Biogenética, Clonagem e Bioética

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Transcrição da apresentação:

Biogenética, Clonagem e Bioética Daniela Fernanda Klesener Gislaine Regina Rodrigues

A Revolução da Biogenética Prometeu, punido por ter desafiado os deuses

A mitologia antiga, grega, romana ou oriental, enfatiza os perigos que incorre o ser humano ao tentar ultrapassar os limites fixados com leis de ferro da Natureza, amparada pelos deuses.

O Mito de Prometeu Prometeu foi um titã da mitologia grega que roubou o fogo (a sabedoria e a ciência) dos céus. Foi punidos por Zeus com o castigo de ficar encadeado a uma rocha no Cáucaso, onde uma águia diariamente lhe bicava o fígado. Sua sina foi teatralizada pela primeira vez por Ésquilo (525-456 a.C.), no século V a.C., com o titulo de Prometeus desmotes Foi representada símbolo da eterna insatisfação humana com seu destino

O Monstro Frankenstein No período do Movimento Iluminista e da Revolução Industrial do século XVIII. Houve a oposição da Igreja Católica e dos pastores da Igreja Reformada. Os poetas, escritores e intelectuais do Movimento Romântico no cenário cultural europeu, também manifestaram seus temores frente ao novo titã. Em 1818, Mary Shelley, esposa do poeta Percy Shelley, escreveu uma novela gótica que assustou todo o mundo: Frankenstein.

Na novela, um talentoso médico e cientista de nome Frankenstein tenta dar vida a uma série de membros e órgãos humanos retirados de cadáveres distintos. Depois de várias tentativas laboratoriais, utilizando-se largamente de choques e correntes elétricas, a Criatura desperta. Em pouco tempo, ao escapar do fantástico laboratório do dr. Frankenstein, o Monstro de forma humana vai deixando um rastro de mortes e de pavores em sua fuga. Termina por ser incinerado por uma massa de camponeses assustada e furiosa. Portanto, o Prometeu de Mary Shelley (o dr.Frankenstein) ao tentar rivalizar-se com Deus na tentativa de também dar a vida a alguém, fez por gerar no seu laboratório uma anomalia, uma perigosíssima ameaça à comunidade.

A Revolução da Biogenética Desde o Renascimento italiano, a partir do século XV, o Humanismo procurou fazer com que gradativamente as atenções dos estudiosos se voltassem não para as coisas do Céu, como se fazia na Idade Média, mas para o que cercava o Homem: a Terra, a Natureza, a Vida. O atrativo para o homem do Renascimento passou a ser o agir, a conquista dos mares, as grandes aventuras, a atração pelo descortinar dos oceanos e culturas desconhecidas. O Homem devassado de Vesálio (séc.XVI)

O Humanismo e as Descobertas Reintroduziu-se a perspectiva e a proporção nas artes visuais e utilizando como Leonardo da Vinci (1452-1519), os conhecimentos da ciência física - especialmente a ótica - nas composições pictóricas e nas esculturas. Todos eles estudam anatomia, apesar das restrições impostas pela Igreja Católica. Harvey decifra o mistério da circulação do sangue. Na geração seguinte a de Galileu, que escrutinara os céus com seu telescópio, Anton Van Leuwenhoek, de Delft, girava a sua poderosa lente para baixo, para um gota d'água, para ir encontrar a bactéria, descoberta por ele em 1683. Leuwenhoek (1632-1723), o descobridor das bactérias

O Darwinismo Mas a grande revolução no pensamento científico ocorreu com o livro "A Origem das Espécies", publicado por Charles Darwin, em 1859. O Darwinismo simplesmente afastou Deus da criação, substituindo-o pela Teoria da Evolução.. O escândalo em torno de Darwin aumentou ainda mais quando ele ponderou que possivelmente seríamos aparentados com os macacos. Tornando possível a idéia de poder-se alterar biologicamente os componentes da natureza (vegetal, animal ou humano), para fazer aperfeiçoamentos que permitissem melhorá-los.

O Homem Neuronal Esta tese é resultado das descobertas sensacionais feitas pela biologia e pela engenharia genética a partir dos anos de 1950. Watson e Crick descobriram a "espiral da vida", o DNA (Ácido desoxirribonucléico), em 1953, seguida da dos cromossomos humanos, do diagnóstico pré-natal, da elaboração do primeiro gene artificial, da primeira criança nascida in vitro, e das possibilidades da clonagem.

