Professor Marcello Dalla e Professor Bjorn Plasier

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Organização Pan-Americana da Saúde.... Melhoria da Saúde nas Américas Até onde chegamos e que mais precisamos fazer? Mirta Roses Periago Diretora Melhoria.
Advertisements

O Mito do Desenvolvimento Sustentável e a Economia Verde na Rio+20
Ações Estratégicas na Atenção Básica
Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher.
SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA
I SIMPÓSIO REGIONAL DE SAÚDE DA FAMÍLIA PRAIA GRANDE
Saúde Mental Comunitária e Atenção Primária
Seminário SANTA CATARINA ECONOMIA E MEIO AMBIENTE Macro diretriz: Aumentar, de forma sustentável, a competitividade sistêmica do estado Áreas de.
Professor Marcello Dalla
Quais são os Objectivos do Milénio?
Curso de Especialização em Assistência e Atenção Farmacêutica
Evolução Histórica da Saúde Ambiental
AS RELAÇÕES DE PODER NO MUNDO
POLITICAS DE EXTENSÃO: SUBSÍDIOS A EXPERIÊNCIA RECENTE DA FCM ROBERTO TEIXEIRA MENDES.
Desmistificando o ensino de odontologia na sua relação com o SUS
III Congresso Brasileiro de Medicina Aeroespacial
DIRECÇÃO PROVINCIAL DE RECURSOS MINERAIS E ENERGIA DE MANICA
Brasil: conquistas e desafios para o sistema de saúde
Política Nacional de Saúde do Idoso
Oficina Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e Educação Fiscal
A ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
Metas do Milênio: 8 formas de mudar o mundo.
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
OS DESAFIOS DA GESTÃO NA SAÚDE
PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
8, 15 e 22 de Outubro de 2011.
M I S S Ã O D O F Ó R U M Engajar democraticamente o 1º, 2º e 3º Setores da Região Metropolitana de Campinas, através de planos e ações que concretizem.
A GESTÃO DOS SISTEMAS DE SERVIÇOS DE SAÚDE NO SÉCULO XXI
Alexandre de Araújo Pereira
REDE AMAMENTA BRASIL EM MATO GROSSO DO SUL
ODM e Deficiência ODM 1. Erradicar a pobreza extrema e a fome. A quinta parte dos pobres do mundo tem uma deficiência. A efetividade dos programas de redução.
NOÇÃO DE SAÚDE Ciências Naturais
Condições de vida na África
Políticas para redução dos desastres C. de Ville de Goyet.
Unidade 2: Impacto da Epidemia de HIV/SIDA na África Subsahariana
Caderneta da Gestante MINISTÉRIO DA SAÚDE
TransFormação: Habilidades para Produtividade
PROGRAMA DE CONTROLE DO TABAGISMO
Saúde Integral da Criança
ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA REDE PÚBLICA DE SAÚDE
“Podem as empresas sustentáveis
A 5 anos dos ODM, Brasil atinge duas metas País reduziu pobreza e fome e controlou doenças, como preveem os Objetivos do Milênio; esgoto e óbito materno.
Política Educacional Brasileira
CONCEITOS PARA ELABORAÇÃO DE INDICADORES DE SAÚDE
Organização da Atenção à Saúde Luiz Marcos Ribeiro 2011
VISITA DOMICILIAR Teve seu marco no Brasil em
ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMILÍA
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Secretaria de Estado da Saúde do Paraná
A Escola nasce em 1954, hoje conta com o trabalho de cerca de 1000 profissionais na maior escola de saúde pública da América do Sul, única escola de âmbito.
Gestão Escolar: desafios e construção do saber para o Século XXI
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
REDE AMAMENTA BRASIL EM MATO GROSSO DO SUL
NÚCLEO DE APOIO DA SAÚDE DA FAMILIA PORTARIA /01/208
Políticas Públicas de Saúde: PSF
Um Novo Olhar Saúde de Adolescentes em medidas socioeducativas de internação e internação provisória Fevereiro/2012.
Ciências Naturais 9.º ano
VIGILÂNCIA EM SAÚDE.
O fim da AIDS pós-2015: Um movimento para transformação.
Associação Brasileira
Aula 4.  Nesta aula a discussão será o debate em torno das questões fundamentais do crescimento e do desenvolvimento econômicos.  Assim, nossa preocupação.
PROJETO TERRITÓRIOS. PROJETO PARCERIAS G H M DAE/CAMC DAB DARA GESTORES ESF NASF USUÁRIOS HOSPITAIS DE EXCELÊNCIA.
Proposta de implantação de um Projeto Piloto na comunidade com elevado índice de uso de drogas, criminalidade.
Sheila Rizzato Stopa Departamento de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde Brasília, outubro de 2015.
A carga de doenças crônicas na América Latina e no Caribe é grande e crescente As mortes por doenças crônicas podem ser, em grande parte, evitáveis, mas.
Residentes: Ana Djéssika Vidal (Economista) Bruna Ferreira (Administradora) Helder Marcos (Administrador) Suzane Rodrigues Gonzaga (Economista)
1 PLANO DIRETOR DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE A PROGRAMAÇÃO LOCAL.
Transcrição da apresentação:

Professor Marcello Dalla e Professor Bjorn Plasier ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA SMS Vitória / UFES Professor Marcello Dalla e Professor Bjorn Plasier

Avisos finais

EMAILS marcellodalla@saude. es. gov. br marcello. dalla@uvv EMAILS marcellodalla@saude.es.gov.br marcello.dalla@uvv.br marcellodalla@yahoo.com.br Bjorn: plasier@hotmail.com BLOG http://mfces.blogspot.com.br FONE Marcello 31372410 ou 92987475

50º Congresso da AMES Atividades organizadas pela Associação Capixaba de Medicina de Família e Comunidade (ACMFC) 30/09/10 -Curso pré-congresso-Introdução à abordagem familiar. 01/10/10 – Apresentações especiais (relato de experiências) 02/10/10 – IV Jornada da ACMFC (Mesas redondas saúde mental e processo de trabalho em APS/ESF) Acesse o site www.ames.org.br

AULA SAÚDE DA FAMÍLIA.

OBJETIVOS Entender o processo de trabalho em sistemas de saúde baseados na APS . Compreender o papel do profissional de saúde na APS/ESF.

Atividade Vamos nos dividir em 6 grupos com no máximo 5 pessoas. Cada grupo receberá uma questão sobre saúde. As questões serão as mesmas para 2 grupos. Um PRÓ e o outro CONTRA. O grupo deve debater por 15 minutos As conclusões serão apresentadas e defendidas num debate por um dos componentes do grupo PRÓ e um dos componentes do grupo CONTRA.

QUESTÕES OS MÉDICOS NÃO GOSTAM DE TRABALHAR NA APS/ESF. A POPULAÇÃO NÃO TEM CULTURA PARA SABER O QUE É IMPORTANTE PARA SUA SAÚDE. SAI MAIS BARATO PRODUZIR UMA VACINA CONTRA DENGUE QUE MUDAR O ESTILO DE VIDA.

PELO FATO DAS AÇÕES DA ESF SEREM PREVENTIVAS NÃO PRECISA DA ATUAÇÃO DO MÉDICO. NA APS/ESF POR ABORDAREM PROBLEMAS MAIS SIMPLES NÃO É PRECISO PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS. SERIA MELHOR QUE AS EQUIPES DE ESF TIVESSEM UM PEDIATRA, UM CLÍNICO, UM GINECOLOGISTA E UM CIRURGIÃO GERAL.

Outras questões...

Como conhecer a realidade de saúde da população?

Como um serviço pode tornar-se adequado às necessidades dessa população?

O meu conhecimento e de cada pessoa da equipe está adequado às necessidades apresentadas pela população?

Pedagogia da problematização

Para responder cada pergunta deveríamos ser metódicos. Não precisamos inventar, há um que é bem apropriado para o nosso contexto (APS/ESF)...

“Há conhecimentos aos quais só se pode ter acesso se estamos profundamente envolvidos.” Eymard Mourão Vasconcelos,1999

Algumas histórias Do desejo de prescrever formas de viver ao aprendizado junto com a população.

“Por que vocês PEDEM para ser enganados pelos serviços de saúde ?” Da percepção que é mais fácil culpar alguém que reagir à situações adversas...

“Criamos a cooperativa para ter um trabalho e não para ficar ricos.” Das crianças desnutridas à geração de renda.

“Para nós tanto faz estar vivo como estar morto.” Do alto do saber à perplexidade diante da morte.

“Puxa vida Doutor, até você me dá porrada ?” Das portas fechadas ao sorriso aberto.

“Deixa aí doutor, AMANHÃ o agente da dengue passa.” Da pia entupida ao aflorar das mágoas eternas.

