Cálculo da irrigação Luciane Costa de Oliveira

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Aluno: Bruno Mena Barreto Bastos
Advertisements

Paulo César Barbosa Fernandes – 2011/1
UNICAMP Universidade Estadual de Campinas Centro Superior de Educação Tecnológica Divisão de Telecomunicações Propagação de Ondas e Antenas Prof.Dr. Leonardo.
Quase toda perda é devido a evaporação.
MANEJO DE IRRIGAÇÃO NA AGRICULTURA IRRIGADA DO PROJETO JAÍBA
PROJETO ÁGUA CERTA Capacitação de agricultores e trabalhadores rurais para o uso conservativo da água na agricultura irrigada.
Medidas de Tempo Nunca se escreve 2,40 h para representar 2h e 40 min, pois as medidas de tempo não são decimais.
Textura e Estrutura do Solo
POWER TECH DO BRASIL Energia e Sistemas Ltda
Estudo Probabilístico de Obtenção de Lucro em Plantios de Milho e de Feijão no Estado do Ceará - Uma abordagem sobre Gestão de Risco Climático na Agricultura.
Características do processo de troca
Exercícios Porcentagem.
A razão como comparação
ARRANJO FÍSICO- Exemplos
CAPÍTULO 03 – EVAPORAÇÃO E TRANSPIRAÇÃO
Prof. Fábio Kleine Albers
Curso de ADMINISTRAÇÃO
Análise de Projeto do Sistema Produtivo
Balanço de água no solo e sua avaliação
COLÉGIO AGRÍCOLA DE VERANÓPOLIS
Potássio.
NITROGÊNIO.
Interpretação da análise de solo
Mestranda: Maria Isabel Mota Carneiro
Aluna de mestrado: Myrla de Souza Batista
EVAPORAÇÃO E EVAPOTRANSPIRAÇÃO
NECESSIDADES HÍDRICAS DAS CULTURAS
Consideremos como exemplo um Item de Contrato com os seguintes dados: E tenha sido cadastrado apenas um tipo de turma: SIGAE PNQ WEB EducandosValores RECURSO25.
TÉCNICA DE BALANÇOS SUCESSIVOS Operações do mês de março da Comercial Zás Trás: 1) Constituição do Capital Social, no valor de $ , em dinheiro.
ABASTECIMENTO URBANO DE ÁGUA –
Instalações Prediais EXERCÍCIO.
Planejamento da Mecanização Agrícola Carlos Alberto Alves Varella - Professor Varella.
3. 5 PRINCIPAIS OPERAÇÕES CONTÁBEIS
MECÂNICA - DINÂMICA Exercícios Cap. 13, 14 e 17. TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica © 2013 Curotto, C.L. - UFPR 2 Problema
Programação Linear Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI
Aspecto quantitativo de
4 RETENÇÃO DE ÁGUA NO SOLO
MECÂNICA - ESTÁTICA Vetores Forças Cap. 2.
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
1 ESTATÍSTICA. 2 UDIII - Relação Entre Duas ou Mais Variáveis ESTATÍSTICA Ass 01: Regressão Simples.
ÂNGULOS SILVIA MACÊDO.
Coordenação Geral de Ensino da Faculdade
Medidas de posição  Estudando as distribuições de  frequência,  percebe-se que existe uma  posição de  concentração dos valores, que podem estar mais concentrados no início, no meio ou no 
Coordenação Geral de Ensino da Faculdade
Pesquisa Operacional Programação Linear Solução Gráfica.
ESCOLA SECUNDÁRIA DE EMÍDIO NAVARRO
Processos Unitários RETENÇÃO DE GORDURA.
Transferência de Energia - exercícios
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
PLANTIO.
HIDROGRAMA Revisão e Exercícios Hidrologia.
Olhe fixamente para a Bruxa Nariguda
Aula 07 Medidas de posição - Média Prof. Diovani Milhorim
Introdução à Agronomia
Profº Fabiano de Sousa Disciplina: Irrigação
Irrigação Prof. Luciane Costa de Oliveira
SISTEMA SOLO É composto por três fases bem distintas: sólida, liquida e gasosa Fase sólida e líquida fonte imediata e reservatório de nutrientes Fase gasosa.
Manejo de solo no sistema plantio direto
Irrigação por Aspersão
Regulagens de pulverizadores
Irrigação e Drenagem.
CONDUTOS LIVRES Conceito:
Quando e quanto irrigar
Peso & balanceamento Exercícios Caderno de Exercícios:
INFILTRAÇÃO E ÁGUA NO SOLO
IRRIGAÇÃO VITICULTURA DE QUALIDADE
Manejo parcelar de solo e água para o produtor
Pastagens e Plantas Forrgeiras Aula 13. Irrigação de Pastagens
EHD703 – Técnicas de Irrigação Água no Solo
Manejo parcelar de solo e água para o produtor
Transcrição da apresentação:

