Rodrigo Said Salvador - Bahia, 2010

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Transcrição da apresentação:

Rodrigo Said Salvador - Bahia, 2010 Departamento de Vigilância Epidemiológica Programa Nacional de Controle da Dengue OFICINA DE CAPACITAÇÃO EM VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA DENGUE: INVESTIGAÇÃO DE ÓBITOS E DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL RESULTADOS PRELIMINARES DA AVALIAÇÃO DOS DETERMINANTES PARA OCORRÊNCIA DE ÓBITOS POR DENGUE EM 2010 Rodrigo Said Salvador - Bahia, 2010 1

Casos de dengue e hospitalizações, Brasil, 1986 a 2010* Série Histórica Casos de dengue e hospitalizações, Brasil, 1986 a 2010* Fonte: SES/SVS/MS, Sinan (a partir de 2002, excluindo-se os casos descartados) e SIH. *Dados parciais, sujeitos a alteração.

Casos de graves e letalidade, Brasil, 1986 a 2010* Série Histórica Casos de graves e letalidade, Brasil, 1986 a 2010* Fonte: SES/SVS/MS, Sinan (a partir de 2002).

Série Histórica Distribuição dos casos notificados e internações por idades, Brasil – 2000-2009. Notificados Hospitalizados

Casos de Dengue por Região, Brasil* Cenário Nacional Casos de Dengue por Região, Brasil* REGIÕES Semanas 1 a 41 Casos 2009 Casos 2010 % Incidência 2010 Estrato Norte 39.607 78.322 97,75 509,9 Alta Nordeste 120.247 153.353 27,53 286,2 Média Sudeste 98.865 459.054 364,32 567,3 Sul 1.450 42.041 2799,38 151,7 Centro Oeste 70.132 203.490 190,15 1464,4 Total Brasil 323.876 936.260 189,08 489,0 *Fonte: SES/UFs

Casos de Dengue por UF – Região Nordeste, Brasil* Cenário Nacional Casos de Dengue por UF – Região Nordeste, Brasil* UF Semanas 1 a 41 Casos 2009 Casos 2010 % Incidência 2010 Estrato Nordeste 120.247 153.353 27,53 286,2 Média MA 2.231 3.383 51,64 53,1 Baixa PI 3.592 5.711 58,99 181,6 CE 7.273 14.721 102,41 172,2 RN 2.153 5.689 164,24 181,3 PB 736 5.699 674,32 151,2 PE 2.444 38.360 1469,56 435,4 Alta AL 3.438 37.688 996,22 1194,1 SE 1.411 688 -51,24 34,1 BA 96.969 41.414 -57,29 282,9 Total Brasil 323.876 936.260 189,08 489,0 *Fonte: SES/UFs

Sorotipos do vírus da dengue predominantes por Unidade Federada, 2010* Cenário Nacional Sorotipos do vírus da dengue predominantes por Unidade Federada, 2010* Fonte: Lacen/CGLAB/SVS/MS * Dados atualizados em 15/10/2010, sujeitos á alteração

Óbitos por dengue, Brasil, 2010* Cenário Nacional Óbitos por dengue, Brasil, 2010* REGIÕES Semanas 1 a 41* Casos FHD Óbito FHD Casos DCC Óbito DCC Norte 431 44 678 24 Nordeste 802 33 1.799 40 Sudeste 1.113 115 5.915 173 Sul 92 7 119 05 Centro Oeste 612 67 2.781 84 Total Brasil 3.050 266 11.292 326 Fonte: Sinan/Planilhas Paralelas/SESs-Ufs * Dados sujeitos á alteração

Óbitos por dengue, Brasil, 2010* Cenário Nacional Óbitos por dengue, Brasil, 2010* Distribuição dos óbitos por dengue, por faixa etária, Brasil, 2010* Distribuição dos óbitos por dengue, por sexo, Brasil, 2010*

Oito estados brasileiros concentraram 85% dos óbitos de dengue em 2010 CENÁRIO NACIONAL Oito estados brasileiros concentraram 85% dos óbitos de dengue em 2010 Unidade Federada Número de óbitos* SÃO PAULO 141 MINAS GERAIS 96 GOIAS 65 MATO GROSSO 48 RIO DE JANEIRO 37 RONDÔNIA 34 MATO GROSSO DO SUL 32 BAHIA 29 Fonte: SES / UF / ATÉ SE 41ª * Dados sujeitos á alteração

Diante do cenário Aumento das formas graves – risco de aumento de óbitos e da letalidade por FHD Ocorrência de óbito por dengue – evento inesperado e em sua grande maioria evitável Pacto pela Saúde para o biênio 2010 – 2011 estabeleceu reduzir a letalidade dos casos graves de dengue para ≤ 2%

Diretrizes Nacionais Objetivo  evitar que o paciente evolua para o óbito - Classificação de risco  hierarquização do atendimento do paciente com dengue de acordo com o nível de atenção. - Organização do serviço de saúde Potencial falha na assistência ao paciente? Determinar o grau de evitabilidade dos óbitos

Investigação de óbitos – pontos para discussão I - Acessibilidade dos usuários a rede de serviços de saúde II - Qualidade técnico científica – manejo adequado do paciente conforme classificação de risco. III - Organização dos serviços IV - Gestão

