“Assumi o fardo do homem branco, Enviai os melhores dos vossos filhos, Os imperialismos “Assumi o fardo do homem branco, Enviai os melhores dos vossos filhos, Condenai vossos filhos ao exílio, Para que sejam servidores de seus cativos.” (Rudyard Kipling)
A bestialidade do Imperialismo Uma bestialidade que não conhece nenhum limite, que não tem nenhuma fronteira nacional. Besta foram os exércitos de Hitler, como besta foram os norte-americanos, como bestas foram os pára-quedistas belgas, como bestas foram os franceses imperialistas na Argélia. Porque a natureza do imperialismo é transformar os homens em animais selvagens, sanguinários determinados para matar, assassinar e destruir mesmo último vestígio da imagem do revolucionário ou o partidário em qualquer regime que eles esmagam debaixo de suas botas porque luta pela liberdade. E tenha a certeza que nós nunca confiamos no Imperialismo. Nem um pouquinho, nada! Che Guevara
Definição: domínio de vastas áreas do planeta por parte de nações industrializadas (ING, FRA, HOL, BEL, ALE, ITA, JAP, EUA, RUS). Onde? África e Ásia (Neocolonialismo) e América Latina (Imperialismo).
Séculos XV e XVI Benefício do Estado; Busca por metais preciosos; Pequena Imigração; Difusão do Cristianismo como justificativa. Século XIX Benefício da alta burguesia; Busca de matérias-primas; Incentivo à imigração; Difusão da “Civilização” como justificativa.
COLONIALISMO NEOCOLONIALISMO Diferenças: COLONIALISMO NEOCOLONIALISMO Séc XV - XVIII Séc XIX América África e Ásia Mercantilismo estatal Monopólios capitalistas apoiados pelo Estado. Monopólio comercial Exportação de capitais Expansão da fé cristã “Missão civilizadora” Capitalismo comercial Capitalismo financeiro ou monopolista
O IMPERIALISMO consiste na dominação econômica (com reflexos políticos e culturais) de um país sobre o outro. Exemplo: a atuação inglesa no Brasil do século XIX. O NEOCOLONIALISMO significa a dominação total de um país sobre o outro. A maioria dos países africanos e asiáticos foi vítima do neocolonialismo, pois seus territórios foram conquistados e submetidos no plano econômico, político, administrativo, militar e cultural.
Justificando a dominação... - Para Justificar a dominação sobre os outros povos, os europeus do século XIX usaram três argumentos principais: 1º) O europeu estava destinado a levar a civilização ( o progresso técnico-científico e os “bons costumes”) aos povos não-europeus. 2º) A “raça branca” é superior às outras (esse argumento está contido em teorias raciais da época). 3º) As nações cristãs tinham o dever de cristianizar todos os povos que viviam mergulhados na “superstição” e na “barbárie”.
Causas e justificativas: Busca de matéria-prima. Conquista de mercados-consumidores. Acomodação de excedentes populacionais (secundário). Estruturação de bases estratégicas (neutralizando a concorrência). Batalha entre missionários católicos e protestantes. Aplicação dos capitais excedentes.
Desenvolvimento de ideologias racistas. Crença no progresso social e o chamado “darwinismo social”. Fusão do capital bancário com o capital industrial = capitalismo financeiro.
Fatores econômicos Capitalismo Financeiro (monopolista) Fim da livre concorrência e surgimento de grandes conglomerados industriais. trustes – empresas que absorvem as menores e monopolizam o mercado de determinado produto. Cartéis – acordo entre grandes empresas para controlar os preços do mercado (oligopólio). Holdings – empresas (geralmente bancos) que tomam o controle acionário de várias indústrias e empresas, atuando coordenadamente para controlar o mercado.
IMPERIALISMO CULTURAL O imperialismo não foi apenas uma dominação política e econômica de uma nação mais rica sobre uma região ou nação mais pobre. O imperialismo cultural é a imposição de valores, hábitos de consumo e influências culturais que são impostas pela nação dominante à nação dominada. Dessa forma ocorrem mudanças na maneira de se comportar, de vestir, costumes, etc.
Imperialismo na Ásia
PRINCIPAIS IMPÉRIOS COLONIAIS DO SÉCULO XIX: COLÔNIAS INGLESAS COLÔNIAS FRANCESAS
ÍNDIA 1498 – Vasco da Gama Século XVI – holandeses, franceses e ingleses. Século XVIII – Inglaterra faz da Índia um protetorado (1763), com a Guerra dos sete anos (1756-1763) 1848 – britânicos construíram estradas e organizou missões políticas e religiosas. Resultado = afetou os costumes locais, destruiu a economia.
Guerra dos Sipaios (1857 – 1859): Levante de grupos indianos (sipaios) contra a exploração britânica. Começa em 1857 e é violentamente reprimida pelos britânicos, terminando no ano seguinte. O governo britânico dissolve a Companhia das Índias, reorganiza o exército colonial e converte a Índia em domínio britânico.
