1. 2 Conjuntura Econômica Atual Marcelo Mello Faculdades Ibmec/RJ 32º Edição do IMIL na Sala de Aula Universidade Federal Fluminense - UFF Rio de Janeiro,

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
«Forte do Bom Sucesso (Lisboa) – Lápides 1, 2, 3» «nomes gravados, 21 de Agosto de 2008» «Ultramar.TerraWeb»
Advertisements

Contas Externas Brasileiras Carlos Thadeu de Freitas Gomes Seminário APIMEC 40 anos Rio de Janeiro, 17 de Maio de
EXERCÍCIOS RESULTADO.
Análise da Conjuntura Econômica e Desafios para o Novo Governo
TENDÊNCIAS DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO
EVOLUÇÃO E DESAFIOS DAS EXPORTAÇÕES DE CARNES DE AVES E SUÍNOS
Palestras, oficinas e outras atividades
A busca das mulheres para alcançar seu espaço dentro das organizações
Vamos contar D U De 10 até 69 Professor Vaz Nunes 1999 (Ovar-Portugal). Nenhuns direitos reservados, excepto para fins comerciais. Por favor, não coloque.
1 RESULTADO DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS MARÇO/2010 BRASÍLIA, ABRIL DE 2010 SPS – Secretaria de Políticas de Previdência Social.
1 RESULTADO DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS 2010 Brasília, janeiro de 2011 SPS – Secretaria de Políticas de Previdência Social.
1 RESULTADO DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS Novembro/2010 Brasília, dezembro de 2010 SPS – Secretaria de Políticas de Previdência Social.
1 RESULTADO DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS MAIO/2010 BRASÍLIA, JUNHO DE 2010 SPS – Secretaria de Políticas de Previdência Social.
Encontro com Engenheiros três desafios para a engenharia nacional
Exercício do Tangram Tangram é um quebra-cabeças chinês no qual, usando 7 peças deve-se construir formas geométricas.
Perspectivas da Economia Brasileira para 2009 e de outubro de 2009 Simão Davi Silber
MISSÕES ESTADUAIS.
Nome : Resolve estas operações começando no centro de cada espiral. Nos rectângulos põe o resultado de cada operação. Comprova se no final.
Sumário, aula 9 Elasticidade Elasticidade arco Elasticidade no ponto
Curso de ADMINISTRAÇÃO
Amaury Patrick Gremaud Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos
2a Conf. Int. de Crédito Imobiliário 19 de Março de 2010
EXPRESSÕES ARITMÉTICAS
Crescimento Econômico Brasileiro : Uma Visão Comparada de Longo Prazo Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS.
Crescimento Econômico Brasileiro : Uma Visão Comparada de Longo Prazo Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS.
1 Trabalho, riqueza e vulnerabilidade externa Reinaldo Gonçalves 37º. Encontro Nacional CFESS/CRESS Brasília, 25 de setembro de 2008.
Perspectiva do crescimento brasileiro
Modelos de Avaliação: Ações
Provas de Concursos Anteriores
Incertezas em um novo cenário Roberto Padovani Setembro 2008.
MATEMÁTICA PARA NEGÓCIOS
Assessoria Econômica da FEDERASUL
RELACIONAMENTO BANCÁRIO
Renda até 2 SM.
Governo do Estado de Sergipe Secretaria de Estado da Fazenda AUDIÊNCIA PÚBLICA 3º Quadrimestre 2008 Fev/ AUDIÊNCIA PÚBLICA Avaliação do Cumprimento.
República Federativa do Brasil Reforma do Estado, Investimento e Poupança Públicos MINISTRO GUIDO MANTEGA São Paulo, 14 de setembro de 2004 I FÓRUM DE.
