Cabo Submarino - Parte II

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
EUA: A CONQUISTA DA HEGEMONIA POLÍTICA E ECONÔMICA
Advertisements

A República faz 100 anos.
Os Primórdios da Enfermagem no Brasil
29 DE MARÇO: PARABÉNS SALVADOR
História do Paraguai Nomes: Lucas Perim Cazaroto n°:21
HISTÓRIA DA POLÍTICA EXTERIOR DO BRASIL
EXÉRCITO BRASILEIRO DECEx – DEPA – CMF DISCIPLINA: HISTÓRIA 2º ANO DO ENSINO MÉDIO ASSUNTO: PRIMEIRO REINADO – POLÍTICA EXTERNA.
EXÉRCITO BRASILEIRO DECEx – DEPA – CMF DISCIPLINA: HISTÓRIA 2º ANO DO ENSINO MÉDIO ASSUNTO: A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL OBJETIVOS.
EXÉRCITO BRASILEIRO DECEx – DEPA – CMF DISCIPLINA: HISTÓRIA 2º ANO DO ENSINO MÉDIO ASSUNTO: A ECONOMIA COLONIAL OBJETIVOS.
EXÉRCITO BRASILEIRO DECEx – DEPA – CMF DISCIPLINA: HISTÓRIA 2º ANO DO ENSINO MÉDIO ASSUNTO: O PERÍODO PRÉ-COLONIAL E O INÍCIO.
PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA
Período Imperial 1822 a 1892.
Período Imperial 1822 a 1892.
Independência do Brasil
A família real portuguesa
A indepêndencia do Brasil
CRISE NO BRASIL IMPÉRIO II
Mauá.
Ligue o som. Rolagem automática de Slides.
Navios Linha do tempo História das tecnologias da mídia
Ponte Internacional Barão de Mauá - Jaguarão RS -
DOM PEDRO II Prof. Estevan Rodrigues Vilhena de Alcântara.
Antecedentes D. Pedro II havia garantido a unidade do Império e lutava para exercer influência no sul da América Latina. Por quê? Para controlar a navegação.
A Regeneração Linhas de força e desenvolvimento da nova situação – o modelo europeu 2013 /01/16.
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
As Invasões Francesas no Brasil
A economia da Regeneração
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Conde D´Eu, Isabel e os três filhos, D
A GUERRA DO PARAGUAI.
O Processo de Independência do Brasil
Chegada da família real portuguesa.
O que a Conferencia de Berlim ocorrida em 1884 na Alemanha tem a ver com o dia 25 de maio instituído pela ONU em 1972 como o dia da África no mundo? Um.
RUI BARBOSA O ÁGUIA DE HAIA Clicar.
Como o imperialismo atuou no Brasil?
Roteiro de Estudo - 2º ANO
América.
IMAGENS DO TIBETE. IMAGENS DO TIBETE REVOLUÇÃO DA CORÉIA.
Contexto Histórico O ano de 1820 foi significativo, pois ocorria o avanço da Independência na América e pelas revoluções liberais na Europa; Ocorre.
Da queda da monarquia à formação da URSS.
Segundo Reinado no Brasil ( )
Os Portugueses no Brasil
CALENDÁRIO SEXY Ele & Ela. CALENDÁRIO SEXY Ele & Ela.
Rio Verde - Goiás - Brasil
A Primeira Guerra Mundial
O governo Luso no Brasil
Identidades de Cachoeira do Campo Nosso Calendário
Segundo Reinado: Situação externa e crise do império
A Guerra do Paraguai.
CAMINHOS DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
Pioneiro: WILLIAM BUCK BAGBY ( )
A consolidação do Império no Brasil
TRABALHO DE HISTORIA TEMA:A ERA NAPOLEÔNICA
Segundo Reinado: economia
América Platina.
Índice Introdução Transportes: Estradas Mala-posta ou diligência
Conjuntura europeia fins do séc. XVIII e início do XIX
A INFLUÊNCIA DA MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA
EXÉRCITO BRASILEIRO DECEx – DEPA – CMF DISCIPLINA: HISTÓRIA 2º ANO DO ENSINO MÉDIO ASSUNTO: A GUERRA DA TRÍPLICE ALIANÇA OBJETIVOS.
História da Comunicação:
A Vinda da Família Real para o Brasil
Colégio Nossa Senhora das Neves Componente curricular: História Professora: Kátia Suely 5º ano do Ensino Fundamental.
O I MPÉRIO DO B RASIL : S EGUNDO R EINADO Colégio Pedro II Professor: Eric Assis.
O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
Cap Crise do 2º Reinado.
Agora vamos mudar o nosso olhar
Período Joanino Dom João VI 1808 a 1821 Fuga de Portugal por causa da invasão napoleônica Volta a Portugal por ocasião da Revolta Liberal do Porto.
CONSTRUINDO O IMPÉRIO DO BRASIL O QUE SERIA O BRASIL? UMA REPÚBLICA OU UM IMPÉRIO?
Transcrição da apresentação:

Cabo Submarino - Parte II Ligue o Som. Rolagem Automática de Textos; Rolagem Manual de Slides. Telegrafia no Brasil Cabo Submarino - Parte II

Nos tempos do Brasil Império Princesa Izabel e Dom Pedro II (1870). A eletricidade e o fio telegráfico eram pensados, como os meios modernos capazes de atar as províncias, costurá-las umas às outras, evitando dessa forma a desagregação do território nacional. Princesa Izabel e Dom Pedro II (1870).

