COMPORTAMENTO SOCIAL E MATERNAL EM SUINOS

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Transcrição da apresentação:

COMPORTAMENTO SOCIAL E MATERNAL EM SUINOS Universidade de Évora Comportamento Animal COMPORTAMENTO SOCIAL E MATERNAL EM SUINOS Janeiro de 2009 Joana Mendes, nº25736

OBJECTIVOS Estudo do comportamento social (brincadeira) dos leitões: Observação e comparação das diferentes brincadeiras dos leitões. Determinação da duração dos diferentes comportamentos. “ Experiências sociais como brincar podem ser essenciais para o animal adquirir a capacidade comunicativa da sua espécie e podem ajudá-lo a prever como outros animais se irão comportar e, portanto, a alterar o seu comportamento em conformidade.” (Bekoff, 1976)

OBJECTIVOS Estudo do comportamento maternal em suínos durante a amamentação: Observação da estimulação dos leitões para o período de amamentação. Determinação da duração da estimulação por parte dos leitões e do período de amamentação. Mesmo sendo o comportamento maternal inato, i.e., uma resposta geneticamente programada a um determinado conjunto de estímulos, o animal que demonstra este comportamento tem de estar preparado fisiologicamente para responder ao estímulos apropriados.

MATERIAL OBJECTO DE ESTUDO Câmara de filmar; Câmara fotográfica; Cronómetro; Material que permita fazer registo escrito no local. OBJECTO DE ESTUDO Porca com ninhada de 11 leitões. Data do parto: 9/11/2008 Raça: Large white x Pietrain Sexo dos leitões: 5 fêmeas e 6 machos

METODOS Filmagem e medição do tempo: das diferentes brincadeiras entre leitões da estimulação dos leitões para o período de amamentação do período de amamentação Observações feita em 3 dias diferentes: 1º dia: 2 semanas após o parto 2º dia: 3 semanas após o parto 3º dia: 4 semanas após o parto

BRINCADEIRA (COMPORTAMENTO SOCIAL) Padrão agressivo: “luta a brincar” A “luta a brincar” é muito diferente da luta verdadeira, quer nos efeitos emocionais que gera quer na sequência de comportamento que provoca. Mas, como os padrões motores são semelhantes, a experiência pode dar aos animais que se dedicam a esta brincadeira alguma vantagem na luta quando adultos.

BRINCADEIRA (COMPORTAMENTO SOCIAL) Padrão sexual: monta A monta é um elemento importante do comportamento de brincar, principalmente nos machos. Os leitões machos “montam quer machos quer fêmeas”, podendo este comportamento surgir a partir das 3 semanas de idade, conforme foi observado.

BRINCADEIRA (COMPORTAMENTO SOCIAL) Morder os rabos Investigadores holandeses e suecos, num estudo conjunto, observaram que entre 2 e 3 dias antes de um porco começar a morder a cauda, os porcos esticam a sua cauda e "põem o rabo entre as pernas"; este pode ser um bom indicador de stress ou aborrecimento que posteriormente pode desencadear mordeduras.

COMPORTAMENTO MATERNAL (AMAMENTAÇÃO) Período de estimulação dos leitões e amamentação O comportamento maternal diminui gradualmente, mas, ao contrário de outros, é notavelmente persistente; a agressividade, por exemplo, pode ser súbita no arranque, mas não se mantém durante muito tempo.

DURAÇÃO DOS COMPORTAMENTOS Comportamento maternal RESULTADOS: DURAÇÃO DOS COMPORTAMENTOS Comportamentos 1º Dia 2º Dia 3º Dia Brincadeiras “Luta a brincar” 0,05 min 0,16 min 0,38 min Montar 0,00 min 0,06 min 0,53 min Morder os rabos 0,08 min 0,13 min 0,07 min Comportamento maternal Estimulação 5,31 min 8,25 min 7,47 min Amamentação 2,23 min 2,01 min 1,64 min Tabela 1: Resultados obtidos nos diferentes comportamentos.

Gráfico 1: Comparação dos tempos dos diferentes comportamentos sociais. Gráfico 2: Comparação da duração da estimulação pelos leitões e do período de amamentação.

CONCLUSÕES Relativamente aos diferentes comportamentos sociais: os leitões com 2 semanas disponibilizam mais tempo ao padrão predatório: morder os rabos. com 3 semanas dedicam-se mais aos padrões agressivos: lutas a brincar com 4 semanas são os padrões sexuais: monta, que sobressaem Relativamente aos comportamentos maternais: o tempo de estimulação foi maior ás 3 semanas de idade a duração da amamentação sofreu um decréscimo ao longo das 3 semanas. No entanto, não se pode generalizar estes resultados à população em geral devido à amostra ser reduzida e à ausência de repetição da experiência.

BIBLIOGRAFIA FRASER, A.F et all; Farm animal behaviour and welfare; 3.º Edition; 1990; Cab International; U.K. HOUPT, Katherine Albro; Domestic Animal Behavior for Veterinarians and Scientists; 2.º Edition; 1991; Iowa State University Press / Ames http://animalbehaviour.net/JudithKBlackshaw/Chapter3e.htm http://www.3tres3.com.pt/buscando/buscando.php?id_ficha=310