JEAN – PAUL SARTRE Profª MÁRCIA FABIANI AULA 24

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Transcrição da apresentação:

JEAN – PAUL SARTRE Profª MÁRCIA FABIANI AULA 24 COLÉGIO CAESP – EDUCAÇÃO INFANTIL, ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Rua Almirante Barroso, 1086 – Fone/Fax (045) 3523.2887 – CEP 85851-010 Foz do Iguaçu – PR – Brasil - www.caesp.com.br - e-mail:caesp@caesp.net JEAN – PAUL SARTRE Profª MÁRCIA FABIANI marciafabiani@hotmail.com AULA 24

Sartre e o Existencialismo

Existe uma natureza humana? Jean-Paul Sartre (Paris, 1905 – 1980) Existe uma natureza humana? Há um sentido na vida?

A existência humana precede a essência Não existe uma natureza humana que explique o ser humano. Todo o significado da vida e todos os valores só existem porque o homem os cria.  Não faz sentido perguntar pelo sentido da vida. O homem tem que criar este sentido.  O homem não pode apenas ser, no sentido de existir no mundo, mas precisa fazer-se.  Ateísmo radical: Não se pode considerar que há um Deus, que precede o homem, e que lhe fornece um conjunto de valores e um sentido para se viver.

Não há também uma natureza feminina ou masculina (Simone de Beauvoir). “Ninguém nasce mulher. Torna-se mulher [...] Até os doze anos a menina é tão robusta quanto os irmãos e manifesta as mesmas capacidades intelectuais; não há terreno em que lhe seja proibido rivalizar com eles. Se, bem antes da puberdade e, às vezes, mesmo desde a primeira infância, ela já se apresenta como sexualmente especificada, não é porque misteriosos instintos a destinem imediatamente à passividade, ao coquetismo, à maternidade: é porque a intervenção de outrem na vida da criança é quase original e desde seus primeiros anos sua vocação lhe é imperiosamente insuflada.” Simone de Beauvoir - O Segundo Sexo

Liberdade e responsabilidade O homem está condenado à liberdade: a liberdade é algo que se impõe a todo homem como a base da existência humana. Nós somos completamente responsáveis pelas nossas escolhas, mas cada escolha que fazemos também diz respeito a quem nos cerca. O homem percebe o mundo através daquilo que lhe interessa. Logo, a cada momento cada homem percebe uma coisa e ignora tudo o que está a seu redor. O que você nota quando entra na escola?

Ativismo Político “O quietismo é a atitude das pessoas que dizem: os outros podem fazer aquilo que eu não posso fazer. A doutrina que vos apresento é justamente a oposta ao quietismo, visto que ela declara: só há realidade na ação”. História das Grandes Ideias do Mundo Ocidental. vol IV, p. 894. São Paulo: Abril Cultural, 1972.

Porém, se realmente a existência precede a essência, o homem é responsável pelo que é. Desse modo, o primeiro passo do existencialismo é o de pôr todo o homem na posse do que ele é e de submetê-lo à responsabilidade total de sua existência. Assim, quando dizemos que o homem é responsável por si mesmo, não queremos dizer que o homem é apenas responsável por sua estrita individualidade, mas que ele é responsável por todos os homens. (...) Ao afirmarmos que o homem se escolhe a si mesmo, queremos dizer que cada um de nós se escolhe, mas queremos dizer também que, escolhendo-se, ele escolhe todos os homens. De fato, não há um único dos nossos atos que, criando o homem que queremos ser, não esteja criando, simultaneamente, uma imagem do homem tal como julgamos que ele deva ser. Sartre. O Existencialismo é um Humanismo.

A LIBERDADE SE EXERCE EM SITUAÇÃO, PARA TENTAR CUMPRIR UM PROJETO: SER SITUAÇÃO ESCOLHA NADA

A liberdade, segundo Sartre, é a “autonomia de escolha” que independe da realização de um projeto: “Minha liberdade de escolher não deve ser confundida com minha liberdade de obter”. Isto é, como fazemos escolhas a todo momento, somos livres e estamos condenados à liberdade.

O “em si” e o “para si” O em si é a consciência = nada de ser, é possibilidade, liberdade, não é realidade. O para si é o mundo “Estou condenado a existir para sempre além dos moventes e dos movidos de meu ato: estou condenado a ser livre”. O homem está só e sem desculpas. O homem é o ser para o qual todos os valores existem.

“Todas as atividades humanas são equivalentes “Todas as atividades humanas são equivalentes. No fundo, é a mesma coisa embriagar-se na solidão ou conduzir os povos”. As coisas são desprovidas de sentido e fundamento, a vida é uma aventura absurda, onde o homem se projeta continuamente além de si mesmo, como que para poder tornar-se Deus

Romance: A náusea A náusea é o sentimento que nos invade quando descobrimos a contingência essencial e o absurdo do real.

Náusea “Tudo é gratuito: este jardim, esta cidade, eu mesmo. E quando acontece de nos darmos conta disso, nosso estômago se revira e tudo se põe a flutuar […] eis a náusea”.

A experiência da náusea revela a gratuidade das coisas. O Ser e o nada revela, que a consciência é sempre consciência de algo. De maneira que os objetos nunca são a própria consciência. “A consciência é um nada de ser e, ao mesmo tempo, um poder nulificante, o nada”.

O existencialismo é um humanismo “O homem sem nenhum socorro e apoio, está condenado a cada instante a inventar o homem”.

Analítica da existência Ponto de partida: ser-no-mundo Primado da existência Covardia (não é porque é covarde que se age covardemente...)

Moral e estética Moral e arte = criação Ambas tem um sentido universal, sem que sejam necessários deveres estéticos ou imperativos categóricos Assim como a obra de arte, a moral contém valores intrínsecos O ato de casar um apelo universal a monogamia

Desamparo Aceitar que Deus não existe Estamos sós e sem desculpas Condenados Sem apoio e socorro

Desespero Só podemos contar com o que depende de nossa vontade Agir se esperança Não sabemos a intenção dos outros

Moral da ação e do engajamento O meio, a religião, as esperanças – não fazem o ser humano Sou responsável por minha covardia.

O Em-si - O Para-si - A liberdade - A angústia - A Má-fé - O Ser e o Nada

“ O homem deve criar a sua própria essência; é jogando-se no mundo, lutando, que aos poucos se define... A angústia, longe de oferecer obstáculos à ação, é a própria condição dela... O homem só pode agir se compreender que conta exclusivamente consigo mesmo, que está sozinho e abandonado no mundo, no meio de responsabilidades infinitas, sem auxílio nem socorro, sem outro objetivo além do que der a si próprio, sem outro destino além de forjar para si mesmo aqui na terra”.