Universidade Estadual de São Paulo Escola de Engenharia de Lorena

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Transcrição da apresentação:

Universidade Estadual de São Paulo Escola de Engenharia de Lorena Agitação e Aeração Prof. Arnaldo Márcio Ramalho Prata

Oxigênio na fase gasosa Oxigênio na fase líquida Agitação e aeração Operações que visam transferir oxigênio para um meio líquido continuamente, de forma a garantir o seu suprimento para células que realizam uma fermentação aeróbia (o que corresponde à maioria dos casos), ou seja: Oxigênio na fase gasosa Dissolução Oxigênio na fase líquida Para todos os processos aeróbios é necessário o dimensionamento adequado do sistema de trans-ferência de oxigênio.

Fontes de carbono podem ser solubilizadas em concentrações da ordem de centenas de gramas por litro de solução e, os demais nutrientes, cerca de dezenas de gramas por litro O oxigênio só pode ser solubilizado em quantidades da ordem de 0,007 grama por litro, nas temperaturas típicas de realização dos processos fermentativos Considerando a reação de oxidação de 1 mol de glicose, qual seria a massa de oxigênio necessária para a oxidação completa de 120 g desta fonte de carbono? mO2 = 128 g C6H12O6 + 6O2  6CO2 + 6H2O

Solubilidade do oxigênio em água em função da temperatura. 30 oC => ≈ 7,4 mgO2/L Solubilidade do oxigênio em água em função da temperatura.

Concentrações de oxigênio dissolvido em soluções saturadas

Todas essas considerações caracterizam a necessidade de se entender as bases fundamentais da transferência de oxigênio em meios líquidos. Neste caso, é de grande relevância o conhecimento da velocidade de respiração do microrganismo, o que implica maior ou menor velocidade de transferência de oxigênio para o meio. Isso, por sua vez, reflete no dimensionamento do sistema de agitação e aeração do meio. Além do aspecto quantitativo, a cinética de consumo de oxigênio é de grande importância, sobretudo levando em conta as altas concentrações celulares que podem ser atingidas durante o processo.

Devido à grande limitação de água nos meios em que se realizam as FES, para a grande maioria destes processos empregam-se fungos filamentosos, os quais apresentam baixíssima exigência em atividade de água no meio, comparados às bactérias e às leveduras. Desta forma, a grande maioria dos processos de FES são aerados. Neste caso, as operações de agitação e aeração, além do fornecimento de oxigênio para o microrganismo, assumem um papel destacado no tocante à homogeneização do meio e à dissipação do calor produzido em decorrência das reações metabólicas. Considerando o processos realizados em estado sólido (FES) a solubilização do oxigênio é igualmente necessária, embora apresente características distintas da solubilização em meio líquido.

Sistemas de transferência de oxigênio

Algumas considerações (1) e (2) – chamados reatores de aeração superficial; os demais, reatores de aeração em profundidade (borbulhamento de ar). (3) e (4) – aeração apenas por borbulhamento de ar. - adequados para o cultivo de células sensíveis ao cisalhamento. - costumam ser construídos com altura bastante superior ao diâmetro, para permitir maior tempo de residência do ar em contato com o líquido. (5) e (6) – reatores agitados e aerados. (5) ainda é o mais frequente na indústria (93% das aplicações). - (6) é o que causa maior cisalhamento das células

Algumas considerações: Visando aumentar a concentração de saturação: Trabalhar com temperaturas mais baixas (inviável). Empregar pressões parciais mais levadas (viável, porém deve-se ter cautela, pois oxigênio pode ser tóxico para as células). Espécies químicas dissolvidas no líquido diminuem a concentração de saturação (e um meio de fermentação apresenta muitas substâncias dissolvidas). Além disso, a composição do meio muda constantemente, em virtude do consumo de substrato e nutrientes e da liberação de produto e metabólitos

