OS PADRÕES DE VESTIMENTA E A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE Gabriella Carnielli Isabella dos Santos Julia Carnielli Fundação Bradesco – Campinas, SP Orientadora: Thatiane Moreira INTRODUÇÃO O filósofo francês Michel Foucault defende em sua obra Vigiar e Punir (1987 apud Souza 2010) que, através do poder disciplinar, o ser humano assimila os valores da sociedade a qual integra, denominado biopoder. Nesse contexto, a divisão de gênero fundamenta-se na relação de poder. Ao sofrer com a coerção social, os indivíduos assimilam os valores morais da sociedade, fornecendo privilégios a determinados grupos em detrimento de outros. Apesar das tentativas de quebra da desigualdade de gênero, o biopoder prossegue agindo sobre os indivíduos, assim, algumas ações que reproduzem a divisão hierárquica de gênero persistem.  Campanha de primavera/verão 2007 da grife Dolce & Gabbana Ensaio fotográfico da Vogue Paris editada pelo estilista Tom Ford Entrevista específica: os entrevistados apresentaram uma visão desconstruída a respeito dos padrões de vestimenta e confirmaram nossa tese, a respeito do preconceito com aqueles que decidem não seguir o padrão definido. Entrevista geral: demonstrou que o padrão social vem se alterando a partir das gerações mais jovens. Entretanto, a maioria dos entrevistados ainda desconhece o significado das roupas sem gênero, o que comprova que este movimento ainda não alcançou amplitude na sociedade. MÉTODO Como a atual tendência de roupa sem gênero pode modificar padrões tradicionalmente construídos? Formulação de entrevista. a) Geral Levantamento bibliográfico b) Pessoas que já questionam e quebram o estereótipo de gênero nas vestimentas . Como as vestimentas influenciam na formação do padrão de gênero? DESENVOLVIMENTO Optamos por analisar o processo de formação da identidade com base nos padrões sociais de comportamento, por ser parte do nosso cotidiano e verificar, através de entrevistas e comerciais, como esses meios relacionam gênero e vestimenta a partir dos seguintes questionamentos: Qual é a necessidade de se ter um padrão? Seria possível viver sem um padrão de gênero? O que é orientação sexual? Qual é a necessidade social de se definir o gênero? O que significa ser homem ou mulher? O que é Identidade Cultural? Fotos de alguns dos entrevistados (Arquivo Pessoal) CONCLUSÃO As vestimentas exercem importante papel na criação da noção de pertencimento e de individualização. Portanto, a divisão de gênero fundamentada pelas vestimentas, além de ser uma construção social que molda a formação da identidade individual, está ligada às relações sociais de poder. Assim como afirma Michel Foucault (1987 apud Souza 2010), ao sofrer com a coerção social, os indivíduos assimilam os valores morais da sociedade, o que fornece a determinados grupos privilégios em detrimento de outros. Portanto, a vestimenta sem gênero só será um agente de mudanças quando pretender questionar a hierarquização de gênero e a visão única sobre o masculino/feminino, o que está além de uma simples troca de roupa. Dividimos as entrevistas da seguinte forma: Entrevista geral: analisar a visão dos entrevistados sobre os padrões de escolha já estabelecidos na sociedade. Entrevista específica: analisar a visão de quem não segue os padrões de vestimenta pré-estabelecidos. RESULTADO Análise dos comerciais: Apresentam uma visão sexista, na qual a figura da mulher é representada como frágil, enquanto a figura do homem é representada como um ser forte, que possui o que almeja, destinada desde ao público infantil até os adultos. REFERÊNCIA SOUZA, Noelma Cavalcante de. O poder disciplinar uma leitura em Vigiar e Punir in Revista SABERES, Natal – RN, v. 1, n.4, jun 2010. Fundação Bradesco Campinas Rodovia Lix da Cunha, km 3,5, s/n - Lago Continuação, Campinas - SP, 13012-970