Afro Brasileira e Africana

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
O Respeito Pela Diversidade Cultural e os Direitos de Cidadania
Advertisements

CONCEITO DE HISTÓRIA E SEU ESTUDO E PRÉ-HISTÓRIA
Cultura: Diversidade cultural e Multiculturalismo
MODO DE VIDA? JEITO DE PENSAR? SENTIR-SE PARTE DE UMA ORGANIZAÇÃO?
FABRICIO KAYNAN 7°C TRABALHO DE HISTORIA
Antropologia : Como Ciência e Cultura.
Consciência Negra Trabalho de História. Contribuição Cultural O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de Novembro no Brasil e é dedicado à reflexão.
Qual foi a contribuição da África?
SOCIEDADES TRIBAIS..
ARTE AFRICANA.
A Evolução da Ciência Do medo à Ciência.
Marcas.
FILOSOFIA.
O QUE SABER.
Diversidade Cultural.
Aulas Práticas no ensino de Ciências
Prof. Everton da Silva Correa
PRÉ-HISTÓRIA A Arte do período PALEOLÍTICO SUPERIOR (Pedra Lascada)
Filosofia
ARQUEOLOGIA.
ÉTICA, MORAL E ENGENHARIA
Francisco de Assis Batista – professor.
ANTROPOLOGIA by d´Avila, Edson.
GRAFISMO INDÍGENA.
Enfeites Africanos.
Tributos da Modernidade
A atitude e a experiência filosófica
Pré-História.
Trabalho realizado por:
EDUCAÇÃO E CULTURA Aula de 09/05/2012.
Etnografia e Etnologia
Indivíduo, Cultura e Identidade
História do Design Gráfico introdução. Design Gráfico e Comunicação Visual; origem / finalidade / conseqüências; Design Gráfico é a atividade que envolve.
Pré-História Geral.
Por que se desenha.
L E N D A. AS LENDAS NARRAM ACONTECIMENTOS QUE SE PASSARAM EM TEMPO REMOTO E EM ESPAÇO MARCADO PELA NATUREZA. NELAS, FATOS REAIS E HISTÓRICAS SE MISTURAM.
OC2 – Indivíduo, Cultura e Identidade
O que é História? É o estudo do passado a partir da ótica de um historiador que analisa os vestígios deixados por civilizações antigas. O historiador não.
1ª aula Profª Karina Oliveira Bezerra
22/08/2031 Profª Karina Oliveira Bezerra
O conceito não se define
PENSAMENTO HUMANO ENQUANTO PENSAMENTO FILOSÓFICO.
África: Aspectos Naturais.
Profª. Taís Linassi Ruwer
Indivíduo, cultura e sociedade Parte 03
CARTA DA TERRA Para crianças.
Transformações do pensamento sociológico ocidental
Cultura: A Transição para a Humanidade
O QUE JÁ FOI VISTO: NOVO NASCIMENTO BATISMO CEIA IGREJA
Professora Elane Carneiro de Albuquerque
História cultural dos povos africanos
Revisão para prova de Ciência Sociais Grupo 1 Educação, justiça social e trabalho Grupo 02 Técnica e tecnologia Observação: Essa revisão consiste em.
Falando sobre Arte… 1. Arte na Pré-História.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 PROBLEMATIZANDO A PRÉ– HISTÓRIA
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
Correção da Atividade diagnóstica
OS HOMENS PRIMITIVOS NÃO TINHAM NECESSIDADE DE CONTAR, POIS VIVIAM DA
Arqueologia Brasileira
BRUNA HELENA Nº8 4°ano a professora :lia
OC2 – Indivíduo, Cultura e Identidade
ANTROPOLOGIA.
Período sistemático Aristóteles
Estética.
CULTURA.
ARTE ISLÂMICA.
Aula VII Primitivo/Primitivismo, Art Nègre, Imagens do Inconsciente, Art Brut MAK0132.
Metodologia em Educação Musical II Musica e Sociedade: uma perspectiva histórica e uma reflexão aplicada ao ensino superior de Música - Vanda Lima Bellard.
Como explicar o mundo?.
A arte africana representa os usos e costumes das tribos africanas.
Transcrição da apresentação:

Afro Brasileira e Africana História e Cultura Afro Brasileira e Africana LEI 10.639/03

AS PERGUNTAS SÃO: COMO NÓS VEMOS A ÁFRICA? QUAL ÁFRICA É REAL É QUAL NÓS TEMOS NO NOSSO IMAGINÁRIO? O QUE CONHECEMOS SOBRE A HISTÓRIA, CULTURA E ARTE AFRICANA? POR QUÊ ENTENDER A CULTURA E ARTE AFRICANA?

O argumento principal para o ensino da História,Cultura e Arte Africana está no fato da impossibilidade de uma boa compreensão da história e da arte brasileira sem o conhecimento das histórias dos atores africanos, indígenas e europeus .

O pensamento etnocentrista que sustenta a idéia de que o Continente Africano é um lugar exótico, repleto de animais selvagens e de tribos com “costumes estranhos”.

Contribui para a desconstrução de uma imagem positiva das sociedades africanas. Não leva em conta o conhecimento milenar produzido (científico, artístico matemático e médico) por estes povos, alimentando idéias equivocadas e preconceituosas.

“ALGUNS (pré)CONCEITOS SOBRE ARTE AFRICANA”

É UMA ARTE ÚNICA. Criações vindas de centenas de culturas que se dá o nome de “arte africana” — como se fosse uma só. São muitas as artes desse grande continente, entre elas, as chamadas “tradicionais” e a contemporânea.

A arte africana é um conjunto de manifestações artísticas produzidas pelos povos da África Subsaariana ao longo da história. Arte da África Negra.

“ARTE DA ÁFRICA NEGRA -SUBSAARIANA- Como se o continente Africano fosse separado, dividido pelo deserto do Saara. A arte produzida ao norte do deserto do Saara não é arte africana? Quem recebeu influência de quem?

ARTE DE PRINCÍPIOS, FUNÇÃO UTILITÁRIA, TEMÁTICA LIGADA SOMENTE À NATUREZA E RELIGIÃO A arte africana, não é apenas “religiosa” como se diz, mas sobretudo filosófica. O objeto de arte é funcional. Em muitas línguas africanas, bom e belo são designados pela mesma palavra. O útil tem que ser obrigatoriamente belo. O nomadismo restringe a produção artística

ARTE PRIMITIVA E SELVAGEM A arte africana não é primitiva nem estática. Há peças datadas desde o século V a.C. atestando uma história da arte africana, mesmo que ainda não escrita por palavras. (1894-c.1960).

É certo que muitos dados estão irremediavelmente perdidos: objetos foram destruídos, queimados ou fragmentados ao gosto ocidental e moral cristã; ateliês renomados foram extintos e muitas produções interrompidas durante o período colonial na África

Cabeça, provavelmente de um primitivo oni, de Ife, Nigéria. Sécs Cabeça, provavelmente de um primitivo oni, de Ife, Nigéria. Sécs. XIII - XIV. Bronze. Alt., 36 cm.

É preciso que se considere a arte na realidade cultural da África, como uma manifestação que prima pelo todo embelezamento da vida cotidiana, comum, e conseguido com habilidade de saberes e experiências específicas .

ORALIDADE E ESCRITA A oralidade é uma das características mais marcantes da cultura africana, tem tamanha importância que existe uma posição de destaque na sociedade para profissionais treinados em memorização e transmissão da memória cultural da comunidade

GRIOT Esses indivíduos chamados de griot, armazenam séculos de crenças, costumes, lendas, lições de vida, segredos. Eles são mestres da palavra, possuindo vastos conhecimentos sobre o homem e sobre o universo específico de atuação, o que exige iniciação diferencial, notável memória e capacidade de visualização, além naturalmente do domínio gestual e oral, o todo significando sabedoria e humanismo.

