Leishmanione Visceral Universidade Federal de Pelotas Centro de Engenharias Engenharia Sanitária e Ambiental Disciplina de Parasitologia Leishmanione Visceral Leishmania donovani Ana Luísa Lopes da Cunha Ferrão Gustavo Amaro Bittencourt Lucas Lourenço Castiglione Guidoni
200 milhões de pessoas em risco Introdução ● Distribuição no mundo Leishmanios visceral INDIA BLANGADESH NEPAL SUDÃO BRASIL 62 países 200 milhões de pessoas em risco 90%
Introdução ● Distribuição no mundo Local de Incidência Espécie Tabela 1 – Denominação da Leishmaniose visceral em diferentes locais, as espécies e características correspondentes. Local de Incidência Espécie Denominação Características Índia L. donovani Kalazar (doença negra); febre Dum-Dum Antroponose, forma visceral e calazar Região do Mediterrâneo L. infantum Leishmaniose visceral infantil Zoonose, forma visceral América Latina L. chagasi Leishmaniose visceral americana; Calazar neotropical
Importância ● Fatores de riscos Condições ambientais Desnutrição 59 mil mortos (ONU, 2001) Condições ambientais Desnutrição Sistema imunológico debilitado A calazar, como pode ser chamada, em muitas pessoas infectadas não desenvolvem a doença, apresentam-se assintomáticas ou combates a doença de maneira natural.
3.100 novos casos por ano (Ministério da Saúde) Importância ● Expansão da doença → Década de 90 a doença no Brasil se expandiu do meio rural para o meio urbano, tendo um número recorde de casos da doença. → O uso de drogas com seringas compartilhadas aumenta o número de casos e vem interferindo no modo em que a doença é transmitida. 3.100 novos casos por ano (Ministério da Saúde) Maioria crianças
Quadro 1 – Perspectiva histórica da leishmaniose visceral Histórico Quadro 1 – Perspectiva histórica da leishmaniose visceral 1885 – Cunningham observou o parasita em indivíduos doentes. 1903 – William Leishman e Charles Donovan descreveram o agente etiológico 1904- Rogers cultivou o parasita em laboratório e identificou a forma flagelada. 1908 - Nicolle e Comte encontraram o parasita em cães. 1913 – Primeiro caso na América do sul (Paraguai) 1931 – Demonstração em ramsters da transmissão da doença por mosquitos. 1934 – Primeiros relatos da doença no Brasil. 1936-1939 – Estudo in vivo da doença por Evandro Chagas. 1953 – 1965 Estudos em diferentes lugares do país.
Classificação Taxonômica REINO Protista SUBREINO Protozoa FILO Sarcomastigophora SUBFILO Mastigophora CLASSE Zoomastigophora ORDEM Kinetoplastida SUBORDEM Trypanosomatina FAMÍLIA Trypanosomatidae GENÊRO Leishmania ESPÉCIE Leishmania ssp.
Classificação das espécies Complexo MEXICANA: L. mexicana L. amazonensis L. pifanoi Complexo BRAZILIENSIS: L. braziliensis L. guyanensis L. panamensis Complexo TROPICA: L. tropica L. major L. aethiopica Complexo DONOVANI Leishmaniose cutânea Leishmaniose cutânea e mucocutânea Leishmaniose cutânea Leishmaniose visceral
Agentes Etiológicos Parasita Local de ocorrência Complexo donovani – Leishmaniose visceral Parasita Local de ocorrência Leishmania chagasi América Central e do Sul Leishmania donovani Mar Mediterrâneo e Oriente Médio Leishmania infantum
Morfologia Aflagelada ou amastigota LOCALIZAÇÃO: Está presente nos tecidos dos hospedeiros vertebrados, principalmente os macrófagos; No homem é encontrada nos órgãos linfóides (medula óssea, baço, fígado e linfonodos) e pode ainda envolver outros órgãos como rins, placas de Peyer no instestino, pulmões e pele; Em canídeos, são encontrados em grande quantidade na pele CARACTERÍSTICAS: é arredondada, em outras palavras, é um ovóide com núcleo grande, sem flagelos, e com presença de cinetoplasto (extensão da mitocôndria)
Flagelada ou promastigota LOCALIZAÇÃO: É encontrada no hospedeiro invertebrado CARACTERÍSTICAS: Apresenta uma forma alongada, a qual, o cinetoplasto está localizado na extremidade do flagelo.
