História . Aula 02 O Brasil no contexto da Guerra Fria 1 - INTRODUÇÃO “A Segunda Guerra Mundial mal terminara quando a humanidade mergulhou no que se pode encarar, razoavelmente, como uma Terceira Guerra Mundial, embora uma guerra muito peculiar. Pois, como observou o grande filósofo Thomas Hobbes, ‘a guerra consiste não só na batalha, ou no ato de lutar, mas num período de tempo em que a vontade de disputar pela batalha é suficientemente conhecida’ (Hobbes, capítulo 13). A Guerra Fria entre EUA e URSS, que dominou o cenário internacional na segunda metade do breve século XX, foi sem dúvida um desses períodos.” HOBSBAWN, Eric. Era dos Extremos. São Paulo, Companhia das Letras, 1995.
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História . Aula 02 O Brasil no contexto da Guerra Fria 2 – 1945: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NO BRASIL O General Eurico Gaspar Dutra vence as eleições.
História . Aula 02 O Brasil no contexto da Guerra Fria 2.1 - DUTRA no contexto da Guerra Fria O governo Dutra assinou com os Estados Unidos o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR) Rompeu relações com URSS e colocou na ilegalidade o Partido Comunista Brasileiro(PCB). Cassou o mandato dos representantes comunistas nas câmaras legislativas.
História . Aula 02 O Brasil no contexto da Guerra Fria 2.2 – DUTRA e o Projeto Liberal O presidente Dutra determinou o rebaixamento das tarifas alfandegárias. Assim, o Brasil foi invadido por uma enxurrada de produtos estrangeiros, principalmente, os norte-americanos: Automóveis de luxo; Eletrodomésticos; Perfumes; Tecidos; Alimentos; Casacos de pele; Aparelhos de Televisão; Detalhe: não havia nenhuma emissora de TV no Brasil.
História . Aula 02 O Brasil no contexto da Guerra Fria 2.3 – Resultados da política liberal de Dutra A industria nacional sentiu um choque, diante do grande incentivo às importações. A dívida externa, que havia apresentado significativa redução durante a Segunda Guerra Mundial, voltou acrescer. A inflação cresceu assustadoramente e diminuiu o poder de compra dos trabalhadores brasileiros. Os trabalhadores passaram a questionar o governo Dutra e apoiar a candidatura de Getúlio Vargas para Presidente. Vargas era um velho conhecido dos trabalhadores brasileiros.
História . Aula 02 O Brasil no contexto da Guerra Fria 3 – 1950: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NO BRASIL Getúlio Vargas vence as eleições com quase a metade dos votos.
História . Aula 02 O Brasil no contexto da Guerra Fria 3.1 - VARGAS no contexto da Guerra Fria Vargas gostava de se apresentar como um político nacionalista, ou seja, defendia uma proteção especial para os empresários brasileiros e um rigoroso controle sobre os investimentos estrangeiros no país. Depois de uma grande campanha que tinha como Lema “ O Petróleo é Nosso”, Vargas assina o decreto que determinava o monopólio estatal do petróleo. 1953 – Criação da Petrobrás O governo norte-americano reagiu cancelando o empréstimo de milhões de dólares prometido ao governo brasileiro. Vargas comprou uma briga com um inimigo poderoso: as multinacionais e o governo dos EUA. Getúlio Vargas, Tela de A. Malagoli
História . Aula 02 O Brasil no contexto da Guerra Fria Para os comandantes militares (generais, coronéis e almirantes que vinham da classe média) o Brasil deveria ficar totalmente alinhado com os EUA e contra a URSS. Mesmo sabendo que Vargas nada tinha de comunista, sua política nacionalista era vista como uma agressão ao aliado norte-americano. Em 1954, a carta-testamento deixada por Getúlio Vargas exaltava o nacionalismo e atacava os trustes estrangeiros. O trauma causado pelo suicídio do Presidente, bem como o emotivo conteúdo da carta atingiu fortemente a sensibilidade de grande parte da sociedade e, naturalmente, muitos cidadãos, embora não comunistas, sentiram-se atraídos para a pregação dessas frentes que, de certa forma, também pregavam o nacionalismo, mas com objetivos próprios. Isto veio a reforçar as bases comunistas no Brasil.
História . Aula 02 O Brasil no contexto da Guerra Fria 4 – Juscelino Kubitschek e a desenvolvimentismo atrelado ao capital estrangeiro. No governo JK, dezenas de multinacionais abriram filiais no Brasil, principalmente para produzir bens de consumo. Alem disso, JK investiu pesado na Petrobrás e nas empresas siderúrgicas estatais e construiu a nova capital do Brasil: BRASÍLIA. Para garantir tantos investimentos, JK contraiu empréstimos com banqueiros estrangeiros, dobrando o tamanho da nossa dívida externa. No contexto da Guerra Fria , Juscelino reforçou o alinhamento ao lado dos EUA. Juscelino manteve o Partido Comunista na ilegalidade.
