um continente sofrido e explorado

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Transcrição da apresentação:

um continente sofrido e explorado Geografia - 8ª série Capítulo 8 - África: um continente sofrido e explorado Profª Carla Menezes

A penetração capitalista européia na África Algumas heranças do colonialismo Como estudamos nos capítulos 2 e 3, o colonialismo implantado a partir do século XIX, na África, deixou várias conseqüências. Diminuição da população africana causada pela escravização de sua gente. Desorganização e regressão das atividades produtivas, cujos efeitos são sentidos até os dias atuais. Consolidação de uma classe dirigente africana em estreita aliança com os comerciantes europeus. Divisão internacional do trabalho ou da produção. Criação de fronteiras políticas artificiais. Instituição do racismo amparado em lei, na África do Sul.

A descolonização africana: fato histórico recente Período 1957-1990 A África atual é formada por países ou Estados que romperam com a condição de colônias européias há cerca de quarenta anos. Do ponto de vista histórico, trata-se de fato recente. Ao terminar a Segunda Guerra Mundial, em 1945, existiam apenas quatro países independentes no continente africano: Libéria, Etiópia, Egito e União Sul-Africana, posteriormente denominada África do Sul. A independência desses países, no entanto, era apenas formal. Etiópia, Egito e África do Sul eram áreas de influência política, econômica e militar da Grã-Bretanha, e a Libéria, dos Estados Unidos.

A descolonização africana teve início com a independência de Gana. O exemplo de Gana frutificou, influenciando todos os povos do continente a lutar pela independência. A África entrou nos anos 1980 sem estar totalmente independente do ponto de vista formal. Restavam ainda a Namíbia e o Saara Espanhol ou Ocidental.

Figura 8.2

Havia interesses de grandes e poderosas transnacionais da mineração e de grupos econômicos da África do Sul contrários à independência do país. Apesar disso, a Namíbia realizou sua independência em 1990. Assim, de 1957 a 1990, a África realizou a sua descolonização, dando origem aos atuais 53 países ou Estados Nacionais.

Figura 8.4

O caso do Saara Ocidental: sai um dominador e entra outro O Saara Ocidental organizou um movimento armado para obter a independência – a Frente Polisário. A Frente Polisário e o Marrocos fizeram um acordo de cessar-fogo, em 1988; três anos depois a ONU enviou uma força de paz para o Saara Ocidental. O acordo de paz previa a realização de um plebiscito, por meio do qual o povo resolveria a separação ou não do Saara Ocidental do Marrocos. Entretanto, surgiu um impasse: quem votaria no plebiscito? Somente os originais da terra ou estes e mais os marroquinos que para ali imigrariam a partir de 1975? Os impasses continuam até o início de 2006, sem haver maiores avanços na definição da situação do Saara Ocidental. É mais uma herança do neocolonialismo.

Figura 8.5

Figura 8.6

As fronteiras artificiais: os casos de Biafra e Ruanda-Burundi Havia apenas quatro países ou Estados independentes na África: União Sul-Africana, Etiópia, Libéria e Egito. O grande domínio territorial exercido pela França (África Ocidental Francesa, África Equatorial Francesa etc.) e pela Grã-Bretanha, entre outros. Quando teve início o processo de descolonização, os colonizadores decidiram quais seriam as fronteiras políticas entre os países ou Estados que se formavam segundo seus interesses econômicos. Foi assim, então, que nasceram os jovens países ou Estados africanos: com fronteiras políticas artificiais, que não representavam a unidade nacional de seus povos. Dentre os inúmeros casos de conflitos tribais, étnicos ou culturais, vamos citar dois: o da Guerra de Biafra e o do confronto entre as tribos hutus e tutsis em Ruanda e Burundi.

A Guerra de Biafra Biafra, uma das províncias da Nigéria, é um caso que ilustra bem a questão das disputas tribais pelo poder central e dos interesses externos pelos recursos naturais africanos. Em 1966, devido às rivalidades entre as diferentes etnias, os ibos (uma das tribos da Nigéria) derrubaram o poder central ocupado por tribos do norte e se instalaram no governo. Em seguida houve um novo golpe militar, com a reconquista do poder central. Em 1967, diante das rivalidades, os ibos que ocupavam o território de Biafra, nas proximidades do delta do Rio Níger, no Sul, declararam sua independência e separação do poder central.

Figura 8.7

Ruanda e Burundi: guerra tribal entre hutus e tutsis Como em outros casos da África, a guerra civil em Ruanda e Burundi entre povos hutus e tutsis (também chamados de watusis) tem raízes na política adotada pelos colonizadores europeus na África. Os hutus são nativos da região que abrange, além de Ruanda, Burundi, parte de Uganda e Tanzânia. Vindos da Etiópia há cerca de cinco séculos, os tutsis se fixaram na região. Os tutsis possuem maior estatura, pele mais clara e feições menos largas que os hutus. Durante vários séculos esses dois povos conviveram na região, e entre eles havia uma divisão social do trabalho: os tutsis eram pastores e hutus, agricultores.

