O Modernismo em Portugal José de Almada Negreiros Amadeu de Souza-Cardoso Fernando Pessoa
A evolução política da Europa e a degradação da 1ª República propiciaram o aparecimento de correntes literárias mais ou menos contraditórias. Destacam-se: O Integralismo Lusitano; O Grupo Seara Nova O grupo da Seara Nova
Museu Malhoa, Caldas Da Rainha Na Pintura: No início do século XX, Portugal continuava na linha do naturalismo, praticado por grandes mestres como: Pousão, Malhoa, Columbano ou Carlos Reis José Malhoa, O Fado, 1910
Henrique Pousão , Cecília, 1882
Columbano, A Chávena de Chá, 1898
José Malhoa, As Promessas, 1933 Conclusão: todos procuravam retratar os valores genuínos de uma sociedade predominantemente rural e satisfaziam o gosto de uma burguesia nostálgica dos valores tradicionais José Malhoa, As Promessas, 1933
O Modernismo Na pintura, o primeiro modernismo ficou ligado a várias exposições que se realizaram a partir de 1911. Artistas (entre os quais se destacam: Manuel Bentes, Emmérico Nunes, Almada Negreiros, Cristino Cruz, Stuart Carvalhais, Jorge Barradas, António Soares, Mily Possoz, etc.) procuravam, através das suas obras fazer uma crítica política, social e clerical.
Cristiano Cruz, Senhoras à mesa do café, 1919 Os enquadramentos das pinturas eram frequentemente boémios e urbanos. Cristiano Cruz, Senhoras à mesa do café, 1919
Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, regressaram a Portugal Vários artistas que estudavam em Paris (Amadeu de Souza - Cardoso, Guilherme Santa – Rita, Eduardo Viana e José Pacheco). Refugiaram-se aqui também o casal Robert e Sónia Delaunay. Fotografia de Santa Rita
Amadeu de Souza-Cardoso, Álbum XX Dessins, 1912
Revista ABC, capas de Manuel Bentes e Jorge Barradas Manuel Bentes, organizador da Exposição Livre (1911) Revista ABC, capas de Manuel Bentes e Jorge Barradas
Formaram-se dois núcleos inovadores: um em Lisboa, liderado por Almada Negreiros e Santa Rita, que se juntaram a Fernando Pessoa e Mário de Sá Carneiro, dinamizadores da Revista Orpheu; outro grupo no Norte em torno do casal Delaunay, de Eduardo Viana e Amadeu. Capa nº 1 de Orpheu, desenho de José Pacheco
Fernando Pessoa (a maior revelação do Orpheu), fotografia e retrato da autoria de Almada Negreiros Encenação sobre…
Fotografia de Mário de Sá Carneiro FIM Quando eu morrer batam em latas Rompam aos saltos e aos pinotes Façam estalar no ar chicotes, Chamem palhaços e acrobatas. Que o meu caixão vá sobre um burro Ajaezado à andaluza: A um morto nada se recusa, E eu quero ir de burro… Mário de Sá Carneiro, Paris, 1916 Fotografia de Mário de Sá Carneiro Poemas
A revista Portugal Futurista, publicada em 1917 ( e apreendida logo pela polícia) contou com grandes nomes do modernismo e foi um marco incontornável do movimento futurista português. Almada Negreiros, “1ª Conferência Futurista”,em Portugal Futurista Capa de Portugal Futurista, 1917
Santa-Rita Pintor,Cabeça cubo-futurista, 1912 Em conclusão: estes artistas divulgaram as novas correntes culturais e propuseram um corte radical com o passado. Excêntricos e provocadores escandalizaram os seus contemporâneos. Santa-Rita Pintor,Cabeça cubo-futurista, 1912
Eduardo Viana,K4. O Quadrado Azul, 1916
Eduardo Viana, Nu (mulher Deitada), 1925
Amadeu, A Máscara do Olho Verde, 1915 Amadeu “impressionista, cubista, futurista, abstraccionista?... De tudo um pouco”. Segundo Almada foi “a primeira descoberta de Portugal na Europa do século XX!” Amadeu, A Máscara do Olho Verde, 1915
Amadeu, Pintura,1917
Amadeu de Souza-Cardoso, Coty, 1917
Nos anos 20 inicia-se um segundo movimento modernista José Régio Miguel Torga Aquilino Ribeiro Que continua a conciliar as artes e as letras
Revelaram-se os escritores: José Régio, Casais Monteiro, Miguel Torga, Aquilino Ribeiro, Ferreira de Castro. Nas artes distinguem-se: Dórdio Gomes, Mário Eloy, Sarah Afonso, Carlos Botelho, Abel Manta, Bernardo Marques, Júlio (Reis Pereira), Vieira da Silva. Além de outros, que vêm da primeira geração, como: Almada e Eduardo Viana. Casais Monteiro
Capa da Revista Presença As revistas mais importantes são: a Contemporânea (1922-26) e a Presença (1927-40). Capa da Revista Presença Capa da revista Contemporânea da autoria de Almada
Almada, Auto-Retrato num Grupo, 1925 (Brasileira do Chiado) As exposições independentes, os cafés e os clubes que decoravam, tal como as revistas, eram os grandes espaços de afirmação dos artistas plásticos. Almada, Auto-Retrato num Grupo, 1925 (Brasileira do Chiado)
A partir de 1933, António Ferro assume a direcção do Secretariado da Propaganda Nacional que procura divulgar as novas correntes estéticas. Por oposição a esta “oficialização do modernismo”, António Pedro Organizou, em 1936, a exposição dos Artistas Modernos Independentes.
Abel Manta, Jogo de Damas (1927)
Mily Possoz Menina da Boina Verde, 1930
Mário Eloy, Bailarico no bairro, 1936
Carlos Botelho, Lisboa e o Tejo, 1935
Júlio Reis Pereira, Boneco, (1902-1983)
Sara Afonso, Casamento na Aldeia, 1937
Sara Afonso, Meninas, 1928
Almada Negreiros, painéis da Gare Marítima de Alcântara Almada Negreiros, painéis da Gare Marítima de Alcântara.Temas:”Lá vem a nau Catrineta que traz muito que contar” e “Quem não viu Lisboa Não viu coisa boa”.
Almada Negreiros, Maternidade, 1935
Júlio Pomar, Almoço do Trolha, 1937
O Neo-Realismo e o Surrealismo Estes movimentos irão afirmar-se nos anos 40. Destacam-se os pintores: António Pedro, António Dacosta, Marcelino Vespeira, Mário Cesariny e Moniz Pereira.
Na literatura: Alves Redol e Soeiro Pereira Gomes
António Pedro, Intervenção Romântica, 1940
Cadavre-Exquis, pintura colectiva de António Domingues, Fernando Azevedo, António Pedro, Marcelino Vespeira e Moniz Pereira, 1949
Vieira da Silva, Bibliothèque en Feu, 1974 FIM