Watson e Crick que descobriram a "espiral da vida"

O termo clone foi criado em 1903 pelo botânico Herbert J O termo clone foi criado em 1903 pelo botânico Herbert J. Webber enquanto pesquisava plantas no Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Segundo Webber, o termo vem da palavra grega Klón, que significa broto vegetal. Um clone é uma cópia exata de uma planta ou animal, com todas as características do original, inclusive os defeitos. A clonagem também é um processo natural, realizado principalmente por plantas, mas também por animais, como os cnidários e esponjas, que dão origem a novos seres de vida independente a partir de brotamentos no corpo do indivíduo original. As plantas, por sua vez, podem produzir novos clones geneticamente idênticos através de brotamentos ao longo de um rizoma.

Em humanos, os clones naturais são gêmeos univitelinos, seres que compartilham do mesmo DNA, ou seja, do mesmo material genético originado pela divisão do óvulo fertilizado. Embora as técnicas de clonagem tenham avançado nos últimos anos, a clonagem de seres humanos ainda está muito longe de acontecer. Além de alguns limites científicos, a questão ética e religiosa tem se tornado um anteparo para estas pesquisas com seres humanos.

Clonagem Terapêutica É a técnica de manipulação genética que fabrica embriões a partir da transferência do núcleo da célula já diferenciada, de um adulto ou de um embrião, para um óvulo sem núcleo. A partir da fusão inicia-se o processo de divisão celular, na primeira fase 16-32 são consideradas células totipotentes. Na segunda fase 32-64 serão células pluripotentes, blastocisto que serão retiradas as células-tronco para diferenciação, in vitro, dos tecidos que se pretende produzir.

Nesta fase ainda não existe nenhuma diferenciação dos tecidos ou órgãos que formam o corpo humano e por isso podem ser induzidas para a terapia celular. Esse processo é dissociado no laboratório para a obtenção das chamadas células-tronco (CTs) embrionárias. Células-tronco são as células com capacidade de auto-replicação, isto é, com capacidade de gerar uma cópia idêntica a si mesma e com potencial de diferenciar-se em vários tecidos. Quanto a sua classificação, podem ser: Totipotentes Pluripotentes ou multipotentes Oligotentes Unipotentes

A bioética O termo bioética é recente. Surgiu em 1970 num artigo escrito por Van Rensselar Potter, com o título "The Science of Survival" e, no ano seguinte, em 1971, no livro "Bioethics: Bridge to The Future" onde pregou a necessidade de se estabelecer uma ponte entre o saber científico e o saber humanístico. Ela tem por objetivo associar a biologia à ética, por meio de uma prática interdisciplinar, onde esperam os médicos, homens de ciência, advogados, juristas, religiosos, atuem em comum para estabelecer um conjunto de normas aceitável para todos.

Qual a razão da emergência da bioética? Nos últimos anos a medicina, a biologia e a engenharia genética alcançaram extraordinários avanços: multiplicaram-se os transplantes, experiências bem sucedidas com animais se multiplicaram, inseminações artificiais se tornaram corriqueiras, bem como nascimentos humanos fora do corpo humano (fertilização in vitro). Igualmente pela crescente legislação, adotada por vários, países, que permite o aborto e, em menor escala, a eutanásia. Ela tem procurado orientar não só os cientistas dedicados a experiências genéticas como também a opinião pública e os legisladores em geral. Aos cientistas alerta-os para os limites da sua investigação, à opinião pública para esclarecê-la e aos legisladores para que façam as leis seguindo princípios éticos aceitáveis.

Diferentes momentos da Bioética a) Bioética geral: ocupa-se das funções éticas, é o discurso sobre os valores e os princípios originários da ética médica e sobre fontes documentais da bioética b) Bioética especial: analisa os grandes problemas enfrentando-os sempre sob o perfil geral, tanto no terreno médico quanto no biológico (engenharia genética, aborto, eutanásia, experiência clínica, etc...). São as grandes temáticas da bioética. c) Bioética clínica (o de decisão): trata da praxis médica e do caso clínico, quais são os valore em jogo e quais os caminhos corretos de conduta.

Referências Bibliográficas BELINGER, Giovanni. Questões de vida. Apce Hucitec, Salvador, São Paulo: Londrina, 1993. DARWIN, Charles. A Origem das Espécies. Hemus. Livraria e Editora. São Paulo: s/d; DESCASTES, René. El Tratado del Hombre. Alianza Universitária, Madri, 1990. GEYMONAT, Ludovico. Historia de la Filosofia y de la Ciencia. Editorial Critica, Barcelona, 1985, e vols. KOYRÉ, Alexandre. Estudos de História do Pensamento Científico. 2ª ed. Forense Universitária, São Paulo, 1991. LA MATTRIE. O Homem-Máquina. Editorial Estampa, Lisboa, 1982. PRENTIS, Steve - Biotecnología: una nueva revolución industrial, Barcelona, 1993 POPPER, Karl. A Lógica da Pesquisa Científica. 9ª ed. Editora Cultrix, São Paulo, 1993. SGRECCIA, Elio. Manual de Bioética. Edições Loyola, São Paulo, 1996.