DO MITO À RAZÃO: O Nascimento da Filosofia

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Transcrição da apresentação:

DO MITO À RAZÃO: O Nascimento da Filosofia Do saber mítico ao saber filosófico

OBJETIVOS DA AULA: Analisar o saber mítico em contraste com o pensamento racional como forma de explicação da realidade. Identificar as principais características do pensamento mítico e do pensamento filosófico. Refletir sobre os principais elementos que contribuíram para o desenvolvimento do pensamento filosófico. Refletir sobre a importância da ÁGORAS, para o processo de democratização das pólis (cidades Estado-gregas). Reconhecer a importância de SÓCRATES, para a história da Filosofia Ocidental.

O NASCIMENTO DA FILOSOFIA A Filosofia Ocidental surgiu na Grécia Antiga, século V a.C., na passagem do mundo tribal à pólis (cidade Estado grega). Isso determinou a maneira de pensar do homem, que antes era predominantemente mítica e depois, com o surgimento das cidades, fez surgir a racionalidade crítica do pensar filosófico. A EXPLICAÇÃO MÍTICA FOI PERDENDO LUGAR PARA O DISCURSO RACIONAL.

Mythos (derivado de mytheyo) – conversar, contar, narrar O que é mito? Mythos (derivado de mytheyo) – conversar, contar, narrar O mito é um relato sobre a origem do mundo e das coisas nele existentes. Recorre aos deuses e ao mistério para explicar a realidade Trata-se de uma narrativa fabulosa sobre a origem das plantas, dos astros, dos homens, do bem, do mal, da morte, etc.. A consciência mítica predomina nas culturais tribais, de tradição oral. Suas explicações são fundamentadas na autoridade oriunda das crenças em uma revelação divina.

Que mito está representado na figura? O pintor pernambucano Rego Monteiro é um artista do modernismo brasileiro, que recorre aos temas dos mitos indígenas. Nessa aquarela, vemos o contraste entre as raízes arcaicas indígenas e o tratamento contemporâneo da imagem. O boto. Vicente do Rego Monteiro, 1921

Pensamento Mítico X Pensamento Filosófico Traços próprios do pensamento mítico: explicar a realidade referindo-se a ela em termos simbólicos e metafóricos. Recorre aos deuses e ao mistério para explicar a realidade, com base na crença (em uma revelação divina). A linguagem mítica se caracteriza como inquestionável Traços próprios do pensamento filosófico: perguntar, argumentar e fundamentar. As explicações são baseadas na reflexão, argumentação e no debate teórico e estão sujeitas à crítica e à discussão. Explicação baseada em razões derivadas do próprio pensamento humano.

Principais Aspectos que Marcaram a passagem do Pensamento Mítico Para o Pensamento Crítico Racional. A invenção da escrita alfabética Viagens (comercio) marítimas e a nova “moeda¨ A Lei escrita O surgimento da vida urbana e o cidadão da pólis. UMA NOVA ORDEM HUMANA A pólis se fez pela autonomia da palavra, não mais a palavra mágica dos mitos, palavra dada pelos deuses e, portanto, comum a todos, mas a palavra humana do conflito, da discussão, da argumentação. Expressar-se por meio do debate fez nascer a política, que permite ao indivíduo tecer seu destino na praça pública. Da instauração da ordem humana surgiu o cidadão da pólis, figura inexistente no mundo da comunidade tribal e das aristocracias rurais.

Ágora – espaço público onde os atenienses debatiam problemas de interesse comum. Com o surgimento do discurso político, a palavra deixa de ter caráter divino e torna-se objeto de debate e argumentação, possibilitando ao homem tecer seu destino na praça pública.

