Num contexto particular...

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
DC&D II Rede Nacional Portuguesa
Advertisements

INSTRUMENTOS PARA A TRANSPARÊNCIA DAS QUALIFICAÇÕES
Conferência Intermunicipal da Sociedade Civil
COMPROMISSO PORTUGAL: O CAPITAL HUMANO Luís Valadares Tavares
Seminário Empreendedorismo e Criação de Empresas 22 de Fevereiro de 2006 Auditório Millennium BCP, TagusPark Os Apoios ao Empreendedorismo no IAPMEI Jaime.
O IAPMEI e a Dinamização do Empreendedorismo Jaime Andrez Presidente do Conselho Directivo 9 de Maio de 2006 ISEG, Auditório 2 ConferênciaEmpreendedorismo,
15 de Maio Quadro Comunitário de Apoio III.
Intervenção Social nos
Lei de bases do sistema Educativo
TURISMO E DESENVOLVIMENTO estratégias de turismo cultural
Marcelo Miná Dias DER-UFV.
Apresentação dos Conteúdos Programáticos
GPPAA/DPP1 Linhas de Orientação Estratégica Comunitária Desenvolvimento Rural Programação
Acções estruturais EU-Política Regional Agenda Reforçar a concentração
SNV Moçambique.
Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local

O Papel das ndjali (Parteiras Tradicionais): Experiências e vivências em contexto rural angolano Maria de Fátima ISCTE-IUL.
Projecto EMMA Projet cofinancé par les Fonds Européen de Developpement Régional Project cofinanced by the European Regional Development Fund.
Organizações não governamentais e Sociedades transnacionais
Estoril, 21 de Setembro de º Congresso Lusófono sobre Ambiente e Energia Rede das ONG de Ambiente da CPLP.
Desenvolvimento e Capacitação: o papel da gestão de pessoas
| 29 de Outubro 2013 | INCUBADORA de ECONOMIA SOLIDÁRIA E
1.ª REUNIÃO DO COMITÉ DE ACOMPANHAMENTO DO Angra do Heroísmo 25 de Fevereiro de 2008 Secretaria Regional da Agricultura e Florestas Governo dos Açores.
Os Fundos de Coesão no próximo período de programação O Fundo Social Europeu - Estratégias de empregabilidade e coesão social – UAC,
ALENTEJO XXI DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA E CRIAÇÃO DE EMPREGO 3.2 MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA 3.1.1Diversificação de Actividades na Exploração.
Gestão, Inovação e Competitividade na Agricultura
1 J UDIT T ÖRÖKNÉ R ÓZSA DG R EGIONAL AND U RBAN P OLICY.
Seminário CPLP Maputo 3/4 de Novembro de 2008 A estratégia da AFD na gestão e no desenvolvimento das áreas de conservação, com o exemplo de Moçambique.
MISSÃO A visão Como agentes de desenvolvimento e força social, os Escoteiros de Portugal procuram ajudar a criar um mundo melhor.   A missão O seu foco.
Legislação Estrutura organizacional Objectivos. FERSAP – Federação Regional de Setúbal das Associações de Pais Lei das Associações de Pais e Encarregados.
Inovação Tecnologia Intelligence Empreendedorismo Associativismo Internacionalização Formação Qualificação Portugal Pólo de Competitividade Engineering.
Sessão de Divulgação abordagem LEADER - PRODER Aviso de concurso nº1/2012 Projectos inovadores de revitalização do mundo rural, em Abrantes, Constância.
UNIÃO EUROPEIA Fundo Social Europeu. PO ASSISTÊNCIA TÉCNICA/FSE REGULAMENTO (CE) N.º 1083/2006, 11 de Julho, DO CONSELHO | Artigo 46.º 1. Por iniciativa.
Brasília-DF, 24 de Março de 2010
A economia social em Portugal O desenvolvimento local
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A INCLUSÃO SOCIAL
Programa de Iniciativa Comunitária Leader + Associação Terras do Baixo Guadiana Avaliação Externa Intercalar Fernanda Silva, Maio 2006.
A valorização do património rural como factor de desenvolvimento local Jornadas Europeias do Património Sardoal, 24 de Setembro de 2010.
GUIA DE OBSERVAÇÃO DO PATRIMÓNIO RURAL 4ª Sessão de Divulgação SARDOAL, 24/09/2010 JORNADAS EUROPEIAS DO PATRIMÓNIO.
ESTRATÉGIAS DE CRESCIMENTO PARA A COMPETITIVIDADE GLOBAL O papel da assistência empresarial do IAPMEI SINERCLIMA, 25 de Fevereiro de 2010.
Rede de Incubação e Empreendedorismo da Região Centro RIERC
Clube de Educação Ambiental da Faculdade de Educação (CEAFE) Copyright © 2010 CCAA Project 1.
Anúncio Público Nova política de incentivo ao crescimento empresarial Julho 2005 Ministério da Economia e da Inovação.
Plataforma Nacional de Diálogo e Promoção do uso de Fertilizantes IIAM, 15 de Setembro de 2014.
Desenvolvimento Rural : um novo quadro de oportunidades
Programa URB-AL Cooperação entre as cidades da América Latina e da União Européia.
CULTURA, IDENTIDADES E PATRIMÓNIO CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS NO HORIZONTE 2013 RELATIVAS AO TEMA CULTURA, IDENTIDADES E PATRIMÓNIO.
Política Regional COMISSÃO EUROPEIA Dezembro 2004 PT Regulamentos 1 Política de coesão ( ) Proposta de novos regulamentos da Comissão 14 de Julho.
PROMOÇÃO DA INTER-ACÇÃO ECONÓMICA-SOCIAL DO TERRITÓRIO “Empreendedorismo Social e Comissões Sociais de Freguesia no Caminho para o Desenvolvimento Local”
Parcerias entre cidades e o mundo rural
A Educação Ambiental face aos novos desafios
CIDADE TECNOLÓGICA DO TEJO. Demografia Cultura (pouca inovação) Dependência de territórios próximos Mão de obra.

