Paula Frassinetti Castelo Branco Fernandes

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
«Forte do Bom Sucesso (Lisboa) – Lápides 1, 2, 3» «nomes gravados, 21 de Agosto de 2008» «Ultramar.TerraWeb»
Advertisements

CÁLCULOS PARA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA Profa. Ms. Priscila Cristina O. Zignani Pimentel.
EXERCÍCIOS RESULTADO.
Coordenação: MELINA SWAIN Brasília, 5 de setembro de 2012
Propriedades físicas representativas de
CENSO DE DIÁLISE SBN 2010.
Distribuição dos Pacientes em Diálise no Brasil, por Região, Jan
Palestras, oficinas e outras atividades
A busca das mulheres para alcançar seu espaço dentro das organizações
Luís Eduardo R Zucca R2 Onco EPM 2009
Vamos contar D U De 10 até 69 Professor Vaz Nunes 1999 (Ovar-Portugal). Nenhuns direitos reservados, excepto para fins comerciais. Por favor, não coloque.
LEUCOPENIA Seminário AMIMT Belo Horizonte 28 de outubro de 2006
Exercício do Tangram Tangram é um quebra-cabeças chinês no qual, usando 7 peças deve-se construir formas geométricas.
Nome : Resolve estas operações começando no centro de cada espiral. Nos rectângulos põe o resultado de cada operação. Comprova se no final.
Transmissão do HIV e Tratamento da Aids
SITUAÇÃO EPIDEMIOLOGICA DAS DOENÇAS EXANTAMÁTICAS NO ESTADO DE GOIAS
Curso de ADMINISTRAÇÃO
Tatiana Michelon, MD PhD
Caso clínico Identificação: M.N.L., 06 anos, sexo feminino, residente em Salvador-Ba, data de nascimento 26/12/2003, peso: 24kg. História da doença atual:
Para cada criança Saúde, Educação, Igualdade, Proteção FAZENDO A HUMANIDADE AVANÇAR.
cve Coordenação de Vigilância Epidemiológica
Fibromyalgic rheumatoid arthritis and disease assessment Rheumatology 2010;49: Laurindo Rocha Clube de revista IAMSPE – 14/10/10.
Queixas músculo-esqueléticas como causa de alto índice de absenteísmo
CONGRESSO MINEIRO DE NEFROLOGIA APRESENTAÇÃO DE CASO CLÍNICO
SBN - Jan, 2007 Distribuição dos Pacientes em Diálise no Brasil, por Região, Jan (N=73.605), censo SBN Sul 16% (N=11.657) Sudeste 54% (N=39.499)
12 March 2009.
Escola de Medicina Da Santa Casa de Misericórdia de Vitória
Provas de Concursos Anteriores
Jornada de Trabalho da Rede Nacional de Laboratórios de Genotipagem – RENAGENO Genotipagem e falha terapêutica em crianças Brasília, setembro de.
Hepatite C em Transplantes de Órgãos Sólidos
MATEMÁTICA PARA NEGÓCIOS
1 Actividade Física e Desportiva Dos Alunos da Escola Secundária Manuel de Arriaga Escola Secundária Manuel de Arriaga Ano lectivo 2009/10 Departamento.
Renda até 2 SM.
Matemática Financeira
Diagnósticos Educativos = Diagnósticos Preenchidos 100% = 1.539
ESTATÍSTICA.
PESQUISA SOBRE PRAZO MÉDIO DA ASSISTÊNCIA NA SAÚDE SUPLEMENTAR
Justificativas Racionalização do uso do Plano – evitar desperdícios Correção de distorções Tratamento isonômico para cônjuges servidores Manutenção da.
Bolha Posição de máx. W2 Ponto de Estagnação
INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA
CATÁLOGO GÉIA PÁG. 1 GÉIA PÁG. 2 HESTIA PÁG. 3.
PROCESSOS PRINCIPAIS Alunos - Grau de Satisfação 4971 avaliações * Questões que entraram em vigor em 2011 ** N.A. = Não Aplicável Versão: 07/02/2012 INDICADORES.
Caso 1. DNot: 08/02/12, 6 meses, IS: 04/02/12, sem doenças pré- existentes. Sinais e Sintomas: febre, vômito.
Trabalho sobre Cor Thiago Marques Toledo.
Salas de Matemática.
Indicadores do Mercado de Meios Eletrônicos de Pagamento Setembro de 2006.
Indicadores do Mercado
1 Indicadores do Mercado de Meios Eletrônicos de Pagamento Junho de 2006 Indicadores do Mercado de Meios Eletrônicos de Pagamento Junho de 2006.
LINHAS MAIS RECLAMADAS Ranking Negativo para Fiscalização Direcionada CONDUTA AUXILIAR ANO IV – Nº 09.
Funcionários - Grau de Satisfação 2096 avaliações
Tributação da Exportação nas Empresas optantes pelo Simples Nacional
Núcleo de Mídia – Comercial Ranking Nacional de Circulação - Domingos Evolução Mês* 3,38% 2,20% 1,39% 1,13% -4,84% 0,49% -6,16% -0,07% -0,71% 0,27% 0,43%
Projeto Medindo minha escola.
NOVOS CONCEITOS DE DEPRECIAÇÃO PARA MÁQUINA E EQUIPAMENTOS
ESTUDO DE CASO DE UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS NO MUNICÍPIO DE SANTO ANDRÉ–SÃO PAULO: ASPECTOS SÓCIOECONÔMICOS E FINANCEIROS PROF.
EVOLUÇÃO E TRATAMENTO DA GNDA NO ADULTO
1 2 Observa ilustração. Cria um texto. Observa ilustração.
Dinâmica 1 Lista de Exercícios 11. Dinâmica 2 Lista de Exercícios 12.
Estatística Aula 9 – 28/02/2011.
CALENDÁRIO SEXY Ele & Ela. CALENDÁRIO SEXY Ele & Ela.
12. Rede de Tratamento ao Usuário do Programa de Diabetes
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Olhe fixamente para a Bruxa Nariguda
Rio Verde - Goiás - Brasil
DOENÇAS INFECCIOSAS DE CÃES
Protocolo Transplante Renal
3ª PESQUISA DE REMUNERAÇÃO
Tá olhando o que!? Caso Clínico.
Medidas de tendência central e de dispersão
Transcrição da apresentação:

Simpósio Infecção em Transplantes – COINT-ABTO Mesa Redonda Citomegalovírus Paula Frassinetti Castelo Branco Fernandes CEPHRECE- Centro de Pesquisas em Doenças Hepato-Renais Unidade de Transplante Renal –Universidade Federal do Ceará

Transplantes Renais – HUWC CEPHRECE 575

Transplantes Renais – HUWC CEPHRECE 95 65 55

CMV - Como eu monitoro e diagnostico infecção e doença

1) Doador (+) / Receptor (-): Profilaxia durante 200 dias a partir da data do Tx com: Ganciclovir: 5 mg/kg/dia, EV, 1 x dia, durante a internação hospitalar (iniciar no 1° PO do Tx), seguido de: Valganciclovir (1cp = 450 mg): 900 mg, VO, 1x/dia, por 200 dias (para função renal normal) The IMPACT Study: Valganciclovir Prophylaxis for until 200 Days Post-Transplant in High Risk Kidney Recipients Substantially Reduces the Incidence of CMV Disease. A Humar, et al. (2009) AMERICAN JOURNAL OF TRANSPLANTATION. 9. p.248-249

2) Receptor (+) (independente do doador): Indicado se o paciente fizer uso de terapia anti-linfocítica (ex. Thymoglobulina): Iniciar Ganciclovir EV, 5mg/kg/dia no 1º pós-operatório, e manter durante internamento. Ajustar doses para ganciclovir EV segundo a função renal Depois de alta: passar para Valganciclovir oral 900 mg/dia 100 dias.

3) Doador (-)/ Receptor (-): profilaxia não indicada Exceto se o paciente receber hemoderivados (concentrado de hemácias ou plaquetas) sem filtro de leucócitos.

Ajustar as doses do Ganciclovir EV profilático e do Valganciclovir VO profilático de acordo c/ clearence de creatinina

Efeitos colaterais em pacientes tratados com Valcyte (cloridrato de valganciclovir) e ganciclovir. leucopenia, neutropenia, anemia, trombocitopenia, pancitopenia severas, depressão da medula óssea e anemia aplástica. A terapia não deve ser iniciada se: neutrófilos < 500/mm3, plaquetas < 25.000/mm3 ou hemoglobina < 8 g/dl (*)

Diagnóstico Critérios utilizados para definir infecção ativa por HCMV Doença: Quadro clínico + laboratório Soroconversão aparecimento dos anticorpos IgM e/ou IgG anti-HCMV, detectados por ELISA (infecção primária); Elevação (quatro vezes ou mais) dos títulos séricos de IgG anti-HCMV comparados com os títulos anteriores, detectados por ELISA (infecção secundária); PCR duas ou mais reações positivas, consecutivas; Antigenemia uma ou mais células antígeno pp65-positivas para HCMV, detectadas nos leucócitos polimorfonucleares. 

