ANTROPOLOGIA DOS VOTOS

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Transcrição da apresentação:

ANTROPOLOGIA DOS VOTOS ÈS ÁGUA VIVA MEU SENHOR

A própria canção

AFETIVIDADE HUMANA É impossível o crescimento de toda a personalidade quando a área afetiva é desconsiderada. Pois, a mesma quando acolhida e integrada nos processo de humanização, indica saúde física, espiritual e psíquica.

A pessoa vive a três níveis da vida psíquica que são: psicofisiológico, psicossocial e racional-espiritual. Nível psicofisiológico: está fisionomicamente relacionado a uma atividade psíquica. Aqui entra o bem-estar, a satisfação, e o objeto que sacia, satisfaz a tensão e sacia o desejo, o equilíbrio neste nível é a busca homeostática.

Psicossocial é conexo com a necessidade de desenvolver relações sociais , de "ser com", na amizade, no dar e receber, no ajudar, no sentir-se parte de um grupo ou comunidade de pessoas. A motivação mais imediata que leva a pessoa a buscar o outro é a tomada de consciência do próprio limite e insuficiência. "A pessoa não tendo em si a razão da própria existência, busca continuamente a realização daquilo que é para si mesma em um outro e no Outro" (Imoda, 1996).

Então se pode dizer que é o amor a ultrapassar o limite. No outro, encontra o infinito que não se deixa circunscrever pelo limite, justamente porque o outro a completa e a possibilita amar e ser amada, por isso é capaz de ir além do limite humano. Então se pode dizer que é o amor a ultrapassar o limite.

Racional-espiritual No nível racional-espiritual, a pessoa compreende as atividades conexas com os sistemas motivacionais superiores a sua origem, um motivo ou tensão de saber, de colher e resolver os temas existenciais do ser e do valor de si mesmo e das coisas, e o senso do próprio destino.

Este nível proporciona à pessoa uma abertura à transcendência Este nível proporciona à pessoa uma abertura à transcendência. O objeto que satisfaz a esse nível se torna parte da pessoa e de sua identidade. Responde a exigência da procura da verdade, mesmo que a verdade plena seja impossível para o ser humano. Diz Frankl "responder à pergunta acerca do significado absoluto é de tudo impossível para o homem" (Frankl, 1972).

********** O ÚNICO VOTO RADICAL É DEIXAR-SE CONSAGRAR INTEIRAMENTE POR DEUS (tuo volto)

A PESSOA CONSAGRADA

CONSAGRAÇÃO É RESERVA TOTAL PARA DEUS. E REQUER DA PESSOA RENÚNCIA ACOLHIDA ESCUTA PARTILHA CONVERSÃO

Na vivência dos votos, toda pessoa é chamada a desenvolver relações consigo mesma, com Deus, com o mundo e com os outros seres.

SUBJETIVIDADE ABERTA E INCLUSIVA Nessa riqueza de relações está presente o apelo radical para o desenvolvimento de uma subjetividade aberta e inclusiva(onde o outro é aceito e acolhido como outro, respeitado, valorizado, ajudado a ser outro na sua total subjetividade).

Qual é a vocação da pessoa humana, conforme o projeto do Deus da Vida? Que desenvolva, de maneira inclusiva, as relações de interiorização e abertura.

E qual a finalidade última dessa vocação pessoal? Viver a salvação oferecida pelo Deus da Vida, participando da Vida mesma de Deus (Jesus é o modelo de pessoa humana)! A vocação humano-cristã supõe uma visão integrada da pessoa. Supõe a busca do bem integral do outro.

O outro necessário *************** Um mistério a ser amado e acolhido. Visão do bem integral: querer o bem integral da outra pessoa significa um olhar cristão sobre a mesma. Bem integral significa olhar com os olhos de Jesus. Ele dignifica a condição humana, se humaniza para sermos divinos. Significa acolher o mistério que existe na pessoa e acreditar na sua capacidade de superação e de autotranscender-se para os valores propostos pelo Evangelho.

A tríplice dimensão estrutural do ser humano A vida humana se concretiza numa tecedura de relações muito complexas 1ª) se vê às voltas com o mundo das coisas. Sente-se senhora delas. Na nossa corporeidade somos parte do mundo. As coisas nos permitem exercer nossa liberdade e criatividade. Pela posse das coisas se pode fazer-se senhor como também escravo.

2ª) A pessoa se encontra dentro da esfera da alteridade masculino-feminino. O homem está sobre o olhar da mulher e vice-versa. Um sente uma profunda reciprocidade pelo outro. masculino e feminino são dimensões profundas, que integram em si objetividade, a dimensão do mistério, do profundo, obscuro, intuitivo e criativo que se revela dentro da existência humana. A integração dessas duas faces constitui a nossa personalização.

3ª) numa terceira dimensão a pessoa se sente projetada dentro do nós que funda a família e a sociedade, se trata da grande comunidade humana. Comunidade é a coexistência da identidade na diferença e da unidade na pluralidade. É o assumir a co-responsabilidade pelo todo da existência, seja ela na sua dimensão humana ou espiritual.

Os votos entre identidade e *******alteridade******** Alegoria do poço Água viva Nível da acolhida, apoio e compreensão Nível dos valores e da realidade concreta Nível dos valores absolutos da vida religiosa, união com Deus e conselhos evangélicos Pessoa-comunidade Pessoa e sua própria realidade concreta Relacionamento com o transcendente, liberdade efetiva e afetiva para a internalização dos valores pelos quais faz dom de si mesmo na vida religiosa.

