1 TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 6 Professor: Márcio Gomes Pinto Garcia 9 de Setembro de 2003.

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1 TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 6 Professor: Márcio Gomes Pinto Garcia 9 de Setembro de 2003

2 Aula 6 - Curva de Phillips Artigo de Phillips (1958) – relação negativa entre aumentos de salários e desemprego para a economia inglesa, série longa Do ponto de vista da fundamentação econômica para a sustentação política da política macroeconômica, as bases para a racionalidade da postura pró ou anti-inflacionária estão lançadas. Dois anos depois, Samuelson e Solow (1960) reaplicam o exercício para os EUA, substituindo aumentos de salários por taxa de inflação e batizam a relação de Curva de Phillips.

3 A relação empírica deu a impressão de que os países podiam escolher entre inflação e desemprego, ou seja, determinar sua posição na curva. A Curva de Phillips seria um menu explorável de alternativas para a política macroeconômica. Em 1968, Milton Friedman e Edmond Phelps – crítica aos fundamentos – “irracionalidade dos contratos nominais”, dependência dos erros permanentes.

4 Depois dos choques do início dos anos 70, entretanto, a estagflação pôs em cheque esta possibilidade de tradeoff, e reviveu as críticas de Friedman e Phelps. Nova relação surge: o que pode ser escolhido é entre a taxa de desemprego e a variação na taxa de inflação. Hoje em dia, não se acredita que um desemprego elevado leve a uma inflação baixa, mas a uma baixa na inflação. Estudaremos a relação entre a Oferta Agregada e a Curva de Phillips e de que forma as mutações na Curva de Phillips foram compatibilizadas com o processo pelo qual pessoas e firmas formam expectativas.

5 Da curva de Oferta à Curva de Phillips Fazendo a álgebra, P t =P t e (1+  )(1-  u t +z) ln(P t )=ln(P t e )+ln(1+  )+ln(1-  u t +z) (lnP t -lnP t-1 ) ≅ (lnP t e -lnP t-1 )+  +(-  u t +z)  t ≅  t e + (  +z)-  u t (8.1) Intuição: Inflação depende positivamente da inflação esperada e negativamente do desemprego. Dada a inflação esperada, quanto maior o markup escolhido pelas firmas, , ou quanto maior o valor da variável que resume os fatores que afetam a determinação dos salários, z, maior a inflação.

6 A Curva de Phillips Reconstruída A novidade agora é que quanto maior o desemprego, menor a inflação, dada a inflação esperada. Comparando as versões empíricas da Curva de Phillips Primeira Versão refletia uma economia com inflação zero – irreal nos dias de hoje. Idéia de dinâmica salarial compatível com “estado da demanda”. Agentes que determinam os salários escolhem os salários nominais para o ano seguinte (período contratual) tendo de prever a inflação do período seguinte. Assim, como a média da inflação passada é zero, é razoável supor:  t e =0

7 Substituindo na eq.(8.1), obtém-se:  t =(  +z) -  u t Que é exatamente a relação que Phillips, Samuelson e Solow para o R.U. e para os EUA com os dados até a década de 50. Intuição: Dados os preços esperados, os quais são tomados como pelos trabalhadores como iguais aos preços do ano passado, um baixo desemprego leva a salários mais altos. Salários mais altos levam a preços mais altos quando comparados aos preços do ano passado, isto é, levam a inflação mais alta. Este mecanismo é a espiral de preços e salários.

8 Evolução da Curva de Phillips – modelando os fatos empíricos e a evolução da conjuntura Década de 60 – perfeita sucessão de queda de desemprego com aumento de inflação. Década de 70 – a relação é quebrada. Por quê? Inflação do final dos sessenta agravada pelos choques do petróleo (73 e 79). Maior , dado Pe, P é mais alto. Os que fixam salário alteraram o processo de formação de expectativas. Após 1960, a inflação fica constantemente positiva e mais persistente, sugerindo que o anterior processo de formação de expectativas pudesse ficar obsoleto. Suponha que as expectativas, sejam formadas da seguinte forma:  t e =  t-1

9 CURVA DE PHILLIPS ACELERACIONISTA Quanto maior , maior efeito de  t-1 sobre  constante. No período estudado por SS, supõe-se:  t e =0. Com o aumento e a persistência da inflação,  foi crescendo. Nos anos 70, a evidência era de que  =1. Implicações do crescimento de  :  t =  t-1 + (  +z) -  u t Com  =0, obtemos a curva de Phillips original Quando  >0, a inflação depende não só de u t Quando  =1, a relação se torna:  t -  t-1 = (  +z) -  u t Ou seja, com  =1, a taxa de desemprego afeta não a taxa de inflação, mas a mudança da taxa de inflação: Alto desemprego leva à inflação declinante, não necessariamente baixa. Baixo desemprego leva à inflação crescente.

10 (8.4) é conhecida como: Curva de Phillips modificada, Curva de Phillips aumentada pelas expectativas; ou Curva de Phillips aceleracionista (8.4) será Curva de Phillips, (8.2) será Curva de Phillips original. Em suma, Curva de Phillips original: u t sobe,  t cai Curva de Phillips (modificada): u t sobe, (  t -  t-1 ) cai (Fig. 8.5)

11 Curva de Phillips e Taxa natural de Desemprego A taxa natural de desemprego é a taxa à qual P t =P t e ou  t =  t e. Usando isso em (8), 0=(  +z) -  u n, ou u n =(  +z)/  (8.6) Se  aumenta, u n aumenta Se z aumenta, u n aumenta Agora, de (8.6) [(  +z)/  =u n ] e substituindo em (8.1), temos:  t -  t-1 =  (u t -u n ) (8.8)

12 Quando u t >u n, inflação cai Quando u t <u n, inflação sobe Quando u t =u n, inflação está estabilizada (NAIRU)

13 Advertências Indexação : = proporção de contratos indexados.  t = [  t + (1- )  t-1 ]-  (u t -u n ) =0, (8.8) >0,  t -  t-1 = -(  /(1- ))(u t -u n ) Quanto maior, maior o efeito do desemprego sobre a inflação Se tende a um, pequenas variações em ut causam grandes variações em  t -  t-1

14 Curva de Phillips no Brasil Década de setenta e início dos anos oitenta – resultados Chico Lopes e Contador, Lemgruber Efeitos da alta inflação: com o mesmo coeficiente do desemprego, uma mesma queda relativa da inflação vai custar mais sacrifício do o o que custaria em um país de inflação moderada – o que entra na curva de Phillips é o nível absoluto da queda e não relativo Em um país com maior tradição inflacionária, a indexação é outro elemento de resistência da inflação à política de demanda

15 Brasil (cont.) Foi ainda apontado, na época o efeito do “arrependimento” diante dos altos custos: baixa a credibilidade quanto à duração e à sustentabilidade política dos esforços de estabilização inflacionária; Curva de Phillips pós estabilização em Evidências sobre a taxa de desconforto, mudanças nos efeitos sobre a inflação esperada e sobre a taxa de sacrifício Qual a importância dos mecanismos de formação de expectativas?