Utilidade diagnóstica dos autoanticorpos nas miosites testados para predizer o risco de câncer associado à miosite (CAM)‏

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Transcrição da apresentação:

Utilidade diagnóstica dos autoanticorpos nas miosites testados para predizer o risco de câncer associado à miosite (CAM)‏

Evidências significativas associação das miosites com câncer, principalmente com DM:relato de casos, estudos caso- controle e coortes. Autoanticorpos miosite específicos(MSAs) e miosite associados (MAAs) presentes em aproximadamente 40% dos casos, muitos definindo subtipos de miosites:papel patogênico possível. Perfis sorológicos associados a malignidades:não concluído em estudos de caso-controle.

ESTUDO Estudo transversal com pacientes caucasianos, com PM, DM e superposições de CTD com miosites. Entre 1999 e 2004 grupo AOMIC recrutou pacientes caucasianos com miosites, idade maior ou igual a 18 anos desde o início da doença, oriundos de 40 hospitais-escola. Para PM ou DM: doença provável ou definida pelos critérios de Bohan-Peter. Para superposição CTD/miosite: Critérios classsificatórios preenchidos para CTD primária ou DMTC; Possuir no mínimo dois dos quatro critérios de Bohan-Peter;

Possuir no mínimo um MAS/MAA. CAM: câncer ocorrendo nos primeiros três anos do início da miosite. Usando exames necessários, clínicos confirmaram ou excluíram a presença de câncer. Duração média da miosite quando os pacientes foram recrutados foi de 3 anos e mais 90% dos pacientes tinham acompanhamento médico>3 anos, incluindo pesquisa de câncer. Perfil sorológico: Na época do recrutamento todos os pacientes tiveram amostra de plasma colhida e estocada - 80ºC e analisadas de maneira “cega” por laboratório de pesquisa para presença de anticorpos MSA( anti Jo 1, anti Pl-7

anti Pl-12, anti EJ, anti OJ, anti KS, anti Mi-2, anti SRP, anti- 155/140) e MAA ( anti PM-Scl, anti Ku, anti U1-RNP, anti U3- RNP). Análises estatísticas: desfecho final foi o diagnóstico de câncer usando VPP, VPN, sensibilidade, especificidade, ROC, probabilidades calculadas usando teste Fisher. Dados expressos em OR, com CI 95%.

RESULTADOS A) Demográficos: 282 pacientes recrutados, 109 PM(68% mulheres), 103 DM (70% mulheres), 70 CTD/miosite ( 77% mulheres). CTD tinha: 45 ESP, 9 DMTc, 7SS, 7LES, 2AR. 26 pacientes com câncer e 16 CAM: 15 dos 103 (15%) DM, 1 dos 71 (1%) CTD/miosite e nenhum com PM. Sítios câncer: 4 mama, 3 ginecológico, 3 linfoma, 3 gastrointestinal, 2 bexiga, 1 pulmão. 11 dos 16 CAM desenvolveram no primeiro ano de início da miosite.

Proporção mulheres CAM e não CAM não teve diferença estatiscamente relevante. Média idade início miosite foi maior no grupo com CAM que não-CAM (58 x 48 anos p=0,06)‏ Não houve prevalência de sexo por distribuição etária dos pacientes com CAM e não-CAM.

B) Frequência autoanticorpos: PM: 57,8% nenhum, 24,8% anti Jo-1 DM: 29,1% nenhum, 22,3% anti Jo-1 CTD/miosite: 27,1% anti U1RNP, 27,1% anti PM-Scl Antisintetases com ILD em CTD/miosites: 60% antisintetases positivas e 22% antisintetases negativos (OR 5,2 CI 95%)‏

C) Características dos pacientes com anticorpos anti-155/140 Foram encontradas exclusivamente em DM (18,4%)‏ Maior proporção mulheres entre os pacientes com DM e anti-155/140 positivos x negativos(84% x 70% p=0,2)‏ Sem diferenças estatísticas da idade início miosite comparada anti-155/140 positivos e negativos. ILD encontrado em apenas um paciente com CAM, que também era anti-155/140 positivo. Grupo CAM: pobreza de outros autoanticorpos além anti 155/140, outros foram anti KS, anti U1RNP e anti Mi-2, sendo com os dois primeiros também apresentavam anti 155/140.

Anti 155/140 foi presente em 8 dos 16 pacientes com CAM (50%) x apenas 11 dos 266 não CAM (4%). Risco de CAM e também DM/CAM foi maior nos pacientes anti 155/140 positivos x negativos ( OR 8 95% CI 2,0-31,1 p=0,0009)‏ Todos os pacientes anti 155/140 positivos com CAM (n =8) tiveram câncer no primeiro ano do início da miosite, sendo os sem CAM e anti 155/140 positivos acompanhados em média por 9 anos e não tiveram câncer até o registro do estudo. Os outros pacientes CAM (N=5) não possuiam nenhum autoanticorpo (31,2%)‏

D) Eficácia dos autoanticorpos testados para predizer risco de CAM: Autoanticorpo negativo: alta sensibilidade e alto VPN para CAM. Anti 155/140: sensibilidade 50% CAM, 42% VPP ( 58% FP), porém alta especificidade 96% e alto VPN 97% (97% pacientes anti 155/140 negativos não têm câncer). Estratégias combinadas=anticorpos negativos e anti 155/140 positivos: sensibilidade 94% e VPN 99% ( apenas 1% dos pacientes com anticorpos positivos ou anti 155/140 negativo tem CAM)‏

A estratégia combinada para DM tem 100% de sensibilidade e VPN.