A CRISE INTERNACIONAL E O MERCADO DE COMPENSADO – TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS MARCO TUOTO MARÇO, 2009 IRATI-PR / BRASIL 1.
Balanço da Atuação do Governo
Diagnósticos Educativos = Diagnósticos Preenchidos 100% = 1.539
TELECOMUNICAÇÕES - ROAMING
(CESPE/ Técnico Judiciário do TRT 17ª Região/ES) O Superior Tribunal de Justiça entende que o candidato aprovado em concurso público dentro do limite.
Estrutura e Dinâmica Social
Bolha Posição de máx. W2 Ponto de Estagnação
CATÁLOGO GÉIA PÁG. 1 GÉIA PÁG. 2 HESTIA PÁG. 3.
PROCESSOS PRINCIPAIS Alunos - Grau de Satisfação 4971 avaliações * Questões que entraram em vigor em 2011 ** N.A. = Não Aplicável Versão: 07/02/2012 INDICADORES.
LINHAS MAIS RECLAMADAS Ranking Negativo para Fiscalização Direcionada Conservação - Frota ANO IV – Nº 06.
MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO Projeto de Lei Orçamentária 2011 Ministro Paulo Bernardo Silva Brasília, novembro de 2010.
MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO Projeto de Lei Orçamentária 2010 Ministro Paulo Bernardo Silva Brasília, 31 de agosto de 2009.
Funcionários - Grau de Satisfação 2096 avaliações
Desindustrialização: Qualificações,
PERFIL DOS BENEFICIÁRIOS E NÃO-BENEFICIÁRIOS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA EM TERMOS DE MERCADO DE TRABALHO: CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS E SUBSTANTIVAS Alessandra.
Tributação da Exportação nas Empresas optantes pelo Simples Nacional
Projeto Marcas que Eu Gosto 1 PROJETO MARCAS QUE EU GOSTO Estudos Quantitativo de Consumidores Janeiro / 2005.
DESAFIOS DO CENÁRIO ECONÔMICO EM UM ANO ELETORAL
Núcleo de Mídia – Comercial Ranking Nacional de Circulação - Domingos Evolução Mês* 3,38% 2,20% 1,39% 1,13% -4,84% 0,49% -6,16% -0,07% -0,71% 0,27% 0,43%
EMPREENDEDORES EM AÇÃO PROF. NILSON R. FARIA Colégio Wilson Joffre.
Núcleo de Estatística e Gestão Estratégica- NEGEST.
Parte II: Determinantes do Produto
1/40 COMANDO DA 11ª REGIÃO MILITAR PALESTRA AOS MILITARES DA RESERVA, REFORMADOS E PENSIONISTAS - Mar 06 -
Instituto de Economia – UFRJ
Projeto Medindo minha escola.
MATRICIAL CONSULTORIA LTDA. PREFEITURA MUNICIPAL DE GARIBALDI 23/10/ : ATENÇÃO Os locais descritos nas planilhas anexas não correspondem ao total.
1 Aplicações do Fecho Regular. 2 A interseção de uma linguagem livre de contexto e uma linguagem regular é uma linguagem livre de contexto livre de contexto.
Perspectivas da Indústria Brasileira
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Olhe fixamente para a Bruxa Nariguda
Rio Verde - Goiás - Brasil
1 ESTÁGIO AVANÇADO DA INTERNACIONALIZAÇÃO CRISE NA PRODUÇÃO : CICLO DE BAIXA 2002 AMBIENTE MUNDIAL.
Equipe Bárbara Régis Lissa Lourenço Lucas Hakim Ricardo Spada Coordenador: Gabriel Pascutti.
Retrospectiva de 2009 e Expectativas para Cenário Externo Impacto da Crise no PIB e Comércio Mundial.
Transcrição da apresentação:

1

2 Conjuntura Econômica Atual Marcelo Mello Faculdades Ibmec/RJ 32º Edição do IMIL na Sala de Aula Universidade Federal Fluminense - UFF Rio de Janeiro, 7 de Novembro,

