Política Macroeconómica com câmbios flexíveis

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Contas Externas Brasileiras Carlos Thadeu de Freitas Gomes Seminário APIMEC 40 anos Rio de Janeiro, 17 de Maio de
Advertisements

Equilíbrio no mercado monetário:
4. Flutuações Económicas
MACROECONOMIA INTRODUÇÃO.
Introdução à Macroeconomia
Introdução à Macroeoconomia Pedro Telhado Pereira António Almeida 17/6/2003.
Preços variáveis: o modelo AS-AD
FINANÇAS INTERNACIONAIS
Moeda e mercado cambial
Mercados de Bens e Financeiros: O Modelo IS-LM
Mercados de Bens e Financeiros: O Modelo IS-LM
Moeda e mercado cambial
Economia Internacional II Sinopse das aulas Versão Provisória 2º Semestre
Política Macroeconómica no curto prazo e regimes de câmbio
Oferta Agregada e Procura Agregada
Política Macroeconómica no curto prazo com câmbios fixos
Preços e produto numa economia aberta
Convertibilidade e estabilidade cambial: O SMI depois de 1971 Fim do Sistema de Bretton Woods => 2 características: 1 – A passagem para câmbios flutuantes.
Balanço de Pagamentos 1- Transações correntes
MACROECONOMIA ABERTA: TAXA DE CÂMBIO.
O mercado de bens e a relação IS
Prepared by: Fernando Quijano and Yvonn Quijano 21 C A P Í T U L O © 2004 by Pearson EducationMacroeconomia, 3ª ediçãoOlivier Blanchard Regimes Cambiais.
Produto, Taxa de Juros e Taxa de Câmbio
Fundamentos de Economia
Fundamentos de Economia
Taxa de Câmbio e Balanço de Pagamento
O papel da Moeda e o Sistema Financeiro
Balanço de Pagamentos Prof. Ricardo Rabelo
TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 15 Professores: Márcio Gomes Pinto Garcia Márcio Janot 03/05/07.
POLÍTICAS EXTERNAS POLÍTICA CAMBIAL: depende do tipo de regime de câmbio adotado: taxas fixas de câmbio ou taxas flexíveis. POLÍTICA COMERCIAL: alterações.
CAPITULO 1 A MACROECONOMIA
MERCADO DE CÂMBIO (Taxa de Câmbio)
Macroeconomia Aberta: Conceitos Básicos
A DÉCADA PERDIDA PROBLEMAS NO COMÉRCIO EXTERIOR
Parte II: Determinantes do Produto
Economia Internacional Exercícios - IS-LM-BP
CURVA IS EQUILÍBRIO NO MERCADO DE BENS E SERVIÇOS
A Influência das Políticas Monetária e Fiscal Sobre a Demanda Agregada
COMÉRCIO INTERNACIONAL
1 TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 15 Professores: Dionísio Dias Carneiro Márcio Gomes Pinto Garcia 28/04/05.
Flutuações Económicas
TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 14 Professores: Márcio Gomes Pinto Garcia Márcio Janot 26/04/07.
Aula de Economia Política
TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 19 Professores: Márcio Gomes Pinto Garcia Dionísio Dias Carneiro 12/05/05.
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA
POLÍTICA CAMBIAL.
Introdução às Políticas Fiscal e Monetária Equilíbrio real e monetário Situações de desequilíbrio Demanda agregada da economia Política fiscal Política.
Introdução Análise IS-LM: Visão geral
Economia Brasileira1 Política Econômica Externa e Industrialização:
O Setor Externo da Economia
Introdução à Macroeconomia Pedro Telhado Pereira António Almeida 6/5/2003.
Introdução à Macroeconomia
ECONOMIA E FINANÇAS Quinta Aula Professor Dr. Jamir Mendes Monteiro.
POLÍTICA CAMBIAL.
Desafios de política monetária Março de 2010 Fundo Monetário Internacional Nicholas Staines FMI, Departamento de África
Harcourt, Inc. items and derived items copyright © 2001 by Harcourt, Inc. Macroeconomia Aberta: Conceitos Básicos Capítulo 31.
Uma Teoria para a Macroeconomia Aberta
MOEDA E CÂMBIO. Cambiar é trocar por definição. O mercado utiliza este conceito agregado ao de moeda (como meio de troca). O câmbio é expresso em unidades.
MOEDA E CÂMBIO. Cambiar é trocar por definição. O mercado utiliza este conceito agregado ao de moeda (como meio de troca). O câmbio é expresso em unidades.
Manual de Economia e Negócios Internacionais
TAXA DE CÂMBIO Profª Salete P. Borilli.
FUNDAMENTOS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL, TAXA DE CÂMBIO, ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS.
Taxas de Câmbio e o Mercado de Câmbio Economia e Mercado Prof. Wesley Borges.
Aula Teórica nº 20 Bibliografia: Obrigatória: Frank e Bernanke (2003), cap. 27 Sumário: 10. Procura e Oferta Agregadas Curva da procura agregada.
Economia II 2006/07 – Estes materiais não são parte integrante da bibliografia da unidade curricular. Aula Teórica nº 1 Sumário: Apresentação 1. O que.
Prepared by: Fernando Quijano and Yvonn Quijano 7 C A P Í T U L O © 2004 by Pearson EducationMacroeconomia, 3ª ediçãoOlivier Blanchard Agregando Todos.
© 2009 Pearson Addison Wesley. Todos os direitos reservados.slide 1 Resumo 17 1.Mudanças no balancete de um banco central resultam em mudanças na oferta.
Taxas de Câmbio e o Mercado de Câmbio Teoria Econômica Prof. Wesley V. Borges.
1) Admita uma economia aberta pequena, com mobilidade imperfeita de capital em relação ao exterior, e inicialmente com o balanço de pagamentos equilibrado.
Transcrição da apresentação:

