Tratamento de Esgoto Redução de Consumo de Energia

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Sistema de Esgotamento Sanitário e Pluvial
Advertisements

TRATAMENTO DE ESGOTO Tratamento preliminar Tratamento Primário
Tratamento do Esgoto Doméstico Deivid Ívini Moraes de Negreiros.
PROCESSOS DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS
Tratamento de águas residuárias
Esgotos Planeta Água: poluição
Tratamento de Esgotos Processo Anaeróbio.
Porque devemos nos preocupar com o tratamento do esgoto?
SISTEMAS DE TRATAMENTO
TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO
TRATAMENTO DE EFLUENTES DE LATICÍNIOS EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO PROCESSO DE LODOS ATIVADOS EM BATELADAS.
SEPARAÇÃO DE SÓLIDOS E LÍQUIDOS
Sistema de tratamento anaeróbio
Sistema de tratamento anaeróbio Professora: Evelin M. Viana.
Saneamento Básico Aula 5
CONCEPÇÃO DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTOS SANITÁRIOS.
Tratamentos primários de efluentes líquidos EQUALIZAÇÃO “Equalization tank – EQ”
TRATAMENTO DE EFLUENTES DE CURTUMES
Problemas de Esgoto. Tipos de Esgoto: Domésticos Domésticos Industriais Industriais Agropecuários Agropecuários Hospitalares Hospitalares Obs.: não estão.
Automação Industrial Trabalho de Introdução a Engenharia.
Escolha das bombas e determinação do ponto de operação do sistema elevatório Para isso, é necessário: Análise das curvas do sistema elevatório e das bombas.
MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO Características MÁQUINAS ELÉTRICAS II ROBERLAM GONÇALVES DE MENDONÇA, Dr Prof. Titular do IFG.
Aerogeradores Alunos: Ayslan Caisson Norões Maia Victor Felipe Moura Bezerra Melo Professor: Maurício Universidade federal de Campina Grande Centro de.
Tratamento de Efluentes de Indústrias de Celulose e papel
ANA BEATRIZ Nº1/DIANA Nº4/ISABELLA Nº11/LARISSA Nº15
Saneamento Básico Aula 9
Saneamento Básico Revisão das Aulas 6 à 10
ETE MÓVEL CEPT – Tratamento Primário Quimicamente Assistido + MBBR – Reator Biológico de Leito Móvel 19 de Junho de 2017.
Fontes alternativas de energia
Principais Sistemas de Tratamento Secundário
PROJETO: SECADOR DE LODO GALVÂNICO
Projeto de Redução de Perdas
Autores: Alice Borges Maestri Dieter Wartchow
JULIAN VILLELIA PADILLA CAMPINAS – SP 21 DE JUNHO DE 2.017
Esgotos Planeta Água: poluição
TRATAMENTO DE EFLUENTES DE LATICÍNIOS EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO PROCESSO DE LODOS ATIVADOS EM BATELADAS.
Disciplina: Máquinas de Fluxo
ETE ANHUMAS UASB + FLOTAÇÃO.
Giovana Tommaso & Rogers Ribeiro
INTRODUÇÃO / OBJETIVOS
UASB + FILTRO BIOLÓGICO PERCOLADOR
Resultados e Discussão Processos biológicos para remoção de nitrogênio
Estação de Tratamento de água Prof. Arilson Prata.
Consumo de Água (Kraft): Polpa: m3/ton
Daliana Alice Oliveira Hans Braunnier de Aguiar Silva
LAVRITA ENGENHARIA DIVISÃO EQUIPAMENTOS ESPECIAIS
OPERAÇÕES EM TERMINAIS E ARMAZÉNS
Máquinas de Fluxo Prof. Dr. Emílio Carlos Nelli Silva
NÍVEIS DE TRATAMENTO DE ESGOTO Docente: Ricardo Teixeira Setembro, 2010 INSTITUTO FEDERAL DE RONDÔNIA Campus Colorado do Oeste.
Prof. Dr. Sidney Seckler Ferreira Filho Prof. Dr. Roque Passos Piveli
TRATAMENTO DE EFLUENTES POR OZONIZAÇÃO
Tratamento de Resíduos- ZEA 0966
Arquitetura Sustentável
um estudo de caso no distrito de Porto Trombetas - PA
PHD – 2552 EPUSP Tratamento de Efluentes Líquidos Industriais Roque Passos Piveli.
Tratamento de Efluentes Industriais Roque Passos Piveli
FORÇAS HIDRÁULICAS EM USINAS HIDRELÉTRICAS
BALANÇO DE MASSA EM ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO
Resultados e Discussão Processos biológicos para remoção de nitrogênio
BIOTECNOLOGIA AMBIENTAL -DIGESTÃO ANAERÓBIA- JANAÍNA BRUM, PATRICIA COSTA 23 DE JUNHO DE 2016.
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO PROCESSO CEPT NAS ETES DA SANASA
CLORAÇÃO EM TRATAMENTO DE ESGOTO
AVALIAÇÃO DA REMOÇÃO DE NITROGÊNIO EM ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTOS: EPAR CAPIVARI II Fabiano Villas Boas de Moura.
Ainda que sem máquina é um avanço.
Sistemas Elevatórios Aula 16.
Disciplina : Engenharia de Rec. Hídricos Professor : Tarciso Cabral da Silva Aluna : Isabel de Araújo Meneses PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL.
Qualidade da Energia Elétrica Energização de Linhas de Transmissão.
Autor: MARCO RODRIGO REDLICH
ESTUDOS PRELIMINARES 1- CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS GERADOS EM BITURUNA – PR   2- BALANÇO DE MASSA E REINTEGRAÇÃO AMBIENTAL.
Resultados e Discussão Processos biológicos para remoção de nitrogênio
Transcrição da apresentação:

Tratamento de Esgoto Redução de Consumo de Energia Frederico Peiró Consultor Agência para Aplicação de Energia Secretaria de Estado de Energia - São Paulo 9/19/2018

Princípios Básicos Processos 9/19/2018

Princípios Básicos Sistema de Esgotos Urbanos Elevatória Coletores Gases ETE Corpo Receptor Descarte de Lodos 9/19/2018

Princípios Básicos Fluxo de Processo Secundário Sólidos Lodo Gases Primário Sólidos Grandes Lodo Afluente Bruto Terciário Efluente Tratado 9/19/2018

Princípios Básicos Processo do Tratamento Primário Secundário Terciário Afluente Bruto Remoção de sólidos grosseiros - Destinos Grades Material a ser enterrado Sedimentação Caixa de Areia Material a ser enterrado Decantadores Material a ser tratado Flotação Flotadores Material a ser tratado 9/19/2018

Princípios Básicos Processo do Tratamento Secundário Gases Primário Terciário Degradação biológica de compostos carbonáceos Carboidratos Óleos e graxas CO2 H2 O NH3 S CH4 etc. Proteínas Bactérias têm massa aumentada Processo aeróbio 1 kg DBO produz de 0,4 a 0,7 kg MS Processo anaeróbio 1 kg de DBO produz de 0,02 a 0,20 kg MS 9/19/2018

Princípios Básicos Processo do Tratamento Terciário Secundário Primário Terciário Efluente Tratado Refinamento do tratamento Tratamento aeróbio adicional Assepsia Ajuste à exigências locais Além disto: Desnitrificação Remoção de K e F 9/19/2018

Princípios Básicos Algumas das Alternativas de Processo 9/19/2018

Exemplo para dois processos Índices de Custos Exemplo para dois processos 9/19/2018

Índices de Custos Exemplo para Dois Processos 33% de Redução “Um décimo do Consumo” 9/19/2018

Índices de Custos Cenário: ETE’s Construídas 9/19/2018

Os Dois Exemplos de ETE’s I -Uma ETE com tratamento aeróbio II - Uma ETE com tratamento anaeróbio 9/19/2018

Uma ETE com Tratamento Aeróbio 9/19/2018

Uma ETE com Tratamento Aeróbio Fluxo Líquido e de Lodos Afluente Decantação Primária Filtro Biológico Aeração Decantação Secundária Efluente Compressor Lodos Segue 9/19/2018

Uma ETE com Tratamento Aeróbio Lodos Filtros Prensa 6% para 25% MS Cal Lodos Prensas Desaguadoras 0,5% a 1,0% para 6% MS Descarte Extinção de Cal Ar Comprimido Polietrólitos Água Industrial e Potável Outros Sistemas 9/19/2018

Uma ETE com Tratamento Anaeróbio 9/19/2018

Uma ETE com Tratamento Anaeróbio Princípio Básico da ETE de Piracicamirim Concepção Básica do Projeto Digestão Anaeróbia Afluente Digestão Aeróbia “Refinamento” Efluente Reduz 70% do DBO Produz menos Lodo Não Consome Energia Produz Energia Processa digestão de 30% do DBO 9/19/2018

Uma ETE com Tratamento Anaeróbio ETE Piracicamirim - Fluxo Hidráulico e Lodos Afluente Caixa de Areia Distribuição Reatores Anaeróbios Secador de Areia Rio Tanque de Aeração Decantadores Concentração de Lodos 9/19/2018