Acções estruturais EU-Política Regional Agenda Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional Missão: “corrigir os desequilíbrios regionais.
Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa Maria Manuel Vieira A ESCOLARIZAÇÃO.
Pequenos Frutos: uma bolha ou um futuro? Ciclo de Conferências: PDR2020 e Empreendedorismo Agrícola Hugo Costa Diretor de Serviços de Programação e Políticas.
IEFF Incubadora de Empresas da Figueira da Foz Associação para o Desenvolvimento Empresarial.
DPP1 O DESENVOLVIMENTO RURAL NO PÓS 2006 zFundo Europeu Agrícola para o Desenvolvimento Rural (FEADER)
Agarra a oportunidade e volta à universidade. A. ENQUADRAMENTO/CONTEXTO Neste momento de grave crise económica, são muitas as famílias que não conseguem.
PERÍODO DE PROGRAMAÇÃO ESTRATÉGIA E PRIORIDADES Lisboa 20 Fevereiro 2006 NUNO VITORINO Coordenador Grupo de Trabalho QREN.
As prioridades da Presidência Húngara. Dezembro 2010 As prioridades da Presidência Húngara A Presidência Húngara do Conselho da União Europeia irá decorrer.
Seminário de Lançamento da 1ª Convocatória para Apresentacão de Projetos INTERREG MAC Angra do Heroísmo, 29 de janeiro de 2016 CONVOCATÓRIA.
28 novembro IV ENPAR O que foi.
Projectos de Cooperação com Cabo Verde Apoiar o desenvolvimento económico promovendo a qualificação profissional e o emprego.
INSTITUTO FINANCEIRO PARA O DESENVOLVIMENTO REGIONAL, IP 17 de Setembro de horas Centro de Documentação Conversas ao almoço O QREN Monitorização.
Joanesburgo. Lisboa. Luanda. Madrid. Praia. S. Francisco Lisboa Av. da Liberdade, 190 – 5º B Lisboa Tel.: Website:
Trata-se do acordo de parceria adotado entre Portugal e a Comissão Europeia, que reúne a atuação dos 5 Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (2014/2020):
Formação e Novas Tecnologias CABO VERDE: QUE PRESENTE, QUE FUTURO Câmara de Comércio, Indústria e Turismo de Cabo Verde 11 de Abril de 2007.
Política ambiental com vista ao desenvolvimento sustentável.
Transcrição da apresentação:

A iniciativa comunitária LEADER, uma política de desenvolvimento rural em Portugal

