“Ângulos de Câmera do Filme Publicitário”

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
7º. ANO - LÍNGUA PORTUGUESA
Advertisements

OFICINA DE COMUNICAÇÃO
OFICINA DE COMUNICAÇÃO
A Banda Desenhada, BD ou Histórias aos Quadradinhos é uma forma de arte sequencial, que conjuga texto e imagens, com o objectivo de narrar histórias dos.
Análise de Imagem (Martine Joly)
COMO PRODUZIR UM VÍDEO CONSIDERAÇÕES A TER. O MAIS IMPORTANTE, PARA ALÉM DE TODA A TÉCNICA ENVOLVIDA, É: – CONTAR UMA HISTÓRIA INTERESSANTE – SABER CONTAR.
QUANTAS BOLINHAS? JOGAR UMA DUAS ME AJUDE! TRÊS QUATRO CINCO SEIS SETE
DETALHE PLANO GERAL ABSOLUTO Contextualização de espaço, tempo e/ou ação.
Narratividade no cinema
Narratividade no cinema
O uso do vídeo em EAD Prof.° AUREO MORAES Departamento de Jornalismo Centro de Comunicação e Expressão.
CAPITÃES DE AREIA JORGE AMADO ESTRUTURA DA OBRA Apresentação III
Que horas são?.
PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO
Perspectivas Prof. Cristiano Arbex 2012.
COLÉGIO DOS SALESIANOS DE POIARES
FESTIVAL DE CURTA METRAGEM
Nunca esqueça que existem quatro coisas na vida
Números por Extenso (01 a 30)
Diagramas de Sequência e Comunicação
INSTRUÇÕES DE COMO CRIAR VÍDEOS Gilberto Caron
Vamos estudar banda desenhada!
Dr. Marcelo Torrente Silva Cirurgião Pediátrico – Uropediatra
Eu aprendo as horas… … com texto.
Por: Wilda Maria Blasi e Vera Laura de los Santos Ferreira
FENG SHUI.
Nunca esqueça que existem quatro coisas na vida
OS ELEMENTOS ESSENCIAIS VI
FENG SHUI.
ENQUADRAMENTO PLANO FOTOGRÁFICO.
Planificando cubos e outros “dados”
Cap. 13. Linguagem do cinema
Lab. de Produção Gráfica e Imagem
FÉRIAS.
Uma linha é desenhada na tela, acompanhada de notas de piano ou violão.
Slides/automáticos...aguarde Você sabe por que o anel de compromisso é usado no quarto dedo?
By Búzios Slides TANTRA CHINES Automático Nunca esqueça que existem quatro coisas na vida que não se recuperam : A pedra - depois de atirada; A palavra.
Criação & PRODUÇÃO AUDIOVISUAL.
1 Noções Básicas de Vídeo – Projeto Literacia (PMBCS) 2012.
FOTOGRAFIA Prof. Fabio Aguiar. Examinando e isolando o padrão Se você examinar de novo as fotografias que tirou e escolher aquelas que achar mais agradáveis,
Linguagem Audiovisual
Tipos de Enquadramento e Movimentos de Câmera
Fotografia Publicitária II
Desvendando o Bairro Sarandi através de uma Praça por Roberto Capiotti Equipamento Utilizado: Câmera Digital – Sony Cibershot S megapixels.
A construção de uma narrativa visual.
INICIANDO A DISCUSSÃO - LINGUAGENS E DIFERENTES MANIFESTAÇÕES
PRODUZINDO UM TEXTO NARRATIVO
Núcleo Pedagógico - Escola da Família Pauta da Orientação Técnica
Dicas para uma boa foto.
ANÁLISE DOS PLANOS CINEMATOGRÁFICOS Arthur / Eduardo / Larissa / Marco Túlio / Ygor.
Conceitos Básicos de Óptica Geométrica
Técnicas de Fotografia Prof. Lucas Alves
Prof. Dr. Luiz Alberto de Farias
Linguagem Cinematográfica
Estática Estática Histórico
MATERIAL COMPLEMENTAR Tema 17: O matrimônio.
Desenho de Cenário Profa. Dra. Mônica Stein. Semana 08 Análise de linguagem de cenários Técnica x Narrativa x Proposta semântica X Composição Cênica.
Sec. XX Aproximadamente em 1907
Negativos 35 mm 16 mm - S16 mm. FOTOGRAMA Proporções e estrutura 35 mm –Negativo e positivo = 35 mm –quadro = 16 x 22 mm –som = ótico –perfurações = 4.
Nunca esqueça que existem quatro coisas na vida que não se recuperam : A pedra - depois de atirada; A palavra - depois de proferida; A ocasião - depois.
A Banda Desenhada.
Métodos e Técnicas de Pesquisa em História Profa. Dra. Ana Barbara Ap. Pederiva.
Nunca esqueça que existem quatro coisas na vida
A DIGNIDADE DA MULHER ISLÂMICA: A INTERFERÊNCIA DO ISLAMISMO NOS DIREITOS HUMANOS BRIZOLLA Leonardo¹,DUPRAT Renata¹, FERNANDES Thamy¹, HACK Alessandro²,
Comunicação e Educação Profa. Dulce Márcia Cruz
PRODUÇÃO DE VÍDEO Luiz Filipe B. Moreira. PAUTA DO DIA RoteiroIluminação Captação de áudio Composição de cena.
Ilusões de Óptica. Algo parece mover-se nesta imagem:
Aula 02- Português- Básico 1 Professora Anna Paula Bitar.
Objectivas normais:  Também conhecida como 50mm ou média angular, este tipo de lente tem o ângulo de visão semelhante ao olho humano, ou seja, não afasta,
Transcrição da apresentação:

“Ângulos de Câmera do Filme Publicitário” Análise da propaganda “A morte do Orelhão (1981)” Os quadros de um a cinco estão enquadrados em um Plano de Conjunto, e servem para ambientar, onde se encontra o personagem – orelhão – referindo-se a uma rua, provavelmente no centro de uma cidade grande, o que pode ser concluído a partir da construção em segundo plano, e da movimentação de pessoas. Movimento de câmera: pan horizontal. O quadro seis é um Plano Médio do Orelhão, que apesar da aproximação, ainda retrata elementos do cenário, como a figuração e a construção. O elemento principal deste take é a câmera no ângulo baixo, que valoriza o objeto.

Nesta seqüência entre os quadros de sete a nove ocorre um fenômeno de linguagem determinado durante a montagem. À estes ângulos baixos, ainda foram incorporados mais um recurso, o Cut-away close-up. O recurso determina que uma ação secundária, como um pedestre passando a frente do orelhão, seja retratado simultaneamente aos planos médios do objeto, desviando rapidamente a atenção do espectador, que nesta narrativa causou o efeito de movimentação ou mesmo de encobrir rapidamente o orelhão. Os quadros dez, onze e doze, novamente utilizam o Plano de Conjunto, desta vez com o ângulo baixo, o que permite uma percepção do ponto final do personagem, ou seja, aproxima o espectador do movimento de queda do orelhão, dando uma ar mais dramático a cena. A seqüência dos quadros treze, quatorze e quinze também são um Plano de Conjunto, que não são o amplos o suficiente para especificarem o local da ação, contudo permitem uma percepção e adequação do ambiente com o personagem em questão. O ângulo alto possibilita retratar a inferioridade do personagem orelhão, que acaba sofrendo sua queda, fortalecido ainda pelo espanto e aglomeração da figuração.

