Disciplina: Economia Internacional

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Transcrição da apresentação:

Disciplina: Economia Internacional Professor: Francisco Eduardo Pires de Souza 1º Semestre de 2017 Email: fepsouza@ie.ufrj.br

A taxa de câmbio no LP 1) A PPC

Para que serve então a PPP? Comparações Internacionais (PIB, etc) Os principais defeitos podem ser corrigidos pela versão relativa, combinada com proposições do tipo Balassa Samuelson. Na sua versão relativa, serve como referência para avaliar o grau de desalinhamento da taxa de câmbio, e por consequência serve ao governo como guia para a política econômica e ao setor privado para avaliar tendências futuras da taxa de câmbio.

PPC Relativa Barreiras políticas ao comércio, custos de transporte e diferenciação de produtos introduzem cunha entre preço interno e externo: Pi = c(E Pi*). Logo os preços não são os mesmos, mas guardam uma proporção. Ou seja: k = 1/c = EPi*/Pi, e para uma cesta ampla de bens: k = EP*/P (k é a relação entre o preço de uma cesta de bens no exterior e no país, na mesma moeda. Se k= 1, PPC absoluta, se k>1, cesta do país é barata, moeda é depreciada); k é a taxa de câmbio real. Note que E = k (P/P*) => E = k Eppc => de acordo com a PPC relativa, a taxa de câmbio nominal (E) será, em equilíbrio, igual a um múltiplo k da Eppc. A proposição da PPC relativa é que k é estável, e afastamentos em relação a taxa de câmbio real de equilíbrio tendem a ser corrigidos. Como?

PPC Relativa Partindo de uma situação de equilíbrio definida como ke=E0P*0/P0, se os preços domésticos sobem, o que ocorre? k1=E0P*0/P1 => k1< ke , ou seja a taxa de câmbio saiu do equilíbrio. No caso, houve apreciação cambial, que poderá ser corrigida ou com aumento de E ou com elevação de P* Num regime de câmbio flutuante, provavelmente o reequilíbrio viria através de mudanças na taxa de câmbio nominal (mais flexível do que o nível de preços). Num regime de câmbio fixo, um ajuste possível seria através de uma desvalorização (discreta) da taxa de câmbio pelo Banco Central (por exemplo para evitar a queda de reservas). Se ele nada fizesse, supondo que as reservas caíssem, e que não houvesse esterilização, haveria uma contração monetária até que os preços caíssem.

PPC Relativa Ê = p – p* (1) (vide dedução no anexo 2) Para a PPC relativa a taxa de câmbio real, k, tende para ke. Supondo que a k está em equilíbrio no ano 0 (k0= ke), então, mantido o equilíbrio: EtP*t / Pt = E0P*0/P0 Et / E0 = (P*0/P0) x (Pt /P*t) = (Pt /P0) x (P*0 /P*t) Et / E0 = (Pt /P0) / (P*t /P*0) (1+Ê) = (1 + p)/(1+p*) E, para valores pequenos para as taxas de inflação, uma boa aproximação dos resultados da fórmula acima é dado por: Ê = p – p* (1) (vide dedução no anexo 2) A equação acima significa que para que a taxa de câmbio seja mantida em seu nível de equilíbrio, de acordo com a PPC relativa, a variação cambial deve ser igual à diferença entre as taxas de inflação interna e externa.

PPC Relativa Ê = p – p* (a taxa de câmbio é mantida em seu nível de equilíbrio, de acordo com a PPC relativa, quando a variação cambial for igual à diferença entre as taxas de inflação interna e externa). Se Ê > (p – p*) => depreciação real da taxa de câmbio Se Ê < (p – p*) => apreciação real da taxa de câmbio

Como calcular o desalinhamento e a variação cambial necessária para voltar ao equilíbrio? Desalinhamento cambial = afastamento da taxa de câmbio em relação ao seu valor de equilíbrio. Para saber quanto k está acima ou abaixo da taxa de equilíbrio, usa-se índices da taxa de câmbio real, tendo por base a taxa de câmbio real de equilíbrio. (Lembre-se que para calcular um número índice, devemos dividir o valor da variável no ano t pelo valor da variável no ano base e multiplicar por 100) Ex: E0=R$2,00/USD; e E1= R$3,00. O índice da taxa de câmbio nominal será E0= (2/2) *100 = 100 e E1= (3/2) x 100 = 150. Basta olhar o valor de Et para saber a desvalorização cambial ocorrida (50%). Porém o cálculo é um pouco mais complexo, porque o índice varia com mudanças não apenas da taxa de câmbio, mas também da inflação externa e da interna. Vejamos como.

Índice da taxa de câmbio real Partindo de uma situação de equilíbrio definida como ke= k0 = E0P*0/P0, o índice da taxa de câmbio real em t será: Kt = (kt/k0) x 100 = (EtP*t/Pt ) / (E0P*0/P0) x 100 Kt = {(Et/ E0) x [(P*t/P*0)/(Pt / P0)]} x 100 Kt = (1+ Ê) x [(1+p*) / (1+p)] x 100 𝐾 𝑡 = 1+Ê 𝑥(1+𝜋∗) (1+𝜋) x 100 onde Ê é a variação cambial acumulada do período base (100) até o período t; p e p* as taxas de inflação interna e externa acumuladas.