Num contexto particular... A Política Agrícola Comum em crise: - questiona-se a produção intensiva - problemas ambientais - declínio do emprego e actividades agrícolas - êxodo rural / envelhecimento da população - desvitalização de muitas zonas rurais Procuram-se novas abordagens e soluções....   O programa LEADER surgiu como uma resposta da Comissão Europeia num contexto muito particular. De facto, no fim dos anos 80, a Política Agrícola Comum estava em crise. A PAC foi a primeira política verdadeiramente “europeia”, concebida desde o Tratado de Roma, em 1957, para assegurar a auto-suficiência alimentar da Comunidade. A PAC assumiu uma importância considerável e representa, ainda hoje, mais de 40% do orçamento da União. Os apoios aos agricultores e o controlo dos mercados estabelecidos pela PAC permitiram um forte crescimento das produções agrícolas, tanto para o aprovisionamento dos mercados europeus, como para a exportação. Este crescimento apoiou-se em práticas agrícolas cada vez mais intensivas (mecanização, recurso a agro-químicos, etc.) e concentrados num espaço cada vez mais reduzido das zonas rurais europeias. Esta intensificação das produções provocou também problemas ambientais (degradação da qualidade das águas e dos solos, pressão sobre a fauna e a flora, etc.), problemas de ocupação desordenada do espaço e perda de identidade da paisagem rural e também uma degradação da imagem de alguns produtos agrícolas. O fim dos anos 80 e o princípio dos anos 90 marcam um ponto de ruptura: surgem, a nível europeu, importantes excedentes de produtos agrícolas que geram volumosas despesas de armazenamento e que conduziram a reformas da PAC no sentido das medidas de restrição da produção; inicia-se uma crise na agricultura, com a redução do emprego e das actividades agrícolas; os níveis de rendimento baixam e as condições de vida em meio rural deterioram-se, conduzindo a um aumento do número de pessoas em situações precárias e em risco de exclusão, e também ao êxodo para as zonas urbanas - sobretudo dos jovens e daqueles que têm uma melhor formação -, ao isolamento e ao envelhecimento da população rural assiste-se a uma desvitalização de muitas zonas rurais.

Iniciativa comunitária A viragem dos anos 90 Uma política de desenvolvimento rural Iniciativa comunitária Ligação Entre Acções Desenvolvimento Economia Rural Tomada de consciência da problemática e diversidade das zonas rurais Necessidade de experimentar novas abordagens As diferentes abordagens de desenvolvimento rural experimentadas até aos anos 80 apoiavam-se sobretudo numa concepção sectorial das ajudas, com a aplicação de processos “descendentes” (“de cima para baixo”), subsidiando “beneficiários”, em vez de estimular os actores locais, os “portadores de projectos” a adquirir as competências necessárias para se tornarem “actores-autores” do futuro dos seus territórios. Daí a necessidade’ de repensar os fundamentos e os objectivos destas políticas e de passar de uma lógica de crescimento a uma lógica de desenvolvimento sustentável, tendo em conta as dimensões ambiental, económica, social e cultural dos territórios rurais. Esta nova concepção do desenvolvimento permitiu a emergência de processos inovadores, nomeadamente o Programa LEADER I (“Ligação Entre Acções de Desenvolvimento da Economia Rural”) que foi o Programa de Iniciativa Comunitária proposto pela Comissão.

Alguns princípios simples... Parceria local Participação dos actores locais Plano de desenvolvimento local (PDL) Multisectoralidade Subvenção global Autonomia de decisão Trabalho em rede O LEADER propõe uma abordagem do desenvolvimento rural que assenta nalguns princípios: organização de uma parceria local ao nível de um território – sob o nome de “grupo de acção local” (GAL) – que dispõe de uma pequena equipa técnica permanente. O GAL é responsável pela definição e a execução de um plano de acção; elaboração e implementação de um “plano de desenvolvimento local” pela parceria local, definindo vários eixos de intervenção para as acções e os projectos de desenvolvimento; o trabalho de definição e implementação deste plano, apoia-se na participação efectiva dos actores locais; co-financiamento destes planos de acção pela Comissão Europeia, os Estados Membros e/ou as Regiões sob a forma de uma subvenção global (e não de várias linhas orçamentais sectoriais) sobre a qual a parceria local tem uma grande autonomia de decisão; multisectorialidade e procura sistemática de ligações (sinergias) entre as acções, no âmbito de uma estratégia global integrada (daí o acrónimo LEADER : “Ligação Entre Acções de Desenvolvimento da Economia Rural”); trabalho em rede entre os territórios abrangidos a partir de um Observatório Europeu, sediado em Bruxelas em articulação com unidades de animação nacional. Este trabalho em rede assume várias formas, em particular a implementação de acções de cooperação transnacional.  