História . Aula 02 O Brasil no contexto da Guerra Fria 4.1 - A forte influência norte-americana na cultura brasileira nos anos 50
História . Aula 02 O Brasil no contexto da Guerra Fria 5 - Jânio Quadros vence as eleições com 48% dos votos (1960) 5.1 – As contradições de Jânio O governo de Jânio foi marcado por atitudes contraditórias, que lhe valeram, em pouco tempo, severas críticas. No plano interno, Jânio revelava suas idéias contrárias ao comunismo e sua disposição em manter o país aberto ao capital estrangeiro.
História . Aula 02 O Brasil no contexto da Guerra Fria No plano externo: Jânio procurou realizar uma política independente, que o levou a aproximar-se de países socialistas, como a China e a União Soviética. 19 de agosto de 1961 – Jânio Quadros condecorou o guerrilheiro Ernesto Che Guevara, herói da Revolução Cubana.
História . Aula 02 O Brasil no contexto da Guerra Fria 5.2 - A renúncia de Jango A oposição e os Estados Unidos interpretaram as atitudes de Jânio como uma abertura ao comunismo internacional. 25 de agosto de 1961: não resistindo às pressões políticas, Jânio Quadros, inesperadamente, renunciou ao cargo de presidente da república. O vice Jânio, João Goulart, deveria assumir a presidência.
História . Aula 02 O Brasil no contexto da Guerra Fria 6 – João Goulart assume o poder com poderes limitados De acordo com a Constituição vigente no país, com a renúncia de Jânio Quadros, a presidência da república deveria ser ocupada pelo vice-presidente eleito João Goulart. Este, porém, estava em visita oficial à China Comunista, e a presidência foi entregue a Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara dos Deputados. A oposição acusou Jango de “perigoso comunista” e tentou impedir que ele tomasse posse. Foi instalado no Brasil o sistema Parlamentarista em que o chefe de governo é o primeiro-ministro, no caso, Tancredo Neves. Isso significa que João Goulart assumiria a presidência com poderes limitados.
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História . Aula 02 O Brasil no contexto da Guerra Fria 6.1 – As reformas de base propostas por Jango Durante o Comício de 13 de março de 1864, ficou claro que as “Reformas de Base" seriam feitas na lei ou na "marra". Além da reforma urbana, educacional, eleitoral e tributária, Jango defendia a REFORMA AGRÁRIA e LEI DE REMESSAS DE LUCROS. A burguesia nacional e internacional temia que as reformas de base fosse apenas o começo de uma ameaça comunista.
História . Aula 02 O Brasil no contexto da Guerra Fria 6.2 - A FORTE OPOSIÇÃO À JANGO Os latifundiários não aceitavam a reforma agrária; Os grandes empresários e os banqueiros estavam assustados com as greves dos trabalhadores; Os Estados Unidos temiam que no Brasil ocorresse uma revolução socialista, como havia acontecido em Cuba; Marcha da Família com Deus pela Liberdade A maioria dos oficiais das Forças Armadas vinha da Classe Média, portanto, os militares temiam que Jango fosse incapaz de enfrentar o “perigo comunista”. No dia 31 de março de 1964, o governador da Guanabara, Carlos Lacerda, rebelou-se contra o governo, dando início ao Golpe Militar.
História . Aula 02 O Brasil no contexto da Guerra Fria 6.3 – Os militares assumem o poder Foto: A polícia militar reprimindo os protestos contra o regime militar. Depois do golpe de 1964, operários, camponeses, políticos, estudantes, jornalistas e professores foram para a cadeia.
História . Aula 02 O Brasil no contexto da Guerra Fria 6.4 – O envolvimento dos Estados Unidos no Golpe Militar em 1964 O que sempre foram especulações ganha agora o peso da confirmação. A partir dos documentos inéditos encontrados pelo historiador Carlos Fico no National Archive and Records Administration, em Washington, confirma-se o envolvimento americano no golpe militar de 1964, no Brasil. Na documentação descoberta pelo pesquisador — até então sigilosa mas recentemente tornada pública —, fica-se sabendo da existência de um plano de contingência de apoio aos conspiradores brasileiros, chamados pelos americanos de "forças democráticas", para derrubar o presidente João Goulart. Esse plano data de dezembro de 1963 e, portanto, teria sido articulado três meses antes de 31 de março de 1964.