Para fins de exercícios acadêmicos e cálculos aproximados, podemos usar fórmulas simplificadas: Em vez de: Kt = [(1 + Ê) x (1 + p*) / (1+ p)] x 100 Onde: Ê=variação cambial percentual; p é a taxa de inflação interna e p* a taxa de inflação externa, todas acumuladas de 0 a t. Podemos usar a seguinte fórmula aproximada: Kt = K0 + (Ê + p* - p) x 100 (onde K0 = k0/k0 x 100 = 100) onde Ê, p* e p são as variações acumuladas entre 0 e t. Ou então: Kt = Kt-1 + (Ê + p* - p) x 100 , onde: Ê, p* e p são as variações entre t-1 e t; Kt-1= (kt-1/k0)x100

Exercício: calcule o índice da taxa de câmbio real bilateral e a variação cambial ano a ano

Ver planilha

Exercício Suponha que no ano de 2015 um país teve equilíbrio estável no seu balanço de pagamentos e sua taxa de câmbio, por isso, foi considerada como de equilíbrio. Suponha agora que a inflação em 2016 foi de 100% no país e de 20% no exterior. Suponha ainda que a taxa de câmbio nominal foi desvalorizada em 25% no período (isto é, subiu 25%). Calcule o índice da taxa de câmbio real em 2016, considerando-se o ano de 2015 como base (isto é K15 = 100). Calcule a variação cambial ocorrida e a variação cambial requerida para retornar ao equilíbrio. K16 = [(1 + Ê) x (1 + p*) / (1+ p)] x 100 K16 = [(1,25 x 1,20) / 2] x 100 = (1,5 / 2) x 100 = 0,75 x 100 = 75 O que aconteceu com a taxa de câmbio real? Ela se apreciou (porque reduziu-se). E de quanto foi a apreciação real do câmbio? DK/K15= (75-100)/100 = -25% Desvalorização necessária = DE/E16 = -(DK/K16) = - (-25/75) = 0,333 = 33,3% (vide anexo 1)

Índice da taxa de câmbio real efetiva Cada país/moeda tem um grande número de taxas de câmbio bilaterais, uma para cada outro país que tenha uma moeda própria. Por isso usa-se calcular o índice da taxa de câmbio real em relação a uma cesta de moedas (chamado índice da taxa de câmbio real efetiva). Esta é uma medida da apreciação ou depreciação de uma moeda não em relação a uma outra específica, mas a uma média ponderada de outras moedas – portanto um indicador melhor da competitividade do país em termos globais. ITCREt = Keft =  ai Ki,t , onde K é a taxa de câmbio bilateral da moeda doméstica em relação à moeda i, em t; e ai é o peso da moeda i, na cesta de moedas (em geral determinado pela participação do país emissor da moeda i no comércio exterior do país de referência) Obs: há fórmulas alternativas para o ITCR, por exemplo, usando-se médias geométricas em vez de aritméticas, como acima.

Taxa de câmbio real efetiva da moeda brasileira

Anexo 1 Como calcular de forma precisa o desalinhamento da taxa de câmbio real e a apreciação/depreciação requerida para retornar à taxa de câmbio de equilíbrio de acordo com a PPC relativa

Como calcular o desalinhamento e a variação cambial necessária para voltar ao equilíbrio? O índice da taxa de câmbio real para um período t, em relação ao período base (0) é calculado da seguinte forma: Kt = (kt/ k0) x 100 = [(Et P*t/Pt) / (E0 P*0/P0)] x100 Kt = {[(Et/E0)(P*t/ P*0)] / (Pt/P0)}x100 Ou: Kt = [(1 + Ê) x (1 + p*) / (1+ p)] x 100 Onde: Ê=variação cambial percentual; p é a taxa de inflação interna e p* a taxa de inflação externa.

Como calcular o desalinhamento e a variação cambial necessária para voltar ao equilíbrio? Desalinhamento (em %): (DK/K0) x 100 Como voltar ao equilíbrio via alteração em E? Ke = lKt = lEt.P*t/Pt (*) Et+1 = lEt l = Et+1/Et = (Et+DE)/Et = 1+(DE/Et) (DE/Et) = l – 1 (1) l = Ke/Kt= K0/Kt = (Kt-DK)/Kt = 1-(DK/Kt) (2) Substituindo (2) em (1) (DE/Et) = 1-(DK/Kt) -1 (DE/Et) = - (DK/Kt) (variação cambial requerida) (*) Kt = [(Et P*t/Pt) / (E0 P*0/P0)] x100, mas como os índices do ano zero são iguais a 100, podemos escrever: K1 = (Et P*t/Pt)

Anexo 2