Decadência do Segundo Reinado

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Transcrição da apresentação:

Decadência do Segundo Reinado Profª Gislene

Modernização e contradições no Brasil Império Na segunda metade do século XIX, os grandes cafezais da região fluminense e do Vale do Paraíba começaram a entrar em decadência. O contrário acontecia com o Oeste Paulista. Os fazendeiros dessa região procuravam modernizar suas fazendas com capital utilizado em outras atividades.

Ferrovia e café A idéia de instalar estradas no Brasil não era nova. O primeiro projeto de grande envergadura ocorreu em 1855 e pretendia ligar o Rio de Janeiro a São Paulo. O traçado recebeu o nome de D. Pedro II e contou com grande participação de capitais ingleses. A implantação e a expansão da

estrada de ferro no Brasil estavam intimamente ligadas à expansão da lavoura de café. Daí a razão de desenvolver-se mais em São Paulo do que em outras regiões. Com grande participação de capiutais e engenheiros ingleses e parte do capital do visconde de Mauá, em 1867 foi inaugurada a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí.

A expansão do café no Oeste Paulista e a expansão das ferrovias eram demonstrativos de que o Brasil se modernizava e modificava seu perfil econômico.

Questão abolicionista A estrutura agroexportadora do Brasil, era baseada na mão-de-obra escrava. As transformações provocadas pela modernização dos mercados internacionais tornaram essa forma de trabalho improdutiva e pouco lucrativa. No início da década de 1850, diante

pressões inglesas, ocorreria o fim do tráfico de escravos. Aqui no Brasil, por volta de 1870, já se falava abertamente no final da escravidão. Intelectuais, profissionais liberais, funcionários e comerciantes organizavam-se para discutir formas de pressionar o Estado com uma campanha abolicionistas. No entanto, foi no interior da baixa oficialidade do Exército que o

abolicionista ganhou mais força depois da Guerra do Paraguai. Os soldados brasileiros lutaram ao lado do soldados argentinos e uruguaios, que eram republicanos e seus países já haviam abolido a escravidão. O Exército tornava-se assim, uma das principais bases da luta contra a escravidão.

Diante da enorme pressão, em 1850 seria adotada a Lei Eusébio de Queirós, proibindo o tráfico de escravos. Essa lei acabaria por trazer uma série de consequências ao nosso país: Os fazendeiros, principalmente do Oeste Paulista passaram a incentivar a vinda de trabalhadores imigrantes da Europa. A primeira experiência, porém, frustrada ocorreria nas fazendas do Senador Campos

Vergueiro (sistema de parceria). Os capitais provenientes do tráfico de escravos seriam parcialmente investidos no setor industrial. Passaria a existir um tráfico interno no país para atender o setor cafeicultor. Em 18711, foi sancionada pelo Barão do Rio Branco a Lei do Ventre Livre que determinava pelo Art. 1º Os

filhos da mulher escrava que nascerem no Império, desde a data desta lei, serão considerados em condição livre. Parágrafo 1º Os ditos filhos menores ficarão em poder e sob a autoridade dos senhores de suas mães, os quais terão a obrigação de criá-los até a idade de 8 anos. Parágrafo 2º Chegando o filho da escrava a esta idade, o senhor da mãe

terá a opção ou de receber do Estado a indenização de 600 mil réis ou utilizar-se dos serviços do menor até a idade de 21 anos completos. Depois de intensos debates parlamentares, foi aprovada, em setembro de 1885, a Lei Saraiva-Cotegipe, mais conhecida como Lei dos Sexagenários. De modo geral, essa lei previa a libertação dos escravos negros que tivessem mais de

60 anos e que esse trabalhador deveria dar mais três anos de trabalho gratuito ao senhor, como forma de indenização. Essa lei, não mudava praticamente nada no panorama da escravidão no Brasil. Os grandes latifundiários escravistas tentaram formar grupos paramilitares no intuito de impedir as constantes fugas de escravos e a atuação das sociedades abolicionistas. Pouco a pouco, vários fazendeiros perceberam

que isso era praticamente impossível. O governo, acatando o projeto do ministro João Alfredo, decretou a abolição definitiva da escravidão. O ato foi assinado pela princesa Isabel, que ocupava interinamente o cargo de D.Pedro II, que se encontrava na Europa. Essa medida acabou por atingir principalmente os fazendeiros do Vale do Paraíba, dependentes da mão-de-obra escrava negra e alicerce do Segundo Reinado. O fim da

escravidão pode ser considerado um dos principais fatores para o declínio do Segundo Reinado e instauração da República.

