URSS. No entanto, as pressões políticas exercidas pelo governo de John Kennedy acabaram favorecendo a aproximação com o bloco soviético. Com medo de que a experiência cubana inspirasse outras revoluções, o governo norte-americano resolveu criar um programa de cooperação econômica às demais nações americanas conhecido como “Aliança Para o Progresso” e impôs um embargo econômico ao país. Em 1961, os norte-americanos tentaram invadir Cuba no frustrado ataque à baia dos Porcos. No final de 1962, a aproximação ao bloco socialista estabeleceu a instalação de mísseis soviéticos em Cuba, causando crise diplomática com os EUA. Resolvido o problema, os mísseis foram retirados e o governo cubano começou a apoiar os movimentos guerrilheiros na América Latina. Essa política resultou na morte e execução de Che Guevara, em 1967, na Bolívia.

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