... com soluções variáveis Território  limites administrativos  Identidade, homogeneidade Parceria  Sociedade civil local Definição do PDL Execução adaptada ao “local”   Estes princípios gerais deixam uma razoável margem de manobra aos intervenientes quanto: à definição do território de aplicação, devendo corresponder a uma certa identidade territorial e/ou cultural, sem respeitar, necessariamente limites administrativos; à composição da parceria local, respeitando o princípio de associar os actores públicos e privados representativos da sociedade local; à definição do plano de acção, inscrevendo-se obrigatoriamente num quadro global de elegibilidades; e ainda, quanto ao método de implementação. Esta flexibilidade permitiu fazer aparecer soluções muito diversificadas de acordo com as especificidades de cada território, no que diz respeito à valorização das identidades territoriais, ao estabelecimento de parcerias e de estruturas de gestão local, aos métodos de animação do território e de estímulo, selecção e acompanhamento de projectos. A abordagem LEADER surge hoje, de uma maneira geral. como uma resposta bem adaptada às necessidades das zonas rurais em dificuldade, mas também à maioria das zonas rurais.

? territórios rurais da Europa > 1000 territórios rurais da Europa As três fases do LEADER 2006 2000 1994 LEADER+ 1991 LEADER II Aprofundar LEADER I Generalizar ? territórios rurais da Europa Iniciar > 1000 territórios rurais da Europa 217 territórios rurais da Europa Tanto cronologicamente como metodologicamente, o programa LEADER conheceu três fases: o LEADER I inicia uma nova abordagem do desenvolvimento, o LEADER II generaliza a abordagem, o LEADER+ visa um aprofundar do método, através de estratégias piloto e de temas federadores. Para cada fase os procedimentos foram similares: A Comissão Europeia lança uma comunicação aos Estados Membros, fixando as orientações para as subvenções globais e os programas operacionais integrados aos quais os Estados Membros são convidados a submeter a abertura de concursos. Ou seja, os Estados Membros respondem a esta comunicação com um plano nacional (ou vários planos regionais, nos países regionalizados) que retoma o espírito da comunicação, introduzindo-lhe algumas especificidades. Após a aprovação deste plano, ao nível da Comissão, os Estados Membros (ou as regiões) lançam um convite ou um concurso para a apresentação dos Planos de Acção Local (ou Planos de Desenvolvimento Local) elaborados ao nível de cada território. No âmbito da Iniciativa Comunitária LEADER, a construção dos Planos de Desenvolvimento Local foi a primeira tarefa das parcerias locais, para a qual as equipas técnicas (que serão as futuras equipas técnicas permanentes para a implementação do programa) podem beneficiar de uma fase de aquisição de competências. Os Planos de Desenvolvimento Local consistem num diagnóstico e na apresentação de uma estratégia de desenvolvimento para o território, que define alguns eixos de intervenção da maneira o mais participativa possível. A fase seguinte é a aprovação dos Planos de Desenvolvimento ao nível nacional, ou seja, a verificação da coerência entre os Planos de desenvolvimento Local e o quadro geral proposto pelo plano nacional, mas também a qualidade e a coerência interna do Plano, no que diz respeito aos objectivos, estratégia e representatividade da parceria. Após a aprovação destes planos, as parcerias locais são credenciadas como as entidades responsáveis pela execução a nível local do programa, recebendo a transferência dos primeiros montantes financeiros, promovem o programa, abrem as candidaturas a projectos dos promotores individuais (ou colectivos), respeitando os eixos estratégicos definidos para o território e acompanhados por um processo de animação permanente dos actores locais que evolui segundo as características e necessidades do território.

