Ceará Colonial e Imperial “Histórias e outras Histórias do Ceará”

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Transcrição da apresentação:

Ceará Colonial e Imperial “Histórias e outras Histórias do Ceará” Prof. Marcelo Holanda

O Ceará Colonial

Da Ocupação à Emancipação de Pernambuco A não-ocupação. Ocupação tardia do território. As expedições de conquista. Litoral disputado por índios, militares e Europeus.

Os Holandeses no Ceará. Fundação do Forte de Schoonenborch. Matias Beck e seu diário. Os sonhos de prata dos Holandeses no Ceará. Os Holandeses são expulsos.

Confronto entre mundos Na medida em que a ocupação vai se efetivando, aumentam os conflitos entre Portugueses e Indígenas. Os Indígenas ocupavam de forma esparsa, ocupando o longo dos rios. Os principais grupos Indígenas do estado eram: Tupis, Tapuias( Jês ), Tararius, Tremembés e Cariris. Os principais conflitos envolvendo os Indígenas foi a Guerra do Bárbaros .

O Desenvolvimento da Pecuária O crescimento dos rebanhos litorâneos, concorrendo com a produção de cana-de-açúcar, fez a coroa proibir a criação litorânea e empurrá-la para o interior. O gado foi escoado ao longo de duas rotas: Sertão de dentro e Sertão de fora. Alocaram-se nos principais rios, sendo o Jaguaribe e o Acaraú os principais. A pecuária desenvolveu a cultura do couro (civilização do couro). O charque também foi outro subproduto da pecuária que trouxe muito desenvolvimento para as cidades de Aracati e Sobral. A pecuária entrou em declínio por diversos motivos, porém o principal foi a Seca.

Motivos para o sucesso da pecuária Charqueadas Oficina de beneficiamento de carne (baseada em Aracati) que se constituiu no principal elemento comercial cearense no século XVII. Motivos para o sucesso da pecuária Vastos pastos Exigência de pouco capital Facilidade para adquirir sesmarias

Vida do Vaqueiro (civilização do couro) Pagamento através da quartiação Vida simples Criação de animais de pequeno porte Comércio do couro Utilização de mão-de-obra livre

Vilas Muitas vilas são oriundas de uma relação com atividade pecuária, pontos de descanso dos longos caminhos das boiadas, comércio de couro e carne com Aracati.

Aldeiamentos Necessidade de controlar os nativos. Nativos pacificados para combater os bravios. Tentativa de utilização da mão de obra indígena na pecuária. Etnocídio.

O Ceará Imperial

O Ceará Rebelde A República do Crato. O Ceará adere ao movimento pernambucano (1817) , e de lá é enviado o padre José Martiniano de Alencar para sublevar a província. Após a Proclamação de Independência, algumas províncias, controladas por portugueses, sublevaram-se, num episódio que ficou conhecido como Guerras de Independência. O Ceará participou da Rebelião de Fidié. Em 1824 o autoritarismo de D. Pedro desencadeou uma Revolta das Províncias Nordestinas que ficou conhecida como Confederação do Equador, da qual o Ceará participa ativamente. A Repressão Imperial é violenta. A repressão à Confederação do Equador marca a vitória temporária do Partido Conservador. Com a abdicação de D. Pedro, os liberais vão à forra provocando um movimento chamado Sedição de Pinto Madeira.

Confederação do Equador (1824) Movimento Revolucionário Republicano. Representou a principal reação contra o absolutismo, o centralismo e a Constituição de 1824, imposta por D. Pedro I. Ceará no Movimento: Participação da Família Alencar. Influência da Província de Pernambuco. Crítica ao abandono sofrido pela província. Disputa entre Tristão Gonçalves, Pereira Filgueiras e Costa Barros.

