A POLUIÇÃO E DEGRADAÇÃO DO SOLO

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Transcrição da apresentação:

A POLUIÇÃO E DEGRADAÇÃO DO SOLO CLEUSA CASCAES DIAS

A decisão do Uruguai de instalar duas fábricas de celulose na fronteira com a Argentina se converteu em um dos problemas mais graves já vividos no Mercosul. O temor de poluição fez a população do lado argentino se mobilizar e bloquear a fronteira, sob o slogan "não às papeleiras".

INDUSTRIA DE CELULOSE E POLUIÇÃO IMPACTO: - esgotamento de recursos hídricos; - degradação e compactação dos solos; - contaminação da água e dos solos pelos agrotóxicos empregados nas plantações de eucalipto, que são carreados pelas chuvas aos mananciais; - impacto sobre a flora, em particular as pastagens do Pampa; - impacto sobre a fauna (desaparece a fauna original e aparecem pragas).

INDUSTRIA DE CELULOSE E POLUIÇÃO IMPACTO: desalojamento da população rural das áreas dos monocultivos; escassez de oportunidades de empregos ou em péssimas condições (ao contrário do que propagandeiam as papeleiras) concentração de terras em mãos de algumas empresas nacionais e estrangeiras; transferência de expressivos recursos econômicos da população para o setor florestal, via subsídios diretos e indiretos, isenções, etc.

CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS XIII – O médico comunicará às autoridades competentes quaisquer formas de deterioração do ecossistema, prejudiciais à vida.

Nos últimos 40 anos, cerca de um terço dos solos agrícolas mundiais deixaram de ser produtivos do ponto de vista agrícola, devido à erosão. A desertificação também aumenta cada vez mais. E a salinização dos solos irrigados, idem.

A contaminação do solo interfere no ambiente global da área afetada (solo, águas superficiais e subterrâneas, ar, fauna e vegetação), podendo originar problemas de saúde pública.

Causas da poluição dos solos As principais ameaças sobre o solo são a erosão, a mineralização da matéria orgânica, redução da biodiversidade, a contaminação, a impermeabilização, a compactação, a salinização, o efeito degradante das cheias e dos desabamentos de terras.

Enchente Blumenau Morro do Centénario, 2006 Deslizamento Angra dos Reis-Morro da Carioca-2010 Enchente Blumenau Morro do Centénario, 2006

Causas da poluição dos solos em nosso meio Adubação da cana-de-açúcar com vinhaça ou vinhoto; Infiltração do chorume em aterros sanitários e lixões; Corretivos, fertilizantes e agrotóxicos (agricultura); Solventes, tintas, PCBs e metais pesados (indústrias); Necro-chorume dos cadáveres (cemitérios);

Derramamento de gasolina nos postos de combustíveis; Desastres no transporte de produtos químicos em rodovias; Animais domésticos (urina e fezes) nas praias e praças públicas; Depósitos de rejeitos (químicos) industriais e de mineradoras; Salinização de áreas irrigadas (sem drenos) com água salobra; Chuva ácida (modifica o pH do solo em 2 ou mais unidades); Lodo de esgoto (com metais pesados)

MEDIDAS DE RECUPERAÇÃO DO SOLO A abordagem das áreas contaminadas considera, normalmente, três fases fundamentais: Identificação das áreas contaminadas (inventários); Diagnóstico-avaliação das áreas contaminadas; Tratamento das áreas contaminadas.

DESCONTAMINAÇÃO DO SOLO METODOLOGIA: descontaminação no local ("in-situ"); descontaminação fora do local ("on/off-site"); confinamento/isolamento da área contaminada.

TRATAMENTO BIOLÓGICO Micro-organismos naturais, ou indígenas, presentes na matriz, são estimulados para uma degradação controlada dos contaminantes (dando às bactérias um ambiente propício, i.e., oxigênio, nutrientes, temperatura, pH, umidade, mistura, etc.). Em determinadas situações (presença de poluentes muito persistentes), pode ser necessário recorrer a micro-organismos específicos ou a micro-organismos geneticamente modificados.

Situações pontuais - acidentes Acidente radiológico de Goiânia O acidente radiológico de Goiânia, amplamente conhecido como acidente com o Césio-137, foi um grave episódio de contaminação por radioatividade ocorrido no Brasil. A contaminação teve início em 13 de setembro de 1987, quando um aparelho utilizado em radioterapias das instalações de um hospital abandonado foi encontrado, na zona central de Goiânia, no estado de Goiás. Foi classificado como nível 5 na Escala Internacional de Acidentes Nucleares.

