Conto psicológico No conto psicológico, é comum as reflexões e os dilemas serem provocados por fatos triviais, corriqueiros, aparentemente sem importância.

Tempo O tempo cronológico organiza-se de acordo com a sucessão dos acontecimentos. Ele é o mesmo para todos e pode ser objetivamente medido em segundos, minutos, horas, dias, meses, anos. Nos textos, ele é predominantemente no relato de ações. O tempo interior ou psicológico flui de acordo com o estado de espírito da personagem e possibilita que passado, presente e futuro se entrelacem livremente. Nos textos, ele é predominantemente no relato de lembranças, reflexões e sentimentos. Enquanto o tempo cronológico é representado linearmente, o tempo psicológico é representado dinamicamente.

presente futuro passado

Mesmo em um conto predominantemente psicológico, pode ser importante marcar com precisão algumas referências do tempo cronológico. Elas contribuem para a coerência do texto e para a sua compreensão pelo leitor. Ex.: “[...] deixavam-me ficar até umas 11 horas da noite `porta do pé de escada do sobrado onde marávamos, olhando ávida os outros se divertirem.” “Nesses três dias, ainda, minha irmã acedia ao meu sonho intenso de ser uma moça[...]e pintava minha boca de batom bem forte, passando também ruge nas minhas faces.”

Nos contos psicológicos, o foco não são as sequências de ação nem a descrição de espaços externos, e sim a investigação do mundo interior das personagens, em uma tentativa de mostrar os impulsos e anseios comuns a todos os seres humanos. Essa valorização, na literatura, dos aspectos mentais e emocionais surgiu no início do século XX e está relacionada a fatos históricos e a movimentos intelectuais ocorridos na época, entre eles o surgimento da psicanálise, método terapêutico criado por Sigmund Freud (1856-1939)

Curiosidade- Revolução literária A ficção de Clarice Lispector causou grande impacto no meio literário brasileiro. Apesar de única, mostra sintonia com as técnicas experimentais por outros escritores que revolucionaram a literatura na primeira metade do século XX, como o francês Marcel Proust (1871-1922), o irlandês James Joyce (1882-1941) e a inglesa Virginia Woolf(1882-1941). Professora Cíntia Aparecida