Professor Romildo Tavares – Filosofia/Sociologia

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Transcrição da apresentação:

Professor Romildo Tavares – Filosofia/Sociologia Ideologia Professor Romildo Tavares – Filosofia/Sociologia

A Ideologia é um fenômeno complexo que privilegia a aparência das coisas. Ela encobre ou dificulta o conhecimento da realidade social, não nos deixando vê-la como é

Principais características da IDEOLOGIA Prescrição de normas; Alienação; Representação social; Fetichização da mercadoria; Generalização do particular; Reificação; Discurso lacunar; Naturalização; Explicação da realidade; Disfarce da realidade; Inversão da realidade; ocultãção.

Prescrição de Normas: A ideologia prescreve normas para a conduta humana, por isso tende a manter a ordem social. No entanto, essa mesma característica instiga os homens à ação, provando que a ideologia não se compõe de ideias abstratas ou desligados do real, mas de ideias e representações que se concretizam e movem os interesses dos homens, tanto para a manutenção quanto para a transformação da realidade.

Representação Social: A ideologia tem a capacidade de representar a realidade, criando imagens e conceitos que dão significado às relações sociais objetivas. Ela trabalha com símbolos e criações mentais. Exemplo: concepção de Pátria Mãe – conotação de proteção e amparo a todos os cidadãos.

Generalização do Particular: A ideologia ignora as especificidades dos fenômenos sociais. Trata de forma generalizada as diferentes realidades da família, da pátria, da educação, do trabalho, ocultando as condições sociais desiguais de realização dos interesses que movem os homens.

Discurso Lacunar: A ideologia apresenta meias-verdades. É um discurso lacunar, incompleto, mas expressa uma aparente coerência. A afirmação “o trabalho engrandece” é um exemplo de discurso lacunar, pois não esclarece de que tipo de trabalho se trata. O trabalho insalubre, estressante e mal remunerado também engrandece o trabalhador ?

Explicação da Realidade: A ideologia explica o que acontece a partir do ponto de vista dos que dominam. Tende a justificar posições sociais privilegiadas e muitas vezes impede que autoridades políticas, econômicas, religiosas e cientificas sejam questionadas. Nesse sentido, prevalece a opinião do deputado, do ministro, do religioso, do pesquisador, do intelectual, como porta vozes da verdade. É o argumento da autoridade.

Inversão da Realidade: A ideologia detém-se nos efeitos dos fenômenos, encobrindo suas causas. Não é raro, por exemplo, as reivindicações populares por melhores condições de vida e de trabalho serem rotuladas como um problema de “falta de cultura”, ou a fome de parcela significativa da população brasileira ser explicada pela falta de hábito de plantar de nosso povo.

Alienação: A ideologia produz um afastamento do produtor em relação a seu produto, impedindo-o de achar significado em seu trabalho. A alienação projeta-se, também, em outras dimensões da vida, instalando o conformismo e a indiferença diante de determinadas situações sociais.

Fetichização da Mercadoria: A mercadoria fetichizada exerce domínio sobre a produtor e o fascínio sobre o consumidor, como se tivesse vida própria. Imprime forças às ações de troca social. A ideologia vale-se desse processo e transforma as relações entre os homens em relações entre as coisas. Desse modo, quando trocamos dinheiro por algum objeto, geralmente não percebemos as relações sociais contidas na mercadoria.

Reificação: A ideologia faz as qualidades das coisas aparecerem como seus atributos naturais. Assim, reificadas (coisificadas), as relações de trabalho, por exemplo, são valorizadas na forma de salários. A reificação dá vida humana as coisas inertes, sem deixar transparecer as reações sociais que as sustentam, como nesta afirmação: “A empresa julgou improcedente a solicitação do sindicato”.

Naturalização: A ideologia naturaliza as ações humanas, como certas formas de discriminação, para que aceitemos as desigualdades sociais e justifiquemos o fato de “sempre” ter sido assim. Aponta a verdade como inscrita na ordem das coisas, considerando uma ordem natural de acontecimento em detrimento do processo histórico. Nesse raciocínio, é considerada “natural” a dominação de um grupo ou classe sobre outro, e a hierarquia aparece como necessidade.

Disfarce da Realidade: A ideologia disfarça a aparência das classes sociais originalmente divididas em razão do antagonismo de interesses no processo de produção e na repartição dos bens. A ideologia apresenta-nos uma realidade sem conflitos e sem contradições. Aposta na integração social, por exemplo, referindo-se ao progresso material como “fruto do trabalho de todos”.

Ocultação: A ideologia prima por ocultar o verdadeiro conhecimento da realidade. Dada a inter-relação de suas características, a ideologia tende a esconder as intenções predominantes nas ações, mascarando a existência de contradições na convivência social. Assim, ela é parcial, deixa opaca a realidade e auxilia a dominação. A ideologia oculta a essência dos fenômenos, deixando ver apenas sua aparência. Em seu discurso, por exemplo, a ideologia preserva a imagem de certas personalidades ao superestimar sua participação no acontecimentos históricos.