3 Plano da Apresentação 1.O verdadeiro problema – Por que o Brasil não cresce? 2.A “flexibilização” do tripé e a questão Fiscal 3.O Cenário Externo 4.Perspectivas Conclusão 3 33

4 1. Por que o Brasil não cresce? Analisamos o crescimento econômico do Brasil no período Discutimos as perspectivas de crescimento de curto e longo prazo do Brasil à luz da atual política econômica. 4 44

5 BrasilEUAChinaChileEsp.Coreia 1950s 6,86%3,62%7,42%2,99%5,57%4,47% 1960s 7,15%4,43%1,94%5,06%8,50%6,99% 1970s 8,80%3,29%6,60%1,98%3,80%10,05% 1980s 2,93%3,01%9,69%3,34%2,78%8,54% 1990s 1,65%3,20%9,96%6,32%2,67%6,58% 2000s 3,30%1,71%10,28%4,00%2,58%4,40% ,05%3,16%7,69%4,04%4,27%6,99% ,62%3,78%5,06%3,36%5,95%7,56% ,78%2,60%9,96%4,54%2,68%6,49%

6

7

8

9

Brasil cresceu rápido no período O problema é que o crescimento se deu via endividamento, barreiras comerciais, e inflação. Esse modelo de crescimento resultou em hiperinflação e grande desigualdade de renda. No período , houve forte desaceleração da economia (década perdida, hiperinflação, etc) 10

Padrão de crescimento “boom-bust”; Não há crescimento sustentado. Brasil depende do crescimento da economia mundial, em particular, do crescimento da China. A desaceleração da economia mundial torna maior o desafio de gerar crescimento no país. Por outro lado, crescimento via aumento da oferta de crédito já dá sinais de esgotamento, com endividamento das famílias. 11

12 Nas últimas três décadas, o Brasil ficou estagnado em termos relativos. Inúmeros outros países, com condição inicial similar a Brasileira, cresceram mais rápido e são ricos hoje. Coreia do Sul poderia servir de exemplo, apesar das suas particularidades. 12

13 Os EUA são 5 vezes mais ricos que o Brasil em termos per capita. O que pode explicar uma diferença de PIB per capita de 5x? Vale a pena explorar essa questão – será que a política econômica atual vai reduzir esse hiato de renda? 13

Decompondo o PIB per capita PIB per capita pode ser decomposto em três componentes da seguinte forma: Onde Y é o PIB, POP é a população, n é o número de horas trabalhadas, e L é o número de trabalhadores. 14

15 O primeiro termo, Y/nL, é o PIB por hora- trabalhada, o que é uma medida de produtividade do trabalho. O segundo termo, L/POP, é a razão do número de trabalhadores sobre a população. O terceiro termo, como mencionado acima, é o número de horas trabalhadas. 15

16 Dessa forma o PIB per capita do Brasil relativo aos EUA é dado pela seguinte expressão: 16

17

18

19

Produtividade Total dos Fatores Vamos nos abstrair do número de horas- trabalhadas, e focar apenas no PIB por trabalhador, isto é, Y/L, usando a notação abaixo. Economistas do Crescimento modelam o PIB por trabalhador assumindo uma função de produção: 20

21 Podemos decompor o PIB por trabalhador da seguinte forma: 21

22 A expressão acima nos diz que diferenças na produtividade do trabalho relativa se devem a dois fatores: – diferenças na produtividade total dos fatores – diferenças na relação capital-produto. Vamos examinar inicialmente a relação capital-produto. 22

23 A produtividade relativa do país i é dada pela seguinte expressão: 23

24

25

1.4 Capital Humano O modelo acima pode ser ampliado para incluir o capital humano: Onde h é o nível de capital humano por trabalhador. 26

27 Analisamos dados sobre a escolaridade no Brasil usando o banco de dados de Barro-Lee. Escolaridade é medida pelo número médio de anos de estudo na população com mais de 25 anos de idade. Note que estamos olhando para a quantidade de capital humano, sem correção para a qualidade do mesmo. 27

