2ª série / Ensino Médio 2m1,2m2 e 2m3 Profª.: Maria Anna Gerk

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2ª série / Ensino Médio 2m1,2m2 e 2m3 Profª.: Maria Anna Gerk
Transcrição da apresentação:

2ª série / Ensino Médio 2m1,2m2 e 2m3 Profª.: Maria Anna Gerk Métodos de Raciocínio 2ª série / Ensino Médio 2m1,2m2 e 2m3 Profª.: Maria Anna Gerk

O tempo e o amor “O primeiro remédio é o tempo. Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera! São as feições como as vidas que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas que partem do centro para a circunferência, que quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino porque não há amor tão robusto, que chegue a ser velho. De todos os instrumentos, com que o armou a natureza, o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não tira, embota-lhe as setas, com que já não fere; abre-lhe os olhos, com que vê o que não via; e faz-lhe crescer as asas, com que voa e foge. A razão natural de toda essa diferença, é porque o tempo tira a novidade às cousas, descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e basta que sejam

A QUE CONCLUSÃO CHEGA O AUTOR? usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com uso, quanto mais o amor? O mesmo amar é causa de não amar, e o ter amado muito, de amar menos.” (Trecho extraído de Sermão do Mandato de Padre Antonio Vieira.) A QUE CONCLUSÃO CHEGA O AUTOR?

O autor chega à conclusão de que amar é a causa de não amar, e que se ama pouco por se ter amado muito. A CONCLUSÃO NOS PARECE ABSURDA? MAS O AUTOR , PARA CHEGAR A ELA, DESENVOLVEU UM RACIOCÍNIO: O TEMPO ACABA COM TUDO. O TEMPO CORRÓI AS COLUNAS DE MÁRMORE, AFROUXA O ARCO, EMBOTA AS SETAS, GASTA O FERRO. SE ATÉ O MÁRMORE E O FERRO SÃO GASTOS PELO USO, QUE DIRÍAMOS DO AMOR? ENTÃO, SE AMO, ACABO SEM O AMOR E, SE ELE É INTENSO, ACABA SENDO POUCO. O AUTOR FEZ UM SOFISMA.

SOFISMA Sofisma é um raciocínio errado, que se apresenta com aparência de verdade. Sofismar é levar alguém a engodo com argumentos aparentemente verdadeiros. QUAL FOI O ERRO, CONSCIENTE OU NÃO, NO RACIOCÍNIO DO PADRE VIEIRA? ELE COMPARA SENTIMENTO COM OBJETO; O ABSTRATO COM O CONCRETO; O MATERIAL COM O ESPIRITUAL. SE O FERRO ACABA COM O USO, O AMOR TAMBÉM. (???) Seguindo o mesmo raciocínio do texto, diz-se: então, quanto mais honesto sou, menos serei; quanto mais inteligente és, menos serás !!! Se o mármore acaba com o tempo, o amor não, porque não tem a mesma essência dele.

A lógica Para Aristóteles, raciocínio é um argumento, em que, estabelecidas certas coisas, outras coisas diferentes se concluem necessariamente das primeiras. O raciocínio é uma demonstração; é partir do conhecido para o desconhecido.

O homem provou a água de um rio e sentiu que não era salgada como a do mar; e a cada rio que encontrava percebia ser doce sua água. Então, concluiu: TODOS OS RIOS TÊM A ÁGUA DOCE, embora seja duvidoso que o homem tenha provado a água de todos eles.

A cada corpo jogado pra cima, o homem percebeu que caía para baixo, ENTÃO TODO CORPO ATIRADO PARA CIMA CAI , embora seja duvidoso que o homem tenha jogado todos eles...

