Do Meio Natural ao Meio Técnico-Científico e Informacional

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Transcrição da apresentação:

Do Meio Natural ao Meio Técnico-Científico e Informacional

O Processo de Historicização da Natureza O fato de que os homens necessitam comer, vestir, proteger-se e incorporar graus crescentes de conforto à sua existência impele-os ao trabalho. O progresso humano é fruto do trabalho, é o consenso popular, que reconhece no processo do trabalho a viga que sustenta a evolução e a revolução humana. Assim, a natureza fornece o trigo, mas o homem o quer na forma de pão. Com o seu trabalho, produz o trigo e o transforma em pão Este processo pode ser compreendido como da transformação da natureza em formas novas para a natureza

O Processo de Historicização da Natureza A natureza apresenta-se aos nossos olhos sob distintas formas, mas simplificam-se estas formas em duas: A Primeira Natureza (a natureza ‘’natural’’) & Segunda Natureza (a natureza ‘’socializada’’) Estamos falando que, o processo do trabalho passa-se como sendo a transformação da primeira natureza em segunda. O que é forma natural neste momento fica transmutada em uma forma social com o trabalho

O Processo de Historicização da Natureza O homem é ele próprio natureza e história: Natureza hominizada. A hominização do homem pelo trabalho de transformação da natureza é decorrência de ser ele o sujeito e o objeto de sua própria história. Com a natureza socializada não desaparece a natureza primeira. O que temos é a mudança de forma-natureza para forma-sociedade. O processo de historicização da natureza é o próprio processo histórico de formação da sociedade. O homem naturiza-se historicizando a natureza e historiciza-se naturizando a história.

Do Meio Natural ao Meio Técnico-Científico e Informacional A história das chamadas relações entre sociedade e natureza é, em todos os lugares habitados, a da substituição de um meio natural, dado a uma determinada sociedade, por um meio cada vez mais artificializado, isto é, sucessivamente instrumentalizado por essa mesma sociedade. Podemos admitir que a história do meio geográfico pode ser grosseiramente dividida em três etapas: o meio natural, o meio técnico, o meio técnico-científico-informacional.

O Meio Natural Quando tudo era meio natural, o homem escolhia da natureza aquelas suas partes ou aspectos considerados fundamentais ao exercício da vida, valorizando, diferentemente, segundo os lugares e as culturas, essas condições naturais que constituíam a base material da existência do grupo. As técnicas e o trabalho se casavam com as dádivas da natureza, com a qual se relacionavam sem outra mediação.

‘’Sociedades naturais’’ versus ‘’sociedades históricas’’ Nas ‘’sociedades naturais’’, assim chamadas porque a terra é o meio universal de trabalho, há uma unicidade orgânica entre o homem e a natureza. O ritmo o trabalho e da vida dos homens repete o ritmo da natureza. O espaço geográfico é o próprio espaço natural. A terra é a despensa primitiva e o arsenal primitivo. Trabalhando-a, tiram os homens seu sustento e os instrumentos com os quais produzirão meios de subsistência e instrumentos de trabalhos novos

‘’Sociedades naturais’’ versus ‘’sociedades históricas’’ Nas ‘’sociedades históricas’’ – capitalistas – o vínculo será rompido. Para viabilizar, o capital proletariza os homens e se apropria da natureza. Como o capital separa os homens da natureza e comanda a perodução/reprodução da existência, o ritmo do trabalho e dos homens são o ritmo do capital. Como o processo de trabalho é uma relação homem-natureza apontada para o lucro pela via da produção de mercadorias de baixo custo, a relação é de depredação.

O período técnico vê a emergência do espaço mecanizado. O Meio Técnico O período técnico vê a emergência do espaço mecanizado. Os objetos que formam o meio não são, apenas, objetos culturais; eles são culturais e técnicos, ao mesmo tempo. Quanto ao espaço, o componente material é crescentemente formado do "natural" e do "artificial". As áreas, os espaços, as regiões, os países passam a se distinguir em função da extensão e da densidade da substituição, neles, dos objetos naturais e dos objetos culturais, por objetos técnicos. Os objetos técnicos e o espaço maquinizado são locus de ações "superiores", graças à sua superposição triunfante às forças naturais. Tais ações são, também, consideradas superiores pela crença de que ao homem atribuem novos poderes — o maior dos quais é a prerrogativa de enfrentar a Natureza, natural ou já socializada, vinda do período anterior, com instrumentos que já não são prolongamento do seu corpo, mas que representam prolongamentos do território,

O Meio Técnico-Científico e Informacional O terceiro período começa praticamente após a segunda guerra mundial e, sua afirmação, incluindo os países de terceiro mundo, vai realmente dar-se nos anos 70. É a fase a que R. Richta (1968) chamou de período técnico-científico, e que se distingue dos anteriores, pelo fato da profunda interação da ciência e da técnica, a tal ponto que certos autores preferem falar de tecnociência para realçar a inseparabilidade atual dos dois conceitos e das duas práticas. Essa união entre técnica e ciência vai dar-se sob a égide do mercado. E o mercado, graças exatamente à ciência e à técnica, torna-se um mercado global. Neste período, os objetos técnicos tendem a ser ao mesmo tempo técnicos e informacionais, já que, graças à extrema intencionalidade de sua produção e de sua localização, eles já surgem como informação; e, na verdade, a energia principal de seu funcionamento é também a informação. Podemos então falar de uma cientificização e de uma tecnicização da paisagem. Por outro lado, a informação não apenas está presente nas coisas, nos objetos técnicos, que formam o espaço, como ela é necessária à ação realizada sobre essas coisas