Política Macroeconómica com câmbios flexíveis Capítulo 7 Política Macroeconómica com câmbios flexíveis

O sistema monetário no pós guerra O sistema de Bretton Woods criado no pós guerra manteve a convertibilidade do dollar em ouro, à paridade de $35 por onça de ouro, mas todas as outras divisas têm a sua cotação definida em relação ao dollar; As taxas de câmbio eram fixas mas ajustáveis; Como resultado das políticas fiscais expansionistas dos EUA o dollar suspendeu a sua convertibilidade em 1971 e desvalorizou 10%; O sistema de câmbios fixos de Bretton Woods entrou em colapso em 1973; As moedas dos países industrias passaram a flutuar relativamente ao dollar; A resposta dos países europeus foi primeiro a criação da Serpente para limitar a flutuação das respectivas moedas e posteriormente a criação do Sistema Monetário Europeu

Introdução Um regime de câmbios flexíveis permite que a oferta e a procura de divisas determine a taxa de câmbio; Os Bancos Centrais não intervêm no mercado de divisas; O equilíbrio externo é atingido automaticamente através dos movimentos da taxa de câmbio; Num regime de câmbios flexíveis é quebrada a ligação entre a oferta de moeda e o equilíbrio da balança de pagamentos; Os defensores deste regime de câmbios argumentam que ao quebrar esta ligação permite usar a política monetária para atingir o equilíbrio interno. Em resumo um Banco Central pode controlar a oferta monetária ou a taxa de câmbio mas não ambos.

Política Fiscal: câmbios flexíveis BOP 2 LM 2 1 IS0

Política fiscal: câmbios flexíveis e capital imóvel Um aumento de G desloca IS para a direita; O efeito inicial é um aumento do rendimento e da taxa de juro de equilíbrio; A este nível de rendimento a BOP é deficitária; A taxa de câmbio ajusta-se desvalorizando a moeda e a curva BOP desloca-se para a direita; A desvalorização altera os preços relativos dos bens e serviços domésticos e a IS desloca-se para direita até ao ponto de equilíbrio interno e externo.

Política monetária: câmbios flexíveis e capital imóvel BOP0 BOP1 LM0 LM1 IS1 IS0 Q1 Q Q0

Política monetária: câmbios flexíveis e capital imóvel O efeito inicial duma expansão do stock monetário é a descida da taxa de juro e um aumento no rendimento de equilíbrio; A variação na taxa de juro não afecta a BOP porque o capital é imóvel; O aumento do rendimento de equilíbrio gera um aumento das importações, um deficit da CAB e uma desvalorização da moeda; A desvalorização gera uma deslocação da IS e da BOP para a direita até uma nova posição de equilíbrio interno e externo; O equilíbrio externo não restringe a dimensão do stock monetário desde que se aceite o valor da taxa de câmbio;