APS em outros países...

Espírito Santo <-> Holanda 46.078 km² 3.352.024 habitantes Vitória capital Pico da Bandeira 2892 metros 41.528 km² 16.372.715 habitantes Amsterdã capital Vaalserberg 323 metros

História APS Holanda Desde o início do século passado: Médico de Família (MFC) é o elo na Atenção Primária de Saúde (APS) Antes 1940 (segunda guerra): Médicos de Família aprenderam a disciplinas de especialistas Usaram ciencias básicas (anatomia/biologia) e práticas (psicologia e sociologia)

História MFC Holanda 1956 Fundação da Associação de Medicina de Família Holandesa (NHG) Desejo de melhorar o nível científico da APS Na pratica da APS, viram doenças totalmente diferentes do que no hospital

História MFC Holanda 1959 Conceitos MFC (Conferência de Woudschoten) Assumir a responsabilidade por uma assistência contínua, integral e pessoal para o indivíduo e para a família MFC situada num contexto social e não só científico Paciente no seu próprio contexto único e observado na sua própria história OBS: Ao contrário das especialistas : mais focadas em aspectos biológicos, orgão-específico e relacionado com a faixa etária do homem.

História MFC Holanda 1974: Primeira residência de Medicina de Família Começo de pesquisas cientificas na área de APS -> Primeira diretriz de medicina de família 1985

História de MFC Holanda Anos 70: influência ciências do comportamento Saber comunicar e reconhecer comportamentos característicos de um indivíduo/ uma família Anos 80: grande influência da epidemiologia Codificação de problemas (ClAP) invés de classificação em diagnósticos (CID-10)

Médico de Família Generalista (Domínio): l Conhecimento sobre todas as queixas, problemas e perguntas sobre saúde e doença que pacientes individuais apresentam Maioria das queixas e doenças o MFC oferece um spectro completo da medicina (também prevenção e acompanhamento) -> 95 % das queixas resolvidas no APS Reconhecimento e sinalização de quadros mais específicos e raros -> encaminhar ao especialista (5%) l

Médico de Família Contextual: Doenças não vistas isoladas, mas vistas em relações mútuas e colocadas na vida do paciente com próprias idéias culturais, pessoais e existenciais dentro do seu próprio sistema social Sistema social: Contexto relacionado ao paciente: Ambiente de trablaho e moradia Posição social Contexto social: O todo de normas, valores e regras sociais

O sistema da saúde logística Paciente Psicólogo Fonoaudiólogo Médico da Família Farmácia Atenção Primária Fisioterapia Ergoterapia Assistente Social (24 Horas) Enfermeira de Diabetes/ DPOC Asma/ Doenças cardiovasculares Atendimento em Domicílio 8% Hospital / Especialistas Atenção Secundária

Formação MFC Todas 8 faculdades de medicina têm Residência de Medicina de família Duração 3 anos Alunos na Faculdade de Medicina conhecem a APS: Nos primeiros 3 anos mensalmente acompanhar num PSF No internato de MFC de 10 semanas

Discussão O médico de família deve ser o elo na APS no Espírito Santo também? No PSF é importante a presença de especialistas? Espirito Santo deve ter uma Residência de Medicina de Família? Espirito Santo deveria ter mais trabalho científica na APS?

DESAFIOS

Metas do milênio Erradicar a pobreza extrema e a fome. Atingir o ensino básico universal Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres Reduzir a mortalidade infantil Melhorar a saúde materna Combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças Garantir a sustentabilidade ambiental Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento

No contexto mundial, os principais processos de mudança que tendem a influenciar o futuro do Espírito Santo no horizonte 2006-2025, são os seguintes: Demografia global; Pressões antrópicas provenientes dos países emergentes; Redução dos bolsões de pobreza (Ásia) e crescimento das desigualdades; Intensificação da globalização; Emergência e convergência das novas tecnologias; Deslocamento do eixo da economia mundial para o Pacífico; Conflitos localizados e restritos regionalmente;

Três dessas ondas de mudança merecem ser consideradas pelas implicações que trazem para o Estado do Espírito Santo. A população do mundo está crescendo e envelhecendo; Aumento da demanda mundial por alimentos A ascensão de países emergentes que têm elevado potencial de ocupar um lugar de liderança no mundo.