Tristão Gonçalves proclama a República do Ceará, com adesão de Fortaleza, Aquiraz e Messejana. Movimento reprimido e derrotado por D. Pedro, sendo seus principais líderes: Pe. Mororó, Francisco Ibiapina, Azevedo Bolão, etc. Fuzilados no Passeio Público. (Praça dos Mártires)

Economia Cearense no Século XIX Prevalecimento do Binômio Econômico: Gado e Algodão. Houve diversificação das atividades econômicas. Café nas serras úmidas: Baturité, São Benedito, Meruoca, entre outras. Borracha de Maniçoba. Carnaúba, da qual tudo era aproveitado, suas folhas, seus frutos, sua madeira. Desenvolvimento de um minguado Setor Manufatureiro e Maquinufatureiro no Estado.

Fortaleza a partir do século XIX Torna-se o principal centro da província devido a emancipação política de Pernambuco em 1799, o declínio das charqueadas e do sucesso do ciclo do algodão.

Questões Sociais & Belle Époque O Desenvolvimento Econômico atraía a população interiorana que, além do comércio, passou a residir em Fortaleza, muitos expulsos pela seca. Essa população que aqui chegava contribuía para o aumento da marginalidade e de comportamentos sociais indesejados. Dentre as figuras de destaque, citamos: O Deflorador, O Alcoólatra, a Prostituta, A Mulher Libertina. A sociedade e principalmente a Igreja vão reprimir esses comportamentos. Esse período é fortemente marcado pelo pensamento de progresso atrelado ao desenvolvimento de modernos aparelhos públicos. As ferrovias são um exemplo. Em Fortaleza surgem: Bondes, O Liceu, O Cemitério São João Batista, Plano Urbanístico de Adolf Hebster, Nova Iluminação, Telefonia entre outros.

Ciclo do Algodão (cotonicultura) Principal ciclo econômico do ceará no século XIX. Ganha força a partir da guerra civil americana Utilização de mão de obra mista. Necessidade de abastecer o mercado Inglês e a Revolução Industrial. Contribui para o crescimento econômico de Fortaleza.

O Ceará Abolicionista O Ceará, até que se prove o contrário, foi a primeira província a libertar seus escravos (1884). Como a utilidade econômica dos escravos era pouca e a escravidão estava sendo atacada por todos os lados, surgiram aqui sociedades abolicionistas, que defendiam o fim escravidão. Destaca-se um papel polêmico, o do Jangadeiro Chico da Matilde (Dragão do Mar ), que liderou uma greve contra a exportação de escravos do Porto do Ceará. No entanto, foi no legislativo que se evidenciou o grande destaque do Ceará. Com destaque para o aumento dos impostos sobre os escravos e a posterior abolição, sendo por esse motivo o Ceará chamado “Terra da Luz”.

Reais motivos para a nossa Abolição Aumento do tráfico interprovincial. A seca de 1887-1880. Resistência dos cativos. (fugas) Mobilização social. Dificuldade financeira dos fazendeiros cearenses. Liderança do Dragão do Mar.

Vila de Acarape (Atual Redenção) 01.01.1883 ( cerca de 300 escravos) Fortaleza 24.05.1883 (1.273 escravos) Província do Ceará (Terra da Luz) 25.03.1884

O Ceará Abolicionista

Exercícios Sobre a situação indígena na capitania do Ceará no século XVI, é correto afirmar que: a) a acirrada reação indígena constituiu uma forma de resistência à destruição do seu modo de vida. b) o projeto português de colonizar, civilizar e catequizar contribuiu para manter a organização tribal. c) a ocupação do interior cearense, em virtude da reação indígena, foi iniciada na segunda metade do século XVIII. d) o domínio do interior cearense pelo colonizador e a catequese jesuítica foram realizados de modo a preservar a cultura indígena.

2) Marque corretamente a alternativa que indica corretamente as relações entre colonizadores e nativos no Ceará do século XVIII:   a) os colonos escravizavam os nativos para o trabalho nas grandes plantações de algodão e na pecuária. b) a expulsão dos nativos era necessária para abrir caminho para a ampla introdução de trabalhadores africanos. c) as guerras os nativos eram travadas para reuni-los em aldeamentos, onde os jesuítas pretendiam catequizá-los. d) os colonos precisavam de pouca mão-de-obra para o gado o procuraram expulsar ou aldear os nativos.