O LEADER+ na PAC 2000-2006 Objectivo: “... apoiar projectos-piloto inovadores realizados por grupos de acção locais e estimular o intercâmbio de experiências e a cooperação transnacional neste domínio...” Financiamento: PAC total 2000-2006 297.740 milhões € Desenvolvimento Rural (2º pilar) 30.370 milhões € LEADER+ 2.020 milhões € menos que 0,7% da PAC ! menos que 7% do financiamento do Desenvolvimento Rural !   Ao longo de três “gerações”, o programa LEADER tem-se afirmado a nível europeu, e suscita cada vez mais interesses em países exteriores à União Europeia, principalmente ao nível da filosofia de intervenção, da metodologia utilizada e dos resultados alcançados e menos devido aos montantes envolvidos. De facto esta iniciativa comunitária representa uma gota de água (menos que 0,7%) no imenso oceano que é a PAC e mesmo quando se toma em consideração apenas as medidas relativas ao Desenvolvimento Rural (2º pilar da PAC), para o período de 2000-2006, o orçamento total do LEADER+ é inferior a 7% do total.

A implementação do LEADER em Portugal Portugal era um dos países europeus que não tinha uma verdadeira política de tique de desenvolvimento rural antes do LEADER.

LEADER I em Portugal 1991 – 1994 20 territórios rurais / GAL < 40% do território nacional “nascimento” das associações de desenvolvimento local (ADL) Desde o LEADER I, que o programa é implementado a nível nacional pelo Ministério da Agricultura do Desenvolvimento Rural e das Pescas, que para o efeito criou uma Unidade de Gestão responsável pelo acompanhamento técnico, mas sobretudo financeiro das equipas locais, que envolve cerca de 10 técnicos no Ministério. Entre 1991 e 1994 funcionaram em Portugal 20 Grupos LEADER, cujas zonas de intervenção cobriam cerca de 40 % do território nacional. Nesta fase o programa deu um forte impulso ao movimento do Desenvolvimento Local português.

LEADER II em Portugal 1995 – 2001 48 territórios rurais / GAL 86% do território nacional reconhecimento e reforço das ADL Após um período de transição relativamente conturbado, no que diz respeito à estabilidade das estruturas técnicas e às expectativas dos promotores de projectos nos territórios, o LEADER II funcionou entre 1995 e 2001 com 48 Grupos de Acção Local a actuarem em mais de 85% do território nacional. O trabalho em rede entre as entidades responsáveis pela implementação do LEADER no terreno, era um dos objectivos do programa desde o início. Este foi um processo que começou no LEADER I com alguns projectos de cooperação entre territórios vizinhos e projectos de cooperação transnacional e que se consolidou com o trabalho do Observatório Europeu e a implementação das estruturas de animação das redes nacionais durante o LEADER II.

LEADER + em Portugal 2001– 2006 52 territórios rurais / GAL 87,5% do território nacional sustentabilidade do trabalho das ADL… No início deste ano foram credenciadas as 52 entidades locais que serão responsáveis pelo LEADER+ até finais de 2006. Esta terceira fase do programa LEADER que abrange 87,5% do país, tem a particularidade de apresentar as estratégias territoriais de cada plano de desenvolvimento local em torno de “temas federadores” tranversais aos PDL.

GAL por tema federador Utilização de novos saber-fazer e novas tecnologias Promoção das componentes organizativas a competências das zonas rurais Valorização dos recursos naturais e culturais Melhoria da qualidade de vida nas zonas rurais Valorização dos produtos locais A Comissão Europeia na Comunicação aos Estados Membros sobre o LEADER+ propôs 4 temas federadores aos quais os GAL deveriam aderir: A “Utilização de novos repositórios de saber-fazer e novas tecnologias” foi escolhido por 2 GAL 10 GAL preferiram a “Valorização dos recursos naturais e culturais” A “Melhoria da qualidade de vida nas zonas rurais” foi eleita por 19 GAL e 11 GAL indicaram a “Valorização dos produtos locais” como tema forte do seu PDL O Estado português indicou no Plano Nacional o tema adicional: “Promoção das componentes organizativas a competências das zonas rurais”, que foi escolhido por 10 GAL.