A investigação para infecção e doença por CMV Investigação infecção Investigação doença Evidência de replicação viral Sorologia Antigenemia PCR Evidência de infecção por CMV + sintomas Quadro clínico: sd. Viral: febre, mal estar, leucopenia, trombocitopenia ou doença invasiva tecidual

HUWC- CEPHRECE Variáveis Idade, anos (média ± DP) 43,2 ± 13,9 Gênero Características clínicas e laboratoriais dos 147 Pacientes transplantados renais Variáveis   Idade, anos (média ± DP) 43,2 ± 13,9 Gênero Masculino 83 (56,5%) Feminino 64 (43,5%) Creatinina 3,5 ± 3,2 Sorologia CMV pré-transplante Positiva 129 (87,8%) Negativa 18 (12,2%) Profilaxia anti-viral SIM 111 (75,5%) NÃO 36 (24,5%) Tipo doador falecido 127 (86,4%0

HUWC- CEPHRECE Distribuição dos 147 receptores avaliados em função do perfil sorológico para CMV Perfil Sorológico D-/R- D+/R- D-/R+ D+/R+ Total Receptor 2 (1,4%) 16 (10,9%) 18 (12,2%) 111 (75,5%) 147 (100%) Profilaxia   NÃO 2 (100%) 8 (44,4%) 26 (23,4%) 36 (24,5%) SIM 0 (0,0%) 16 (100%) 10 (55,6%) 85 (76,6%) Cópias DNA CMV/mL 15 (93,8%) 17 (94,4%) 86 (77,5%) 120 (81,6%) 0 (0,0%) 1 (6,2%) 1 (5,6%) 25 (22,5%) 27 (18,4%) R= receptor; D= doador Viremia: variação de 100 a 11.533.300 cópias/mL

QUANTIFICAÇÃO DNA GENÒMICO CMV Receptor(a): F B F S Prontuário: 815140 LABORATÓRIO DE HISTOCOMPATIBILIDADE E IMUNOLOGIA DE TRANSPLANTES Av. José Bastos, 3390 – Sala 85 Tel/Fax: (85) 3281.5810 QUANTIFICAÇÃO DNA GENÒMICO CMV Receptor(a): F B F S Prontuário: 815140 Data da coleta: 09/11/2011 Amostra biológica: sangue total RESULTADO: NÃO DETECTADO Limite de detecção: 2000 a 100 000 000 Cópias/mL Kit registrado junto a ANVISA sob o n° 80298490047 Método: PCR tempo real DATA: 09/11/11 ___________________________ Dra Ilana Farias Ribeiro Cópias/mL Log10 2.100.000   6,3

Tratamento Ganciclovir EV durante 21-28 dias Se for feito um tempo menor EV, completar os 28 dias com valganciclovir. Doses terapêuticas recomendadas de acordo com o clearance de creatinina: o 70 ml/min - 5 mg/kg, EV, de 12/12 horas o 50-69 ml/min – 2,5 mg/kg/dia , EV, de 12/12 horas o 25-49 ml/min – 2,5 mg/kg/dia o 10-24 ml/min - 1,25 mg/kg/dia o < 10 ml/min – 1,25 mg;kg/dose, 3 x semana (pos-HD) Fazer a dose diluída em 200 ml de SG 5% ou SF 0,9%, correndo em 1 hora

Acompanhar a resposta ao tratamento com o PCR para CMV, inclusive para avaliar se será necessário prolongar o tratamento por 6 semanas. Profilaxia secundária: 30 dias.

(D+/R-) (D+/R+) (D-/R+) CMV (D+/R-) (D+/R+) (D-/R+) Alto risco - profilaxia Sagedal et al, AJT 2002, 2:850 Hodson et al, Lancet 2005, 365:2105 Opelz et al, AJT 2004, 4:298 Preiksaitiset al, AJT 2005, 5:218 AST, AJT 2004, 4:51 Witzke et al, Transplantation 2012, 93:61-68 (VIPP Study Group) Maior taxa de infecção por CMV, durante 1º ano pós tx, quando trat. pré-emptivo vs profilaxia? Impacto na rejeição?