Rio de Janeiro, capital do Império, 1889. Um dos maiores incentivadores da telegrafia no Brasil, foi Guilherme Schüch de Capanema - Barão de Capanema. Fundou a Repartição Geral dos Telégrafos (RGT) e a dirigiu, de 1852 até a queda do Império em 1889. Rio de Janeiro, capital do Império, 1889.

Em 11 maio de 1852, foi inaugurada a primeira linha telegráfica no Brasil, com 3 Km de extensão, ia da Quinta Imperial ao Quartel do Campo, no Rio de Janeiro. Visava expedir ordens rápidas para a repressão ao tráfico de escravos.

Com extensão total de 50 km, possuía 15 km em cabo submarino. Objetivando atender necessidades da coroa, cinco anos após, em 1857, foi criada uma linha telegráfica que interligava a Praia da Saúde no Rio de Janeiro com a cidade de Petrópolis. Com extensão total de 50 km, possuía 15 km em cabo submarino.

Em 1861, foi cogitado, implantação de uma rede telegráfica nacional que alcançasse as principais cidades brasileiras. Províncias do Império do Brasil (1822 -1889) Questionava-se: As linhas seriam aéreas, subterrâneas ou submarinas? Seriam construídas pelo governo ou terceirizadas?

O relatório do Ministério da Agricultura e Obras Públicas, 1861, apontou a estratégia escolhida naquele momento para o desenvolvimento da telegrafia : A Repartição Geral dos Telégrafos (RGT) deveria construir suas próprias linhas, avançando inicialmente para o norte e, ano a ano, progredir com a extensão desta conforme crédito aprovado.

Em 1865, o país entra na guerra do Paraguai e a telegrafia, com grande ênfase, em vez de rumar para o norte, encaminha-se para o sul. Pintura - Pedro Américo – Museu nacional de Belas Artes Maior conflito armado internacional ocorrido na América do Sul. A guerra foi travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança composta por Brasil, Argentina e Uruguai (dez.1864 - mar.1870).

O encouraçado Riachuelo, da marinha imperial brasileira, atuou no teatro da guerra. Atendendo necessidades militares da guerra, um grande mutirão nacional foi orquestrado pela Repartição Geral dos Telégrafos, para a construção de uma linha da Corte até o front. Esta teve uma parte terrestre e outra via cabo submarino.

A parte terrestre se iniciou em setembro de 1865 e foi concluída em junho do ano seguinte. A empreitada contou com a colaboração de autoridades dos locais por onde o fio passava, assim como dos proprietários de terras que custearam boa parte das despesas com o fornecimento dos postes e mão-de-obra, tirados das suas fazendas.

Na parte via cabo submarino o império promoveu, inicialmente, a ligação entre o Morro da Viúva (Botafogo) e a Fortaleza de Santa Cruz, em Niterói. Morro da Viúva Fortaleza de Santa Cruz A seguir, foi implementada a rede telegráfica submarina na chamada Linha Sul, que ligou a capital do império ao front.

Na comunicação entre a Corte e a província do Rio Grande do Sul, iniciada também em 1865, 17 barras (estações) foram atravessadas por cabos submarinos. 1 2 3 5 4 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 17 16

Sob a direção de Capanema, as linhas telegráficas se estenderam de norte a sul, por todo o litoral, de Belém às fronteiras do Uruguai e Argentina.

A barreira “imensidão do oceano”havia sido vencida. A conquista da “telegrafia transatlântica” através do cabo submarino, estendido pelo magnífico navio inglês Great Eastern, em 27 de julho de 1866, uniu Europa e América do Norte. A barreira “imensidão do oceano”havia sido vencida. No Brasil, esse acontecimento acendeu os ânimos: a telegrafia poderia tornar o país “vizinho da Europa”, as relações externas melhorariam, acenavam-se divisas políticas e econômicas.

Em 1872, o governo concedeu a Irineu Evangelista de Sousa - Barão de Mauá, o direito de explorar a telegrafia no país por 20 anos. O império contratou também, nesta época, empresas inglesas para lançamento de cabo submarino na costa brasileira, vez que dispunham de recursos e realizavam a empreitada de forma rápida. Em troca dos serviços lhe concedia concessões, em prazos de até 100 anos, de exploração do uso da telegrafia submarina no país.