Os povos africanos, apesar da tradição oral estão entre os primeiros a desenvolverem sistemas de escrita. Além dos hieróglifos egípcios, existem diversos sistemas de escrita desenvolvidos.

O fato de priorizarem a verbalização não demonstra incapacidade de produzirem sistemas de grafia. Deste modo, a sociedade tradicional africana, antes de “não ter evoluído para a escrita”, simplesmente optou por não utilizá-la como nós a utilizamos

As inúmeras composições gráficas observadas nos objetos de uso cotidiano, ritualísticos ou mesmo decorativos tem a finalidade de registrar e transmitir conhecimento. Esses símbolos combinados transmitem mensagens

Não são considerados alfabetos verdadeiros porque não existe uma forma única de leitura, podem ser interpretados, mas não lidos.

ADINKRAS

ADINKRA É um conjunto ideográfico estampados principalmente em tecidos e adereços, esculpidos em madeira ou em peças de ferro.

Muitas vezes são associados com a realeza, identificando linhagens ou soberanos.

A origem desses símbolos é atribuída aos Asante o povo do Gana (Costa do Marfim. Os Ashanti/ Asante, é um grupo étnico pertencente ao complexo cultural akan, que abrange diversos outros grupos localizados em Gana e oeste da Costa do Marfim, na África ocidental.

“De acordo com a história oral, o conjunto dos adinkra tem origem numa guerra que o rei dos asante – Asantehene- Osei Bonsu moveu contra o rei Kofi Adinkra de Gyaaman, que detinha o segredo de fabricação do tecido , como também estampava com desenhos do trono de ouro, o GWA, símbolo maior do poder entre os asante.

Assim provocou a ira do rei Osei Bonsu, que foi à luta e venceu a guerra. Adinkra teve sua cabeça arrancada do tronco e levada como troféu, como castigo pela sua insolência. E Osei Bonsu levou também as vestes do pretenso conquistador, bem como as técnicas de fabricação do tecido e sua estamparia.

A partir daí, o nome do rei morto passou a significar “ adeus’, “despedida”, estendendo-se esse significado ao tipo de tecido que usava e aos grafismos nele estampados.”

Originalmente esses símbolos eram usados para enfeitar o vestuário destinado às cerimônias fúnebres.

Os desenhos eram feitos recortando-se os símbolos em cacos de cabaça, para usá-los como carimbos sobre os tecidos.

Posteriormente, os tecidos Adinkra passaram a ser usados por líderes espirituais em cerimônias e rituais. Evitava-se usá-los no dia a dia, também pelo fato de que a tinta desbotava ao lavar. A tinta empregada para tingir era extraida da árvore kuntunkuni e a clara de ovo auxiliava no brilho.

Cada um dos motivos que compõem o Adinkra tem um nome e significado derivado, quer de um provérbio, um evento histórico, atitude humana, comportamento animal, vida vegetal.

O simbolismo dos adinkra deriva da percepção do homem de seu meio: o comportamento e relação entre os seres vivos; o padrão de crescimento dos vegetais; e as funções de vários objetos. Alguns animais são conhecidos por sua força, coragem ou paciência.

Uma planta pode ser admirada por sua beleza, cheiro ou longevidade Uma planta pode ser admirada por sua beleza, cheiro ou longevidade. E um artefato pode ser identificado com guerra, trabalho ou família. Algumas imagens estão associadas a máximas tradicionais ou provérbios e outras imagens são simples metáforas

Simbolismo da cor para os Akans : O simbolismo da cor dentro da cultura Akan é regional. Como em uma convenção, as mulheres tendem a preferir panos com cores dominantes mais leves. Geralmente os homens tendem a preferir roupas com cores dominantes mais escuras.

Atualmente, os tecidos adinkra são usados pelos ganenses em diversas ocasiões, tais como casamentos, batismos e rituais de iniciação. Além de serem usados sobre tecidos, também se aplicam nas paredes, na cerâmica, nos adornos e logotipos.