Os colonizadores estabeleceram maiores vínculos com os tutsis Os colonizadores estabeleceram maiores vínculos com os tutsis. Foi dada aos tutsis a possibilidade de freqüentar escolas, ingressar no exército, trabalhar na administração colonial como burocratas e desenvolver o comércio. Enquanto isso, os hutus, que são maioria em Ruanda (85% da população), ficaram à margem do processo de ascensão social e de identificação em relação aos belgas. A independência de Ruanda e de Burundi em relação à Bélgica foi proclamada em 1962. Os ânimos, entretanto, não se acalmaram. Acirraram-se as disputas. A invasão tutsi vinda de Burundi em 1963 e 1964 foi violentamente reprimida pelos hutus. Admite-se que cerca de 12 mil tutsis tenham sido mortos e massacrados.

Em 1990, deu-se novamente a invasão de Ruanda por refugiados tutsis vindos de Uganda, que tinham organizado a Frente Patriótica Ruandesa. Reiniciaram-se as hostilidades étnicas. No final de 1993, o governo de Ruanda, ocupado por hutus, assinou um acordo de paz com os líderes tutsis. Após esse fato, a violência e as atrocidades entre as etnias assumiram proporções assustadoras. A história recente do continente está repleta de confrontos e guerras.

Figura 8.9

O racismo, outro legado do colonialismo: o apartheid na África do Sul Entre as várias heranças deixadas pelo colonialismo, o racismo é a mais brutal. Assim, no processo de colonização africana, os brancos criaram comunidades próprias, separadas da população negra (segregação). O exemplo mais brutal e violento de racismo foi o da África do Sul, que até as eleições multirraciais realizadas em abril de 1994 esteve sob um regime oficial de segregação racial. A minoria branca (14% de uma população total de 41 milhões em 1994), que detinha o poder político e econômico, dominou a grande maioria negra (75% da população total) mediante uma política oficial de segregação racial, amparada em leis criadas pelos brancos, conhecida com o nome de apartheid, “separação”.

Na África do Sul, a riqueza do branco foi construída à custa da miséria e da pobreza da população negra. Muitos homens e mulheres da comunidade negra sul-africana dedicaram suas vidas a essa grande causa: a destruição do apartheid. Um dos mais notáveis líderes do movimento negro da África do Sul, Nelson Mandela, ficou preso durante 26 anos. Foi libertado em 1990, graças às pressões dos negros da África do Sul e da opinião pública mundial. Livre, Mandela negociou com o governo branco o caminho para o fim do apartheid. Após longas negociações, Mandela conseguiu a realização das eleições multirraciais em abril de 1994. Seu partido saiu vitorioso, e Mandela foi eleito presidente da África do Sul.

Após o término do mandato presidencial de Mandela, seu partido político, o Congresso Nacional Africano (CNA), conseguiu eleger seu sucessor, tanto nas eleições de 1999 como na de 2004. Apesar do fim do apartheid – que é também uma herança do colonialismo -, grandes desafios se apresentam para a sociedade sul-africana, entre elas a superação da pobreza que aflige a maioria da população, principalmente negra.

2. África: aspectos físicos e problemas ambientais Posição geográfica O continente africano possui 30.210.372 km², o que corresponde a 20,1% das terras emersas do globo terrestre (149.958.398 km²). Entre os continentes, coloca-se em terceiro lugar quanto à extensão territorial. É superado em área territorial pela Ásia (44.321.000 km²) e pela América (42.074.000 km²). A maior parte do continente localiza-se na zona tropical. Quanto à posição geográfica, o continente africano tem como limites ao norte, Mar Mediterrâneo; ao sul, encontro das águas dos oceanos Atlântico e Índico; a leste, Oceano Índico e Mar Vermelho; e a oeste. Oceano Atlântico.

Na porção nordeste, a África unia-se ao continente asiático por uma estreita faixa de terras entre o Mar Vermelho e o Mar Mediterrâneo, denominada istmo de Suez. Com a construção do Canal de Suez, entre 1859 e 1869, o istmo foi cortado para permitir a navegação entre o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho e Oceano Índico.

Aspectos físicos gerais O relevo africano é predominante formado por planaltos de altitudes variadas. Dois imensos desertos dominam a paisagem africana: o Saara e o Kalahari.

Figura 8.12

O clima africano é, de modo geral, quente (tropical e equatorial). As formações vegetais da África encontram-se, atualmente com diversos graus de alteração antrópica.

Figura 8.13

Tendo por base a vegetação original, podemos distinguir: Floresta equatorial Savana Estepe Vegetação desértica Vegetação mediterrânea Vegetação de altitude A devastação das florestas tropicais africanas avança em ritmo muito mais rápido do que o reflorestamento artificial e a reprodução natural. Esse fato já nos dá uma idéia da gravidade do problema. A ameaça de desertificação é muito grande.

Figura 8.14