O compromisso dos votos não visa a auto-perfeição, mas é vontade de construir novas relações, livres da mania de posse, de sedução, por uma nova humanidade. A vivência dos votos expressa em concreto: - a liberdade de acolher o outro em si, de modo incondicional. - e de abrir-se ao TU para descobrir o EU e realizar a própria identidade em áreas e dimensões estratégicas, como a vida afetiva, o sentido de autonomia e liberdade.

Círculo vicioso Sente-se estranho no ambiente vocacional e abandona ...........Pouca eficácia e perseverança Aumenta a frustração Menor capacidade de acreditar nos valores cristãos Expectativas irreais e falsas sobre a própria vocação Triste, desanimado, invejoso, agressivo Relacionamento interpessoal conflitivo Autonomia - sucesso Evita inferioridade - exibicionismo Agressividade - Gratificação sexual Humilhação - Dependência afetiva

Motivações humano-vocacionais entre o limite, o desejo e o dom de si mesmo O paradoxo fundamental do crescimento vocacional está em relação com uma dialética de base que existe em todas as pessoas: entre o Eu que se transcende, assume até as últimas conseqüências os valores vocacional-religiosos, que faz dom de si mesmo e que procura o bem em si mesmo, e o Eu que é transcendido, que tende a permanecer egocêntrico, buscando o bem para si mesmo e a própria realização. (estima de si em Paulo)

Pessoas consistentes na vocação características: Capacidade de encarar a própria realidade Capaz de enxergar a realidade de dentro para fora Disposição de conhecer-se, aceitar-se e aceitar os demais Capacidade de ver os erros das pessoas e instituições e os próprios. Integração das atitudes e necessidades em vista dos valores religiosos

Motivações auto-transcendentes e não somente de auto-realização Capacidade de suportar a tensão Capacidade de tolerar a frustração Capacidade de levar avante as decisões Capacidade de usar as energias para atingir os valores Capacidade de internalizar os valores religiosos

Pessoas inconsistentes na vocação características: Preocupa-se com: reduzir a tensão evitar as ameaças proteger-se defender-se preservar-se Sacrifício dos princípios Forçadas a gratificar as necessidades Pouca confiança em si mesmo e nos outros Nos relacionamentos vive mais a complacência e a identificação não internalizante. Falta um justo sentimento de culpa

VOTOS COMO DESCIDA AOS INFERNOS ****************** Quando Paulo fala em fl 2 sobre a obediência de Jesus até a morte, fala de sua coerência radical com sua humanidade livremente escolhida. Ao assumir o humano, até as últimas conseqüências, Jesus destrói aquilo que o iguala a Deus. Os votos religiosos em sua essência pretendem encarnar essa experiência da descida de Jesus aos infernos. Pelos votos assumimos a condição humana de não ser tudo, renunciamos as ilusões de toda falsa plenitude.

E acolhemos, reconciliados som o nosso próprio limite revelado na morte, a modesta felicidade de ser simplesmente humanos. Assim , os votos não são senão uma reconciliação ontológica com a brecha, o limite, a carência e a morte Longe da perfeição ou estado angelical, os votos são a mais prosaica afirmação do realismo espiritual cristão: a solidão, a mortalidade, nossa congênita e solidária fragilidade.

São uma profética identificação com os carentes e com as carências humanas São uma identificação com a Cruz, ir até o final de nós mesmos como expressão da nossa humanidade, e ir até o extremo do amor o irmão como expressão da nossa divindade.

Obediência fraterna e identidade Significa partilha do mesmo caminho em busca da vontade de Deus. Significa acolher na fé, sendo cada um responsável e necessitado da presença do outro. A obediência é um estilo de vida que promove a relação, muito mais que uma virtude que induz à mortificação da própria autonomia e liberdade. A fraternidade é uma identidade indeterminada. Significa que não conhecemos quem somos sem o pobre, o anônimo, o silencioso. Ninguém nunca saberá quem é sem o outro. A obediência nos abre à capacidade de escuta, de manter relações como fonte de identidade. (ver obediência)

Pobreza e partilha Cada ser humano é pobre e cada pobre é ser humano. Testemunhar a pobreza como verdade de cada ser humano, o pobre representa a pessoa em si mesma e sua intrínseca pobreza, a sua dependência ontológica. A consciência do ser filho, acolher a própria dignidade. Escolher com naturalidade o ser servo. Consagrar-se na pobreza é reconhecer a dignidade do pobre A pobreza é virtude relacional, porque nos torna livres para amar o outro na sua pobreza moral e psicológica, nos torna conscientes da nossa própria kenosis. Tomamos consciência de que não somos donos da vida. (Ver pobreza)

Virgindade universal dom e chamado para todos A virgindade significa a qualidade nas relações, a partir da relação com Deus Significa que Deus é o princípio e o fim de cada amor, pois ele está na origem do amor. A virgindade é a expressão da origem da pessoa, e quem ama é gerado por Deus e conhece Deus A virgindade é, acima de tudo, o amor que nasce do testemunho virginal, não somente do amor a Deus, mas a capacidade de amar como ele.

PARA APROFUNDAR TEXTOS: O SENHORIO DE DEUS A ESTIMA DE SI EM PAULO 1- relação entre o limite e capacidade de fazer dom de si mesmo, a partir da aceitação do limite. 2- segundo o texto e a sua experiência, como viver o único voto de deixar-se consagrar por Deus e pelos irmãos na vida paulina?