O instrumento, irresponsavelmente deixado no hospital, foi encontrado por catadores de um ferro velho do local, que entenderam tratar-se de sucata. Foi desmontado e repassado para terceiros, gerando um rastro de contaminação, o qual afetou seriamente a saúde de centenas de pessoas. O acidente com Césio-137 foi o maior acidente radioativo do Brasil e o maior do mundo ocorrido fora das usinas nucleares.

CÉSIO – 137, GOIÂNIA, BRASIL Em uma casa, em que o césio foi distribuído, a residente jogou o elemento radioativo no vaso sanitário e, em seguida, deu descarga. O imóvel ficou conhecido como "casa da fossa".

Dejetos radioativos no depósito definitivo em Abadia de Goiás, a 22 km de Goiânia, já é um dos pontos turístico do Estado. Estima-se em 300 anos o tempo médio que o material precisa ficar armazenado.

POLUIÇÃO DO SOLO PELA INDUSTRIA DA CANA E DO ÁLCOOL Agroindústrias como as usinas produtoras de açúcar e álcool são grandes tomadoras de água e geradoras de elevados volumes de resíduos. Para cada litro de álcool produzido, há geração de 10 a 13 litros de vinhaça ou restilo, utilizada na irrigação da cultura da cana, economizando gasto com fertilizantes potássicos

Quando a vinhaça é aplicada em doses que forneçam apenas a quantidade de potássio absorvida pela cultura da cana de açúcar durante um ciclo, os riscos de contaminação da água subterrânea são minimizados, pois não haveria excesso de líquido nem de sais suficientes para promover o deslocamento de íons no perfil do solo.

Há dúvidas sobre o deslocamento de contaminantes em solos com histórico de aplicação de vinhaça e em situações como: vinhaça sendo aplicada no final da safra próximo ao inicio da estação chuvosa na região sudeste do Brasil, em solos com baixos valores de capacidade de troca de cátions, e que não haja tempo para absorção dos nutrientes pelas plantas; vinhaça aplicada na estação seca em que a absorção de nutrientes pelas plantas é baixa, e os nutrientes de plantas permanecem na solução do solo. Precipitações intensas logo no inicio da estação chuvosa propiciariam a percolação dos íons para camadas fora do alcance do sistema radicular (camada de acúmulo) e ao longo do tempo ocorreria sua lixiviação.

Riscos nos canaviais paulistas abertura de novas fronteiras no Oeste paulista em solos caracterizados por baixíssimo poder tampão; a presença de áreas intensivamente tratadas com vinhaça, nas quais o potássio, já, ocupa 5% da capacidade de troca catiônica do solo; o corte da cana crua, deixando a palhada sobre o terreno; o uso progressivo do gesso agrícola, que promove a lixiviação de sais, proporciona mudanças no cenário produtivo, exigindo estudos e trazendo preocupações no que concerne ao seu sustentável no solo.

Algumas regiões do Estado de São Paulo, tradicionalmente produtoras de cana-de-açúcar encontram-se sobre áreas ambientalmente vulneráveis, como pontos de recarga de importantes aqüíferos paulistas. O uso intensivo e freqüente de vinhaça, nestas áreas, pode ocasionar a poluição de águas subterrâneas ao longo prazo. CONTROLE: CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental - Norma Técnica P4.231

Outros resíduos gerados na agroindústria canavieira palhas com volume acentuado na colheita mecanizada; bagaço, utilizado na geração de energia elétrica; torta de filtro; cinzas, águas de lavagem da cana; água de limpeza das máquinas e esgoto sanitário da usina. A maioria destes resíduos é utilizada diretamente em solos agrícolas. Tais resíduos, quando utilizados de modo sustentável, promovem a melhoria da imagem do setor sucroalcooleiro, que recicla 100% dos nutrientes que entram no sistema produtivo, reduzindo o uso de fertilizantes químicos.

Características intrínsecas do cultivo da cana-de-açúcar como plantio e manejo mecanizado em extensas e contínuas áreas, próximas a centros urbanizados, e consumo não direto do produto colhido, tornam a cultura grande absorvedora de outros resíduos urbanos (lodo de esgoto, composto de lixo, efluentes sanitários), industriais (escória de siderurgia, gesso agrícola) e agroindustriais (efluente de indústria cítrica, lodos orgânicos).

Em função destas características e do potencial poluidor de alguns destes resíduos, atenção especial deve ser dada a sua incorporação em solos cultivados com cana seja pelas usinas seja por fornecedores de cana.

OBRIGADA