Raciocínio indutivo É a maneira de pensar que parte de uma ou mais verdades particulares, conhecidas e procura chegar a uma verdade universal. PONTO DE PARTIDA PONTO DE CHEGADA VERDADES CONHECIDAS VERDADES DESCONHECIDAS PARTICULARES UNIVERSAIS

Soneto a Nosso Senhor (Gregório de Mattos) Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado, Da vossa alta clemência me despido; Porque quanto mais tenho delinquido Vos tem a perdoar mais empenhado. Se basta a voz irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido: Que a mesma culpa que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado. Se uma ovelha perdida e já cobrada Glória tal e prazer tão repentino Vos deu, como afirmais na sacra história. Eu sou, Senhor a ovelha desgarrada, Recobrai-a; e não queirais, pastor divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória.

Silogismo Há no texto de Gregório de Mattos um SILOGISMO: Toda ovelha perdida é salva pelo Senhor, com prazer. Eu sou uma ovelha perdida. Logo, devo ser salvo pelo Senhor com prazer. O SILOGISMO é uma expressão do raciocínio DEDUTIVO.

Raciocínio dedutivo É a maneira de pensar que percorre o trajeto inverso ao do raciocínio indutivo: A PARTIR DE UMA VERDADE UNIVERSAL, CHEGA-SE A UMA VERDADE SINGULAR. O ponto de partida de um é o ponto de chegada do outro e vice-versa. PONTO DE PARTIDA PONTO DE CHEGADA VERDADES CONHECIDAS VERDADES DESCONHECIDAS UNIVERSAIS PARTICULARES TODO HOMEM É MORTAL. SÓCRATES É HOMEM. SÓCRATES É MORTAL.

Composição do silogismo São três as partes do silogismo: duas premissas e uma conclusão. PREMISSA MAIOR: Todos os animais se reproduzem. PREMISSA MENOR: A aranha é um animal. CONCLUSÃO: Logo, a aranha se reproduz. Termo médio: animal Termo maior: Todos se reproduzem Termo menor: aranha O termo médio deve encontrar-se necessariamente nas duas premissas, jamais na conclusão.

Se o termo médio pertence necessariamente ao maior, e o menor, necessariamente ao médio, então o menor pertence necessariamente ao maior. Se todo aquele que mata deve ser preso, e Nem matou, então deve ser preso. TERMO MÉDIO: TERMO MAIOR: TERMO MENOR:

Raciocínio dialético O método filosófico racional adotado na exposição de ideias é a dialética. Funciona assim: duas ideias reivindicam a verdade , mas elas são antagônicas. Uma é a tese e a outra, antítese.  Do combate entre elas surge a síntese (conclusão), que concilia a verdade que sobrou do embate. Então, há uma verdade maior que as anteriores – a síntese. Isto até que venha uma outra ideia que é contrária à síntese concluída. Aí ocorre novo embate. Aquilo que era síntese se torna tese. E a nova ideia antagônica a sua antítese. Do embate entre elas, temos uma nova síntese (conclusão), e assim ad aeternum. Etimologia: dialektkê (tékhné) '(arte) dialética, arte de discutir e usar argumentos lógicos, esp. por perguntas e respostas', pelo lat. dialectìca,ae.

Filosofia Em sentido bastante genérico, oposição, conflito originado pela contradição entre princípios teóricos ou fenômenos empíricos no platonismo, processo de diálogo, debate entre interlocutores comprometidos com a busca da verdade, através do qual a alma se eleva, gradativamente, das aparências sensíveis às realidades inteligíveis ou ideias no aristotelismo, raciocínio lógico que, embora coerente em seu encadeamento interno, está fundamentado em ideias apenas prováveis, e por esta razão traz em seu âmago a possibilidade de ser refutado no kantismo, raciocínio fundado em uma ilusão natural e inevitável da razão, que por isto permanece no pensamento, mesmo quando envolvido em contradições ou submetido à refutação no hegelianismo, lei que caracteriza a realidade como um movimento incessante e contraditório, condensável em três momentos sucessivos (tese, antítese e síntese) que se manifestam simultaneamente em todos os pensamentos humanos e em todos os fenômenos do mundo material no marxismo, versão materialista da dialética hegeliana aplicada ao movimento e às contradições de origem econômica na história da humanidade