Tratamento pré-emptivo Profilaxia universal Tratamento pré-emptivo Inf. CMV 11% Inf. CMV 15,6% (D+/R+) Inf. CMV 4,1% (D-/R+) Inf. CMV <= 3meses 0,7% CMV doença 4,4 % Rejeição p NS Perda do enxerto p NS Tolerabilidade semelhante Redução infecção e doença 38% p<0,0001 53,8% p<0,0001 23,9% p<0,004 32% p<0,0001 19,2% p=0,003 P NS (D+/R+); (D-/R+) Transplantation 15 jan 2012; 93 (1): 61–68

Tratamento pré-emptivo J Am Soc Nephrol 23:1588, 19 junho 2012 Profilaxia universal Tratamento pré-emptivo 8,3% N=33 (48 meses) > rejeição – CyA p Tac (?) 36 meses: 76% Tac (25/33) p NS 76% MMF (25/33) p NS Viremia: 92% (33/36) p <0,001 23% (8/36) p=0,011 Perda seguimento 26,5% N=25 (48 meses) Rejeição 36 meses: Tac 50% (13/26) 96% MMF (25/26) Viremia: 59% (19/34) Viremia tardia: 56% (18/34) Poder da amostra insuficiente. Número de pacientes pequenos nos subgrupos

Profilaxia vs Pré-emptivo Profilaxia = Pré-emptivo Infecção CMV OR=0,34 [0,25-0,46:IC 95%; p<0,008] Rejeição aguda OR=0,52 [0,41-0,67:IC 95%; p<0,001] Profilaxia – abordagem superior em prevenir infecção por CMV, 1º ano pós-tx renal Risco de rejeição aguda menor no 1º. ano Perda do enxerto OR=0,52 [0,34-1,12: IC95%; p=0,32] Mortalidade OR= 0,84 [0,62-1,23: IC95%; p=0,23] Não houve diferença significante: perda do enxerto e mortalidade Mar 2012 ( 9 ERC ; ganciclovir=5; valganciclovir=4) Int J Org Transplant Med 2012; 3 (1):10

Rawal, Int J Org Transplant Med 2012, 3(1):10-17 N= 991 pacientes OR of CMV Infection with Prophylactic vs. Pre-emptive Approach B. B. Rawal, S. Shadrou, et al., 2012

N=1358 pacientes OR of acute rejection with prophylactic vs. pre-emptive approach B. B. Rawal, S. Shadrou, et al., 2012

Monitorização International Consensus Guidelines on the Management of Cytomegalovirus in Solid Organ Transplantation Camille N. Kotton, et al. Transplantation 2010;89: 779–795

Monitorização HUWC- 6 meses (D+/R-) Profilaxia D+/R- e R+ A recomendação (Consenso) é de não usar “mini-dose”: valganciclovir 450 mg/dia CMV tardio: (após 3 meses) Vigilância sinais clínicos de doença Monitorar c PCR ou antigenemia após 3 meses Prolongar para 6 meses em subgrupos de risco HUWC- 6 meses (D+/R-)

Monitorização Pré-emptivo: PCR semanal Importante-definir ponto de corte para iniciar tratamento Tratamento: até obter 2 PCRs negativos Não há consenso após tratamento - Profilaxia secundária ou PCR (decisão institucional) Profilaxia secundária variando de 1-3 meses (3 meses no grupo de alto risco) 2000 cópias/ml (HUWC) PCR quinzenal ou mensal (HUWC)

Profilaxia – infecção tardia J. A. Fishman∗ Transplant Infectious Disease and Compromised Host Program, Massachusetts General Hospital, Boston, MA * A melhor estratégia para prevenir e tratar CMV permanece não estabelecida Profilaxia – infecção tardia Pré-emptiva – reduz exposição a drogas (Toxicidade) Diminui custos com os antivirais Aumenta custos com laboratório

Profilaxia – estudos favorecem: J. A. Fishman∗ Transplant Infectious Disease and Compromised Host Program, Massachusetts General Hospital, Boston, MA * Pré-emptiva – exposição a níveis subótimos dos antivirais durante períodos de replicação viral Profilaxia – estudos favorecem: Nos pacientes de risco D+/R- e R+ Indução com anticorpos depletadores das células T.

H.U.W.C. UFC UMA PARCERIA DE SUCESSO CEPHRECE Centro de Pesquisas Hepato-Renal do Ceará UMA PARCERIA DE SUCESSO  COMPROMISSO COM O ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO H.U.W.C. UFC

Obrigada!