CHINA Século XIX – Crescimento demográfico chinês atraiu potências imperialistas. Enquanto a Índia foi explorada quase que exclusivamente pela Inglaterra, a China sofreu uma invasão estrangeira: EUA, Japão, Rússia, Alemanha, França e Inglaterra.
Guerra do Ópio (1841 – 1842): ING X CHI Ópio – usado pelos chineses como medicamento. Ingleses disseminam o vício entre eles. CHI tenta proibir o consumo de ópio no país. Um carregamento inglês de 20 mil caixas de ópio é jogado ao mar pelas autoridades chinesas. Inglaterra exige indenização. Derrotada a China foi obrigada a assinar o Tratado de Nanquim.
TRATADO DE NANQUIM Abertura de 5 portos ao livre comércio. Eliminação do sistema fiscalizador. Hong Kong é entregue à ING por 155 anos.
Anos depois – exército franco-inglês ocupou a capital Pequim. Tratado de Pequim (1860): abertura de mais 7 portos ao comércio internacional, instalações de embaixadas e direito de atuação de missões cristãs em seu território. Final do séc XIX: guerra contra o Japão. Rússia interveio. Praça da Paz Celestial
Guerra dos Boxers (1900): Nacionalistas chineses X potências estrangeiras (ING + FRA + EUA + RUS + ALE + JAP)
Objetivo: libertar o país. Resultado: Os colonizadores venceram, colocando fim em mais uma tentativa de pôr fim ao imperialismo ocidental na Ásia. 1911 – o Partido Nacionalista – Kuomintang – promoveu o fim da monarquia milenar, proclamando a República, mas não conseguiu superar os entraves pela presença imperialista no país. Tropas imperialistas na Guerra dos Boxers.
INDOCHINA Vietnã, Laos e Cambodja. Missionários franceses; Soldados de Napoleão III; 1887 – União Indochina, que explorava carvão, chá e arroz. A dominação estendeu-se até o início da 2ª metade do séc. XX.
JAPÃO Séc. XIX – dominado por uma aristocracia – daimios – que se apoiava nos samurais. O comando político cabia ao xogunato: família tokugawa. Assim, o imperador (micado), exercia um poder apenas formal e partir da cidade sagrada de Kyoto, enquanto o xogum estava instalado em Edo – antigo nome de Tóquio.
1854 – EUA forçaram a abertura dos portos japoneses ao comércio mundial. Sob ameaças, assinaram vários acordos comerciais. Iniciou-se a europeização do país. Conseqüências: - Transformações econômicas, culturais, militares, etc. Ativou o nacionalismo e a oposição ao xogum por ter permitido a abertura. Imperador Mutsuhito promoveu a centralização política.
Investimentos estatais em setores estratégicos. Incentivos aos projetos industriais. Bolsas estudantis na Europa (formação e capacitação). Emissão monetária. Venda de empresas estratégicas estatais (zaibatsu) ao setor privado para controlar a inflação. Imperialismo sobre a China (Manchúria).
1894 – declarou guerra a China. Rússia opôs-se. Iniciou-se a era do industrialismo e da modernização (ERA MEIJI, Era das Luzes). Resultado: rápida industrialização, nova constituição, os “tratados desiguais foram revistos”. 1894 – declarou guerra a China. Rússia opôs-se. Começa a Guerra Russo-japonesa. Séc. XX – expansão colonialista: esbarrou no expansionismo dos EUA entre 1930-40. Imperador Mutsuhito
Imperialismo na África
14 países uropeus, EUA e Rússia. Objetivos: Segunda metade do séc. XIX - Partilha da África: Conferência de Berlim (1884-1885); 14 países uropeus, EUA e Rússia. Objetivos: Delimitar territórios coloniais e estabelecer normas. Contudo, não conseguiu eliminar as divergências entre os países quanto às ambições imperialistas. A presença inglesa na África desdobrou em várias disputas coloniais. Na caricatura, o britânico Cecil Rhodes.
Guerra dos Bôeres (1899 – 1902): África do Sul. ING* X Bôeres ou Africânderes (colonos holandeses e alemães) Causa básica: descoberta de ouro e diamantes na República livre de Transvaal (fundada pelos bôeres). Resultado: ING anexa as Repúblicas de Orange e Transvaal (fundadas pelos bôeres) às colônias do Cabo e Natal, fundando em 1910 a União Sul-Africana.
Imperialismo Ianque
Desde que proclamou sua independência em 1776, Os EUA procuraram impor sua política e economia às demais nações do continente americano, esse domínio não se restringiu apenas à América, mas a outros continentes como a Ásia e a África, e com o mesmo objetivo imperialista: os EUA querem novos mercados...o rico Ouro Negro do Oriente Médio (Petróleo).