Uma ETE com Tratamento Anaeróbio ETE Piracicamirim - Fluxo de Gases Afluente Caixa de Areia Distribuição Reatores Anaeróbios Filtros Biológicos Geração de Energia 9/19/2018

Uma ETE com Tratamento Anaeróbio ETE Piracicamirim - Reator Anaeróbio de Manta de Lodo Chegada de Esgoto Manta de Lodo Gases Energéticos Ar e Gases Saída Gases 9/19/2018

ETE Piracicamirim Vista Geral 9/19/2018

ETE Piracicamirim Alguns Dados (I) Afluentes População atendida: 92.233 habitantes; Vazões: Máxima: 462 l/s Média: 295 l/s Mínima: 190 l/s Carga Orgânica (kgDBO/dia): 4.980 9/19/2018

ETE Piracicamirim Alguns Dados (II) Corpo receptor: rio Piracicamirim Bacia: 130 km2; Enquadramento atual: abaixo da classe 2; Vazão média: 1.100 l/s Vazão mínima: => 400 l/s. Efluentes da ETE Remoção DBO: >90% Oxigênio Dissolvido: ~5 mg/l correspondente à concentração de O2 de rios com boa qualidade para vida aquática. 9/19/2018

ETE Piracicamirim Dados Específicos - Caixa de Areia Afluente Caixa de Areia Distribuição Secador de Areia Conjunto de caixa de areia, grade fina mecanizada e distribuidor. Descarga e secagem de areia; Uso de soprador para descompactação da areia; Reciclagem de lodo dos reatores; Coleta de gases para evitar mau cheiro; 9/19/2018

ETE Piracicamirim Dados Específicos - Reatores Anaeróbios cada um com 4 células independentes; volume total: 8.400 m3; tempo médio de detenção hidráulica: 7,7 horas; Tratam efluentes brutos e lodo excedente do processo aeróbio; Eficiência >70% na remoção de DBO e 90% de vermes e cistos Gases gerados: fins energéticos (60% de metano) 1.000 m3/dia; exalados: tratamento biológico para descarte Distribuição Reatores Anaeróbios 9/19/2018

ETE Piracicamirim Dados Específicos - Lodos Ativados (Tanque de Aeração) Tanque de aeração com 8.600 m3; Oito aeradores de 15 HP cada, fluxo ascendente de ar; Tempo de detenção hidráulica médio de 6 horas; O lodo produzido é removido em decantador com placas planas paralelas; Parte do lodo é reciclado ao processo; Lodo dos reatores é homogeneizado, desidratado a 22% de MS, tratado com cal (4 t/dia à 22% de MS) Rio 9/19/2018

ETE Piracicamirim Dados Gerais Área ocupada pela ETE: 3 ha; Tempo gasto para detalhar o projeto e construir a ETE e a elevatória: 12 meses; Investimento total (projeto, construção): cerca de 7 milhões de reais; Consumo médio de energia elétrica: Elevatória: 160 kWh/h; ETE: 50 kWh/h 9/19/2018

ETE - Consumos de Energia As unidades de processo que mais consomem energia 9/19/2018

Maiores Consumos de Energia Unidades de Processo Digestores aeróbios (mistura e oxigenação) Recirculação de Lodos Secagem de Lodos Secagem mecânica Secagem térmica Transferências de Líquido (variações de cotas) 9/19/2018

Maiores Consumos de Energia Digestão Aeróbia - Solubilidade do Oxigênio 9/19/2018

Maiores Consumos de Energia Digestão Aeróbia - Consumo de Energia para Oxigenação 9/19/2018

Maiores Consumos de Energia A Digestão Aeróbia x Anaeróbia Redução DBO Digestão Aeróbia Energia Digestão aeróbia: 0,60 a 1,70 kWh/kg O2; 0,4 a 0,7 kg de lodos por 1 kg de DBO; investimento elevado; custos operacionais; menor produção de gás. Redução 70% DBO na Digestão Anaeróbia Consumo de Energia só para os 30% restantes Energia Digestão anaeróbia prévia + digestão aeróbia: zero kWh/kg O2; 0,02 a 0,20 kg de lodos por 1 kg de DBO; investimento menor; custos operacionais muito reduzidos; maior produção de gás. 9/19/2018

Estações Elevatórias As estações elevatórias de água e de esgoto são responsáveis por parte significativa do consumo de energia e dos custos de operação de um município. 9/19/2018