28

29

30

1.5 Por que o Brasil não cresce? Como vimos acima, o nível do PIB per capita no Brasil é baixo porque a produtividade por homem-hora é baixa. E, a produtividade no Brasil é baixa porque a PTF é baixa. Por que a PTF no Brasil é baixa? 31

32 O que caracteriza uma economia com PTF alta? – Ambiente de negócios “amigável” – Mercados competitivos – Carga tributária eficiente – Legislação trabalhista eficiente – Barreiras tarifárias baixas; Abertura Comercial – Ausência de Monopólios – Infraestrutura eficiente, Capital Humano, etc 32

33 Pela lista acima vemos porque o Brasil tem uma PTF baixa. Isso explica também o baixo nível do PIB per capita. Para gerar crescimento sustentado é preciso aumentar a PTF. Como aumentar a PTF? 33

Através de reformas estruturais: Quebra de monopólios Privatização Recuperação das agências regulatórias Redução da burocracia Melhoria nas práticas de mercado Liberalização comercial Reforma da legislação trabalhista Ampla Reforma Fiscal, incluindo Tributária, etc. 34

Investimento em infraestrutura e capital humano também são essenciais, em particular, porque interagem com a PTF. No centro das reformas deveria estar uma reforma do setor público, em particular, uma ampla reforma de Estado, e uma reforma Política. Qualquer governo com pretensões de gerar crescimento sustentado terá que fazer reformas estruturais. 35

Qual é o problema da atual política econômica? A atual política econômica é intervencionista demais, ideológica demais, e não transmite confiança para os agentes de mercado. Exemplo: Concessão vs. Partilha, Leilão do campo de Libra 36

No momento, não há indicação alguma que o governo vá fazer alguma reforma estrutural. Em particular, tendo um ano eleitoral pela frente. Na verdade, o pesado intervencionismo do governo está causando fortes distorções na economia que reduzem a PTF, contribuindo para um maior distanciamento do Brasil da fronteira da riqueza. 37

2. A “flexibilização” do tripé e a questão fiscal A crise do Subprime de foi o “passe-livre” do governo para abrir as torneiras fiscais. Desde então a política fiscal tornou-se francamente expansionista. E, para disfarçar o viés expansionista da política fiscal o governo recorreu a contabilidade criativa. 38

Emissão de dívida para financiar os repasses billionários do BNDES para o setor privado. A escolha de campeões nacionais. No passado, essa política resultou em desequilíbrio fiscal, hiperinflação, e desigualdade de renda. 39

O governo Brasileiro taxa muito para financiar seus altos gastos. Gasta com o que? – Com o sustento de uma enorme máquina pública (gastos com o funcionalismo) – Pensões, seguridade social – Juros da dívida pública. 40

3. O Cenário Externo O cenário externo que tanto ajudou o Brasil no período mudou radicalmente. O mundo pós-crise do Subprime é diferente com a Europa mergulhada em crise, a economia Norte-Americana batalhando políticos disfuncionais, e o motor econômico voltado para a Ásia. A potencial desaceleração da China afeta a economia Brasileira negativamente. 41

4. Perspectivas O ano de 2013 foi fraco para a economia e já estamos no final do ano, sem muito mais o que acontecer. O ano de 2014 promete ser um ano “interessante”. A política econômica é refém da reeleição presidencial. A estratégia é pau na máquina! 42

Em 2014, além da reeleição, temos a Copa do Mundo. Será que a Copa do Mundo servirá de palco para novas manifestações sociais? Implicações políticas? 43

5. Conclusão No momento, o Brasil está na contramão das reformas pró-crescimento. Não há nada que indique que a PTF brasileira vá aumentar num futuro próximo. A julgar pela atual política econômica do governo a PTF brasileira deve se reduzir nos próximos anos. Mantendo a situação corrente, o atraso do Brasil em relação à fronteira do crescimento continuará. 44