Ciclo biológico
Vetor e transmissão Hospedeiro INTERMEDIÁRIO Hospedeiro DEFINITIVO As várias formas da doença são transmitidas de animais silvestres ou domésticos (raposas, cachorros) para o homem por intermédio da picada de mosquitos fêmeas do gênero Lutzomyia Hospedeiro INTERMEDIÁRIO Lutzomyia longipalpis L. chagasi (Brasil) Hospedeiro DEFINITIVO Homem Cão (Canis familiaris) Raposa (Dusicyon vetulus e Cerdocyon thous) Marsupiais - Gambá (Didelphis albiventris)
Patogenia Parasita o baço, fígado e o linfonodo; entretanto, no desenvolver da infecção outros órgãos podem ser afetados como: intestino, sangue, pulmões, pele e rins. A pele é a porta de entrada para a infecção. O desenvolvimento da doença depende, principalmente, da resposta imunológica da pessoa.
Patogenia Período de incubação: 10 dias a 24 meses, sendo que a média é de 2 a 6 meses. Sinais gerais Sinais viscerais óbito Febre, anemia, leucopenia (diminuição do nº de leucócitos), enfraquecimento. Emagrecimento, hepatomegalia e esplenomegalia,
Patogenia
Epidemiologia Uma das sete endemias mundiais de prioridade absoluta da Organização Mundial da Saúde (OMS); 500 000 casos novos ao ano; Prevalência anual de 12 milhões de pessoas; Acomete principalmente crianças; Área endêmica, cães, galinheiro e outras fontes de matéria orgânica; 5 países são responsáveis por 90% dos casos de leishmaniose visceral que ocorrem em todo mundo: Índia, Nepal, Sudão, Bangladesh e Brasil.
Epidemiologia
Epidemiologia A atual situação da leishmaniose visceral no Brasil é grave. O quadro da doença só não é mais sério, em termos de risco potencial de epidemias em centros urbanos, que o da dengue. Até o início dos anos 80, a leishmaniose visceral restringia-se a bolsões de miséria, localizados em sua maioria no Nordeste. Hoje já é realidade em capitais como Teresina, São Luís, Campo Grande, Palmas e Belo Horizonte.
Epidemiologia O Brasil é responsável por 90% dos casos da doença nas Américas; Endemia em expansão; Em virtude do desmatamento, da migração de populações e das mudanças sociais e ambientais ocorridas nas últimas décadas tornou-se uma doença também urbana; Aumento expressivo nas taxas de letalidade; Sua ocorrência é cíclica; De acordo com a SVS, mais de 70% dos casos ainda concentram-se no Nordeste. Em todo o país, entre cinco e dez mil indivíduos são atingidos anualmente, dos quais cerca de 10% não sobrevivem.
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Epidemiologia Fonte: Secretaria de vigilância em saúde( SVS/MS)
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Epidemiologia Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério Público
Profilaxia Detecção ativa e passiva; Programas de vigilância epidemiológica com educação da população, semelhante aos programas da dengue; Detecção e eliminação de reservatórios infectados; Inquéritos sorológicos em cães domésticos e de rua; Controle de vetores com inseticidas de ação residual.
Diagnóstico Todo paciente com esplenomegalia febril pode ter leishmaniose visceral; Pancitopenia; Inversão albumina – globulina.
Diagnóstico Sorologia – Imunofluorescência Indireta (RIFI); Sorologia ELISA; Sorologia ELISA com Ag rK39 altamente específico; Detecção do DNA do parasita em tecidos de biópsia ou leucócitos no sangue periférico – PCR; Teste rápido: Kalazar-Detect com rK39.
Tratamento Medicamento Administração Antimoniais pentavalentes Tabela 2 – Posologia dos medicamentos indicados para tratamento da leishmaniose visceral Medicamento Administração Antimoniais pentavalentes 20mg/kg/dia durante 20 a 40 dias Anfotericina B 1mg/kg/dia durante 14 a 20 dias Anfotericina B Lipossomal 3 mg/kg/dia X 7 dias EV 4 mg/kg/dia X 5 dias EV
Referências NEVES, David Pereira; MELO, A. L. de; LINARDI, P. M.; VITOR, R. W. A. Parasitologia humana. 11 ed. ATHENEU, 2005. Estudo de caso. Disponível em: http://www.fcf.usp.br/Ensino/Graduacao/Disciplinas/LinkAula/Leishmanioses.PDF. Acesso em: 25 fev. 2013 Material de aula. Disponível em: http://www.cstr.ufcg.edu.br/grad_med_vet/mono2010_1/mono_gilzane.pdf. Acesso em: 26 fev. 2013