A INDIVIDUALIZAÇÃO DO PACIENTE NO ATENDIMENTO DO SUS

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Transcrição da apresentação:

A INDIVIDUALIZAÇÃO DO PACIENTE NO ATENDIMENTO DO SUS XX JORNADA DOCENTE DO SERVIÇO PHYSIS DE HOMEOPATIA DO INSTITUTO MINEIRO DE HOMEOPATIA A INDIVIDUALIZAÇÃO DO PACIENTE NO ATENDIMENTO DO SUS Homeopatia em Unidade Básica de Saúde (UBS): Um Espaço Possível Novembro 2009

Saúde no Brasil 1500 a 2009

1543 Braz Cubas inaugura a Santa Casa da Misericórdia de Santos

PNPIC Política Nacional de Práticas Integrativas e 1980 Homeopatia como especialidade 2006 PNPIC Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares

PBH REGIONAL PAMPULHA UBS – Centro de Saúde Padre Maia

PORTA DE ENTRADA DO SISTEMA UBS A ATENÇÃO BÁSICA PORTA DE ENTRADA DO SISTEMA DE SAÚDE Organizar o sistema de saúde tendo como eixo ordenador a atenção básica significa construir um modelo de atenção à saúde na perspectiva da atenção integral.

UMA LUZ NO FINAL DO TÚNEL SUS + PSF UMA LUZ NO FINAL DO TÚNEL A Homeopatia é uma medicina generalista por excelência, contribui para uma maior abrangência das ações de promoção de saúde, unifica, simplifica o cuidado, é econômica e humaniza o contato do médico com o paciente e se coaduna com os princípios doutrinários do SUS, está bem localizada na atenção primária da rede de saúde do município. “MAMANDO AO CADUCANDO”

O homem como microcosmo Macrocosmo Microcosmo Spiritus Mundi Espírito Anima Mundi Alma Universo tangível Corpo

A Homeopatia, a Medicina Tradicional Chinesa (acupuntura) oferecidas pelo SUS atualmente, comportam um saber/prática facilitador da integralidade, pois como a visão holística do mundo nos mostra, em cada uma das partes do Todo, existe uma representação de todas as suas partes; desta forma, o Uni-verso existe no in-divíduo, bem como o in-divíduo faz parte deste Uni-Verso.

Na Biomedicina, a construção das teorias das doenças associou-se à organização institucional de prática clínica especializada e de produção de saber em torno de entidades nosológicas e partes específicas do homem. Essa racionalidade apresenta uma cosmologia de caráter analítico, embasada no imaginário mecânico da física clássica, e uma doutrina implícita que vê a doença como entidade concreta, que se expressa por sinais e sintomas objetiváveis, manifestações de lesões que devem ser buscadas no âmago do organismo físico e corrigidas por algum tipo de intervenção concreta.

A integralidade constitui, então, um grave problema para a biomedicina, cujo saber esquartejou o doente e centrou sua ação nas "doenças biomédicas“. Há saberes múltiplos sobre partes e aspectos dos pacientes, ou sobre patologias e seus riscos, sem um saber a integrá-los. A integralidade está tanto mais bloqueada quanto mais especializado o ambiente. O usuário do SUS se vê perdido na atenção à sua saúde ao não conseguir os “especialistas” e principalmente ao perceber que o retorno a eles é praticamente impossível. Fica confuso com condutas e receitas variadas tentando UNIFICAR O TRATAMENTO com o médico da UBS e cultivando o equívoco de colocar sua CURA na mão dos “CURADORES” no vai e vem do SISTEMA.

Portanto, é necessário compreender que muitas características epistemológicas e práticas da biomedicina são indissociáveis de seus processos socio-históricos, assim a integralidade é um problema epistemológico para a racionalidade biomédica e, sendo esta a referência teórico/prática e institucional do SUS, o problema desloca-se para o próprio SUS.

Uma vez que o saber/fazer especializado está remetido ao sujeito doente, visando à recuperação e ao fortalecimento da sua saúde, em sua unidade e globalidade, a integralidade está pressuposta como prática e como valor estruturante da articulação dos saberes. A integralidade, assim, é uma missão ética, um projeto ideal e uma idéia reguladora dos valores que configuram os saberes e as práticas das racionalidades médicas.

Na verdade, a situação dos biomédicos é triste: eles são "cobrados" pelos doentes e pela sua missão ética de curadores, e agora pelo SUS e pelo PSF, para que façam uma atenção integral à saúde, mas seu saber e sua tradição recentes são centrados em algo que se assemelha ao contrário mesmo da integralidade.

HOMEOPATIA TRATAR DOENÇAS X TRATAR DOENTES INDIVIDUALIZAÇÃO

INDIVIDUALIDADE Um dos grandes trunfos da homeopatia está no atendimento individualizado que o paciente recebe. Cada pessoa é um SER ÚNICO no UNI-VERSO, com uma forma própria de adoecer e que exige um tratamento peculiar. A homeopatia valoriza a escuta acolhedora e as dimensões físicas, psicológicas, sociais e culturais do paciente  abordagem que contempla a integralidade, um dos princípios do SUS.