Condicionantes Nacionais São treze os condicionantes nacionais que influenciarão o futuro do ES nas próximas duas décadas. Transições na demografia nacional; Universalização das telecomunicações; Amadurecimento político da sociedade; Aumento da relevância da questão ambiental; Pobreza, desigualdade e violência urbana; Restrições impostas pela inércia na melhoria da qualidade dos serviços públicos e superação das deficiências regulatórias; Degradação da infra-estrutura;

Condicionantes Nacionais São treze os condicionantes nacionais que influenciarão o futuro do ES nas próximas duas décadas. Degradação da infra-estrutura; Disparidades no desenvolvimento econômico e social dos estados fronteiriços ao Espírito Santo; Reconfiguração econômica e espacial; Abertura e relação com a economia mundial; Expansão dos serviços de educação e do sistema de Ciência & Tecnologia e Inovação; Construção de um novo espaço público; Consolidação da estabilidade monetária e da responsabilidade fiscal como valores sociais.

Principais fatores de risco (OMS, 2002) Bebidas alcoólicas Excesso de peso Pressão alta Fumo Colesterol alto Sexo sem proteção Exposição ao chumbo Baixo consumo de frutas , verduras e legumes Saneamento básico deficiente Sedentarismo

EDUCAÇÃO

Fortalecimento e expansão da APS; PLANO DIRETOR DA APS Contempla 4 projetos: Fortalecimento e expansão da APS; Qualificação Profissional por meio da implantação das diretrizes clínicas; Organização da gestão da APS; Plano de M&A da APS.

RESULTADOS

Informe Dawson , ( Inglaterra 1920). Antes de mais nada saber que a APS não é tão nova assim... Informe Dawson , ( Inglaterra 1920). E quando bem estruturada a população usa e fica satisfeita...

Onde está nosso público alvo ? A ecologia da saúde Onde está nosso público alvo ? Fonte: Green LA, et al. The ecology of medical care revisited. N Engl J Med 2001; 344(26): 2021-2025

EVIDÊNCIAS DA APS ( BRASIL E NO MUNDO) Melhora acesso e Integralidade na atenção; Associada a baixa incidência de câncer de colo uterino; Redução das taxas de mortalidade por esse tipo de neoplasia A APS; Reduz as taxas de internacoes hospitalares; CMI cai 1% com aumento de 10% de leitos hospitalares, 2% com aumento de 10% de saneamento básico e 4% com 10% de aumento de cobertura de PSF;

EVIDÊNCIAS DA APS ( BRASIL E NO MUNDO) Associada com 2.5% de redução do CMI e com redução de 3.2% de recém nascidos de baixo peso; Reduz o numero de procuras "desnecessarias e inapropiadas" por setores de emergencia. Aumenta permanência no emprego (homens adultos), escolaridade (mulheres) e anos na escola (crianças); No Brasil internações por condições sensíveis à atenção primária caíram em torno de 15,8%; Evitou-se 126.000 internações hospitalares (1999-2002), gerando economia de 63 milhões de dólares (valor médio de R$ 941,00);

APS no Espírito Santo (2002-2008) Aumento em 40% da cobertura da ESF entre 2002 e 2008; Representou queda de 11% no CMI; Evitou-se 536 mortes de crianças com menos de uma ano; Aumento da cobertura vacinal; de pré-natal e aleitamento materno exclusivo;

APS no Espírito Santo (2002-2008) Redução: Hospitalizações por pneumonia 22%, desnutrição 77%, Hospitalização por desidratação 49%, evitou-se um gasto de aproximadamente R$ 14 milhões (2002 e 2008). Deixou-se de internar (2002 a 2008), 1.118 homens (40-59 a), gerando economia estimada de R$ 1.050.000,00; Mortes indefinidas em crianças caíram 64%, ou seja, 167 famílias puderam saber a causa da morte para prevenção; Em adultos a queda foi de 70%, ou 7.751 famílias, que puderam saber o que tinha causado a morte de seus entes;

“As boas respostas só funcionam quando aqueles que têm os problemas também têm dinheiro...” Bill Gates No dia em que sua fundação destinou 50 milhões de dólares para o combate a malária que mata 10 milhões de pessoas no mundo por ano, dessas, 700 mil são crianças.

Da defesa do SUS à defesa das pessoas. “Doutor, o tempo que o senhor levou para me explicar por que não pode me atender, já tinha me consultado e eu já tava longe.” Da defesa do SUS à defesa das pessoas.