Sumário A política fiscal e a política monetária são eficazes no regime de câmbios flexíveis com capital imóvel; Ambas as políticas expansionistas geram a desvalorização da moeda doméstica e orientam a despesa para bens e serviços domésticos

Política fiscal: câmbios flexíveis e capital móvel BOP1 BOP0 IS1 IS2 IS0 Q

Política fiscal: câmbios flexíveis e capital móvel A mobilidade de capital reduz a eficácia da política fiscal com câmbios flexíveis; Um política fiscal expansionista gera uma valorização da moeda e um efeito de crowding out; A deslocação da IS devido ao aumento da despesa aumenta o rendimento de equilíbrio e a taxa de juros; Com perfeita mobilidade de capital os fluxos de capital geram um superávit da BOP e uma valorização da moeda; A valorização desloca a BOP para cima e a IS para baixo devido ao aumento dos preços relativos dos bens domésticos; O equilíbrio é restaurado quando a IS, LM e BOP se intersectam mas só é estável quando o rendimento volta à posição inicial; Enquanto a taxa de juro doméstica for superior ao nível inicial i0 a pressão para a moeda se valorizar mantém-se.

Política monetária: Câmbios flexíveis e capital móvel 1 BOP0 3 BOP1 2 IS1 IS0

Política monetária: Câmbios flexíveis e capital móvel A expansão monetária desloca a curva LM para a direita e para baixo; Com o aumento do stock monetário o rendimento e a taxa de juro ajustam-se para manter a procura de moeda igual à oferta; A diminuição da taxa de juro gera uma fuga de capitais e gera um déficit da BOP causando uma desvalorização da moeda; Se a expansão monetária é percebida como temporária os preços dos bens e serviços domésticos baixam e a curva IS desloca-se para a direita e a BOP para baixo para uma nova posição de equilíbrio. A política monetária expansionista desvaloriza a moeda, baixa a taxa de juro, aumenta o nível de rendimento e gera um excedente na BOP.

Sumário Com capital móvel uma política monetária expansionista origina uma valorização e um efeito de crowding out em que a despesa se desloca para os bens e serviços estrangeiros; A política monetária expansionista provoca uma desvalorização; Os efeitos finais das políticas dependem da percepção se a política é permanente ou temporária.

Política Fiscal: câmbios flexíveis e capital imperfeitamente móvel LM0 2 BOP1 3 BOP0 1 IS1 IS2 IS0 Q

Política Fiscal: câmbios flexíveis e capital imperfeitamente móvel A política fiscal expansionista causa uma deslocação inicial da IS para a direita e para cima; O rendimento de equilíbrio e a taxa de juro aumentam; Em resposta ao aumento da taxa de juros capitais externos afluem causa um superhávit e uma valorização da moeda; A BOP movimenta-se para a esquerda e para baixo devido à valorização da moeda e a IS desloca-se para baixo devido à substituição de bens domésticos por bens externos devido à apreciação da moeda.

Política Monetária: câmbios flexíveis e capital imperfeitamente móvel LM0 LM1 BOP0 BOP1 IS1 IS0 Q

Política Monetária: câmbios flexíveis e capital imperfeitamente móvel A expansão da massa monetária, LM para baixo, baixa a taxa de juro e gera uma fuga de capital; Como resultado da saída de capital gera-se um deficit ma BOP e a moeda desvaloriza-se; A desvalorização desloca a curva BOP para baixo, o preço relativo dos bens domésticos baixa e a procura por bens domésticos aumenta deslocando a IS para a direita; O novo equilíbrio é encontrado a um nível superior de rendimento porque a desvalorização favorece os sectores exportadores e os que competem com importações no mercado doméstico.

Sumário da eficácia das políticas macro num regime de câmbios flexíveis A eficácia depende do grau de mobilidade do capital; Quando a mobilidade aumenta a eficácia da política monetária aumenta devido ao seu impacto na taxa de câmbio; As variações induzidas na taxa de câmbio são importantes num contexto em que assumimos que os preços são fixos; As alterações nos preços relativos por via da taxa de câmbio geram deslocações da procura entre o sector doméstico e o sector externo. Uma taxa de câmbio flexível permite à autoridade monetária controlar o stock monetário através de operações de mercado; A escolha da combinação de políticas afecta a performance relativa das industrias domésticas.