Questão Religiosa Na época do Império, de acordo com a Constituição de 1824, a Igreja Católica era submissa ao Estado através do Padroado, ou seja, os funcionários da Igreja, tornaram-se funcionários do Estado. Por sua vez, pelo Beneplácito : todas a bulas e documentos papais vindos para o país eram obrigados a

obter a autorização do Imperador. Poucos padres tinham formação intelectual adequada para a função de orientadores dos fiéis e alguns chegavam a constituir famílias. O quadro se complicava ainda mais por causa das relações entre a Igreja e a Maçonaria . A Maçonaria tem origens obscuras e pouco conhecidas . Surgiu no século XVI e se difundiu nos

séculos XVII e XVIII em toda a Europa, ligada ao ideal burguês do Iluminismo.A maçonaria adquiriu caráter político na luta contra o absolutismo e a Igreja. Se na Europa a tradição maçônica era de luta contra a Igreja, isso não acontecia no Brasil. Desde o final do século XVIII, vários padres que lutavam pela independência do Brasil participavam das lojas maçônicas e,

esse vínculo continuou o mesmo depois da independência. Na Europa, o Vaticano começava a organizar um movimento cujo objetivo era lutar contra as tendências revolucionárias da Maçonaria. No Brasil, os bispos de Olinda e Belém, resolveram cumprir as ordens papais. Este foi o início do conflito entre o Estado e a Igreja: o imperador

D. Pedro II não acatou a ordem do Papa D. Pedro II não acatou a ordem do Papa. A reação do bispo de Olinda foi radical: cassou os direitos dos padres maçons, deixando Recife praticamente sem religiosos. D. Pedro II ainda tentou uma solução conciliatória, mandando um representante ao Vaticano, mas foi em vão. A Igreja se mostrou intransigente. O conflito, foi então, submetido ao julgamento do Conselho de Estado, que acabou condenando

em 1873, os dois bispos a quatro anos de trabalhos forçados, sendo depois anistiados. Tratou-se apenas de um conflito entre a Igreja e o Estado, que não teria a menor importância, se não fosse somado a outros fatores como a Questão Abolicionista que levaria ao fim o Segundo Reinado.

Questão Militar O Exército brasileiro se transformou numa entidade importante após a Guerra do Paraguai, crescendo não somente em quantidade como em qualidade, defendendo assim maior participação das decisões políticas. Os soldados que conviveram com outros latino-americanos voltaram

acreditando mais no sistema republicano do que na monarquia acreditando mais no sistema republicano do que na monarquia. E principalmente, não podiam admitir que os companheiros negros, de volta a pátria, continuassem escravos. Enfim, o Exército passou a ser foco do republicanismo e abolicionismo, dois importantes inimigos do Império brasileiro. A crise do Império era irreversível. Manifestações populares contra o aumento do custo de vida aconteciam

constantemente. A oposição a Monarquia era cada vez maior. Entre junho e novembro de 1889, vários novos atritos entre os militares e o governo aumentaram a tensão política. Nos dias 8 e 9 de novembro, o Clube Militar, reunido sob a liderança de Benjamin Constant, articulou um movimento armado para derrubar a Monarquia. A chefia foi dada ao Marechal Deodoro da Fonseca.

Deodoro nunca tinha abraçado com entusiasmo a causa republicana, mas se voltava contra o Império pois esse não reconhecia o novo papel do Exército na política brasileira. Boatos afirmando que o Marechal Floriano Peixoto havia prendido Marechal Deodoro precipitaram os acontecimentos. No dia 15 de novembro de 1889, as tropas do Exército depuseram D. Pedro II.