Para o caso de soluções diluídas, pode-se aplicar a Lei de Henry (a concentração de oxigênio na saturação é proporcional à pressão parcial do oxigênio no gás) CS = H . pg

Transferência de oxigênio e respiração

7. Resistência devido à difusão no citoplasma 8. Resistência relacionada à velocidade das reações de consumo do oxigênio 7. Resistência devido à difusão no citoplasma 6. Resistência da membrana celular 5. Resistência devido à película de líquido em torno da célula 4. Resistência devido à difusão no líquido 3. Resistência devido à película estagnada de líquido 2. Resistência devido à interface gás-líquido 1. Resistência devido à película estagnada de gás

Com relação ao fornecimento, a resistência relevante é a associada à película estagnada de líquido em torno da bolha de ar Principal resistência para o fornecimento Com relação ao consumo, a resistência mais significativa é a velocidade da reação de respiração Principal resistência para o consumo Portanto, um sistema adequado de transferência de oxigênio é o que permite uma eficiente dissolução do oxigênio no meio líquido Eficiência de um sistema

Transferência de oxigênio para o meio líquido A teoria de maior utilidade para o equacionamento da transferência de oxigênio é a que considera a existência de duas películas estagnadas Considerando que a difusão do oxigênio depende do gradiente de pressão ou concentração associados às películas define-se nO2 como o fluxo de oxigênio por unidade de área interfacial (gO2/m2.h), o qual é dado por: nO2 = kL.H (pi – p1) = kL (Ci – C)

nO2 = kL.H (pi – p1) = kL (Ci – C) Onde: kL é o coeficiente de transferência de massa da película líquida (m/h) H é a constante de Henry pi é a pressão parcial de O2 na interface p1 é a pressão parcial de O2 em um gás em equilíbrio com a concentração de oxigênio C no líquido, segundo a lei de Henry (atm) Ci é a concentração de oxigênio dissolvido em equilíbrio com pi (gO2/m3) C é a concentração de oxigênio no seio do líquido (gO2/m3) Simplificação: desconsiderar a resistência da película gasosa, o que significa fazer pi = pg Assim, Ci = CS e nO2 = kL.H (pg – p1) = kL (CS – C)

área interfacial de troca de massa (m2) Tendo em vista a dificuldade de quantificação da área interfacial de troca de oxigênio, define-se: área interfacial de troca de massa (m2) volume total de líquido (m3) a = Podendo-se, então, escrever: nO2 a = kLa .H (pg – p1) = kLa (CS – C) Onde: nO2a = Velocidade de transferência de oxigênio (gO2/m3.h) kLa = Coeficiente volumétrico de transferência de O2 (h-1)

Caso não se esteja em estado estacionário em termos de fluxo de O2, nO2a pode ser escrito como sendo a variação da concentração de oxigênio dissolvido (C) em função do tempo: dC/dt = kLa (CS – C) Esta equação permite a exata compreensão de todas as formas de que se dispõe para o controle da concentração de oxigênio dissolvido em um meio. Avaliar: Aumento da pressão parcial de O2 no gás de entrada Aumento da pressão na cabeça do fermentador Aumento da frequência de agitação Condição de transferência máxima

Os dados a seguir se referem ao procedimento de determinação do coeficiente volumétrico de transferência de oxigênio num biorreator, em meio isento de células. Calcule Kv e kLa. Dados: H = 33,4 mgO2/L.atm; pg = 0,209 atm C(Na2SO3) t = 2,288x10-3 mol/L; C(Na2SO3) t+5min = 0,851x10-3 mol/L kLa = 39,5 h-1 Os dados da tabela abaixo foram obtidos durante a aplicação do método de determinação do kLa por medida da concentração de O2 com sonda, no meio isento de células. Calcule o kLa sabendo que, neste caso, a concentração de saturação era igual a 7,7 mgO2/L. Tempo (s) 7 14 22 31 43 58 77 C(mgO2/L) 1,10 1,80 2,57 3,46 4,57 5,97 7,45