Sócrates “Só sei que nada sei” QUEM É? Sócrates (C470-399 a.C). Nasceu e viveu em Atenas, Grécia. Filho de um escultor e de uma parteira, Sócrates conhecia a doutrina dos filósofos que o antecederam e de seus contemporâneos. Discutia em praça pública sem nada cobrar. Não deixou livros, por isso conhecemos suas ideias por meio de seus discípulos, sobretudo Platão e Xenofonte. Acusado de corromper a mocidade e negar os deuses oficiais da cidade, foi condenado à morte. Esses acontecimentos finais são relatados no diálogo de Platão, Defesa de Sócrates. Em outra obra, Fédon, Sócrates discute com os discípulos sobre a imortalidade da alma, enquanto aguarda o momento de beber a cicuta. Na maioria dos diálogos platônicos, Sócrates é o protagonista.

A máxima socrática “só sei que nada sei”, surgiu como ponto de partida para o filosofar. Algumas observações: Sócrates não está voltado para si mesmo como um pensador alheio ao mundo, e sim na praça pública. Seu conhecimento não deriva de um saber acabado, porque é vivo e em processo de se fazer, tendo como conteúdo a experiência cotidiana. Guia-se pelo princípio de que nada sabe e, dessa perplexidade primeira, inicia a interrogação e o questionamento de tudo que parece óbvio. Ao criticar o saber dogmático, não quer com isso dizer que ele próprio seja detentor de um saber. Desperta as consciências adormecidas, mas não se considera um “farol” que ilumina: o caminho novo deve ser construído pela discussão, que é intersubjetiva, e pela busca das soluções. Sócrates é “subversivo” porque “desnorteia”, perturba a “ordem” do conhecer e do fazer, e por isso incomoda tanto os poderosos

Templo, onde ficava o santuário de Apolo

Morte de Sócrates, por Jean François Pierre. Condenado à morte pelos atenienses, Sócrates não se mostrou triste ao ver que tal momento se aproximava. Amante da sabedoria, via na morte a chance de se encontrar com sábios e com a verdade

PERÍODOS DA FILOSOFIA GREGA Pré-Sócrates (Séc. VII e VI a.C). Os primeiros filósofos ocupavam-se com questões cosmológicas, iniciando a separação entre a filosofia e o pensamento mítico. Socrático ou Clássico (Século V e IV a.C). Ênfase nas questões antropológicas e maior sistematização do conhecimento. Desse período fazem parte os sofistas, o Sócrates, seu discípulo Platão e Aristóteles (discípulo de Platão). Pós-Socrático (Séc.III e II a.C). Durante o helenismo, predominou-se o interesse pela física e pela ética.

QUESTÕES FILOSÓFICAS E SEUS CAMPOS DE INVESTIGAÇÃO CORRESPONDENTES Em termos mais específicos, costuma-se situar dentro do campo de investigação filosófica estudos que se refletem a temas e problemas relacionados à existência humana: ÉTICA (ou Filosofia moral) – investiga problemas relacionados com o comportamento moral dos homens em sociedade. Envolve questões como: Como devemos agir? De que modo podemos avaliar se a nossa ação é moralmente correta ou incorreta? Há modelos de regras morais e éticas que sejam válidas para todo o mundo em qualquer tempo e lugar? FILOSOFIA POLÍTICA – estuda o modo como podemos viver em sociedade e o modo como devemos fazê-lo. Envolve questões como: Como devemos viver em sociedade? Qual é o papel do Estado para a sociedade? Por que precisamos viver sobre a forma de governo e de leis?

LÓGICA - estuda os métodos e os princípios de argumentação. ESTÉTICA – investiga a natureza do juízo estético em geral, além de problemas relacionados com a definição, o valor e a avaliação de arte. Envolve questões como: O que significa dizer que algo é belo? Há boa e má arte? Como se deve avaliar uma obra de arte? LÓGICA - estuda os métodos e os princípios de argumentação. O que é um raciocínio? Quais raciocínios são válidos? O que é liberdade? O que é amor? TEORIA DO CONHECIMENTO (ou epistemologia, ou filosofia do conhecimento) - estuda problemas relacionados com o conhecimento. O que é o conhecimento? Quais são os limites do conhecimento? O mundo é uma construção nossa ou é ele que determina as nossas crenças? ONTOLOGIA – estuda os problemas relacionados com os aspectos mais gerais da estrutura da realidade. O que é mundo? O que é ser? Qual é o sentido da vida? O que é um objeto em geral?