3) O produto que vai fazer com que a economia de Fortaleza surja para o mercado internacional é:   a) o babaçu. b) a carnaúba. c) o caroá. d) a oiticica. e) algodão.

4) Para o ano de 1823, a população do Ceará foi calculada em, aproximadamente, 200.000 habitantes, dos quais 20.000 escravos, ou seja, apenas 10% do total. Meio século depois o primeiro recenseamento geral do país, o de 1872, apontou, na província, 641.850 habitantes, sendo os escravos 25.727, o que correspondia a 4% do total.” (TAKEYA, Denise. Europa, França e Ceará: origens do capital estrangeiro no Brasil. São Paulo/Natal: Hucitec/Ed. UFRN, 1995, p. 101) Os dados referentes à utilização da mão-de-obra escrava na economia cearense do século XIX, contidos no texto, podem ser explicados pelo(a): a) extinção do tráfego negreiro, que estimulou o deslocamento de parte da mão-de-obra escrava da economia local para as Províncias do Sul; b) migração de grandes proprietários de terras para outras Províncias, levando consigo os seus escravos; c) desenvolvimento da cultura algodoeira, que absorvia mais trabalhadores escravos do que livres; d) ocorrência das cheias periódicas, que afetavam consideravelmente a produção agrária da Província; e) declínio das charqueadas, cuja mão-de-obra predominante era constituída de escravos.

5) A hegemonia econômica e político-administrativa de Fortaleza, iniciada na primeira metade do século XIX, completa-se na sua segunda metade”. Fonte: LEMENHE, Maria Auxiliadora. As razões de uma Cidade: conflitos de hegemonias. Fortaleza: Stylus Comunicações, 1991. pp. 110/120. Sobre o tema, assinale o correto. A) A base essencial da prevalência de Fortaleza sobre as demais cidades decorreu, fundamentalmente, da centralização na capital de um volume maior da produção para o mercado externo. B) Mais precisamente entre 1810 e 1820, Fortaleza já era o núcleo urbano econômico e político dominante. C) Mais importante que o algodão a cultura e comercialização externa do café permitiram ampliar as atividades econômicas de Fortaleza. D) Nos anos situados entre 1860 e 1880, o Porto de Aracati era, ainda, privilegiado em relação ao Porto de Fortaleza, pois, em Aracati, havia uma freqüência maior de embarcações.  

6) Leia o texto a seguir. Ofício da Villa do Crato 6) Leia o texto a seguir. Ofício da Villa do Crato. Temos presente o Ofício de V. Excelências do primeiro do corrente a que acompanharam os Decretos da dissolução da Assembléia Constituinte e Legislativa do Brasil plenamente congregada no Rio de Janeiro [...] e apesar do laconismo que se observa em dito Ofício, ele veio pôr-nos em perplexidade pelo modo decisivo com que V. Excelências, supremas Autoridades desta Província, mandam sem mais reflexão (...) Jornal Diário do Governo do Ceará, 1º de abril de 1824. A citação acima se refere à dissolução da Assembléia Constituinte, em 1823, fato que se relaciona com a eclosão da Confederação do Equador. Sobre a participação do Ceará nesse movimento revoltoso, assinale a alternativa correta. A) O Ceará participou da Confederação do Equador porque pretendia romper com a dependência econômica e política em relação a Pernambuco. B) A província do Ceará almejava se isolar das demais províncias do atual Nordeste: Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Piauí e Alagoas. C) O crescimento da exportação de algodão fez com que os proprietários e comerciantes cearenses lutassem pelos interesses do grupo “corcunda”, aliado de D. Pedro I. D) O grupo “patriota”, composto por membros da família Alencar, defendia idéias monarquistas para garantir os direitos do Ceará junto ao imperador. E) A maior parte das elites cearenses aderiu ao movimento levada pelo receio de perder sua autonomia, em decorrência do centralismo político imposto pela Constituição de 1824.