A introdução da prática homeopática nos serviços públicos foi entendida como uma proposta de universalização da assistência médica, como direito de escolha, da parte dos usuários dos serviços, do tipo de tratamento preferido, como direito de cidadania a ser garantido ao paciente (Bioccchini et al., 1987).

Hoje está clara a crescente incorporação de sistemas terapêuticos alternativos nos serviços públicos de saúde. Esta ação tem sido entendida pelos formuladores de políticas como uma das formas de garantir a universalização da assistência médica, por meio da garantia de escolha, pelo usuário, de seu tratamento.

Atualmente, a Homeopatia é uma opção para os usuários do SUS, uma vez que é oferecida pela rede ambulatorial de cerca de 108 municípios. Mas, a falha na política ministerial para o desenvolvimento da Homeopatia no SUS ainda repercute no campo e uma das evidências desta condição atípica da Homeopatia, reconhecida como especialidade médica e farmacêutica, mas não contemplada pelas políticas públicas, é a falta de acesso dos usuários ao medicamento homeopático.

Certificação e Registro de Medicamentos MINISTÉRIO DA SAÚDE Certificação e Registro de Medicamentos

CASO I Paciente S.M.L. 26 anos, sexo feminino, em tratamento homeopático no C.S.P.M. há 01 ano e meio, veio por procura espontânea para tratamento de “depressão, insônia e fibromialgia”, com história de abandono de tratamento psiquiátrico e psicoterapêutico em UBS por duas vezes nos últimos 03 anos anteriores ao tratamento homeopático. Evoluiu em 01 ano e meio sem melhora , sem exercício de vitalidade, sem sintomas novos e mantendo as mesmas queixas em toda consulta. Cogitei observações prognósticas várias .... Obstáculo à cura ? Incurável ? ... Na semana passada atrasou-se mais de 30 minutos e recusei atendê-la; ficou furiosa e disse que abandonaria o tratamento: “também... Você está careca de saber que estou desempregada e não posso comprar remédio – NUNCA TOMEI UM REMÉDIO QUE ME PASSOU”.

Todo curador é procurado por um doente devido a algum problema de saúde: sofrimento ou queixa. Para o doente, a dimensão, o significado, as "verdadeiras" causas de seu problema e sofrimento são geralmente obscuras ou desconhecidas. Sua limitação no trato autônomo do mesmo, seu sofrimento e/ou sua impaciência para esperar uma remissão espontânea são motivos para a procura do serviço, e muitas vezes, seja ele qual for. Assim, para o doente, a questão da integralidade tem um valor importante, porém relativo.

Os pacientes têm uma perspectiva pragmática Os pacientes têm uma perspectiva pragmática. Tal pragmatismo e o sofrimento inerente à condição de enfermo tornam muito flexível e adaptável a necessidade de procurar um “curador”. (Homeopatia antes e depois do PSF na UBS) A demanda por atenção à saúde ocorre em uma circunstância “anormal” – doença –, o que pode comprometer a racionalidade da decisão daquele que faz uso do serviço, o usuário do sistema  o consumidor em potencial.

Medicamento Homeopático Preparações (magistrais) manipuladas de forma específica de acordo com regras farmacotécnicas bem definidas, descritas na Farmacopéia Homeopática Brasileira.

CASO II Paciente J.M.V. 19 anos sexo masculino - Encaminhado pela psicóloga da Saúde Mental com quadro de Síndrome doPânico e apresentava sintomas semelhantes aos que tive em minha patogenesia de Cesium chloratum (medicamento que manipulamos no IMH) . Uma dose única na primeira consulta e acompanhamento em 05 retornos no período de 01 ano e meio  Alta   paciente curado. Esse caso e mais outros dois semelhantes tratados com Cesium chloratum com evolução satisfatória foram discutidos com a equipe de saúde mental de minha UBS (eram também acompanhados por eles e apenas um usava medicação alopática).

A Homeopatia destaca a soberania da clínica e da experimentação, visando a prática de uma medicina integral, voltada para o doente como um todo e estruturada na individualidade de cada paciente.

REGIONAL PAMPULHA UBS – Centro de Saúde Padre Maia 02 primeiras consultas (40 minutos cada) 05 retornos (30 minutos cada) 01 eventual urgência REGIONAL PAMPULHA

C.S.P.M - Porcentagem por sexo

(Hahnemann, Prefácio da 2ª ed., 1818 O objeto de tratamento (a doença) era fabricado e posto em ordem pela patologia. Dispunha-se arbitrariamente sobre quais doenças deveriam existir, sobre quantas e quais de suas formas e variedades. Ora vejam! A série inteira de doenças, produzidas em inumeráveis e sempre imprevisíveis variedades pela Natureza infinita, em seres humanos expostos a milhares de condições diferentes, o patologista impiedosamente reduz a mero punhado de moldes retalhados e ressequidos! (Hahnemann, Prefácio da 2ª ed., 1818

Não esquecer que o que afeta a parte afeta o §15 – ORGANON UNIDADE Não esquecer que o que afeta a parte afeta o todo complexo e interligado.

OBRIGADA