Cálculo da irrigação Luciane Costa de Oliveira Fonte: Manejo da água e Irrigação Autor: Sílvio Roberto Penteado

Fatores importantes no cálculo e decisão de quanto irrigar Solo: indica a capacidade de campo (CC), o ponte de murcha permanente (PMP) e a velocidade de infiltração; Disponibilidade de água: indicará qual a área que poderemos irrigar com a água que temos; Cultura: cada cultura possuí uma profundidade de raízes, uma transpiração diferente, etc...

Fatores importantes no cálculo e decisão de quanto irrigar Tipo de sistema de irrigação: Gotejamento (90% de eficiência) Arpersão (70% de eficiência) Pivô central (85% de eficiência) Inundação ou sulcos (50% de eficiência)

Cálculo da água disponível no solo Considera as diferenças de solo: Solo Capacidade de campo Ponto de Murcha Água disponível Argiloso 35% 18% 17% Siltoso 15% 7% 8% Areia 6% 2% 4%

Cálculo da água disponível no solo Considerar no cálculo a profundidade efetiva do sistema radicular; Para conhecer a Capacidade de Água Disponível (CAD) e a Água Disponível (AD), que é a água a ser consumida pelas plantas e que deverá ser reposta pelas irrigações, primeiramente calcula-se a CAD.

Cálculo da CAD É obtida pela diferença entre a umidade do solo na Capacidade de Campo (CC) menos a umidade no ponto de murcha permanente (PMP), multiplicada pela profundidade efetiva do sistema radicular (PESR em mm). CAD = (CC – PMP) x PESR

Cálculo da CAD CAD = (CC – PMP) x PESR Ex: CC= 0,260 cm3 . cm-3 PMP= 0,083 cm3 . cm-3 PESR= 300 mm (ou 30 cm) CAD= (0,260 – 0,083) x 300 = 53,1 mm

Cálculo da CAD Nosso reservatório de água no solo deverá ter uma capacidade de 53,1 mm. Se considerarmos uma água disponível (AD) de 50%, teremos 26,6 mm. Quantidades superiores a esta estará saturando o solo.

Exemplo de cálculo de CAD e AD no solo, por hectare Siltoso: numa cultura com a maioria das raízes a uma profundidade efetiva de 50 cm, poderemos obter os seguintes dados: CC = 0,50 m x 0,15 x 10.000 m2 = 750 m3 / hectare ou 75 litros / m2 ou 75 mm PMP = 0,50 m x 0,07 x 10.000 m2 = 350 m3 / hectare ou 35 litros / m2 ou 35 mm

Exemplo de cálculo de CAD e AD no solo, por hectare CAD = 750 – 350 = 400 m3 / hectare ou 40 litros / m2 40 mm AD = 40 mm x 0,50 (50%) = 20 mm

Exemplo de cálculo de CAD e AD no solo, por hectare Argiloso: numa cultura com a maioria das raízes a uma profundidade efetiva de 50 cm, poderemos obter os seguintes dados: CC= 0,50 m x 0,35 x 10.000 m2 = 1750 m3 / hectare ou 175 litros / m2 ou 175 mm PMP = 0,50 m x 0,18 x 10.000 m2 = 900 m3 / hectare ou 90 litros / m2 ou 90 mm

Exemplo de cálculo de água disponível no solo (AD), por hectare CAD = 1750 – 900 = 850 m3 / hectare ou 85 litros / m2 ou 85 mm AD = 85 mm x 0,50 (50%) = 42,5 mm

Conclusão Verificamos que o solo argiloso possui a capacidade de reter 175 litros de água / m2 , numa profundidade de 50 cm, enquanto num solo siltoso retém menor quantidade de água, cerca de 75 litros de água / m2 . Valores mostram que a água disponível num solo argiloso é quase 3 vezes maior do que num solo siltoso.

