Variação Espacial da Comunidade de

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Transcrição da apresentação:

Variação Espacial da Comunidade de Bacterioplâncton na Lagoa Dom Helvécio, Parque Estadual do Rio Doce, MG CAMPOS, M.O. 1; GARCIA, L.C. 2; REGO, B.A.S. 1; MIRANDA, F.S. 1; GRIPP, T. 1; MARQUES, M. M. 1; PINTO-COELHO, R.M. 1 mairabio@hotmail.com 1 – Laboratório de Gestão Ambiental, Instituto de Ciências Biológicas / Biologia Geral, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) 2 – Laboratório de Fisiologia Vegetal, Instituto de Ciências Biológicas / Biologia Geral, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Introdução: A distribuição dos organismos microbianos reflete o nível dos impactos sofridos devido às atividades antrópicas. Análises quantitativas de microorganismos são essenciais à avaliação da qualidade da água. O presente trabalho consiste na associação da variação espacial da comunidade bacterioplanctônica na lagoa Dom Helvécio à disponibilidade de recursos limitantes. A lagoa Dom Helvécio é a única aberta à visitação no PERD. É a maior e mais profunda (32,5m) das 44 lagoas. Possui perfis fotossintéticos típicos de lagoas oligotróficas, permanecendo estratificada térmica e quimicamente durante a maior parte do ano, com um curto período de circulação durante o inverno. Metodologia: Foram medidos: disco de Secchi, OD, pH, condutividade elétrica, temperatura, radiação subaquática, nutrientes (N e P), sólidos totais e turbidez. O bacterioplâncton foi coletado através de garrafa Van Dorn na região limnética da lagoa, nas profundidades 0, 1.5, 3, 4.5, 6, 12, 18 e 24 m. Cada amostra foi fixada com formol 37%. Foi utilizado o corante DAPI e contagem em microscópio de epifluorescência. Foram contados cerca de 30 campos em cada lâmina e foi calculada a densidade de bactérias e de outros microorganismos. Resultados: Fig.8 – Microfotografia de ciliado e algas atachadas Fig.9 - Microfotografia de bactérias livres Fig.10 - Microfotografia de bactérias atachadas Fig.11 – Proporção dos grupos encontrados em diferentes profundidades Discussão: As características físicas da coluna d’água no lago Dom Helvécio demonstram um perfil estratificado, com um aumento na condutividade nas regiões mais profundas, até 24 metros. A temperatura da água, foi mais alta na superfície, devido à incidência dos raios solares, declinando à medida que a quantidade de luz penetrante diminuía. A profundidade do Secchi foi de 3 m, e o ponto de compensação luminosa 8,1 m. A quantidade de oxigênio dissolvido variou conforme a temperatura, uma vez que ambos estão relacionados à ocorrência de luz e da fotossíntese. A radiação recebida pela superfície é bastante elevada, ocorrendo uma redução brusca logo nos primeiros metros, o pH também foi mais alto na superfície, caindo rapidamente. A turbidez da água é baixa, permanecendo sempre a 0,11ntu. Os cocoides atachados (aderidos à matéria orgânica) apresentaram uma maior densidade nas profundidades de 0, 1.5, 6 e 12 m, enquanto os na forma livre foram mais densos nas maiores profundidades (18 e 24 m) (Fig.11). As densidades de bastonetes foram maiores nas menores profundidades, porém esses valores foram em geral mais baixos que as densidades dos outros organismos. A presença de colônias foi bem elevada a 4,5 m, enquanto que as densidades de flagelados e ciliados foram pequenas em toda coluna d’água. As algas bastonetes tiveram poucos representantes amostrados,enquanto as algas atachadas e livres apresentaram-se em densidades bem altas quando comparadas aos outros organismos. Essa presença se concentrou principalmente nas primeiras profundidades e pode ocorrer devido à presença de luminosidade suficiente para realização de fotossíntese, que tem sua eficiência diminuída com o aumento da profundidade. Isso acompanha também uma redução do número de algas presentes. Ocorre um predomínio de cocoides na superfície da água (mais de 80%), voltando a predominar a partir de 6 m com 50% aumentando esse número até 18 m. Na profundidade de 24 m não foi encontrado nenhum organismo, o que é estranho em regiões afóticas e anaeróbicas. Esse resultado pode estar relacionado a oferta de nutrientes nesse ambiente. As algas começam a aparecer somente nas profundidades de 1,5 m com mais de 80% e continuaram predominando nas profundidades de 3 e 4,5 m. Já a 6 m continuaram presentes porém com menor representação, que diminui com um abaixamento na coluna d’água. O fato de não haverem algas na superfície pode ser explicado por uma foto-inibição causada pela intensa radiação recebida por essa área, a qual também provoca uma redução na taxa fotossintética nas primeiras parcelas de um lago. Os outros organismos ciliados, flagelados, coloniais e bastonetes existem em pequenas quantidades quando comparados com as algas e cocoides. Esse fato pode ser resultado de o Lago D. Helvécio ser considerado um lago oligotrófico. Essa característica de acordo com a teoria da alça microbiana favoreceria a presença de bactérias que são mais eficazes em absorver nutrientes em menores concentrações em detrimento do fitoplâncton que seria favorecido em ambientes mais eutrofizados (Pinto- Coelho, 2000). Porém nota-se que nesse estudo que na região em que se esperava mais bactérias (24 m) não observou nenhuma ocorrência de microorganismos. Conclusão: A densidade do bacterioplâncton no lago D.Helvécio oscila em valores inferiores a 1,7 x 10 6, dentro do limite para lagos oligotróficos, se alterando de acordo com as condições de luminosidade, pH, oxigênio e nutrientes disponíveis. A determinação desses fatores e de sua interação com o meio é de grande importância para a determinação da comunidade aí residente, possibilitando o estudo do manejo e conservação dessas áreas. Fig.1 – Condutividade por profundidade Fig.3 – pH por profundidade Fig.2 – Temperatura por profundidade Fig.4 – Radiação por profundidade Fig.5 – Oxigênio dissolvido por profundidade Fig.6 – Influência do teor de oxigênio dissolvido em diferentes profundidades sobre a distribuição dos grupos Fig.7 – Influência do teor de fósforo total em diferentes profundidades sobre a distribuição dos grupos