ÉTICA PROFISSIONAL E CIDADANIA

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ÉTICA PROFISSIONAL E CIDADANIA

2. Ética da norma Questão de fundo: Que normas devem ser observadas? Em que condições determinada norma não obriga? Quem pode dispensar da norma?

2. Ética da norma Os principais pensadores: João Duns Escoto (1266-1308) Guilherme de Ockam (1285-1349) Francisco Suárez (1548-1617) Emmanuel Kant (1724-1804)

2. Ética da norma A lei divina deixa de ser considerada na sua dimensão sapiencial acessível à razão humana para ser compreendida como um decreto da Vontade divina que obriga o homem a realizar determinadas ações em vista da salvação eterna As ações que são comandadas por Deus são boas e as que transgridem os mandamentos divinos são más

2. Ética da norma A ação é boa porque é comandada e não é comandada porque é boa. É a norma que passa a fundar o bem moral e não o bem que funda a norma. A liberdade humana tende a ser concebida como um poder de autodeterminação atemático. A virtude da obediência tende a superar o papel da prudência. Interessa mais cumprir a lei que discernir o bem a realizar em cada circunstância

2. Ética da norma Promove a casuística Risco da hipocrisia Promove o minimalismo porque as normas negativas são menos abrangentes que os fins virtuosos

2. Ética da norma Demasiado centrada nos atos externos e descurando as intenções mais remotas Fácil de aplicar aos fatos da vida (perspectiva do juiz externo) O discurso ético tendencialmente reduz-se a considerações jurídicas Tendência ao voluntarismo

2. Ética da norma Afastamento da experiência moral universal, com o risco de excesso de “paternalismo” que facilmente pode levar à rebelião dos súbditos. Favorece a dialéctica lei X liberdade. As exigências morais tendencialmente são vista como extrínsecas à natureza humana enquanto tal. Promove o excesso de leis positivas em vez de se empenhar em tornar mais prudentes as pessoas.

3. Ética da convivência Questão de fundo: Que regras devem ser observadas para que a convivência social seja possível? Autores com esta perspectiva: Thomas Hobbes (1588-1679) Jean-Jacques Rouseau (1712-1778) John Rawls (1921-2002)

3. Ética da convivência Perde-se a dimensão transcendental da ética. Garantir a sobrevivência dos indivíduos em sociedade. Regras que garantam a pacífica convivência. As relações entre indivíduos são conflituais. Perspectiva do legislador que emana leis. O fim último reduz-se é o bem comum.

3. Ética da convivência O discurso ético tende a reduzir-se à questão da justiça. O bem ou o mal moral derivam da observância ou não das regras de convivência social estabelecidas pelo legislador soberano. A igualdade e equidade são também temas centrais. Procura tornar possível a convivência em sociedades em que cada indivíduo tem os seus próprios valores (problema do pluralismo).

3. Ética da convivência Cepticismo acerca da possibilidade de julgar racionalmente as diferentes concepções de bem da pessoa. Aceita o pressuposto de partida que existe um pluralismo de concepções de bem que é naturalmente conflitual e que põe em risco a convivência comum. Só uma ética de mínimos é universal. Toca a cada indivíduo definir quais são os seus valores, qual é a sua ideia de vida boa.

4. Ética determinista Questão de fundo: Que fatores explicam o nosso comportamento? Iniciador desta nova perspectiva: David Hume (1711-1776)

4. Ética determinista Descrever e explicar o agir humano com o método experimental das ciências positivas. Reconduzir a multiplicidade dos fenômenos observáveis a poucos princípios simples e constantes (à imagem da física de Newton) “Anatomia” da natureza humana, mas excluindo qualquer discurso acerca dos fins convenientes ao homem enquanto tal

4. Ética determinista Atenção exclusiva na causalidade eficiente e ignorância da causalidade final. Procurar as causas eficientes que nos movem a agir. Sem qualquer pretensão de “guiar” o nosso agir. Construir uma ética independente da religião e da metafísica.

4. Ética determinista Procurar quais são os ações naturais do agir humano. Para Hume os princípios das ações humanas são as paixões/sentimentos às quais a razão está subordinada. Só os sentimentos movem à ação. O agir humano vem considerado na perspectiva do cientista que observa os fenômenos. Identificar quais são as regras gerais estáveis.

4. Ética determinista Tendência a negar a liberdade humana. Antropologia materialista. Explica-se o agir a partir das paixões, dos sentimentos, do foro psico-somático, dos diversos fatores sociais, do subconsciente, etc. Importância da psicologia e da sociologia

5. Ética utilitarista Questão de fundo: Que comportamentos maximizam o bem estar individual e social? Principais contributos: Martinho Lutero (1483-1596) Jeremy Bentham (1748-1832) John Stuart Mill (1806-1873)

5. Ética utilitarista Ênfase em “produzir” um bom status. Maximizar os resultados do agir humano. Transformar o mundo (poiésis). Centrada na dimensão horizontal. Racionalidade econômica.

5. Ética utilitarista Relação fins/meios = benefícios/custos Os fins justificam os meios. Interessa tornar o mundo melhor. Perspectiva pragmática.

Duas grandes perspectivas éticas Ética da 1ª pessoa: Como é que devo viver para ser feliz? Perspectiva do sujeito agente; Indaga pelo bem da vida humana considerada como um todo; Parte da experiência moral; Vontade naturalmente inclinada para o bem; O bem funda as normas morais; A felicidade consiste na vida virtuosa.