Cálculo da lâmina de irrigação Lâmina bruta: lâmina de água total que deverá ser aplicada prevendo-se as perdas (deriva, vazamentos, etc...) e a uniformidade de distribuição. Por isso é obtida pela divisão da lâmina líquida (LL) pela eficiência de irrigação (Ei). LB= LL / Ei Lâmina líquida: é a água que representa p consumo real de água pela cultura. Essa deverá ser adicionada ao solo para suprir a demanda das plantas num determinado tempo, o qual pode ser definido pelo turno de irrigação;

Lâmina líquida estimada de irrigação (mm) Profundidade radicular média (cm) Textura do solo FINA 25 KPa MÉDIA 25 Kpa GROSSA 10 6 4,5 2,5 15 9 6,75 3,75 20 12 5 25 11,25 6,25 30 18 13,5 7,5 35 21 15,75 8,75 40 24 45 27 20,25 50 22,5 12,5

Cálculo de lâmina bruta de irrigação Solo argiloso: Textura do solo: fina Profundidade radicular: 0,30 m Lâmina líquida de irrigação: 18 mm Eficiência da irrigação: gotejamento (0,9) Lâmina bruta: LL/ Ei : 18mm / 0,9 = 20 mm Conclusão:aplicar 20 mm de irrigação

Cálculo de lâmina bruta de irrigação Solo arenoso: Textura do solo: grossa Profundidade radicular: 0,30 m Lâmina líquida de irrigação: 7,5 mm Eficiência da irrigação: gotejamento (0,9) Lâmina bruta: LL/ Ei : 7,5mm / 0,9 = 8,33 mm Conclusão:aplicar 8,33 mm de irrigação

Lâmina média de água exigida para diferentes culturas Lâmina mm/mês M3 / hectare / dia Abacaxi, ameixa, citros 180 60 Abóbora 240 80 Alface Ameixa Banana 210 70 Brócolis Cebola, cenoura Figo 150 50 Morango Pêra, pêssego Pimentão, tomate Uva 160

Cálculo do turno de rega Turno de rega refere-se ao tempo que pode ser decorrido entre uma irrigação e outra. Em outros termos, quanto tempo o solo tolera entre uma irrigação e outra. Quanto maior a capacidade de armazenamento de água do solo (CC) , maior será o turno de rega. TR = Lâmina Líquida (mm) Evapotranspiração mm/dia

Cálculo do tempo de irrigação Tempo que o aspersor irá permanecer funcionando numa mesma posição. Ti = Lâmina Bruta (mm) Vazão do aspersor mm/hora

Exemplo Solo argiloso: Textura do solo: fina Profundidade radicular: 0,30 m Lâmina líquida de irrigação: 18 mm Eficiência da irrigação: aspersão (0,7) Lâmina bruta: LL/ Ei : 18mm / 0,7 = 25,7 mm Tempo disponível para irrigação: 8 horas Cultura: feijão Evapotranspiração (ETPc): 5 mm/dia Vazão do aspersor : 14 mm/h Número de linhas secundárias: 03

Exemplo TR = Lâmina Líquida (mm) Evapotranspiração (mm/dia) TR = 18 mm 5 mm/dia TR = 3,6 dias ... 3 dias

Exemplo Ti = Lâmina Bruta (mm) Vazão do aspersor (mm/hora) Ti = 25,7 mm 14 mm / h Ti = 1,83 horas ... 1 hora e 48 min... 2 horas (será o tempo que cada aspersor ficará funcionando na mesma posição).

Exemplo Determinação do número de posições irrigadas por dia (Ni): Ni = tempo disponível para irrigação (h) Ti (h) + tempo de troca* Temos 8 horas disponíveis para a irrigação, portanto poderemos irrigar 4 posições durante esse período. * Depende se o sistema é fixo ou portátil, devido ao tempo necessário para o desligamento do sistema em uma linha, desmontá-la e montá-la em outra posição. Em muitos projetos há linha lateral reserva, já montada, portanto esse tempo é zero.