Direitos e Ética com os Animais Isaac Bashevis Singer Nobel “Não haverá justiça enquanto o homem empunhar uma faca ou uma arma e destruir aqueles que são mais fracos que ele”. Rildo Silveira Created by Cruzília – MG – Brasil

O ser humano, no transcurso de sua recente existência na Terra, vem-se julgando superior às demais espécies, supondo governar sobre os demais seres vivos. No mundo ocidental, católico especialmente, o antropocentrismo tem suas raízes nas escrituras sagradas, que disseminaram a idéia de que o homem foi feito à imagem de Deus, sendo-lhe, assim, outorgado o domínio sobre os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que rastejam sobre a Terra. Em razão disso, o homem considera a si mesmo amo e senhor da vida, do bem-estar e da felicidade de todos os demais seres vivos do planeta. Será verdadeira essa superioridade do homem? Tem ela justificativa?

A humanidade adquiriu maior habilidade que os animais para transpor alguns dos obstáculos da natureza: dominar o fogo, minimizar o frio e o calor intensos; inventou a agricultura para contornar a escassez de alimentos; dominou o mundo das águas, represando-a e canalizando-a. Toda essa engenhosidade e habilidade para transformar o meio ambiente são suficientemente aptos a comprovar, sem nenhuma refutação, que o homem é um ente superior aos demais animais. Mas será ético, moral, justo e lícito sujeitar as demais espécies vivas como bem lhe aprouver?

Sábio é deslocar o homem do centro do mundo - para cuja satisfação as demais espécies vivas convergiriam – a fim de situá-lo lado a lado com os demais seres vivos, todos portadores de direitos fundamentais básicos como à vida, à alimentação, à liberdade, à perpetuação da espécie, de ver respeitadas suas características, direito à integridade física e moral, direito a um habitat sadio.

Os animais, pela simples condição de seres vivos, na sua grande maioria habitantes deste planeta milhões de anos anteriormente ao homem, detêm certos direitos que lhes são inerentes. E tais direitos naturais dos animais são uma verdade inquestionável, da mesma forma que o homem. Respeito aos direitos naturais do homem, bem como aos dos animais e das demais espécies vivas, é a conduta ética mínima que se impõe à humanidade. Os animais, por serem entes vivos, têm sentimentos e sensações talvez em níveis semelhantes aos dos seres humanos, apenas com características diferenciadas.

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