Coube ao navio Hooper estender 1150 milhas náuticas de cabo submarino, de Recife até o banco de Bragança a 75 milhas de Belém, na linha Pernambuco-Pará. Navio Hooper - Museum, Cornwall, Inglaterra. O vapor britânico Hooper foi construído em 1872, com fins específicos de lançamento de cabos submarinos. Segundo maior navio do mundo no ramo, perdia apenas para o Great Eastern.

A obra foi custeada e realizada pela empresa inglesa - Western and Brazilian Telegraph Company. A supervisão, da instalação telegráfica da linha Pernambuco-Pará, foi feita pelo grande físico inglês William Thompson (Lord Kelvin) e por seu colega Fleeming Jenkin. Engenheiros e especialistas na colocação de cabos submarinos, que vieram para o Brasil a bordo do navio Hooper.

O Hooper, que havia chegado ao porto de Recife um dia antes, deixou a cidade em 08 de agosto de 1873. Aportou em Belém, sendo recebido com muita festa, dezessete dias após. Coube ao navio Great Northern, em 31 de agosto, trazer o cabo que foi soldado na extremidade do estendido pelo Hooper, completando assim as 75 milhas faltantes da ligação até Belém.

Na ligação entre Recife e Belém foram imersos 2130 km de cabo Na ligação entre Recife e Belém foram imersos 2130 km de cabo. A linha foi inaugurada em 5 de setembro de 1873, com trocas de telegramas entre os governantes das duas províncias. Em 23 de dezembro de 1873, concluía-se a ligação entre Belém, Recife e Salvador ao Rio de Janeiro.

Don Pedro II enviou cabogramas aos presidentes das três Províncias, nos termos: “Já se acha o cabo submarino no território da capital do Brasil. A eletricidade começa a ligar as cidades mais importantes deste Império, como o patriotismo reúne todos os brasileiros no mesmo empenho pela prosperidade de nossa majestosa pátria. O Imperador saúda, pois, a Bahia, Pernambuco e Pará por tão fausto acontecimento, na qualidade de seu primeiro compatriota e sincero amigo”.

Em 1874 o Brasil inaugurava seu primeiro cabo submarino que cruzava o Atlântico, saindo de Recife foi até São Vicente (Cabo Verde) daí a ilha da Madeira e então a Carcavelos em Portugal. Idealizado por Mauá e por esse financiado, o cabo submarino, que ligou América do Sul a Europa, foi construído e colocado por uma companhia inglesa (Telcon) e funcionou até 1973.

e aos monarcas de Portugal, Inglaterra e Áustria. Quando a ligação com a Europa foi completada, em 22 de junho de 1874, a notícia foi alcançar o Imperador em visita à Biblioteca Nacional. Sua Majestade mandou passar cabogramas: - ao presidente da Brazilian Submarine Telegraph Company (mais tarde, Western Telegraph Co.) e aos monarcas de Portugal, Inglaterra e Áustria. Houve manifestações na Câmara e júbilo popular. A Imprensa divulgou, por vários dias, notícias à respeito. Imperador Dom Pedro II - 1873

O período entre 1866-1886 foi considerado o momento áureo da expansão da rede telegráfica sob o Império. Em vinte anos, o Império construiu 10.969 Km de linhas ligando 182 estações, capazes de “estreitar num sólido e vigoroso laço de fio telegráfico todo o vasto litoral de um ao outro extremo do país”.

A República, proclamada em 15 de novembro de 1889, cobrou agilidade e desempenho da telegrafia à fim de alcançar todos os pontos do país. A epopéia duraria até o primeiro quartel do século XX, particularmente com os trabalhos de Rondon e equipe.

A década de 80, encontrou o Brasil unido ao mundo civilizado por cabos ópticos submarinos, que permitiam circulação rápida de informações, um pouco à semelhança das redes que, atualmente, permitem a Internet. Convém destacar: muito embora os satélites de comunicação cubram uma parte da demanda de transmissão, especialmente para Televisão e Internet, os cabos submarinos de fibra óptica seguem sendo, na atualidade, a base da rede mundial de telecomunicações.

Músicas: Formatação – Maiara - 2010. Aguarela do Brasil.wav Hino Nacional Brasileiro - Pássaros “Conquest of Paradise” - Dana Winner Formatação – Maiara - 2010.

Referências: Carlos Henrique Brack - Curiosidades carioca - O Cabo Submarino - rio-curioso.blogspot.com - 2007 José Mª F. BassaloI e Luís C. B. Crispino - Sir William Thomsom e a instalação do cabo telegráfico submarino entre Pernambuco e o Pará. Rev. Bras. Ensino Fís. vol.29, no.4, São Paulo, 2007. Mauro C. da Silva e Ildeu de C. Moreira - A introdução da telegrafia elétrica no Brasil (1852-1870) – UFRJ, RJ