O LEADER+ no contexto nacional de desenvolvimento rural (2000-2006) Objectivos: “... aplicação de estratégias originais de desenvolvimento sustentável, integradas e de qualidade; novas formas de: valorização do património natural e cultural reforço do ambiente económico / criação de emprego melhoria da capacidade organizacional das comunidades Financiamento comunitário: Desenvolvimento Rural (2º pilar) 1.400 milhões € LEADER+ 161,6 milhões € cerca de 11,5% do financiamento UE do Desenvolvimento Rural ! cerca de 1% do financiamento UE/PAC para Portugal !   No contexto nacional do desenvolvimento rural, o Programa LEADER+ concretiza-se pela aplicação de estratégias originais de desenvolvimento sustentável, integradas, de qualidade e inovadoras no que diz respeito: à valorização do património natural e cultural ao reforço do ambiente económico e à criação de emprego e à melhoria da capacidade organizacional das comunidades Uma vez mais, recorrendo a montantes financeiros marginais – cerca de 1% do total do financiamento comunitário no âmbito da PAC para Portugal (11,5% do financiamento das medidas relativas ao Desenvolvimento Rural).

... os Grupos de Acção Local, uma forma de parceria local... são a expressão de um conjunto de actores locais (públicos e privados) de constituição variável com as dinâmicas de cada território organizados para assumir um compromisso colectivo em nome do território com legitimidade para gerir fundos públicos A nível local o programa LEADER é implementado pelas parcerias locais, que assumiram diversas formas nos diferentes países da Europa. Em Portugal, estas parcerias constituíram-se como Associações de Desenvolvimento Local (ADL), agrupando, em geral, uma vasta gama de actores locais públicos, privados, individuais e colectivos (municípios, associações de produtores e de artesãos, pessoas em nome individual, etc.). A composição da parceria local, e portanto da ADL é muito variável e corresponde ao conjunto de actores mais interessados e dinâmicos. Por exemplo, no norte do país as Câmaras Municipais têm um papel importante nas Associações de Desenvolvimento Local, enquanto que no Sul, o sector privado, por vezes cidadãos em nome individual representam a maioria dos associados das ADL. Criadas no início, na sua grande maioria, para gerir o programa LEADER, as associações de desenvolvimento local aplicaram progressivamente os princípios e os ensinamentos do LEADER à gestão de outros programas e projectos. Este facto é, em grande parte, o resultado da existência de uma equipa técnica permanente de animação, que foi suportada pelo programa LEADER, mesmo se hoje as ADL conseguem encontrar outras fontes de financiamento que permitem continuar e alargar o seu trabalho. Estas equipas são, em geral, constituídas por jovens técnicos da região, que aí encontram uma oportunidade de emprego, sem que sejam obrigados a partir para o procurar fora. Isto corresponde a uma real fixação de recursos humanos qualificados e motivados. ... resultam em Associações de Desenvolvimento Local

A Federação Portuguesa de Associações de Desenvolvimento Local Local e data de nascimento: Batalha, 15 de Fevereiro de 2000 Membros: 46 Associações de Desenvolvimento Local com intervenção em meio rural em Portugal Continental, Açores e Madeira Objectivos: representar e defender os interesses das ADL e dos territórios onde intervêm; apoiar iniciativas de desenvolvimento local; dinamizar o trabalho em rede O processo de constituição da “Minha Terra” – Federação Portuguesa das Associações de Desenvolvimento Local, acontece, na fase em que uma parte significativa das ADL ganha alguma experiência e num momento em que se inicia um processo de consolidação da sua intervenção e existência. A convergência de objectivos sempre em torno da problemática do desenvolvimento rural e o diálogo permanente que as ADL foram mantendo desde o início da implementação do LEADER I, tornaram óbvia e evidente a necessidade de constituir uma estrutura federadora que, entre outras, teria as competências de representar e defender os interesses das ADL e dos territórios onde intervêm, apoiar iniciativas de desenvolvimento local e dinamizar o trabalho em rede. A “Minha Terra” foi criada muito recentemente e encontra-se, ainda, num processo de alargamento da sua base de sócios, de qualquer forma conta já com 46 ADL associadas, cujo território de intervenção abrange mais de 250 municípios e uma área que corresponde a mais de 80% do território nacional. Um dado que parece bastante relevante é o da população abrangida pela intervenção destas ADL: mais de 40% da população total do país, este número é tão mais significativo quanto se trata de zonas rurais onde os espaços de “baixa densidade” são dominantes. O processo de criação da “Minha Terra” resultou do diálogo entre várias entidades a desenvolverem trabalho em meio rural e aconteceu de uma forma dinâmica. Consideramos que a consolidação desta Federação é um trabalho contínuo que deve resultar de uma ampla participação de todas aquelas entidades que convergem nos objectivos de desenvolvimento do meio rural. www.minhaterra.pt