INFLUÊNCIA DA VIA DE ABORDAGEM CIRÚRGICA NO TRATAMENTO DA LUXAÇÃO TRAUMÁTICA DA ANCA Joaquim Soares do Brito; Pedro Rocha; Miguel Botton; André Spranger; Graça Lopes; Paulo Almeida Serviço de Ortopedia do Centro Hospitalar Lisboa Norte EPE Diretor: Professor Doutor Jacinto Monteiro

Introdução Lesão infrequente do adulto jovem1,2,3 Relacionada com trauma de elevada cinética1,2,3 Redução é urgente e influencia o resultado final2,3 Sanders S; Tejwani N, Egol K; Traumatic hip dislocation: a review; Bulletin of the NYU Hospital for joint Diseases; 2010 Obakponovwe O, Morell D, Ahmad M, Nunn T, Giannoudis PV; Traumatic Hip dislocation; Orthopaedic and Trauma; 2011 Clegg TE, Roberts CS, , Greene JW, Prather BA; Hip dislocations: Epidemiology, treatment, and outcomes; Injury, 2009

Objetivo Os autores pretenderam estudar a influência da via de abordagem cirúrgica utilizada para o tratamento definitivo da luxação traumática da anca, no que respeita a: 1) tempo operatório 2) necessidade transfusional 3) evolução para necrose avascular 4) lesão iatrogénica do grande nervo ciático 5) evolução para artrose pós-traumática precoce 6) infeção pós-operatória

Grupo de estudo N – 17 Média de Idade – 42 A FU médio – 5 A

KL – Via de Kocker-Langenbeck LCG – Luxação Cirúrgica de Ganz Grupo de estudo KL – Via de Kocker-Langenbeck LCG – Luxação Cirúrgica de Ganz

Grupo de estudo N – 11 Média de Idade – 44 FU médio – 5 A N – 6

Metodologia Avaliação dos processos clínicos/imagiológicos com registo de: via de abordagem cirúrgica tempo operatório necessidade transfusional peri-operatória necrose avascular da cabeça femoral (NACF) lesão neurológica iatrogénica artrose precoce pós-traumática (< 2 anos) infeção SPSS 22.0: Qui-quadrado (variáveis categóricas); Mann-Whitney (variáveis contínuas)

KL – Via de Kocker-Langenbeck LCG – Luxação Cirúrgica de Ganz Resultados p = 0,098 KL – Via de Kocker-Langenbeck LCG – Luxação Cirúrgica de Ganz

KL – Via de Kocker-Langenbeck LCG – Luxação Cirúrgica de Ganz Resultados p = 0,462 KL – Via de Kocker-Langenbeck LCG – Luxação Cirúrgica de Ganz

KL – Via de Kocker-Langenbeck LCG – Luxação Cirúrgica de Ganz Resultados p = 0,037 KL – Via de Kocker-Langenbeck LCG – Luxação Cirúrgica de Ganz

Resultados p = 0,728 NACF – Necrose Avascular da cabeça femoral KL – Via de Kocker-Langenbeck LCG – Luxação Cirúrgica de Ganz

Resultados Não foram registados casos de lesão neurológica iatrogénica Não foram registados casos de infeção pós-operatória A classificação da luxação traumática não apresentou relação com a via de abordagem cirúrgica utilizada

Discussão A via de Kocker-Langenbeck: abordagem cirúrgica nas luxações traumáticas da anca posteriores irredutíveis osteossíntese acetabular Obakponovwe O et al; Orthopaedic and Trauma; 2011 Clegg TE et al; Injury, 2009

Discussão A luxação cirúrgica de Ganz tem sido preferida em alguns centros para a correção cirúrgica de lesões irredutíveis ou das fracturas acetabulares concomitantes Podeszwa DA et al; Journal Of Pediatrics Orthopedics; 2014 Ganz R et al; JBJS Br; 2001 Nesta série, a luxação cirúrgica parece relacionar-se com tempo cirúrgico mais prolongado e maior necessidade transfusional

Discussão A luxação cirúrgica parece igualmente relacionar-se com menor evolução para artrose precoce pós-traumática Mitsionis GI et al; JOT; 2012 TC pós-operatória seria útil para aferir com acuidade o grau de redução obtido em cada uma das vias cirúrgicas

Conclusão Na nossa experiência, a luxação cirúrgica de Ganz comparativamente à via de Kocker-Langenbeck representou maior consumo de tempo e necessidade transfusional, no entanto, traduziu-se numa menor taxa de artrose precoce pós- luxação traumática da anca