FIGURAS DE SINTAXE Profª Ana Carolina. FIGURAS DE SINTAXE O texto nem sempre é organizado conforme as normas de sintaxe. Às vezes, ocorrem alguns desvios.

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Transcrição da apresentação:

FIGURAS DE SINTAXE Profª Ana Carolina

FIGURAS DE SINTAXE O texto nem sempre é organizado conforme as normas de sintaxe. Às vezes, ocorrem alguns desvios sintáticos que alteram a estrutura convencional de uma oração (SUJEITO+ VERBO + COMPLEMENTO), promovendo uma sintaxe incomum. Observe a música: Águas de março (Tom Jobim) É pau, é pedra, é o fim do caminho É um resto de toco, é um pouco sozinho É um caco de vidro, é a vida, é o sol É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol É peroba do campo, é o nó da madeira Caingá, candeia, é o Matita Pereira É madeira de vento, tombo da ribanceira É o mistério profundo, é o queira ou não queira Nota-se a repetição do verbo “ser” em negrito.

Observe outro texto: Os cavalinhos correndo, (estão correndo) E nós, cavalões, comendo... (estamos comendo) O Brasil politicando, (está politicando) Nossa! A poesia morrendo... (está morrendo) O sol tão claro lá fora, (está) O sol tão claro, Esmeralda, (está) E minh’alma — anoitecendo! (está anoitecendo) Manuel Bandeira Nota-se, no poema, a omissão do verbo “estar” que fica subentendido. Quando há uma inversão de termos, repetição ou até omissão deles, para acrescentar mais vigor e expressividade à linguagem, temos as chamadas figuras de sintaxe ou de construção.

Anacoluto É a mudança da construção sintática no meio da frase, ficando alguns termos desligados do resto do período. EX: Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles. O Alexandre, as coisas não lhe estão indo muito bem. A expressão "esses alunos da escola" deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma interrupção da frase, e essa expressão fica à parte, não exercendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é chamado de "frase quebrada", pois corresponde a uma interrupção na sequência lógica do pensamento. Obs.: o anacoluto deve ser usado com finalidade expressiva em casos muito especiais. Em geral, deve-se evitá-lo. Hipérbato / Inversão É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da ordem direta dos termos da oração. EX: Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O amor venceu ao ódio.) “De tudo, ao meu amor serei atento Antes e com tal zelo, e sempre, e tanto” (Vinícius de Moraes) (Na ordem direta seria: Serei atento ao meu amor antes de tudo, e com tal zelo, e sempre, e tanto)

Anáfora É a repetição de uma ou mais palavras no início de várias frases, criando, assim, um efeito de reforço e de coerência. Pela repetição, a palavra é colocada em destaque, permitindo ao escritor valorizar determinado elemento textual. EX: "Se você gritasse Se você gemesse, Se você tocasse a valsa vienense Se você dormisse, Se você cansasse, Se você morresse... Mas você não morre, Você é duro José!" (Carlos Drummond de Andrade)

Polissíndeto É uma figura caracterizada pela repetição dos conectivos ou síndetos. EX: "Falta-lhe o solo aos pés: recua e corre, vacila e grita, luta e ensanguenta, e rola, e tomba, e se espedaça, e morre." (Olavo Bilac) Deus criou o sol e a lua e as estrelas. E fez o homem, e deu-lhe inteligência, e fê-lo chefe da natureza. Assíndeto É uma figura caracterizada pela ausência das conjunções, ou conectivos. EX: Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família. "Vim, vi, venci." (Júlio César)

Elipse Consiste na omissão de um ou mais termos numa oração que podem ser facilmente identificados, tanto por elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto pelo contexto. EX: A cada um o que é seu. (Deve se dar a cada um o que é seu.) Tenho duas filhas, um filho e amo todos da mesma maneira. ( omissão do pronome pessoal “eu”) Zeugma Ocorre quando é feita a omissão de um termo já mencionado anteriormente. EX: Ele gosta de geografia; eu, de português. (Zeugma: gosto) Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só móveis modernos.(Zeugma: havia) Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (Zeugma: gosto) No céu há estrelas; na terra, você. (Zeugma: há)

Silepse A silepse é a concordância que se faz com o termo que não está expresso no texto, mas sim com a ideia que ele representa. É uma concordância que se faz com um termo oculto, facilmente subentendido. Há três tipos de silepse: de gênero, número e pessoa. Silepse de Gênero Os gêneros são masculino e feminino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância se faz com a ideia que o termo comporta. EX: A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o calor intenso. (Nesse caso, o adjetivo bonita não está concordando com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo (a cidade de Porto Velho). Vossa Excelência está preocupado. ( Nesse exemplo, o adjetivo preocupado concorda com o sexo da pessoa, que nesse caso é masculino, e não com o termo Vossa Excelência). Silepse de Número Os números são singular e plural. A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas com a ideia que nele está contida. EX: A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade de Salvador. Como vai a turma? Estão bem? O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto. (Note que, nos exemplos acima, as formas verbais andaram, estão e gritavam não concordam gramaticalmente com os sujeitos das orações -que se encontram no singular: procissão, turma e povo, respectivamente. Eles concordam com a ideia de pluralidade que neles está contida. Procissão, turma e povo dão a ideia de muita gente, por isso que os verbos estão no plural.

Silepse de Pessoa Três são as pessoas gramaticais: a primeira, a segunda e a terceira. A silepse de pessoa ocorre quando o verbo não concorda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que está inscrita no sujeito. EX: O que não compreendo é como os brasileiros persistimos em aceitar essa situação. Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho. "Dizem que os cariocas somos pouco dados aos jardins públicos." (Machado de Assis) Observe que as formas verbais persistimos, temos e somos concordam com a ideia contida nos seus sujeitos, brasileiros, agricultores e cariocas, que estão na terceira pessoa.