Energia Consumida em um Sistema Convencional de Bombeamento 9/19/2018

Curvas de Sistema D=(DS+DV+DR) DR DV DS Q Hm=Hg+D h Hm D D=k(Q) n n~1,8 a 2,0 9/19/2018

Ajuste de Vazão e Potência DS Hg Dv DR Q Ajusta Hm Q Varia Hm através DV 9/19/2018

Sistema com Várias Bombas q h Hm 2B 2a B Hm 3B 3a B Hm 1B 1a B 9/19/2018

Conseqüências (Convencional) A curva de cada bomba é invariável; A curva do sistema é função da vazão (qtde. de bombas); A energia consumida pela bombas(s) é função da curva do sistema, portanto varia; O conjunto bomba(s) x sistema é ajustado atuando nas válvulas, introduzindo perda de carga; Aumento de perda de carga exige mais energia: o consumo é aumentado. 9/19/2018

Energia de Bombeamento Redução 9/19/2018

Redução do Consumo de Energia no Bombeamento Redução das perdas de carga do sistema; Redução de perdas de transporte; Evitar sobre-dimensionamento de bombas e motores; Implantação de gestão de reservatórios e de fluxo; Uso de motores de alta eficiência; Uso de bombas com acionamento com velocidade variável (inversores de freqüência). 9/19/2018

Princípio do Uso de Velocidade Variável no Bombeamento DS Hg Dv DR Q Não ajusta Hm Q Varia Velocidade Como não se introduz perda de carga, não há consumo adicional de energia 9/19/2018

Conseqüências do Uso de Velocidade Variável Redução do número de partidas das bombas (operação contínua de bombeamento); Redução da corrente de partida; Melhor proteção intrínseca dos motores; Correção do fator de potência; Maior controle nos parâmetros de processo; Redução no consumo de energia. 9/19/2018

Velocidade Variável com Várias Bombas (Um Caso) 9/19/2018

Resultados Obtidos em uma Elevatória de Esgotos (I) Vazões: nominal por bomba: 157 l/s; número de bombas: 4 (uma de reserva) vazão média de projeto: 295 l/s; vazão máxima de projeto: 471 l/s; vazão máxima de emergência: 600 l/s; Potência unitária das bombas: 150 HP. Consumo de energia (média mensal): Antes: 149,2 MWh ou R$ 10.500,00 Depois: 121,0 MWh ou R$ 8.500,00 Redução de custo de operação: R$ 24.000,00 / ano 9/19/2018

Resultados Obtidos em uma Elevatória de Esgotos (II) Algumas outras vantagens obtidas: Bombeamento contínuo com fluxo variável de 30 a 157 l/s por bomba; Correção do fator de potência; Automação do bombeamento; Maior proteção dos motores; Expectativa de vida maior para equipamentos; Eliminação do surto de corrente de partida. 9/19/2018

Síntese dos Resultados de Um Projeto de Elevatória 9/19/2018

Redução do Consumo de Energia na Elevatória Redução das elevações geométricas; Utilização de tubos mais lisos; Operação com válvulas abertas; Seleção de válvulas de retenção com peso reduzido; Eliminação de acidentes de linha; Uso de motores de alto rendimento; Uso de freqüência variável e controles; Redução da potência instalada e de grupo motogerador de emergência. 9/19/2018

Redução do Consumo de Energia na ETE Seleção de cotas hidráulicas. Uso do efeito da gravidade; Uso de reatores anaeróbios, sem consumo de energia elétrica e redução da “carga” no processo aeróbio; Redução da produção de lodos (~1/5 do usual) e dos conseqüentes processamentos; Aproveitamento dos gases de digestão para conduzir à auto-suficiência energética; Redução nos tratamentos químicos; Oxigenação por processos naturais, sem dispêndio de energia. 9/19/2018

Conseqüências Redução de investimentos Redução do custo operacional Produtos químicos Energia elétrica Operadores 9/19/2018

Conclusões e Recomendações 9/19/2018

Conclusões Objetivos O que realmente interessa: Redução: dos custos globais de investimento dos custos globais de operação do impacto ambiental dos efluentes Com a finalidade: de reduzir tarifas de serviços de melhor utilizar os recursos de investimento 9/19/2018

Conclusões Os “atores” mais influentes O Processo O Projeto A Operação 9/19/2018

Recomendações Para os projetos novos: Investir em um “projeto” de mapeamento dos processos mais adequados às ETE’s Investir na informação, divulgação, e treinamento na “cultura” da qualidade, custos e benefícios dos processos e construção Para os projetos existentes: Continuar o programa de “eficiência” existente Estender o conceito de “eficiência de energia (elétrica)” para “eficiência” de uma forma global 9/19/2018