Séc XIX enviaram tropas para a China para ajudar a esmagar a Revolta dos Boxers. 1823 – Presidente James Monroe: “América para os americanos.” Doutrina Monroe pregava a independência dos países da América em possíveis intervenções européias. O verdadeiro objetivo da doutrina Monroe era o domínio sobre os demais países americanos. Século XX – Interesses: México: mineração Chile: mineração Cuba: açúcar e tabaco América Central: frutas e café
Acabou deposto pelos países limítrofes. Ianques na Nicarágua: William Walker – tomou o governo da Nicarágua e proclamou-se 1º ministro, que a escravidão restaurada e o inglês seria o idioma oficial. Acabou deposto pelos países limítrofes. William Walker
A política do big stick Uma política externa que dava aos Eua direito de invadir e interferir politicamente países vizinhos para manter a ordem. Na verdade, o objetivo era evitar que os países da América Latina questionasse as decisões do governo norte-americano. "Fale macio e use um porrete", dizia Theodore Roosevelt. Roosevelt pegou o termo emprestado de um provérbio africano.
A política americana prosseguiu com seu objetivo de dominar cada vez mais as nações do mundo, e explorar os países fornecedores de matéria prima, como os diamantes da África, o petróleo do Oriente Médio, e a exploração de mão de obra barata em países da América Latina e a Ásia, África para trabalhar para as multinacionais americanas.
HOJE o imperialismo norte americano se tornou sem limites e extremamente selvagem. Na atual administração de George Bush ele usa o lema: “O mundo para os americanos”. Isso fica claro com as posições unilaterais que o governo dos EUA tomaram sem levar em conta os outros países e seus povos. Isso aconteceu com o tratado de Kyoto, a rio + 10 quando o governo norte americano afirmou que não ratificaria o protocolo de Kyoto para não prejudicar sua economia. E na rio + 10 eles nem compareceram. E outros tantos compromissos que foram desprezados. É para o bem dos americanos e sua economia.
Com essa linha de governo a administração atual está prejudicando os próprios americanos com o ódio e a intolerância dos demais povos dos países do mundo. Isso ficou evidente nos ataques terroristas de 11/09/01.
Baía de Guantánamo (área de 117 km na ilha). PANAMÁ (1903): Estímulo ao movimento separatista em relação à Colômbia. Direito de conclusão das obras do canal interoceânico do país. Exploração do Canal do Panamá livre durante todo o século XX. NICARÁGUA: Intervenção militar no país de 1909 a 1933.
A independência cubana Costuma-se atribuir a independência de Cuba aos EUA. Dessa maneira é desprezada a luta do povo cubano pela independência. Por 400 anos a ilha de Cuba foi uma colônia explorada pela Espanha. Açúcar (séc. XIX) - base da economia, apoiada no trabalho escravo africano. Sec. XX, os EUA - principal comprador. Viam com bons olhos os movimentos populares que se desenvolviam contra a dominação metropolitana. José Martí
1868 e 1878 - "A Grande Guerra". Movimento foi comandado por Carlos Manuel Céspedes, que, apesar de latifundiário, havia sido educado na Europa e defendia os ideais liberais de origem iluminista. Em 10 de outubro de 1868, proclamou a independência de Cuba. Declarou livres todos os escravos que se juntassem ao exército revolucionário = oposição dos fazendeiros conservadores, ao mesmo tempo em que a Espanha aumentava seu contingente militar na Ilha. Céspedes foi deposto em 1873, porém a resistência manteve-se até 1878, quando os espanhóis recuperaram o controle político sobre a colônia. Surgi José Martí.
Em 1895, deu início a guerra de independência que estendeu-se até 1898,quando a independência foi conquistada. Ao final da guerra os EUA entraram no conflito, com o pretexto de que um de seus navios ancorados em Cuba fora atacado. A vitória foi rápida, sendo que os EUA mantiveram seu aparato militar na Ilha ao mesmo tempo em que foi elaborada a Constituição do país, a qual, em 1901 foi acrescentada a Emenda Platt, que garantia o direito de intervenção dos EUA em Cuba, sempre que seus interesses estivessem ameaçados. Os norte-americanos passavam a ter o controle da economia cubana.
“Dobro e aposto o sudoeste daquela minha colônia africana ali.”
Conseqüências do Neocolonialismo: Desestruturação de sistemas produtivos locais. Fome endêmica, miséria crônica. Submissão econômica das regiões dominadas. Agravamento de conflitos regionais. Desenvolvimento de nações industrializadas. Disputas imperialistas. I Guerra Mundial
“O Imperialismo não só deixou um sabor amargo onde se instalou, como também queimou com ácido e perfumou como enxofre três continentes.”
Eis aí o progresso e a civilização trazidos pelos imperialismo...
Iconografia do Fórum Social Mundial em Porto Alegre, 2005