Amor e Sexualidade

Uma característica da adolescência é começar a descobrir o outro diferente de si e a compreender as diferenças significativa entre o género masculino e feminino.

A sexualidade, enquanto dimensão humana e relacional, é um elemento essencial na formação da identidade global do indivíduo, da sua autoestima e do relacionamento com os outros. Ver p. 158 § 2

O ser humano é um corpo sexuado, preparado para responder a estímulos de natureza afetiva e sexual e para procurar o prazer e o bem estar emocional.

Contudo, não se pode confundir sexualidade com relações sexuais, isso seria um erro muito grave. Era reduzir o ser humano à simples condição animal, e ele é muito mais que isso…

A sexualidade é uma energia que envolve e marca tudo aquilo que nós somos: homens ou mulheres. Por isso é tão importante.

Compreende várias vertentes: A identidade Os afetos A comunicação A partilha O companheirismo A amizade O desejo Os interesses A capacidade de reprodução…

Viver a sexualidade de forma autêntica é, do ponto de vista cristão, vivê-la a partir do amor, como doação de si mesmo ao outro, sem esta perspectiva a sexualidade fica desvirtuada.

Isto porque amar de verdade exige uma atitude de descentração de si,

o que não é fácil, porque a tendência de qualquer pessoa é, à partida, pensar e agir em benefício próprio, independentemente dos interesses, necessidades e sentimentos dos outros.

É o assumir de valores éticos que nos permite agir por nós próprios, tomar opções conscientes e responsáveis, reconhecendo na sexualidade uma fonte de vida e de amor para as relações interpessoais e para a própria realização pessoal.

Compreender e conhecer o outro sexo é um grande desafio que se coloca ao (à) adolescente. Ver p. 154 Por isso…

A beleza (nos seus múltiplos e diferentes conceitos) a inteligência, a ternura, a simpatia, o humor, a elegância (no corpo e na maneira de ser) são elementos que provocam a atração e o desejo de conquistar o outro.

A este momento de conquista segue-se o da confirmação da escolha, que precisa passar por um melhor conhecimento dos pontos fortes e fracos da pessoa amada.

Aqui o adolescente tem de ter consciência que a paixão e o desejo de conquista faz, muitas vezes, perder a noção crítica e a lucidez.

Esta situação leva a que a pessoa apaixonada «deixe de ter os pés na terra»,para ela só o outro existe, o mundo e as pessoas dissipam-se diante da única prioridade da sua vida.

É então que se descobre que há coisas que podem magoar profundamente, e que se correm alguns riscos quando se partilham os segredos, os sonhos e as esperanças com outras pessoas.

Neste processo de encontro e descoberta é importante que o adolescente não se deixe aprisionar pelas opções ou vontades da outra pessoa.

Por muito que se goste do outro, é importante ser capaz de pensar pela própria cabeça, e aprender a escutar o conselho prudente de alguém mais velho que seja capaz de aconselhar e ajudar a discernir.

Em todo este processo é importante que o adolescente não deixe que o obriguem a fazer aquilo que ele(a) não quer ou sabe que lhe pode fazer mal.

Quando uma pessoa pede a outra algo que ela não quer fazer e a pressiona, para a convencer, não a ama, quer apenas usá-la…

Amar é reconhecer ao outro um espaço de liberdade e autonomia, o direito de tomar as suas próprias decisões e opções

Só quando procuramos aquilo que faz o outro feliz, começamos a viver o amor. Ver p. 156 último §

É na felicidade da pessoa amada que se encontra a própria felicidade.

Compreende-se agora que confundir o namoro com uma brincadeira qualquer é um erro grave, que pode ser perigoso.

O namoro é o momento em que a pessoa se empenha na relação afetiva com alguém que ama. Está em jogo a relação com outra pessoa

Será correto, então, transformá-lo num jogo sem sentido Será correto, então, transformá-lo num jogo sem sentido? Não será isso uma forma da pessoa se diminuir a si mesma e ao outro?

Até porque o Amor uma vez conseguido não é uma conquista definitiva Até porque o Amor uma vez conseguido não é uma conquista definitiva. Ele é algo frágil que, tal como as plantas, necessita ser cuidado.

Assim, descurar a relação com a pessoa amada é condenar esta relação ao fracasso e à morte

Síntese: A sexualidade não se pode confundir com relações sexuais Síntese: A sexualidade não se pode confundir com relações sexuais. Ela é uma energia que envolve todas as dimensões da pessoa, marcando profundamente a sua forma de estar, pensar e agir.

Imagem retirada de Prado – a arte de viver junto