Sobre o cuidado da casa comum

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Clique e confira o vídeo v=yhZgdzGKfC4&feature=youtu.be.
Transcrição da apresentação:

Sobre o cuidado da casa comum Laudato si’ Sobre o cuidado da casa comum 24 de maio de 2015

Lumen Fidei (29 de junho de 2013)  Evangelii Gaudium (24 de novembro de 2013) Laudato si’ (24 de maio de 2015) 

ENCÍCLICA: DESTINATÁRIOS: [15] “Esta encíclica se insere no magistério social da Igreja” DESTINATÁRIOS: [3] “Cada pessoa que habita neste planeta”

OBJETIVO: [3] “Entrar em diálogo com todos acerca da nossa casa comum” [15] “Nos ajude a reconhecer a grandeza, a urgência e a beleza do desafio que temos pela frente”. [79] “Não só lembrar o dever de cuidar da natureza, mas também e sobretudo proteger o homem da destruição de si mesmo”. [14] “Lanço um convite urgente a renovar o diálogo sobre a maneira como estamos construindo o futuro do planeta”. [135] “É preciso assegurar um debate científico e social que seja responsável e amplo, capaz de considerar toda a informação disponível”

Louvado sejas, meu Senhor, com todas as tuas criaturas, especialmente o meu senhor irmão sol, o qual faz o dia e por ele nos alumia. E ele é belo e radiante com grande esplendor: de Ti, Altíssimo, nos dá ele a imagem. pela irmã lua e pelas estrelas, que no céu formaste claras, preciosas e belas. pelo irmão vento pelo ar, pela nuvem, pelo sereno, e todo o tempo, com o qual, às tuas criaturas, dás o sustento. pela irmã água, que é tão útil e humilde, e preciosa e casta. pelo irmão fogo, pelo qual iluminas a noite: ele é belo e alegre, vigoroso e forte.

FONTES: [3-6] Papas que o antecederam [8] Patriarca Bartolomeu Bispos de diversos países [7] Outras religiões [233] Sufismo [105] Teólogos [126] Tradição monástica [125] Charles de Foucald [167] Eventos e encontros ligados ao tema Especialistas

ESTRUTURA: Introdução + 6 capítulos + 2 orações (246 parágrafos) A base para a compreensão, os destinatários, as fontes e o objetivo Capítulos: VER: 7 problemas mais agudos JULGAR: A compreensão da natureza como criação de Deus e o olhar de Jesus. ARTICULAÇÃO: a raiz humana da crise ecológica ARTICULAÇÃO: Ecologia integral AGIR: Algumas linhas de orientação e ação AGIR: Educação e espiritualidade ecológicas Orações pela terra e com a criação

O QUE ESTÁ ACONTECENDO? [61] Ponto de partida: deterioração da nossa casa comum. Poluição, resíduos e cultura do descarte Água Perda da biodiversidade Deterioração da qualidade de vida e degradação social: Desigualdade planetária: Fraqueza das reações Diversidade de opiniões

ANGÚSTIAS: Pobres Descarte Indiferença Iniciativas pequenas Problemas mais mascarados que enfrentados. Formas imediatistas de entender a economia e a atividade comercial produtiva. O custo dos danos é maior do que o benefício econômico. Desmatamentos e extinção de espécies

ÓTICA: Natureza como criação de Deus [64] Fé: Motivações e compromissos ecológicos [65-75] Antigo Testamento sob a ótica da ecologia [83] Novo Testamento  Jesus Cristo

CRIAÇÃO: Deus Criador: Não acaso no início, nem no final, nem no percurso. [89] Um bem que tem dono  tem um sentido. Criação como gesto de amor de Deus: o sentido é o amor-convívio-respeito-contemplação Universo como uma rede de relações, inclusive com Deus Natureza não é divina Mas isso não dá o direito de dilapidar. Autonomia

CRIAÇÃO: Gênesis 1-3 Criação boa Dignidade de toda a criação Destaque para o ser humano chamado a cuidar de toda a criação [66] Três (inter)relações: com Deus, com o próximo e com a natureza [66] Pecado: quebra dessas três relações em si e entre si. [67] Dominar  cultivar, guardar, tomar conta, proteger, cuidar, preservar, velar. [68] respeitar a natureza em suas leis próprias.

JESUS CRISTO: Despojamento  Renúncia a toda forma de dominação

FÉ E ECOLOGIA: Não há oposição entre o caminho para Deus e o respeito à natureza. O respeito à natureza é condição para o caminho até Deus. [88] CNBB, A Igreja e a questão ecológica (1992)

RAIZ HUMANA DA CRISE ECOLÓGICA [101] Necessidade de se reconhecer a causa mais profunda [103-105] Valores e limites da tecnociência [106ss] Paradigma tecnocrático:  lógica da apropriação [123] Cultura do relativismo e do aproveitamento

RAIZ HUMANA DA CRISE ECOLÓGICA [106] “Por isso, o ser humano e as coisas deixaram de se dar amigavelmente a mão, tornando-se contendentes”. [108] “Hoje o paradigma tecnocrático tornou-se tão dominante que é muito difícil prescindir dos seus recursos”. [118] “Esquizofrenia permanente” [110] Fragmentação: dificuldade de se olhar o conjunto

