FILOSOFAR Capítulo 20 – A estética.

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Transcrição da apresentação:

FILOSOFAR Capítulo 20 – A estética

Estética Termo origem grega: aisthetike que significa “perceptível pelos sentidos”, hoje em dia é muito utilizada para referir-se ao que pode ser percebido como agradável e belo pelos sentidos. Designa uma área especifica dos estudos filosóficos que para Immanuel Kant (1724-1804) estuda as condições da percepção pelos sentidos e para Alexader Baumgarten (1714- 1762) como teoria do belo e suas manifestações. Parte da experiência sensorial, da sensação, para chegar a um resultado subjetivo. Seu principal objeto de investigação é o fenômeno artístico por meio da obra de arte.

O belo Juízos de fato e Juízos de valor (juízo moral e juízo estético) O que é a beleza? Algo que nos agrada? Satisfaz nossos sentidos? Filósofos idealistas como Platão afirmam que a beleza é objetiva, que existe em si e que seria como uma forma ideal, como um modelo no plano das ideias. Filósofos materialistas-empiristas como David Hume, a beleza seria subjetiva, que depende do gosto individual que é desenvolvido sob a influência da cultura em que se vive.

Immanuel Kant diz que embora o juizo estético sobre as coisas seja uma capacidade subjetiva, há aspectos universais na percepção estética dos indivíduos (o que é belo para muitas pessoas) Georg W. Friedrich Hegel em uma perspectiva histórica, o relativo consenso sobre o belo varia de acordo com a época o desenvolvimento cultural. A arte tem como função mostrar a evolução espiritual dos seres humanos ao longo da historia, se ela consegue isso, então ela é bela. >> Na concepção hegeliana tanto a definição de beleza quanto a capacidade individual de percebê-la são construções histórico-sociais.

A arte Se procurar bem, você acaba encontrando não a explicação (duvidosa) da vida mas a poesia (inexplicável) da vida. Carlos Drummond O grito (1893), Edvard Munch. O pintor norueguês Edvard Munch foi um especialista em retratar emoções. Para ele, o importante não era pintar as pessoas, mas os sentimentos que elas expressavam, como podemos observar nesta obra.

O que é a arte? Para Susanne Langer, pode ser entendida como a prática de criar formas perceptíveis expressivas do sentimento humano. produto do fazer humano (habilidade e criatividade) formas capazes de serem percebidas por nossa mente manifestação dos sentimentos humanos que é impossível atingir pelo pensamento discursivo.

A arte como fenômeno social Arte: fenômeno social o artista é um ser social — como ser social, o artista reflete na obra de arte sua maneira própria de sentir o mundo em que vive, as alegrias e as angústias, os problemas e as esperanças de seu momento histórico. a obra de arte é percebida socialmente pelo público — por mais íntima e subjetiva que seja a experiência do artista deixada em sua obra, esta será sempre percebida de alguma maneira pelas pessoas. A obra de arte será, então, um elemento social de comunicação da mensagem de seu criador.

mundo, que ele exprime igualmente em seu estilo. LUKÁCS, Georg. A OBRA DE ARTE O ARTISTA O PÚBLICO O artista vive em sociedade e — queira ou não — existe uma influência recíproca entre ele e a sociedade. O artista — queira ou não — se apóia numa determinada concepção do mundo, que ele exprime igualmente em seu estilo. LUKÁCS, Georg. Arte livre ou arte dirigida? Revista Civilização Brasileira, n. 13, p.176.

Arte como fenômeno universal Criação, que por sua vez, estabelece uma espécie de rompimento com o tempo imediato e um encontro do homem com a eternidade. Arte “Toda arte é condicionada pelo seu tempo e representa a humanidade em consonância com ideias e aspirações, as necessidades e as esperanças de uma situação histórica particular. Mas, ao mesmo tempo, a arte supera essa limitação e, dentro do momento histórico, cria também um momento de humanidade que promete constância no desenvolvimento.” FISCHER, Ernst. A necessidade da arte, p. 17. Desse modo, as circunstâncias particulares que estão presentes na criação artística se unem, harmoniosamente, a elementos de universalidade, o que traz a noção de eterno, atemporal.

O belo deve fazer parte da educação do indivíduo Arte e educação Platão e Aristóteles Belo Bom O belo deve fazer parte da educação do indivíduo Friedrich von Schiller (1759-1805): além da educação ética, proposta de uma educação estética Esta bailarina é uma das obras-primas do pintor francês Edgard Degas (1834-1917), que dedicou boa parte de suas telas a cenas do cotidiano feminino, produzindo uma desmitificação da mulher. Pequena bailarina de 14 anos (1879-81).

Arte e educação Entrelaçamento entre ética e estética: o belo pode despertar o bom no indivíduo. Educação estética + educação ética : harmonizar e aperfeiçoar o mundo individuo alcançar sua liberdade (através da beleza) educação do sentimento O individuo menos pressionado por insatisfações e necessidades, poderá agir mais de acordo com sua boa consciência. Através do belo o mundo material se reconciliasse com uma forma superior de moralidade, o ensino da arte, educando os sentidos e a sensibilidade, poderia tornar, portanto, o individuo melhor.

Arte e cultura de massa Theodor Adorno (1906-1969) Schiller (1759-1805) Theodor Adorno (1906-1969) A arte é filha da liberdade e quer ser legislada pela necessidade do espírito, não pela carência da matéria. Hoje, porém, a carência impera e curva em seu jugo tirânico a humanidade caída. O proveito (a vantgem, o lucro) é o grande ídolo do tempo; quer ser servido por todas as forças e cultuado por todos os talentos. Nesta balança grosseira o mérito espiritual da Arte não pesa, e ela, roubada de todo estímulo, desaparece no ruidoso mercado do século. SCHILLER, Friedrich. Sobre a educação estética, p. 35. Arte ideal (Schiller): função é servir à necessidade do espírito humano, não ao “mercado do século” (interesses econômicos que determinam o que deve ser feito para atender à demanda de mercado) Indústria cultural (Adorno): a arte e os bens culturais estão submetidos aos interesses do mercado

Industria Cultural a arte e os bens culturais estão submetidos aos interesses do capitalismo contemporâneo. investimento no que agrada as massas de forma imediata não está preocupada com educação estética, vendem os valores do capitalismo: colonização do espírito o público: “pouco mais que consumidores potenciais, cujas necessidades e desejos podem, através de estratégias adequadas, ser manipulados, estimulados e controlados.” (THOMPSON, 1995) A indústria cultural perfidamente realizou o homem como ser genérico. Cada um é apenas aquilo que qualquer outro pode substituir: coisa fungível, um exemplar. Ele mesmo como indivíduo é absolutamente substituível, o puro nada. (ADORNO, 2002)

Cultura de massa x cultura popular A indústria cultural cria a cultura de massa, ou seja, a cultura destinada às massas. Isso não tem nada que ver com cultura popular, que seria a cultura própria e espontânea de um povo, refletindo as suas particularidades regionais e recuperando a tradição e os valores autênticos de um dado grupo. A cultura de massa, ao contrário, homogeneíza as manifestações artísticas ao oferecer à exaustão um determinado fenômeno de venda e veicular sempre o mesmo, o que desestimula o espírito inovador e empobrece o cenário cultural. A cerâmica Maria Bonita e Lampião, do mestre Vitalino (1909-1963), é uma peça de arte popular que, com estilo ingênuo e significativa brasilidade, resgata nossas tradições.