TEATRO OFICINA: Alteração das representações do teatro paulista das décadas de 60 e 70 do século XX Aluno: João Eduardo de S. Oliveira Orientador Prof.ª

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Transcrição da apresentação:

TEATRO OFICINA: Alteração das representações do teatro paulista das décadas de 60 e 70 do século XX Aluno: João Eduardo de S. Oliveira Orientador Prof.ª Dr ª. Lilian Lisboa Miranda 2010

Introdução A fundação do grupo Oficina ocorreu na cidade de São Paulo, em 1958, por obra de estudantes da Faculdade de Direito do Largo São Francisco com a pretensão de oferecer teatro de qualidade no Brasil. Uma das maiores conquistas do teatro Oficina foi a criação de um novo modelo e estilo de teatro, que previa alterações no palco, na disposição dos objetos em cena, na forma de interpretação dos atores e na divisão de tarefas. Todos esses elementos rompiam com a lógica que fora praticado até então no teatro brasileiro, em que cada membro das companhias teatrais desempenhava funções específicas e especializadas dando ao teatro caráter de empresa. O teatro Oficina está localizado no bairro do Bexiga, em São Paulo. Este bairro foi palco da ascensão do teatro paulista nas décadas de 50, 60 e 70 do século XX

Objetivo O objetivo deste trabalho é discutir a trajetória do teatro Oficina, como um representante das alterações da prática teatral paulistana, buscando compreender a influência das transformações políticas e sociais, na rotina das manifestações teatrais das décadas de 60 e 70 do século XX. O teatro Oficina buscou mecanismos para conviver com a repressão política perpetrada pelo regime militar. Este trabalho tentará compreender, portanto, como estes mecanismos de resistência ou de burla serviram à configuração do modelo de teatro que será desenvolvido pelo teatro Oficina. Objetivamos compreender as consequências da instalação da ditadura militar no Brasil e as repercussões desse fato na prática teatral do grupo no período que compreende a ruptura do estado de direito, derivada do Golpe de 1964, até a prisão e exílio do diretor do grupo Oficina, José Celso Martinez Corrêa, no ano de 1974, o que culminaria no fim das atividades do Teatro Oficina em solo brasileiro.

Discussão Compreender o regime ditatorial brasileiro da segunda metade do século XX partindo de um prisma cultural, tomando o teatro como objeto de análise da realidade política do Brasil. Reconstituição da memória cultural da cidade de São Paulo. Como o historiador pode trabalhar com o teatro como forma de linguagem e representação do mundo social.

Metodologia História Cultural Memória social Uso de novos objetos para a produção histórica

Resultados Compreensão das diferentes ferramentas teóricas usadas pelo Oficina, tais como; subtexto, caco teatral e os laboratórios pesquisa de personagem, memória emotiva e improvisação. Compreensão dos diversos modelos organizacionais do teatro brasileiro do século XX, tais como o teatro mambembe, circense e o teatro do oprimido. A existência de uma relação dialética entre o Estado ditatorial e o teatro Oficina, O Oficina responde a cada mudança do cenário político com uma critica em seu espetáculo, O Estado responde a cada espetáculo do Oficina com censura e difamação.

Considerações Finais O teatro Oficina nasce da dualidade entre a crítica social e a busca da compreensão das questões da existência, como resultado destas aspirações, o teatro Oficina buscara a criação de método próprio de criação teatral. Descobrimos ao longo desta investigação que no decorrer de sua jornada, o Teatro Oficina sofreu uma alteração em sua perspectiva teórica de criação teatral, abandonando as questões emocionais e partindo para uma criação mais agressiva e crítica da realidade social brasileira. Esta mudança pode ser percebida com clareza no final de 1965, especificamente no processo de montagem do espetáculo Os Inimigos de Máximo Gorki, cujas informações levantadas nos levam a acreditar que esta mudança ocorre em razão do golpe militar de O primeiro espetáculo do teatro Oficina já profissional foi Pequenos Burgueses de Máximo Gorki, este trabalho foi também, o trabalho do Oficina a manter-se em cartaz por mais tempo, chegando a marca de 1000 apresentações, isso se deu devido à censura pós-golpe de 64 que impediu a estreia do trabalho posterior.

Os Inimigos de Máximo Gorki foi o primeiro espetáculo montado pelo teatro Oficina a se censurado pela ditadura militar, a nota que foi divulgada pela censora do governo, aponta para uma utilização de estereótipos preconceituosos para desacreditar os grupos de teatro que ousassem desafiar o Estado. O teatro Oficina teve uma atuação mais duradora no teatro brasileiro do que a maioria dos demais grupos do teatro nacional, devido ao sucesso de Pequenos burgueses, em razão da peça ter recebido vários prêmios, em diversos países e por isso foi remontada, diversas vezes, com objetivo de participar de festivais. Seu sucesso deu ao Oficina grande visibilidade, o que dificultou a ação dos censores estatais. Assim como a maioria dos grupos do teatro paulista o Oficina assumiu a postura ideológica socialista, derivada da visão do partido comunista brasileiro, denominada pelos profissionais do teatro como marxismo filosófico.