O VELHO DA HORTA GIL VICENTE PROFESSOR: Geordano Valente Raad

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Transcrição da apresentação:

O VELHO DA HORTA GIL VICENTE PROFESSOR: Geordano Valente Raad DISCIPLINA: LITERATURA TURMA: 1ª Série Ens. Médio

TEMÁTICA O tema central é o amor tardio, extemporâneo, as consequências desastrosas desse amor e o patético e ridículo do assédio de um velho, que se julga irresistível, a uma jovem esperta e prudente.

RESUMO A história gira em torno das desventuras de um homem já entrado nos anos e seu frustrado amor por uma jovem que vem à sua horta comprar verduras. Por meio do diálogo entre o velho e a jovem, Gil Vicente capta a crueza de uma situação que oscila entre o ridículo e o ilusório. O Velho apaixonado deixa-se levar por um amor imprudente e obcecado; a Moça, motivo dos sonhos do Velho, é irônica, sarcástica e retribui as declarações de amor com zombarias.

ENREDO A ação se inicia quando a Moça vai à horta do Velho buscar hortaliças, e este se apaixona perdidamente por ela. No diálogo entre ambos estabelecem-se dois planos de linguagem: a linguagem galanteadora do Velho, estereotipada e a linguagem zombeteira e às vezes mordaz da Moça que não se deixa enganar pelas palavras encantadoras do pretendente e não se sente atraída nem por ele , nem por sua fortuna, nem por sua "lábia" cortesã. São duas visões opostas da realidade: a visão idealizadora do Velho apaixonado e a visão realista da Moça.

ENREDO Uma alcoviteira, Branca Gil, promete ao Velho a posse da jovem amada e, com isso, vai extorquindo todo seu dinheiro. Na cena final, o Velho, desenganado, só, e reduzido à pobreza, pois gastara tudo o que tinha, deixando ao desamparo suas quatro filhas, reconhece o seu engano e se arrepende. A Alcoviteira é açoitada, e a Moça casa-se honestamente com um belo rapaz. A introdução ao texto da peça esclarece que a farsa foi encenada em 1512, na presença de D. Manuel I, rei de Portugal.

ABORDAGEM DO AUTOR Nesta farsa, Gil Vicente retrata os infortúnios do amor de um velho que, ironizado pela moça, termina a peça revelando uma grande frustração. No entanto, a preocupação da farsa vicentina não se restringe ao amor não correspondido, mas vai além da simples crítica social, atingindo as críticas morais, de interesses pessoais e, sobretudo, materiais. Ademais, revela com bastante fidelidade as ideologias e costumes desse período de transição para o Renascimento, mas que ainda conserva hábito como o açoite em praça pública, ato que ainda perpetuaria por muitos séculos adiante. Gil Vicente, portanto, registrara a comportamento e a ideologia do homem medieval, mas também já prenunciara as novas ideologias que estavam por iniciar uma nova página na história da literatura e da sociedade portuguesa.

ESTRUTURA DA OBRA Quatro versos em redondilhas maiores e um quinto verso com três sílabas métricas. Os conceitos formulados pelo Velho acerca da natureza do amor são do formulário lírico dos poetas quinhentistas (Petrarca). A interlocução do Velho apaixonado, contagiado pelo gosto das antíteses e pelo conceito do conflito entre a razão e o sentimento amoroso: “que morrer é acabar A amor não tem saída"

PERSONAGENS Parvo – criado do Velho com pouca cultura,limitando-se a chamar-lhe às realidades primárias da vida (o comer)  incapaz de compreender grandes dramas. Alcoviteira – figura pitoresca da baixa sociedade peninsular astuciosa e mistificadora,cuja moral independe de todas as leis da sensibilidade. Alcaide – antigo oficial de Justiça. Beleguins – agentes de polícia. Mocinha – personagem que vai até a horta comprar. Mulher – espera do Velho. Velho – idoso, proprietário de uma horta, apaixona-se subitamente por uma jovem compradora. Moça – rapariga com certa experiência, já balzaquiana, com resposta ao pé da letra, confiante em si mesmo, disposta a zombar de um velho inofensivo,sem quebra da sua dignidade pessoal.

CARACTERÍSTICAS DA OBRA É uma peça de teatro escrita em versos e possui um enredo; Há pouco aparato cênico; Há captação da crueza de uma situação que oscila entre o ridículo e o ilusório. A linguagem do Velho é um arremedo da poesia palaciana; A linguagem da Moça é zombeteira e se contrapõe a do Velho; As ações aproximam-se da comicidade girando em torno de um episódio extraído da vida real.