«Sermão de Santo António aos Peixes» Parte III

«Sermão de Santo António aos Peixes» Parte III 2.1 Transcreve as expressões textuais que referem as virtudes de quatro peixes em particular.

«Sermão de Santo António aos Peixes» Parte III Virtudes dos peixes: Peixe de Tobias: “o fel era bom para sarar da cegueira e o coração para lançar fora os demónios” (ll. 14-15)

«Sermão de Santo António aos Peixes» Parte III Virtudes dos peixes: Peixe de Tobias: “o fel era bom para sarar da cegueira e o coração para lançar fora os demónios” (ll. 14-15) Rémora: “grande na força e no poder” (ll. 43.44)

«Sermão de Santo António aos Peixes» Parte III Virtudes dos peixes: Peixe de Tobias: “o fel era bom para sarar da cegueira e o coração para lançar fora os demónios” (ll. 14-15) Rémora: “grande na força e no poder” (ll. 43.44) Torpedo: qualidade tremente” (l. 89)

«Sermão de Santo António aos Peixes» Parte III Virtudes dos peixes: Peixe de Tobias: “o fel era bom para sarar da cegueira e o coração para lançar fora os demónios” (ll. 14-15) Rémora: “grande na força e no poder” (ll. 43.44) Torpedo: qualidade tremente” (l. 89) Quatro-olhos: “aqueles quatro olhos”, “os da parte superior olham direitamente para cima, e os da parte inferior direitamente para baixo” (ll. 121-125)

«Sermão de Santo António aos Peixes» Parte III 3.1. Explicita as comparações feitas pelo pregador [entre os peixes e os homens].

«Sermão de Santo António aos Peixes» Parte III O peixe de Tobias, a rémora e o torpedo são comparados a Santo António e o quatro-olhos é comparado ao pregador, o que é duplamente alegórico porque Vieira cita o Eclesiastes que é, em hebraico (Qohelet), o ‘pregador’ - o que dá um novo sentido ao quiasmo final do antepenúltimo parágrafo:

«Sermão de Santo António aos Peixes» Parte III O “peixezinho tão pequeno” ajuda Vieira a ‘ver’ o que quis dizer David, “aquele grande profeta” - que neste mundo não é possível “voltar os seus olhos” de modo a não ver a vaidade porque neste mundo tudo é vaidade. Sendo esta a lição do (Livro do) Eclesiastes, filho de David, rei de Jerusalém, é como se Vieira fosse um novo David, possuidor de “tantos instrumentos de visão” como esse peixezinho e pregando justamente ali onde vivem “em cegueira tantos milhares de gentes”.

«Sermão de Santo António aos Peixes» Parte III 4. Explica a comparação entre a rémora e a língua de Santo António.

«Sermão de Santo António aos Peixes» Parte III Tal como a rémora que, apesar do seu corpo pequeno, é “tão grande na força e no poder” (ll. 43-44) que pode funcionar como “freio da nau e leme do leme” (l. 54), também Santo António, apesar de ser só um contra muitos, teve força para pregar e para “domar a fúria das paixões humanas” (l. 58).

«Sermão de Santo António aos Peixes» Parte III 4.1. Explicita o sentido metafórico da “tempestade” que a língua de Santo António conseguiu acalmar.

«Sermão de Santo António aos Peixes» Parte III Pregando a palavra do Evangelho, Santo António levava as pessoas a analisar o seu comportamento e a evitar o domínio das paixões (cf. a soberba, a vingança, a cobiça, a sensualidade), que se reflectiriam nos seus pensamentos, desejos e acções (cf. os exemplos dados dessas ‘naus’ alegóricas).

«Sermão de Santo António aos Peixes» Parte III 5. Evidencia o sentido benéfico do tremor dos homens perante o contacto com o torpedo.

«Sermão de Santo António aos Peixes» Parte III A argumentação de Vieira, neste passo, fundamenta-se na passagem do sentido denotativo para o sentido metafórico (e simbólico) do verbo “tremer”, passagem que ocorre na conversão desse “efeito” (l. 85) em “virtude” (l. 86): De facto, tal como o torpedo que, ao picar o anzol, faz tremer a linha, depois a cana e, finalmente, o braço do pescador, também as pregações de Santo António fizeram ‘tremer’ os homens, levando-os a confessar os seus pecados e a emendar-se, uma vez que foram obrigados a tomar consciência dos seus erros.

«Sermão de Santo António aos Peixes» Parte III 6. Menciona a ideia principal subjacente à caracterização do peixe quatro-olhos.

«Sermão de Santo António aos Peixes» Parte III O peixe quatro-olhos consegue ver “direitamente para cima” e “direitamente para baixo”, ou seja, sem voltar os olhos (como David), ver o que não se consegue ver ‘direitamente’ porque precisamos de olhos “lançados um pouco fora do lugar ordinário” (l. 122), aqueles olhos metafóricos que, com a fé e a razão, ‘consideram que há Céu’ e se ‘lembram que há Inferno’.

«Sermão de Santo António aos Peixes» Parte III 7. Aponta alguns recursos estilísticos usados na construção do sentido desta parte do Sermão.

«Sermão de Santo António aos Peixes» Parte III Cf. interrogações retóricas (por exemplo, na passagem das ‘naus’ alegóricas), parelismos sintácticos e simetrias (p. ex., ll. 128-131), metáforas (p. ex., o verbo “lavar” na l. 36 ou o verbo “tremer” na passagem relativa ao torpedo, ou a passagem das ‘naus’, as “varas” que se pescam em terra...), construções antitéticas (p. ex., pescar tanto e tremer pouco, l. 91; tantos instrumentos de vista e tanta cegueira, ll. 117-119), quiasmos (cf. passagem das águias e dos linces, ll.114-116), frases do tipo exclamativo...