PROPOSTAS: Algumas iniciativas, mas poucas. [111] CULTURA ECOLÓGICA para superação do paradigma tecnológico [114] Corajosa REVOLUÇÃO CULTURAL Duas cautelas: [114] Nem Idade da Pedra nem paradigma tecnocrático [118] Nem antropocentrismo desordenado nem biocentrismo

ECOLOGIA INTEGRAL: [139] Relação entre a natureza e a sociedade que a habita [142] “Se tudo está relacionado, também o estado de saúde das instituições duma sociedade tem consequências no ambiente e na qualidade de vida humana”.

ECOLOGIA SOCIAL: [142] “necessariamente institucional e progressivamente alcança as diferentes dimensões, que vão desde o grupo social primário, a família, até à vida internacional, passando pela comunidade local e a nação”

ECOLOGIA CULTURAL [143ss] “Além do patrimônio natural, encontra-se igualmente ameaçado um patrimônio histórico, artístico e cultural”. [143] “Por isso, a ecologia envolve também o cuidado das riquezas culturais da humanidade, no seu sentido mais amplo. Mais diretamente, pede que se preste atenção às culturas locais, quando se analisam questões relacionadas com o meio ambiente, fazendo dialogar a linguagem técnico-científica com a linguagem popular”.

JUSTIÇA INTERGENERACIONAL [160] “Que tipo de mundo queremos deixar a quem vai suceder-nos, às crianças que estão a crescer?” O que vamos deixar para as gerações futuras? Esquecemo-nos de que recebemos das gerações anteriores!

PROPOSTAS (cap. 5 e 6) [163] “Grandes percursos de diálogo que nos ajudem a sair da espiral de autodestruição onde estamos nos afundando”. [172] Erradicação da miséria e no desenvolvimento social [164ss] Diálogo sobre o meio ambiente na política internacional [168] Valorização dos passos dados e das experiências positivas [170-171] Ambiguidade ou limitação de algumas propostas [169] Preocupam os baixos resultados

URGÊNCIAS: [189] “A política não deve submeter-se à economia, e esta não deve submeter-se aos ditames e ao paradigma eficientista da tecnocracia”. [173] Acordos internacionais com aplicação eficaz. Equilíbrio entre a soberania de cada país e a questão global. [175] Estados enfraquecidos diante do poder econômico global. [174] Sistema de governança dos oceanos [176] Atenção às políticas nacionais e locais .[182] Processos políticos transparentes e sujeitos a diálogo [183] Estudos prévios sobre impacto ambiental

Ecologia X Desenvolvimento [191] “Temos de nos convencer que, reduzir um determinado ritmo de produção e consumo, pode dar lugar a outra modalidade de progresso e desenvolvimento”.

ECOLOGIA, RELIGIÕES E CIÊNCIAS Tema universal com abordagem cristã, à luz da fé. Por quê se nem todos creem em Deus, nem todos aceitam um Criador? [63] Situações complexas exigem soluções vindas de diversas instâncias. [199-200] As religiões possuem grande contribuição a dar: sentido, ética. [62] Necessidade de diálogo entre a(s) ciência(s) e a fé. [63] Se quisermos soluções efetivas, “nenhum ramo das ciências e nenhuma forma de sabedoria deve ser descurada”. Não autonomia de qualquer campo do conhecimento, mas articulação, integração.

EDUCAÇÃO E ESPIRITUALIDADE ECOLÓGICAS [203] Religiões: apontar para outro estilo de vida, diferente do consumismo. Autorreferenciais e consumistas  Reconhecimento de Deus: os demais e a natureza Implicações educativas, políticas e religiosas

EDUCATIVO: [209] “A consciência da gravidade da crise cultural e ecológica precisa de traduzir-se em novos hábitos”.

POLÍTICA: [206] “Uma mudança nos estilos de vida poderia chegar a exercer uma pressão salutar sobre quantos detêm o poder político, económico e social”.

RELIGIOSAS: CONVERSÃO ECOLÓGICA [217] A crise ecológica é um apelo a uma profunda conversão interior. [217] Também os cristãos burlam as preocupações pelo meio-ambiente [219] Redes comunitárias: união de forças e unidade de contribuições. [216] Algumas linhas de espiritualidade ecológica para alimentar uma paixão pelo cuidado do mundo.

ATITUDES: Gratidão, gratuidade, dom Consciência de comunhão com todas as criaturas. Envolvimento nos dramas e busca criativa e entusiasmada das soluções. [223] Sobriedade: estilo profético de vida Valorização da vida em comum, convívio e corresponsabilidade. Pequenos gestos de cuidado mútuo [233ss] Contemplação  valorização do domingo como tempo para si, para os outros e para Deus

[53] “Os gemidos da irmã terra se unem aos gemidos dos abandonados do mundo, com um lamento que reclama de nós outro rumo”.

18 de junho de 2015