Os quadros agora são o dezesseis, o dezessete e o dezoito Os quadros agora são o dezesseis, o dezessete e o dezoito. Esta seqüência foi decomposta em Planos Próximos, que permitem inclusive perceber detalhes, como a ficha telefônica ao chão, e poucos detalhes ao fundo. O ângulo baixo possibilita mais uma vez uma aproximação do objeto, uma vez que o orelhão encontra-se deitado. Entre os quadros de dezenove a vinte e três pode-se verificar mais um Cut-away close-up. Desta vez intercalam-se ações de reações do público diante do ocorrido, com uma visão mais geral da morte, que além de incluir o público, também mostra o orelhão caído. Para o quadro dezenove o enquadramento foi um Plano Americano com um ângulo baixo, salientando a surpresa e o olhar curioso dos personagens. Os quadros vinte e dois e vinte e três abusam mais do tom dramático com tomadas em Plano Próximo evidenciando uma carga mais sentimental e emocionada dos atores, com o movimento de uma pan horizontal. E ainda, o quadros vinte e vinte e um compostos de um Plano de Conjunto, vinculando a morte e os espectadores desta ação, a partir de um ângulo alto, que possibilita uma linguagem de inferioridade do orelhão derrotado, além do movimento de zoom in, da câmera.

Quadro vinte e quadro: Plano Close-up do objeto orelhão, com o intuito de enfatizar a morte da personagem e inclusive de humanizar a personagem, acarretando maior carga emocional ao contexto, como se mostra-se as expressões do orelhão morrendo. Quadro vinte e cinco: câmera subjetiva, do ponto de vista do personagem, orelhão. O efeito é de aproximação do sofrimento do personagem na trama, como se os telespectadores estivessem morrendo junto ao orelhão. Quadro vinte e seis: desta vez a câmera é objetiva, sob a perspectiva do telespectador que foi aproximado da observação da cena, com a tomada próxima, ainda mais interessante com a moldura de outras personagens envolvidas, num Plano Médio. Quadro vinte e sete: novamente uma câmera subjetiva do ponto de vista do personagem, em Plano Americano, orelhão. A intenção na narrativa é retratar o último suspiro da vítima. Mais uma vez com um efeito humanizador. Quadro vinte e oito: um Plano Detalhe do orelhão, enfatizando apenas uma de suas partes, retratada como verdadeiro destroço, com tom mais mórbido a partir do ângulo baixo, que diminui as dimensões da parte do objeto.

A seqüência composta pelos quadros de vinte e nove a trinta e dois mais uma vez usa dos efeitos causados pelo Cut-away close-up. O primeiro quadro desta seqüencia mostra em Plano Próximo, o rosto de duas personagens aflitas, com o olhar baixo, sentido oposto ao ângulo da câmera. Pode-se observar inclusive uma das personagens realizando o sinal da cruz, reação a partir do falecimento. Os dois quadros seguintes são construídos pelo ângulo alto da câmera, mais uma vez com objetivo de dimensionar o objeto, retratando a distribuição em Plano Médio da personagem principal, com os demais envolvidos. Há dois movimentos de câmera circular e zoom out. A seqüência é finalizada com mais uma reação dos espectadores, mas desta vez o Plano Americano aplica o quadro, compondo-o com mais personagens, deixando aqueles do primeiro quadro em segundo plano, mas criando a quebra de seqüência da narrativa, tornando mais interessante e apelativo o retrato reação figurantes – morte orelhão – reação figurantes. Quadros de trinta e três a trinta e cinco: os Planos escolhidos são Médio. Apresenta-se uma nova personagem na narrativa, que integra a cena como a que lamenta a morte do orelhão. A câmera é objetiva e a aproximação do telespectador a ação desta personagem está muito associada a própria aproximação da câmera, assim com interessantes tomadas, compostas pelo movimento horizontal da imagem, que está coerente com a movimentação da personagem, assim como os figurantes, que são enquadrados com partes do corpo, como costas, cabeça, braços.

Camila Lourenço Rodrigues – RA: 931381 Quadros do trinta e seis ao quarenta: o Plano novamente é de Conjunto, o que finaliza o vídeo com uma perspectiva de composição semelhante ao início em relação aos elementos retratados, o orelhão e o ambiente. Há o movimento de zoom out da câmera. A diferença está no ângulo alto que ressalta a derrota final da personagem morta, além de se distanciar a cada quadro do ocorrido. O orelhão fica a cada quadro mais em evidência, devido ao menor número de figurantes, além da proporção do objeto, que se destaca há medida que a câmera se afasta. Os letreiros sobem nos quadros finais, afim de validar todas as imagens construídas e o som da locução associado a temática. Camila Lourenço Rodrigues – RA: 931381