Investigação de óbitos – Ações do MS Instrumento padronizado; Protocolo de investigação de óbitos Capacitação – técnicos da SES e SMS (capitais) Assessoria técnica as UF’s Revisão dos planos de contingência

Investigação de óbitos – Resultados Variável n Óbitos nas 08 UF’s prioritárias 482 Óbitos investigados em conjunto 155 Confirmados 94 (61%) Descartados 31 (20%) Em investigação 30 (19%)

Investigação de óbitos – Resultados Variável n (%) Idade (anos) 48 (0,4 – 9) Procuraram duas ou mais unidades diferentes para o atendimento 61 (65) Foram atendidos em Unidade Primária 13 (14) Tiveram suspeita clínica de dengue no 1º atendimento 48 (51) Diagnóstico laboratorial específico 73 (78) Classificação de risco nas Unidades de atendimento 18 (19)

Investigação de óbitos – Resultados (intervalo) Variável mediana Início de sintomas ao óbito (dias) 7,5 (2 – 68) Início de sintomas ao primeiro atendimento 2,5 (0 – 11) Início de sintomas a primeira suspeita de dengue 3 (0 – 14) Número de atendimentos do início de sintomas ao óbito 2 (1 – 9) Admissão ao óbito 2,5 (0 – 60)

Investigação de óbitos – Resultados Variável % Casos de FHD / SCD 54 (58%) Casos de DCC 40 (42%) Co-morbidades 51 (54%) Hipertensão arterial Diabetes melittus 31 (33%) 19 (20%) Sinais de alarme 81 (87%) Vômitos persistentes Dor abdominal 53 (56%) 47 (50%)

Estudo de Caso – E.B.L., 53 anos, F IS (27/02) ao Óbito (06/03) em 08 dias 28/02 (A) Azul – Febre, mialgia, dor retro. HD: Dengue 02/03 (A) – Hemograma normal 03/03 (A) Verde – Hematêmese, Hidratação na Unidade 04/03 (A) Verde – Afebril, sudorese fria, dor abdominal, lipotímia e hipotensão. Plaq – 80.000 (150.000 a 400.000); Hematócrito 58% (35 a 47). Encaminhada para casa

Estudo de Caso – E.B.L., 53 anos, F 04/03 a noite – Encaminhada ao Unid. B: Prova do laço + Administrada adrenalina. Encaminhada ao Hospital 05/03 (Hospital) – Cianose e pulso fino. Albumina 2 g/dl (3,5 a 5,0), Plaqueta – 62.000 e Hematócrito 61% Observações IgM Positiva com coleta dia 06/03 (8º dia após IS) DO: Morte Natural causa indeterminada

Qualidade técnico científico Avaliação preliminar Acessibilidade A consulta por médico garantida quando paciente procurou o serviço (queixa por tempo de espera); Atendimento por mais de um serviço de referência; Baixa participação da APS (porta de entrada); 01 UF referência á falta de leitos. Qualidade técnico científico As recomendações do Ministério da Saúde para manejo clínico não estavam ou estavam parcialmente implantadas (insuficiência de registros, classificação de risco, problemas de apoio laboratorial, reavaliações clínicas, valorização dos sinais de alarme, uso do protocolo e solicitação dos exames)

Organização dos serviços Avaliação preliminar Organização dos serviços Disponibilidade dos meios (insumos, equipamentos, materiais e exames) não se constituiu em problema para a qualidade da assistência; Falta de confecção e utilização do Cartão de Acompanhamento do Paciente com Suspeita de Dengue; Fluxo insuficiente e baixa participação dos NHE. Gestão Capacitação dos profissionais (rotatividade, Atenção Secundária e Atenção Terciária); Regulação dos leitos (encaminhamento); Definição dos fluxos de referência e contra referência; Implantação dos Comitês de Investigação de Óbitos (evento sentinela); Revisão e atualização dos Planos de Contingência. Dificuldade de integração da Assistência e Vigilância epidemiológica Linha de cuidado continuada  rede

Desafios Óbito por dengue? Manejo para “grupos especiais”; Capacitação dos profissionais da assistência; Resolutividade na APS; Formação das redes de assistência; Organização dos serviços de saúde; Integração entre as Vigilâncias e Assistência.

Análise de Vulnerabilidade para DENV1 por Unidade Federada, 2010/2011* Desafios Análise de Vulnerabilidade para DENV1 por Unidade Federada, 2010/2011* AM MS GO SP PR TO PI AL PE CE SC MA MG ES RJ AP RR AC RN PB PA BA RO MT RS* SE DF Risco baixo Risco moderado Risco alto Risco muito alto Áreas com Risco de transmissão focalizada

Análise de Vulnerabilidade para DENV1 por Unidade Federada, 2010/2011* Desafios Análise de Vulnerabilidade para DENV1 por Unidade Federada, 2010/2011* Coeficiente de incidência dos anos epidêmicos (2002, 2003, 2008 e 2009); IIP mensal (2006 a 2010) densidade demográfica. FONTE: SES/Bahia

Análise de Vulnerabilidade para municípios – Rio de Janeiro, 2010 Desafios Análise de Vulnerabilidade para municípios – Rio de Janeiro, 2010 Fonte: SMSDC/RJ

Obrigado! dengue@saude.gov.br