Ética Planetária 14/05/2011 Curso de Ecoformação José Romão Trigo de Aguiar Associação Palas Athena
Para que uma ética?
Desafios Éticos injustiça e a desigualdade social, econômica e política não consolidação de uma cultura de defesa dos direitos humanos e da cidadania discriminação da mulher racismo abandono de crianças e de idosos não eqüidade na alocação dos recursos do planeta... desastre ecológico miséria concentração abusiva de renda e de poder exclusão social marginalização globalização econômica internacional evasão dramática de divisas dos países pobres
Sempre foi assim?
Paleolítico Tribos Cooperação Nômades (posse) Poder Guerra
Estatuetas de Vênus
Como surgiu o Homo sapiens sapiens ?
recursão consciência LINGUAGEM reflexão processo mental
Surgimento do Humano Andar bípede e a liberação das mãos Aumento da capacidade craniana Partilha do alimento Passagem do ciclo estral para menstrual Cuidado com a prole
Compartilhando… espaço físico alimento contato físico e intimidade cuidado
recursão consciência LINGUAGEM reflexão processo mental
Para que surgisse a linguagem foram necessárias condutas de encontro, partilha, cooperação, aceitação, confiança e respeito Encontros recorrentes e uma aceitação mútua = CONVIVÊNCIA E para sustentar estas condutas esta convivência foi necessária uma emoção AMAR
Emoção e Linguagem A linguagem surgiu entrelaçada com o emocionar constituindo o conversar, e ao surgir o conversar e o viver no conversar surgiu o humano.
NEOLÍTICO AGRICULTURA SEDENTARIZAÇÃO
Khoisan (Bosquímanos)
NEOLÍTICO AGRICULTURA SEDENTARIZAÇÃO PASTOREIO
Patriarcado Com o pastoreio e a exclusão dos outros comensais, surge a inimizade com o lobo como um modo de vida, e com este surge o emocionar que constitui o inimigo;
Patriarcado Inventamos a justificação da violência em defesa da próprio. No viver na apropriação, onde se nega ao outro o acesso ao apropriado, surge a defesa do próprio como ocultamento do desejo. Só vemos a ameaça e não vemos o desejo de posse. Oculto o desejo e justifico a violência no direito de defender o que é meu Se olho a ameaça é preciso defender mas se olho o desejo torna-se uma questão de buscar O outro é aquele que vai contra meus interesses (desejos), cujos direitos limitam meus direitos e que ameaça minha liberdade.
Cultura Matrística Cultura Patriarcal Pastoral Agrária Com cavalos Pequenas aldeias Com fortificações Dominação Guerreira Poder que tira a vida Amante das armas Deuses (guerra, trovão) Agrária Sem cavalos Grandes aldeias Sem fortificações Parceria Pacífica Poder que dá vida Amante da arte Deusa
NEOLÍTICO AGRICULTURA SEDENTARIZAÇÃO (acumulação e a posse) PATRIARCADO CIDADE
Surgimento da Cidade
RELAÇÕES cooperação competição PODER partilhado centralizado Noção de privilégio MANUTENÇÃO espontânea mecanismos de controle: exército, muros…
IMPÉRIOS: hegemônicos, dominadores, escravagistas… POLÍTICA bem-estar da comunidade expansão imperialista Valorização da guerra de conquista e pilhagem IMPÉRIOS: hegemônicos, dominadores, escravagistas…
MOR - MORES: norma, costume, conforme os bons costumes, regra. MORAL
MORAL As regras são uma forma de regular as relações humanas. Dizemos ao outro e a nós como falar, vestir, agir, pensar e como sentir. Reduzimos toda a potencialidade do Ser (e também do Vir-a-Ser) a um conjunto de comportamentos/pensamentos/sentimentos adequados, ditos corretos, morais
Na busca de ordem fizemos calar as diferenças e como isto é impossível, desenvolvemos mecanis- mos de não ouvir, de não perceber; tentamos apagar as diferenças com um profundo desrespeito por outras identidades, pela autonomia e pelo sentido da vida
ÉTICA ETHOS () morada, habitat, toca de animais, refúgio, estábulo (Homero e Hesíodo). CONVIVÊNCIA CONFIANÇA
I - Noçao de Bem Comum II - Valorizaçao da Singularidade Consciência Planetária II - Valorizaçao da Singularidade (singular = único, particular, individual)
ÉTICA ETHOS () caráter, hábito, índole, natureza, costume (pós-socráticos). TRANSFORMAÇAO INTERIOR EXCELÊNCIA
I - Autonomia II - Diálogo (nomos = lei; auto = de si mesmo, por si mesmo, espontanea-mente) II - Diálogo
ASSOCIAÇÃO PALAS ATHENA www.palasathena.org
Que alternativas são possíveis? Ao individualismo? À diversidade? E à nossa concepção do outro?
ÉTICA ARTE DA CONVIVÊNCIA ETHOS () morada, habitat, toca de animais,refúgio, estábulo (Homero e Hesíodo). ARTE DA CONVIVÊNCIA CONFIANÇA
Algumas diferenças A dimensão da Moral é temporal da Ética é atemporal A Moral é obediência e a Ética é escolha A moral tende a eliminar o conflito a Ética sustentá-lo pacificamente A Moral é a arte da regra e a Ética da convivência
Como é nosso mundo hoje?
Quem é o outro neste contexto? Há uma ligação orgânica entre propriedade e po-der. Competir pela posse é também querer firmar poder SOBRE os outros “No desejo há sempre um sentido do ilimitado”. “Desejos limitados estão em harmonia com o mundo, desejos que contêm o infinito não estão”. Simone Weil
Indo-Europeus Tribos nômades vindas das estepes asiáticas Pastores Lutavam usando cavalos Assolaram a Europa Antiga, Oriente Médio e Índia a partir de 5000 a.C. Deuses masculinos do céu, trovão, guerra e montanhas Religião da guerra e da dominação masculina Sacerdotes guerreiros Ideologia imposta:dominação masculina e hierarquia
Que alternativas são possíveis? Ao individualismo? À diversidade? E à nossa concepção do outro?
ÉTICA ARTE DA CONVIVÊNCIA ETHOS () morada, habitat, toca de animais,refúgio, estábulo (Homero e Hesíodo). ARTE DA CONVIVÊNCIA CONFIANÇA
A linguagem permitiu diversas capacidades Distinções: separar o objeto de seu fundo, quando fazemos referência a algo estamos especificando um critério de dis-tinção. O SH faz distinções e descrições na linguagem e então constitui-se num observador; Observador: descrever exige alguém que descreve. Separa-do da experiência pode descrevê-la, explicá-la. “Tudo que é dito é dito por alguém” Autoconsciência: como observador distingo a mim mesmo e me descrevo. Dou significado ao que seja o “eu”